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História do Cruzeiro Esporte Clube: diferenças entre revisões

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Em [[1920]], aproveitando a presença do '''cônsul italiano''' na '''capital mineira''', alguns desportistas da [[colônia]] levaram-lhe a ideia da criação do clube, nos mesmos moldes do '''[[Palestra Itália]]''', de [[São Paulo]], o atual [[Palmeiras]]. A resolução foi acertada depois que algumas das principais 'famílias italianas' se prontificaram a participar do projeto de '''fundação do clube''', que deveria representar a colônia em [[Belo Horizonte]]. Na fábrica de materiais esportivos e calçados de Agostinho Ranieri, situada à rua dos Caetés, ficou decidida a fundação do clube que deveria fazer frente aos três grandes da capital: [[Atlético Mineiro]], [[América]] e [[Yale]]. Nascia, naquele momento, a '''[[Società Sportiva Palestra Itália]]''', criada no dia '''[[2]] [[de]] [[janeiro]] [[de]] [[1921]]'''. A reunião contou com a presença de 95 fundadores pelos presentes o escudo e uniforme que faziam referência às ''cores italianas'', e cuja inscrição '''SSPI''' seria gravada no centro do escudo. Outra definição acertada era que apenas membros da colônia italiana poderiam vestir a camisa do time.E '''Aurélio Noce''' foi eleito o primeiro Presidente o vice Giuseppe Perona. Bruno Piancastelli, [[secretário]]; Aristóteles Lodi, [[tesoureiro]]; Domingos Spagnulo, João Ranieri e Antonio Pace, ''comissão de esportes''.
Em [[1920]], aproveitando a presença do '''cônsul italiano''' na '''capital mineira''', alguns desportistas da [[colônia]] levaram-lhe a ideia da criação do clube, nos mesmos moldes do '''[[Palestra Itália]]''', de [[São Paulo]], o atual [[Palmeiras]]. A resolução foi acertada depois que algumas das principais 'famílias italianas' se prontificaram a participar do projeto de '''fundação do clube''', que deveria representar a colônia em [[Belo Horizonte]]. Na fábrica de materiais esportivos e calçados de Agostinho Ranieri, situada à rua dos Caetés, ficou decidida a fundação do clube que deveria fazer frente aos três grandes da capital: [[Atlético Mineiro]], [[América]] e [[Yale]]. Nascia, naquele momento, a '''[[Società Sportiva Palestra Itália]]''', criada no dia '''[[2]] [[de]] [[janeiro]] [[de]] [[1921]]'''. A reunião contou com a presença de 95 fundadores pelos presentes o escudo e uniforme que faziam referência às ''cores italianas'', e cuja inscrição '''SSPI''' seria gravada no centro do escudo. Outra definição acertada era que apenas membros da colônia italiana poderiam vestir a camisa do time.E '''Aurélio Noce''' foi eleito o primeiro Presidente o vice Giuseppe Perona. Bruno Piancastelli, [[secretário]]; Aristóteles Lodi, [[tesoureiro]]; Domingos Spagnulo, João Ranieri e Antonio Pace, ''comissão de esportes''.


