Gália: diferenças entre revisões
m removeu Categoria:Celtas; adicionou Categoria:Gauleses usando HotCat |
|||
Linha 60: | Linha 60: | ||
[[Categoria:Regiões da França]] |
[[Categoria:Regiões da França]] |
||
[[Categoria:Províncias romanas]] |
[[Categoria:Províncias romanas]] |
||
[[Categoria: |
[[Categoria:Gauleses]] |
||
{{Link FA|af}} |
{{Link FA|af}} |
Revisão das 22h31min de 19 de maio de 2013
Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Dezembro de 2009) |
Parte de uma série sobre a |
História da França |
---|
|
|
|
|
Portal França |
O termo Gália é usado para referir, quer o moderno território francês (do mesmo modo que um português se pode referir ao seu país como Lusitânia), quer a antiga região povoada pelos Gauleses (que era, no entanto, um pouco mais vasta que a moderna França), e que constituiu uma província do Império Romano.
Etimologia
O nome de Gallia é mencionado pela primeira vez no Século II a.C. por Porcius Catão, mas é muito provável que tenha sido empregado antes. No entanto seria com a Guerra das Gálias de Júlio César que o termo seria largamente difundido.
Não se sabe ao certo a etimologia do termo latim, homónimo do «galo» nessa língua, mas pode ser ele mesmo emprestado do céltico. Talvez seja do termo galiã que devia designar a força, termo restituído segundo o velho irlandês gal «fúria guerreira», galês gallud «poder», bretão galloud, idem[1]. Os galli seriam portanto «os fortes» ou «os furiosos»[2].
Somente na época do Renascimento é que o nome latim de Galli seria associado ao seu homónimo gallus (galo), tornando-se assim o emblemático animal da França aquando da redescoberta dos antepassados os Gauleses.
História
Gália era o nome romano dado, na Antiguidade, para as terras dos celtas na Europa ocidental. Ela compreende o atual território da França, algumas partes da Bélgica e da Alemanha e o Norte de Itália. Dividia-se em duas regiões:
- Gália Cisalpina (aquém dos Alpes, relativamente aos romanos), que compreendia a Itália setentrional e foi por muito tempo ocupada por tribos gaulesas;
- Gália Transalpina (além dos Alpes), vasta região (a costa sul da atual França e seu interior), situada entre os Alpes, os Pireneus, o Atlântico e o Rio Reno.
Habitada por grande número de tribos celtas (gaulesas, entre outras), iberos, lígures, armóricos, a Gália Transalpina foi o centro de uma civilização influenciada, desde o século VI a.C., por duas correntes de civilização helênica (Mediterrâneo e Alpes). A Gália tinha forte organização religiosa (assembleia anual dos druidas). Os Gauleses dedicavam-se principalmente à agricultura e dividiam as terras por tribos. Nos séculos III e IV a.C., invadiram o norte da Itália.
As lutas civis enfraqueceram-na: em 222 a.C., o território ao sul dos Alpes foi declarado província romana, sob a denominação de Gália Cisalpina; em 125 a.C., os romanos anexaram o corredor do Ródano e o Languedoc. O rio Rubicão fazia parte da fronteira com a própria Itália. A área ao norte do rio Pó era conhecida como Gália Transpadana e ao sul como Gália Cispadana. Do outro lado dos Alpes tinha a Gália Transalpina, ou simplesmente Província (de onde provém a denominação atual Provença) após sua anexação em 121 a.C. Sua capital era Narbo.
Júlio César recebeu o comando das duas províncias gálicas em 59 a.C.. De 58 a 51 a.C., apoderou-se progressivamente de toda a Gália, apesar da oposição de vários chefes, notadamente de Vercingetórix, que, em 52 a.C., após ter promovido uma sublevação geral dos gauleses, se rendeu na Alésia sitiada. César, ao longo das guerras gálicas, expandiu a Gália Transalpina até o Atlântico, o canal da Mancha e o Rio Reno.
A cidadania romana foi estendida à Gália Transpadana por César em 49 a.C. e toda a Gália Cisalpina foi incorporada à Itália por Augusto, deixando com isto de ser província (a Gália Cispadana havia recebido a cidadania romana em 90 a.C.).
Augusto, em 27 a.C., dividiu a Gália a norte dos Alpes em Gália Narbonense, que ficou sob o controle do Senado, e Gália Lugdunense ou Lionense (Lyon), Gália Aquitânia e Gália Belga, que ficou sob sua própria administração. Lyon era a jurisdição da assembleia provincial das "Três Gálias".
Sob o Império, a Gália desfrutou de uma prosperidade efetiva; contudo, no século I d.C., houve algumas agitações nacionalistas (Cláudio Civilis, 69). Os romanos protegeram a região contra as invasões germânicas, desenvolveram aí trabalhos públicos, e grandes cidades foram fundadas: Lyon, Arles, Tolosa, Bordéus, Lutécia (Paris). Por outro lado, a Gália foi cristianizada. No final do século III, alguns imperadores criaram um "império gálico" semi-independente, que serviu como engodo contra as invasões germânicas. O império ocidental, o império gálico, foi devastado pelos germanos (godos, hunos e vândalos) no século III. O território da Gália fraccionou-se quando, no século V, foi invadida pelos visigodos, pelos burgúndios e pelos francos. Só voltou a unir-se sob o reinado do rei franco Clóvis, por volta do ano 500.
Referências
- ↑ Pierre-Yves Lambert, La langue gauloise, Ediçõess Errance 1994. p. 194.
- ↑ Christian Goudineau, Étude philologique et archéologique sur l'emploi des.., Antiquités nationales.
- GEARY, Patrick. O mito da nações: a invenção do nacionalismo. São Paulo: Conrad, 2005. CDD-305.80094
- Júlio César – De Bello Gallico
Ver também
- Gália Cisalpina
- Guerras da Gália
- Cultura galo-romana
- Geografia romana na França
- Asterix
- Abitacus - cidade histórica da Gália