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Paulo Mendes da Rocha: diferenças entre revisões

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*[[Ficheiro:Monade Museu Nacional dos Coches.jpg|miniaturadaimagem|[https://www.monadebooks.com/books/m1?lang=pt Museu Nacional dos Coches]]][[2006]] - Intervenção e reforma da [[Estação da Luz]], em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] e projeto do [[Museu da Língua Portuguesa]] naquele local
*[[Ficheiro:Monade Museu Nacional dos Coches.jpg|miniaturadaimagem|[https://www.monadebooks.com/books/m1?lang=pt Museu Nacional dos Coches]]][[2006]] - Intervenção e reforma da [[Estação da Luz]], em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] e projeto do [[Museu da Língua Portuguesa]] naquele local
* [[2008]] - Novas instalações do [[Museu Nacional dos Coches]] nos terrenos das antigas Oficinas Gerais do Exército, na zona de Belém, em [[Lisboa]]
* [[2008]] - Novas instalações do [[Museu Nacional dos Coches]] nos terrenos das antigas Oficinas Gerais do Exército, na zona de Belém, em [[Lisboa]]
* 2016/2017 - Sesc 24 de Maio
*2017 - Sesc 24 de Maio (Inaugurado em agosto de 2017)


== Controvérsias ==
== Controvérsias ==

Revisão das 04h32min de 19 de agosto de 2017

Paulo Mendes da Rocha
Paulo Mendes Da Rocha, 2009
Nome completo Paulo Archias Mendes da Rocha
Nascimento 25 de outubro de 1928 (95 anos)
Vitória, Espírito Santo
Nacionalidade brasileiro
Movimento Moderno
Obras notáveis MAC/USP
MuBE
Prêmios Prémio Pritzker 2006 e Prêmio Leão de Ouro - da Bienal de Veneza - Arquitetura - 2016.

Paulo Archias Mendes da Rocha (Vitória, 25 de outubro de 1928) é um arquiteto e urbanista brasileiro. Pertencente à geração de arquitetos modernistas liderada por João Batista Vilanova Artigas, Mendes da Rocha assumiu nas últimas décadas uma posição de destaque na arquitetura brasileira contemporânea, tendo sido galardoado no ano de 2006 com o Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial. Em 2016, vence o prêmio Leão de Ouro, da Bienal de Veneza, Itália, na categoria arquitetura, pelo conjunto da obra. Em 2016, recebe o Prêmio Imperial do Japão, um dos mais prestigiosos do mundo, cuja premiação acontece em Tóquio e pelo qual recebe 15 milhões de ienes (cerca de 480 mil reais) e uma medalha, entregue pelo príncipe Hitachi.

É autor de projetos polêmicos e que constantemente dividem a crítica especializada, como o do Museu Brasileiro da Escultura e do pórtico localizado na Praça do Patriarca, ambos em São Paulo. É nesta cidade também que o arquiteto passou a maior parte da vida.

Biografia

Pórtico e cobertura na Praça do Patriarca em São Paulo

Formou-se arquiteto e urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo em 1954, fazendo parte de uma de suas primeiras turmas. Nesse período essa faculdade ainda estava ligada a um modelo historicista de arquitetura e Mendes da Rocha passou a participar de um grupo de alunos interessados na arquitetura moderna (como Jorge Wilheim e Carlos Millan).[carece de fontes?]

A arquitetura proposta por Vilanova Artigas o influencia desde seu primeiro grande projeto, o ginásio do Club Athlético Paulistano. Já nessa primeira obra, Paulo projeta usando o concreto armado aparente, grandes espaços abertos, estruturas racionais, entre outros elementos que viriam a caracterizar a "Escola Paulista" supracitada.

Passa a lecionar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) em 1961, em meio a um intenso debate social promovido por professores e alunos. Discute-se neste momento o papel social do arquiteto, o que não viria a agradar o governo militar que se instaurou no País em 1964. Em decorrência disso, seus direitos políticos são cassados em 1969 e é proibido de dar aulas. Retorna à Universidade apenas em 1980, juntamente com outros professores cassados (entre os quais, Vilanova Artigas).[carece de fontes?]

Em 1998 Paulo Mendes torna-se professor titular de Projeto arquitetônico naquela escola, mesmo ano em que se aposenta compulsoriamente.

Desde então recebe uma série de prêmios internacionais pela sua obra, realizada em várias partes do mundo, dentre os quais se destacam o Prêmio Mies van der Rohe para a América Latina pelo projeto de reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo (galardeado em 2001) e o Prêmio Pritzker (em 2006).

Obra arquitetônica

Fachada da casa Gerassi construída por Paulo Mendes da Rocha em São Paulo.

A arquitetura de Paulo Mendes da Rocha costuma ser apontada como um exemplo paradigmático do pensamento estético que caracteriza aquilo que é chamado de Escola Paulista da arquitetura brasileira, uma linha de projeto que foi encabeçada pela figura de João Batista Vilanova Artigas e bastante difundida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, escola na qual Mendes da Rocha viria a ser professor. A Escola Paulista, apesar de bastante criticada nas últimas décadas pelo seu alto custo social e econômico, preocupava-se essencialmente com a promoção de uma arquitetura "crua, limpa, clara e socialmente responsável" (de uma certa maneira, influenciada pelos ideais estéticos do Brutalismo europeu), e apresentava soluções formais que supostamente permitiriam a imediata apreensão, por parte dos usuários da arquitetura, dos ideais de economia e síntese espacial expostos em seus elementos formais, dentro de um raciocínio que se convencionou chamar de verdade estrutural da arquitetura. Também caracteriza o movimento a procura de soluções formais que propiciassem a apresentação de um projeto de cidade ou de um projeto utópico na realidade interna do edifício.[carece de fontes?]