O '''[[Palestra Itália]]''' surgia como o representante do ''povo'', já que [[Atlético]] e [[América]] eram de bases ligadas à ''alta sociedade'', no Palestra os torcedores que trabalhavam junto com os jogadores para o crescimento mútuo, diferente dos dois rivais, [[Atlético]] e [[América]], times da elite que não aceitavam ninguém de fora da elite para torcer ou jogar. O [[Palestra]] era formado por padeiros, pedreiros, donos de lojinhas, era realmente a equipe do povo e onde precisasse de qualquer forma de mão-de-obra lá estava um Palestrino para arregaçar as mangas, lado a lado palestrinos e mais palestrinos contribuíam não só para a formação do clube, como também para o progresso da capital, recém fundada. O novo clube tinha, na sua maioria, membros ligados à '''agremiação dos trabalhadores'''. A implantação do [[Palestra Itália]] foi rápida. Os participantes da fundação da SSPI eram todos atletas, e trabalhavam na [[construção civil]], com exceção de Ranieri. Ali estavam [[pedreiros]], mestres de obra, [[bombeiros]] hidráulicos, marceneiros, pintores, feitores, apontadores, conferentes e um carroceiro. A propósito: a vinda da grande maioria da colônia italiana para estas plagas está vinculada à construção da '''Nova Capital das [[Minas Geraes]], [[Belo Horizonte]]'''. Primeiro,em [[12]] de [[março]] de [[1921]] o clube se inscreveu na ''Liga Mineira de Desportos Terrestres'' (LMDT), para participar do ''campeonato local'', ainda no ano de [[1921]]. A formação do quadro de jogadores foi mais fácil do que se esperava, pois recebeu a inscrição de 16 atletas do [[Yale]] – ''time com certa predominância de italianos'' – se transferiram para o novo [[clube]], logo que souberam da sua criação. A debandada provocou um mal estar entre os clubes. Três meses depois de fundado, o ''Palestra'' realizou a sua primeira partida,em em [[3]] [[de]] [[abril]] [[de]] [[1921]] no estádio do ''Prado Mineiro'',teve lotação máxima com 1.500 torcedores,enfrentando um combinado entre [[Villa Nova]] e [[Palmeiras]], times de Nova Lima. O atacante João Lazarotti, conhecido por Nani, marcou os gols que deram a vitória ao Palestra.
O '''[[Palestra Itália]]''' surgia como o representante do ''povo'', já que [[Atlético]] e [[América]] eram de bases ligadas à ''alta sociedade'', no Palestra os torcedores que trabalhavam junto com os jogadores para o crescimento mútuo, diferente dos dois rivais, [[Atlético]] e [[América]], times da elite que não aceitavam ninguém de fora da elite para torcer ou jogar. O [[Palestra]] era formado por padeiros, pedreiros, donos de lojinhas, era realmente a equipe do povo e onde precisasse de qualquer forma de mão-de-obra lá estava um Palestrino para arregaçar as mangas, lado a lado palestrinos e mais palestrinos contribuíam não só para a formação do clube, como também para o progresso da capital, recém fundada. O novo clube tinha, na sua maioria, membros ligados à '''agremiação dos trabalhadores'''. A implantação do [[Palestra Itália]] foi rápida. Os participantes da fundação da SSPI eram todos atletas, e trabalhavam na [[construção civil]], com exceção de Ranieri. Ali estavam [[pedreiros]], mestres de obra, [[bombeiros]] hidráulicos, marceneiros, pintores, feitores, apontadores, conferentes e um carroceiro. A propósito: a vinda da grande maioria da colônia italiana para estas plagas está vinculada à construção da '''Nova Capital das [[Minas Geraes]], [[Belo Horizonte]]'''. Primeiro,em [[12]] de [[março]] de [[1921]] o clube se inscreveu na ''Liga Mineira de Desportos Terrestres'' (LMDT), para participar do ''campeonato local'', ainda no ano de [[1921]]. A formação do quadro de jogadores foi mais fácil do que se esperava, pois recebeu a inscrição de 16 atletas do [[Yale]] – ''time com certa predominância de italianos'' – se transferiram para o novo [[clube]], logo que souberam da sua criação. A debandada provocou um mal estar entre os clubes. Três meses depois de fundado, o ''Palestra'' realizou a sua primeira partida,em em [[3]] [[de]] [[abril]] [[de]] [[1921]] no estádio do ''Prado Mineiro'',teve lotação máxima com 1.500 torcedores,enfrentando um combinado entre [[Villa Nova]] e [[Palmeiras]], times de Nova Lima. O atacante João Lazarotti, conhecido por Nani, marcou os gols que deram a vitória ao Palestra.<ref>http://almanaquedocruzeiro.blogspot.com/search/label/Anos%201920</ref>


A primeira conquista do Palestra veio duas semanas após a partida de estreia, quando enfrentou o [[Atlético]],no dia 17 de abril de 1921 em partida promovida pela ''Associação Mineira de Cronistas Desportivos (AMCD)''. Em um campeonato oficial, a primeira participação do clube aconteceu no Mineiro de 1921. Depois de passar por uma seletiva, o Palestra conseguiu chegar à fase final, jogando contra os considerados “grandes”.
A primeira conquista do Palestra veio duas semanas após a partida de estreia, quando enfrentou o [[Atlético]],no dia 17 de abril de 1921 em partida promovida pela ''Associação Mineira de Cronistas Desportivos (AMCD)''. Em um campeonato oficial, a primeira participação do clube aconteceu no Mineiro de 1921. Depois de passar por uma seletiva, o Palestra conseguiu chegar à fase final, jogando contra os considerados “grandes”.
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'''Ítalo Frattesi''', o '''Bengala'', que era titular do time de futebol e Aristóteles Lodi organizam as primeiras equipes de [[basquete]] e [[vôlei]] em [[1930]]
'''Ítalo Frattesi''', o '''Bengala'', que era titular do time de futebol e Aristóteles Lodi organizam as primeiras equipes de [[basquete]] e [[vôlei]] em [[1930]]


