Declaração de Consenso de Genebra
Esta página ou se(c)ção precisa ser formatada para o padrão wiki. (Novembro de 2020) |
A Declaração de Consenso de Genebra é um documento assinado em 22 de outubro de 2020 por diversos países que tem por objetivo: [1]
- alcançar uma saúde melhor para as mulheres;
- preservar a vida humana;
- apoiar a família como parte fundamental de uma sociedade saudável;
- proteger a soberania nacional na política global.
A declaração também enfatiza "que não existe direito internacional ao aborto".
A iniciativa foi promovida pelos Estados Unidos e tem o apoio de países como Arábia Saudita, Sudão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Bielorrússia.[2]
Países assinantes[editar | editar código-fonte]
Um total de 32 nações endossaram o documento: [1][2]
África » | Américas » | Ásia » | Europa » | Oceania « |
---|---|---|---|---|
Nota: a lista de países na tabela está incompleta
Na assinatura, que aconteceu de modo virtual devido a pandemia de COVID-19, o Brasil foi representado pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e pelo ministro do Exterior, Ernesto Araújo, e os Estados Unidos, pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
Em 8 de janeiro de 2023, o Brasil retirou seu apoio à declaração.
Em 2021, apesar da saída dos Estados Unidos, a Guatemala assinou a Declaração.[3]
Em 17 de Janeiro de 2023. o Brasil publicou que estava atualizando o posicionamento do Pais, decidindo por desligar-se da Declaração do Consenso de Genebra, informando que "O Brasil considera que o referido documento contém entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família e pode comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria, incluídos os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). O Governo reitera o firme compromisso de promover a garantia efetiva e abrangente da saúde da mulher, em linha com o que dispõem a legislação nacional e as políticas sanitárias em vigor sobre essa temática, bem como o pleno respeito às diferentes configurações familiares." [4]
Críticas[editar | editar código-fonte]
A iniciativa recebeu críticas da imprensa, organizações não-governamentais e da sociedade civil. A Anistia International dos Estados Unidos escreveu em seu website: "as notícias marcam outro passo gigantesco para trás para os Estados Unidos, que se juntam a uma lista de países que colocam voluntariamente em risco a saúde e a vida das pessoas. A postura dos Estados Unidos vai contra os direitos humanos e décadas de pesquisa em saúde. Toda mulher, menina ou pessoa que pode engravidar tem o direito humano ao aborto. Ponto final. Trata-se de pessoas que vivem vidas completas que são suas - não as vidas que o governo prescreveu para elas. Esta administração [de Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos] não parece satisfeita em parar até que tenha pisoteado totalmente os direitos, a autonomia e a dignidade das mulheres e meninas em todos os lugares. Toda pessoa tem direito à autonomia individual, pessoal e corporal, ainda que esta administração queira prescrever o contrário."[5]
Já na Polônia milhares de mulheres saíram às ruas para protestar contra a repressão ao aborto no país e a polícia teve que usar a força e spray de pimenta para controlar as manifestações.[6]
O DW escreveu que a declaração "tem o apoio de alguns dos países mais autoritários do mundo", enfatizando ainda que "o texto ressalta ainda que 'o direito à vida é inerente à pessoa humana', além de destacar o suposto 'papel da família como base para a sociedade e como fonte de saúde, apoio e cuidado'. Esse tipo de linguagem costuma ser usado por opositores dos direitos LGBTs e do casamento entre pessoas do mesmo sexo".[2]
O artigo na atualidade[editar | editar código-fonte]
Em 28 de janeiro de 2021, o então presidente americano Joe Biden (D), retirou os Estados Unidos do artigo.[7] Em outubro de 2021, no entanto, a Guatemala assinou a Declaração.[3] Em 17 de janeiro de 2023, o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva também retirou o Brasil da lista de países assinantes do Consenso de Genebra.[8]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ a b «Governo Trump marca a assinatura da Declaração de Consenso de Genebra». Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil. 23 de outubro de 2020. Consultado em 24 de outubro de 2020
- ↑ a b c Welle (www.dw.com), Deutsche. «Ao lado de países autoritários, Brasil assina declaração contra aborto | DW | 22.10.2020». DW.COM. Consultado em 24 de outubro de 2020
- ↑ a b c LifeSite. «Guatemala signs international 'right to life' declaration that US abandoned under Biden - LifeSite» (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2021
- ↑ «Desligamento do Brasil do Consenso de Genebra – Nota Conjunta do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Saúde, do Ministério das Mulheres e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania». Ministério das Relações Exteriores. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ «New Declaration Tramples on Every Person's Right to Choose». Amnesty International USA (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2020
- ↑ «U.S. joins global anti-abortion pact as Polish women protest». NBC News (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2020
- ↑ Geraldo, Nathalia. «Como Biden impacta na agenda antiaborto»
- ↑ Oliveira e Rosa Alves, Eliane e Ana (17 de janeiro de 2023). «Lula retira Brasil de Consenso de Genebra, aliança antiaborto de Trump e Bolsonaro». O Globo. Consultado em 19 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2023