Interior da Capela de São Pedro Apóstolo, em Campos do Jordão (1987)

O gesto arquitetônico promovido por Paulo Mendes da Rocha, ou seja, as intenções projetuais que exprimem uma dada visão de mundo ou um certo desígnio, procuram cada um a seu modo propor também um suposto "projeto de humanidade", e tal ato evolui na medida em que sua carreira progride. Tal projeto, que não se resume a sua obra, é expresso também, genericamente, em toda a obra da Escola Paulista. Dado que tal gesto é, supostamente, sempre confiante, as obras de Paulo Mendes acabaram caracterizando-se por uma atitude rígida, certeira sobre o território: o arquiteto acredita que o domínio do sítio - seja através da mudança da topografia, de sua completa redefinição ou mesmo de uma mera ação sobre os fluxos de circulação do entorno - é um elemento fundamental na expressão do domínio e da integração do homem sobre e com a Natureza. Segundo suas palavras, "a primeira e primordial arquitetura é a geografia".[1]

Sua obra também é dita por alguns como caracterizada por um "raciocínio de pórticos e planos". De fato, em vários de seus projetos, a plena configuração espacial se dá através de um rápido jogo estrutural, promovido pelo domínio compositivo de elementos construtivos tradicionais (pilares e vigas, assim como paredes simples e lajes). Os projetos nos quais mais se torna clara esta característica são os do Museu Brasileiro de Escultura, da loja Forma e de algumas residências. Apesar da influência visível dos já citados Mies van der Rohe e Artigas, Paulo Mendes da Rocha é aclamado por alguns como um legítimo mestre quando lida com esta linguagem.[carece de fontes?]

É distinguido com um doutoramento honoris causa pela Universidade de Lisboa em 20 de março de 2015[2]

Cronologia

A intervenção arquitetônica na Pinacoteca do Estado de São Paulo valeu a Mendes da Rocha o prêmio Mies Van der Rohe para a América Latina

Controvérsias

Brasília

Fachada da Igreja de Santo Antônio, na Praça do Patriarca, em São Paulo, (2008)

O arquiteto é publicamente contrário a construção de Brasília, em uma entrevista em 2016 declarou:

Não faz nenhum sentido. É um tropeço histórico. Não tem nada que ver com a obra do Niemeyer, que é altamente criativa. É a decisão política que, na minha opinião, é errada, dizer ao Rio de Janeiro que "aqui não é mais a capital". Eu não teria feito Brasília, se pudesse teria evitado sua construção.[3]

Praça do Patriarca (São Paulo)

A intervenção do arquiteto na Praça do Patriarca na cidade de São Paulo foi alvo de um processo em 2002, segundo o promotor, na época, de Justiça de Habitação e Urbanismo, João Lopes Guimarães Júnior, a Igreja de Santo Antônio, do século 16, localizada nas imediações, que já foi matriz da "vila de São Paulo" e é considerada a mais antiga igreja remanescente da cidade, não poderia, por ser tombada, ter a vista da sua fachada obstruída por tal elemento arquitetônico.[4]

Referências

  1. Vitruvius - Arquitetura como discurso. O Pavilhão Brasileiro em Osaka de Paulo Mendes da Rocha
  2. Instituto Superior Técnico. «Cerimónia de atribuição de doutoramento honoris causa a Paulo Mendes da Rocha». Consultado em 19 de maio de 2015 
  3. «"Brasília foi um tropeço histórico", diz Paulo Mendes da Rocha». Deutsche Welle Brasil. 2 de junho de 2016. Consultado em 2 de Janeiro de 2017 
  4. Angiolillo, Francesca (10 de agosto de 2002). «Um golpe no saudosismo». Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de Janeiro de 2017 

Bibliografia

  • ARTIGAS, Rosa (org.). Paulo Mendes da Rocha. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.
  • PIÑON, Hélio; Paulo Mendes da Rocha; São Paulo: Romano Guerra Editora, 2002.Amostra do livro
  • SOLOT, Denise Chini. Paulo Mendes da Rocha. Estrutura: o êxito da forma. Viana & Mosley, Rio de Janeiro, 2004.
  • SPIRO, Annette. Paulo Mendes da Rocha. Bauten und Projekte. Niggli, Zurique, 2002.
  • PISANI, Daniele. Paulo Mendes da Rocha. Obra completa. Gustavo Gili, Barcelona, 2013.
  • VAZ MILHEIRO, Ana; TAVARES, Gonçalo M.; SIMÕES, João Carmo. Paulo Mendes da Rocha / Museu Nacional dos Coches. Monade, Lisboa, 2015.

Ver também

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Ligações externas


Precedido por
Thom Mayne
Prémio Pritzker
2006
Sucedido por
Richard Rogers