Em [[março]] de [[1931]], os primos ''Ninão'' (atacante) e ''Nininho''(lateral esquerdo), são contratados pela [[Lazio]] da [[Itália]]. Foram os primeiros jogadores do futebol brasileiro contratados pelo futebol europeu.
Em [[março]] de [[1931]], os primos ''Ninão'' (atacante) e ''Nininho''(lateral esquerdo), são contratados pela [[Lazio]] da [[Itália]]. Foram os primeiros jogadores do futebol brasileiro contratados pelo futebol europeu.<ref>http://almanaquedocruzeiro.blogspot.com/search/label/Anos%201930</ref>


Como era o '''tricampeão de 1928-1929-1930''', o [[Cruzeiro]] reivindicou a '''Taça Liga Mineira''', junto a ''Federação'', em [[janeiro]] de [[1931]]. Segundo o regulamento, o ''troféu'' instituído em [[1922]], ficaria de posse definitiva da equipe que conquistasse três vezes consecutivas ou quatro alternadas o Campeonato da Cidade. Em vista do descaso do presidente da entidade, ''Tomaz Neves'', que também era presidente do [[Atlético]], a diretoria cruzeirense colocou uma bola na vitrine da sede em cujo coro vinha a seguinte inscrição: '''Palestra 5, Atletico 2''', em alusão a goleada que definiu o Campeonato de [[1929]].No dia [[25]] de [[fevereiro]] de [[1931]], a '''Federação Mineira''' finalmente fez a entrega da ''Taça Liga Mineira'' ao [[Cruzeiro]] e descobriu que o clube já teria direito ao prêmio, quando conquistou o título de [[1929]], pois em [[1927]], uma reforma nos estatutos da Federação diminuiu de três para dois anos consecutivos a posse definitiva do troféu. Quanto a conquista do título de [[1930]], a posse da taça seria temporária.
Como era o '''tricampeão de 1928-1929-1930''', o [[Cruzeiro]] reivindicou a '''Taça Liga Mineira''', junto a ''Federação'', em [[janeiro]] de [[1931]]. Segundo o regulamento, o ''troféu'' instituído em [[1922]], ficaria de posse definitiva da equipe que conquistasse três vezes consecutivas ou quatro alternadas o Campeonato da Cidade. Em vista do descaso do presidente da entidade, ''Tomaz Neves'', que também era presidente do [[Atlético]], a diretoria cruzeirense colocou uma bola na vitrine da sede em cujo coro vinha a seguinte inscrição: '''Palestra 5, Atletico 2''', em alusão a goleada que definiu o Campeonato de [[1929]].No dia [[25]] de [[fevereiro]] de [[1931]], a '''Federação Mineira''' finalmente fez a entrega da ''Taça Liga Mineira'' ao [[Cruzeiro]] e descobriu que o clube já teria direito ao prêmio, quando conquistou o título de [[1929]], pois em [[1927]], uma reforma nos estatutos da Federação diminuiu de três para dois anos consecutivos a posse definitiva do troféu. Quanto a conquista do título de [[1930]], a posse da taça seria temporária.
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No dia 21 de novembro do mesmo ano, foram inaugurados os refletores do estádio. O Cruzeiro recebeu o América-RJ e não foi exatamente um bom anfitrião, goleando os cariocas por 4 x 0, com 3 gols de Braguinha e um de Niginho.Seu portão de entrada,ainda continua igual na entrada da sede Urbana do Cruzeiro Esporte Clube.
No dia 21 de novembro do mesmo ano, foram inaugurados os refletores do estádio. O Cruzeiro recebeu o América-RJ e não foi exatamente um bom anfitrião, goleando os cariocas por 4 x 0, com 3 gols de Braguinha e um de Niginho.Seu portão de entrada,ainda continua igual na entrada da sede Urbana do Cruzeiro Esporte Clube.


Em 3 de janeiro de 1946, o Cruzeiro empatou em 2 a 2, com o Libertad, do Paraguai, no Barro Preto. Foi o primeiro jogo do clube contra uma equipe do exterior. Os paraguaios vinham invictos de uma excursão a São Paulo.
Em 3 de janeiro de 1946, o Cruzeiro empatou em 2 a 2, com o Libertad, do Paraguai, no Barro Preto. Foi o primeiro jogo do clube contra uma equipe do exterior. Os paraguaios vinham invictos de uma excursão a São Paulo.<ref>http://almanaquedocruzeiro.blogspot.com/search/label/Anos%201940</ref>


Por iniciativa do diretor José Fialho Pacheco, o clube passou a alugar um trem para os torcedores acompanhar os jogos do time pelo interior no Campeonato da Cidade. O "Trem da Vitória", como passou a ser chamado, duraria até o início dos anos 1960 e a sua estreia foi na partida contra o Siderúrgica, em 24 de março de 1946, no estádio da Praia do Ó, em Sabará.
Por iniciativa do diretor José Fialho Pacheco, o clube passou a alugar um trem para os torcedores acompanhar os jogos do time pelo interior no Campeonato da Cidade. O "Trem da Vitória", como passou a ser chamado, duraria até o início dos anos 1960 e a sua estreia foi na partida contra o Siderúrgica, em 24 de março de 1946, no estádio da Praia do Ó, em Sabará.

Revisão das 13h23min de 1 de março de 2012

O Cruzeiro Esporte Clube foi fundado no dia 2 de janeiro de 1921, por Desportistas da Colônia Italiana de Belo Horizonte,com o nome de Societá Sportiva Palestra Itália.


Nasce o Palestra Itália

Sede da Colonia Italiana em BH

No início do século XX, a colônia italiana de Belo Horizonte tentava, sem sucesso, formar um time de futebol que pudesse disputar os torneios locais. Pouco depois, foi a vez do Palestra Brazil (1918), que nem chegou a ser implantado, ficando apenas no projeto.

Em 1920, aproveitando a presença do cônsul italiano na capital mineira, alguns desportistas da colônia levaram-lhe a ideia da criação do clube, nos mesmos moldes do Palestra Itália, de São Paulo, o atual Palmeiras. A resolução foi acertada depois que algumas das principais 'famílias italianas' se prontificaram a participar do projeto de fundação do clube, que deveria representar a colônia em Belo Horizonte. Na fábrica de materiais esportivos e calçados de Agostinho Ranieri, situada à rua dos Caetés, ficou decidida a fundação do clube que deveria fazer frente aos três grandes da capital: Atlético Mineiro, América e Yale. Nascia, naquele momento, a Società Sportiva Palestra Itália, criada no dia 2 de janeiro de 1921. A reunião contou com a presença de 95 fundadores pelos presentes o escudo e uniforme que faziam referência às cores italianas, e cuja inscrição SSPI seria gravada no centro do escudo. Outra definição acertada era que apenas membros da colônia italiana poderiam vestir a camisa do time.E Aurélio Noce foi eleito o primeiro Presidente o vice Giuseppe Perona. Bruno Piancastelli, secretário; Aristóteles Lodi, tesoureiro; Domingos Spagnulo, João Ranieri e Antonio Pace, comissão de esportes.

O Palestra Itália surgia como o representante do povo, já que Atlético e América eram de bases ligadas à alta sociedade, no Palestra os torcedores que trabalhavam junto com os jogadores para o crescimento mútuo, diferente dos dois rivais, Atlético e América, times da elite que não aceitavam ninguém de fora da elite para torcer ou jogar. O Palestra era formado por padeiros, pedreiros, donos de lojinhas, era realmente a equipe do povo e onde precisasse de qualquer forma de mão-de-obra lá estava um Palestrino para arregaçar as mangas, lado a lado palestrinos e mais palestrinos contribuíam não só para a formação do clube, como também para o progresso da capital, recém fundada. O novo clube tinha, na sua maioria, membros ligados à agremiação dos trabalhadores. A implantação do Palestra Itália foi rápida. Os participantes da fundação da SSPI eram todos atletas, e trabalhavam na construção civil, com exceção de Ranieri. Ali estavam pedreiros, mestres de obra, bombeiros hidráulicos, marceneiros, pintores, feitores, apontadores, conferentes e um carroceiro. A propósito: a vinda da grande maioria da colônia italiana para estas plagas está vinculada à construção da Nova Capital das Minas Geraes, Belo Horizonte. Primeiro,em 12 de março de 1921 o clube se inscreveu na Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), para participar do campeonato local, ainda no ano de 1921. A formação do quadro de jogadores foi mais fácil do que se esperava, pois recebeu a inscrição de 16 atletas do Yaletime com certa predominância de italianos – se transferiram para o novo clube, logo que souberam da sua criação. A debandada provocou um mal estar entre os clubes. Três meses depois de fundado, o Palestra realizou a sua primeira partida,em em 3 de abril de 1921 no estádio do Prado Mineiro,teve lotação máxima com 1.500 torcedores,enfrentando um combinado entre Villa Nova e Palmeiras, times de Nova Lima. O atacante João Lazarotti, conhecido por Nani, marcou os gols que deram a vitória ao Palestra.[1]

A primeira conquista do Palestra veio duas semanas após a partida de estreia, quando enfrentou o Atlético,no dia 17 de abril de 1921 em partida promovida pela Associação Mineira de Cronistas Desportivos (AMCD). Em um campeonato oficial, a primeira participação do clube aconteceu no Mineiro de 1921. Depois de passar por uma seletiva, o Palestra conseguiu chegar à fase final, jogando contra os considerados “grandes”.

Estadio do Cruzeiro(Barro Preto)

Primeiro Estádio

Em 1922, o clube já tinha comprado um quarteirão inteiro da Prefeitura por cerca de 50 mil réis. O adversário na estreia do estádio foi o Flamengo. A partida foi marcada para o dia 23 de setembro, próximo à comemoração do dia nacional da Itália (20/9). O time mineiro, que tinha em sua linha de frente, formada por Piorra, Nani, Heitor, Ninão e Armandinho, a sua grande arma, foi reforçado por três atletas do Palestra Itália de São Paulo: o zagueiro Gasparini, o meio-campista Severino e o atacante Heitor. Os gols da equipe mineira foram de Ninão (2) e Heitor, enquanto Benevenuto, Agenor e Mário anotaram para os cariocas.

Em maio de 1923, a Federação Mineira decide oficializar os estádios do Cruzeiro e do América como sedes dos jogos da Serie A do Campeonato da Cidade, enquanto o Estádio do Prado passou a abrigar apenas as partidas da Série B.No dia 1 de julho de 1923, o Cruzeiro disputou sua primeira partida oficial, em seu próprio estádio, na goleada de 6 a 2 sobre o Palmeiras.

Pela primeira vez, em 16 de julho de 1925, dois jogadores do Cruzeiro integram a Seleção Mineira na disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções. O ponta direita Piorra e o meia direita Ninão fizeram parte da equipe titular que goleou a Seleção do antigo estado do Rio, que era composto por jogadores dos clubes de Niterói, por 6 a 0, no estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro.

Nos dias 2 e 3 de maio de 1926, o Cruzeiro disputou seus primeiros jogos fora de Minas Gerais. Ambos foram na cidade de Caçapava-SP. No primeiro contra a Caçapavense, foi derrotado por 2 a 1 e o segundo contra a Seleção de Caçapava empatou em 1 a 1. No retorno a capital, o clube foi suspenso por seis meses por ter disputado os amistosos sem o consentimento da Federação Mineira.

Em abril de 1927 o Cruzeiro inaugurou sua primeira sede no segundo andar do edifício do Banco Pelotense na Praça 7, no centro da capital. Anteriormente, o clube usava o salão da Casa d'Italia, na rua Tamoios, para reuniões e assembléias.

Há uma confusão no que diz respeito a um clube existente na capital chamado Yale. Muitos imaginam que este deu origem ao Palestra e posteriormente ao Cruzeiro. O Yale também era um clube fundado por descendentes de italianos, que surgiu anos antes do Palestra. Mas, após uma crise, e com o crescimento do outro clube de imigrantes em Belo Horizonte, grande parte dos associados e jogadores do Yale migraram para o Palestra. Foram registrados até hoje apenas quatro jogos entre os clubes, são eles:17 de Julho de 1921 Palestra 0 x 1 Yale, 6 de Novembro de 1922 Palestra 0 x 0 Yale, 7 de Maio de 1922 Palestra 0 x 0 Yale e 5 de Agosto de 1923 Palestra 3 x 2 Yale.Todos os jogos válidos pelo Campeonato da Cidade.

Familia Fantoni

Tricampeonato 1928 - 1929(invicto) - 1930(invicto)

ATITUDES PIONEIRAS

Dois fatos importantes na história o Palestra/Cruzeiro, que são estandartes a aumentar nosso orgulho e admiração pela nação celeste:

  • Em (1925), por iniciativa interna, jogadores e dirigentes, decidiram suprimir dos estatutos a cláusula que tornava a agremiação exclusiva de italianos e descendentes. Isso ensejou o registro do jogador sírio-libanês Nereu, na esquadra do Barro Preto. Abria-se definitivamente para o mundo as portas do clube.
  • Também nessa época, o Palestra encaminhou à LMDT a ficha de Bento, O primeiro atleta negro registrado em Minas Gerais, irmanando-se na iniciativa de Vasco e Flamengo do Rio, Corínthians e Portuguesa em SP.

Mais uma vez ficava patenteada a missão pioneira e social do pavilhão celeste.

A trajetória do Palestra já era surpreendente até então, e o primeiro título mineiro não demorou a chegar, embora tenha ocorrido de um modo confuso. A falta ao jogo em Minas Gerais valeu ao Palestra uma suspensão de seis meses da Liga mineira, que inviabilizou a disputa do campeonato de 1926. Sem se intimidar, os dirigentes do clube solucionaram o problema com a criação de uma outra Liga, que organizou o próprio campeonato. No final do ano, o estadual teve dois vencedores, o Atlético por um lado e o Palestra pela outra Liga.

A Liga criada pelo Palestra ganhou o reconhecimento da CBD. Ao ver que os dirigentes do clube não voltariam atrás, a LMDT recuou em 1927, depois de ameaçar tirar banir o Palestra, e repatriou a equipe do Barro Preto, que exigiu a inclusão dos clubes integrantes da AMET no campeonato.

Na verdade, os rivais América e Atlético perceberam que a ausência do Palestra no campeonato de 26 e seu possível afastamento também em 27 não seria bons para o futebol mineiro. Passaram, assim, a pressionar a LMDT a reincluir o time do Barro Preto em seus quadros. O principal motivo da atitude de atleticanos e americanos estava no fato de o estádio do Palestra ser o grande palco do futebol estadual da época. A importância do Palestra passou a ser tanta que Atlético e América passaram a se aproveitar da influência que tinham dentro dos poderes públicos da cidade e do Estado para contratar jogadores, oferecendo-lhes residência e empregos na rede pública. Os dirigentes palestrinos, atentos às reformulações nos elencos atleticano e americano, tratou de fortalecer seu plantel trazendo jogadores do Palestra paulista. A rivalidade fez com que a colônia formasse um timaço, que viria a conquistar o tri-campeonato em 1928, 1929 e 1930, com um ataque arrasador e a consagração do artilheiro Ninão.

Ninão, Niginho e Bengala

Em 17 de junho de 1928, o Cruzeiro aplica a maior goleada de sua história: 14 a 0 sobre o Alves Nogueira de Sabará, no Barro Preto. O atacante Ninão fez 10 gols na partida e se tornou o maior artilheiro em uma só partida da história dos campeonatos organizados pela Federação Mineira

Com a goleada por 6 a 1 sobre o Villa Nova, no Barro Preto, no dia 6 de janeiro de 1929, o Cruzeiro conquistou o Campeonato da Cidade de 1928. O empate surpreendente, do Atlético com o Alves Nogueira, em 3 a 3, na preliminar, beneficiou o time cruzeirense, pois o Galo, que ainda tinha um jogo a cumprir contra o Villa Nova, ficou a três pontos na tabela de classificação e sem chances de alcançar o Cruzeiro na liderança.

Na goleada de 6 a 1 sobre o Villa Nova, em 6 de janeiro de 1929, no Barro Preto, ainda valendo pelo Campeonato da Cidade de 1928, o atacante Ninão marcou dois gols e encerrou a competição com 43 gols. A maior marca da artilharia em um só campeonato em toda a história dos campeonatos organizados pela Federação Mineira.

O título de 1928 veio pela primeira vez com confrontos diretos com Atlético e América. Tudo não havia passado, no entanto, de armação de um dirigente corintiano, descoberta bem depois. Na conquista do bi, em 1929, um sócio do clube teve a ideia de expor, na vitrine da sede do clube, a bola do último jogo do torneio, com o placar da partida gravado sobre o couro (Palestra 5 x 2 Atlético),o Cruzeiro conquista, novamente, o título do Campeonato da Cidade, mas desta vez, invicto e com 100% de aproveitamento. João Fantoni, ou simplesmente Ninão, foi o primeiro grande ídolo do Palestra, alcançando a marca de 163 gols em 130 jogos. A dupla de Fantonis partiria depois para a Itália, mas um terceiro jogador da família também faria história no clube.

Um ano após a conquista do tri-campeonato mineiro, o Palestra perdeu os jogadores Ninão e Nininho, que se transferiram para o futebol europeu, além de outros cinco astros da máquina que empolgara a torcida na recente façanha: Nereu e Rizzo haviam pendurado as chuteiras, Pires retornou para Nova Lima, Carazzo foi para o futebol paulista, e o zagueiro Bento morreu. Surgia então um novo Fantoni, o atacante Niginho, irmão de Ninão e primo de Nininho, que havia participado do time anterior, mas só agora ganharia a condição de titular.

'Ítalo Frattesi, o Bengala, que era titular do time de futebol e Aristóteles Lodi organizam as primeiras equipes de basquete e vôlei em 1930

Em março de 1931, os primos Ninão (atacante) e Nininho(lateral esquerdo), são contratados pela Lazio da Itália. Foram os primeiros jogadores do futebol brasileiro contratados pelo futebol europeu.[2]

Como era o tricampeão de 1928-1929-1930, o Cruzeiro reivindicou a Taça Liga Mineira, junto a Federação, em janeiro de 1931. Segundo o regulamento, o troféu instituído em 1922, ficaria de posse definitiva da equipe que conquistasse três vezes consecutivas ou quatro alternadas o Campeonato da Cidade. Em vista do descaso do presidente da entidade, Tomaz Neves, que também era presidente do Atlético, a diretoria cruzeirense colocou uma bola na vitrine da sede em cujo coro vinha a seguinte inscrição: Palestra 5, Atletico 2, em alusão a goleada que definiu o Campeonato de 1929.No dia 25 de fevereiro de 1931, a Federação Mineira finalmente fez a entrega da Taça Liga Mineira ao Cruzeiro e descobriu que o clube já teria direito ao prêmio, quando conquistou o título de 1929, pois em 1927, uma reforma nos estatutos da Federação diminuiu de três para dois anos consecutivos a posse definitiva do troféu. Quanto a conquista do título de 1930, a posse da taça seria temporária.

A segunda partida da decisão do Campeonato da Cidade, que deveria ser disputada no dia 6 de dezembro de 1931, no estádio de Lourdes, contra o Atlético, não acontece porque a diretoria do Galo não conseguiu acertar a contratação de um árbitro carioca para apitar a partida, conforme acordo entre os clubes. Na preliminar entre os times B, os jogadores cruzeirenses foram agredidos por torcedores do Atlético. Por causa dos incidentes a diretoria do Cruzeiro rompeu relações com o Atlético.Jogadores de Atlético e Cruzeiro à revelia de ambas as diretorias dos clubes que estavam em litígio organizam amistosos em nome da paz entre os clubes. O primeiro em 27 de dezembro de 1931, no estádio de Lourdes, terminou empatado em 1 a 1.

Em 1932, Cruzeiro, América, Atlético, Florestina e Associação Mineira de Moços-AMA, fundam a Federação Mineira de Basquete. O Cruzeiro sagrou-se o primeiro campeão de Belo Horizonte com a seguinte formação: Bengala, China, Manoel, Bolão, Bruno e Quinquim. Bengala que já havia sido tricampeão da cidade de futebol, também se tornou campeão de basquete como jogador e técnico

O atacante Niginho é contratado pela Lazio, da Italia, em julho de 1932.

No dia 23 de maio de 1933, Cruzeiro, Atlético, Villa Nova e Siderúrgica adotam o regime profissional. Ambos se desfiliaram da Confederação Brasileira do Desporto-CBD, que não admitia o futebol profissional e passaram a fazer parte da Federação Brasileira de Futebol-FBF, que foi criada pelos clubes profissionais do país naquele ano. A FIFA não reconheceu a FBF.O Cruzeiro venceu o clássico contra o Atletico por 2 a 1, em 28 de maio de 1933, no Barro Preto. Foi o primeiro jogo da era do regime profissional

Após a goleada de 4 a 1 sofrida para o Tupybambas, em Juiz de Fora, pelo Campeonato Mineiro, em 1 de outubro de 1933, o diretor Nello Nicolai, do Cruzeiro, denunciou o árbitro Cid Roso de ter sido subornado para manipular o resultado o jogo. Semanas após a partida, o árbitro foi flagrado por dirigentes do Atlético e do Siderúrgica, no bar Tip Top, em Belo Horizonte, pedindo dinheiro para manipular o resultado de um jogo. O árbitro foi banido do futebol mineiro.

Em 1933, o profissionalismo chega ao futebol. O Palestra, bem enfraquecido, não conseguia repetir o sucesso do final da década de 20, quando tinha um timaço. As suas estrelas se limitavam ao goleiro Geraldo Cantini e aos atacantes Piorra, Bengala e Armandinho. A intenção do grupo era mudar o nome do clube que já havia deixado de ser uma associação exclusiva da colonia italiana e por isso não havia mais sentido em se usar o nome Itália. A ideia sofreu resistências mas acabou ganhando aliados.

Em 2 de dezembro de 1934, Cruzeiro e Atlético marcaram um amistoso no Barro Preto. Antes do início da partida, uma chuva forte deixou o campo alagado e impraticável para o futebol. Por causa do grande público que compareceu ao estádio, os clubes decidiram fazer um jogo de 55 minutos de duração. Estranhamente, o árbitro José Pedro Rizzo (ex-jogador do Cruzeiro) anulou um gol marcado por Carlos Alberto (Cruzeiro) e Lola (Atlético), alegando que as poças d’água haviam atrapalhado os goleiros. No dia seguinte, os dirigentes de ambos os clubes admitiram, publicamente, que orientaram o árbitro a anular gols de qualquer natureza.

Em março de 1935, o atacante Niginho que havia sido convocado pelo exército italiano para a guerra na abissínia, foge para o Brasil. Vários dirigentes de clubes cariocas estiveram presentes no desembarque do jogador no Rio de Janeiro, mas Niginho recusou todas as propostas e optou em voltar ao Cruzeiro justificando que ele era uma extensão do clube.

Em 31 de março de 1935 o Cruzeiro estreou no Campeonato da Cidade contra o Retiro, de Nova Lima, no Barro Preto. O jogo teve a presença de dois árbitros em campo: Dunorte André e Edgar Pernambuco. Cada um era responsável por uma metade do campo. A experiência da Federação Mineira foi extinta no returno do Campeonato.

Jogadores e dirigentes do Cruzeiro foram vítimas de um massacre no estádio da Praia do Ó, em Sabará, em 2 de junho de 1935, numa partida pelo Campeonato da Cidade. Na metade do segundo tempo, quando o time sabarense vencia por 7 a 3, torcedores invadiram o campo dando início a uma série de agressões aos atletas cruzeirenses. Após vários minutos de interrupção, o jogo recomeçou e o Cruzeiro ainda diminuiu o placar marcando mais dois gols. Durante a semana, as relações com o Siderúrgica foram rompidas. O saldo foi de mais de 20 feridos, entre jogadores, comissão técnica e torcedores.

Em maio de 1936, o Cruzeiro inaugura a sua quadra de basquete.Em 28 de outubro de 1936, o Cruzeiro decide desfiliar-se da Federação Mineira sob a alegação de que estava sendo perseguido pelos poderes da entidade. Consequentemente, abandona o Campeonato da Cidade que ainda estava em andamento.

Nos dias 9 de novembro, Cruzeiro e América (que também havia abandonado o Campeonato e se desfiliado da Federação Mineira) decidem retornar a Confederação Brasileira do Desporto-CBD e abandonam a Federação Brasileira de Futebol-FBF.

Com o retorno do Cruzeiro a CBD, que era reconhecida pela FIFA, o atacante Niginho foi convocado para a Seleção Brasileira para a disputa do Campeonato Sulamericano, na Argentina, em dezembro de 1936.O Brasil estreou no Campeonato Sulamericano com uma vitória por 3 a 2 sobre o Peru, no estádio La Bombonera, em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936. O atacante Niginho, do Cruzeiro, tornou-se o primeiro jogador de um clube mineiro a jogar e a marcar um gol pela Seleção Brasileira.

O departamento de basquete é reorganizado em 1938.Um grupo de sócios, dirigentes e atletas formam a ala renovadora em 30 de setembro de 1939. A proposta principal do grupo era nacionalizar o clube e alterar o nome Palestra Itália e as cores da bandeira italiana no uniforme por símbolos brasileiros.

Palestra Itália torna-se Cruzeiro

A má fase Palestrina só teve fim no ano de 1940, quando o time voltou a conquistar o título mineiro. Após muita confusão durante a competição, o time decidiu o campeonato com o Atlético, já em 41, numa melhor de três. O Palestra venceu a primeira partida por 3 x 1, e o Atlético deu o troco, fazendo 2 x 1 no segundo jogo. No terceiro e último duelo, Nibinho e Alcides fizeram os gols que garantiram a vitória por 2 x 0 e o título do Campeonato. Esta seria a última partida do time com o nome de Sociedade Esportiva Palestra Itália.

Em janeiro de 1941, toma posse o presidente Ennes Ciro Poni, que era um dos integrantes da Ala Renovadora. Ele inicia o processo de reorganização e nacionalização do clube.Com a Segunda Guerra Mundial, em 1941, o Governo Brasileiro declarou guerra aos países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Estádio do clube sofreu ameaça de ser incendiado, salvando-se graças à intervenção da Polícia Militar. Em 30 de janeiro de 1942,neste dia então o Palestra Itália passou a se chamar Palestra Mineiro, a situação ficou insustentável, e o Palestra teve o mesmo destino do seu homônimo paulista: foi obrigado a mudar de nome, pois o governo federal decretou uma lei proibindo o uso de termos que fizessem referência a algum dos países do Eixo. A ideia de se transformar o clube numa entidade totalmente brasileira só foi concretizada em 29 de setembro de 1942, quando numa no dia 2 de outubro de 1942,o presidente Ennes Ciro Poni convocou uma assembléia geral reunindo a diretoria,foi aprovada uma nova mudança no nome do clube que passou a se chamar Ypiranga.

Entre os dias 3 e 7 de outubro de 1942 os jornais da cidade passaram a se referir ao clube como Ypiranga, porque pensavam que o nome sugerido pelo presidente Ennes Ciro Poni é o que seria aprovado na assembléia.Na assembléia geral, em 7 de outubro de 1942, os conselheiros e sócios mantiveram o regime profissional e aprovaram a sugestão de se alterar o nome e as cores do clube. Foram sugeridos nomes como Yale e Ypiranga, mas Cruzeiro Esporte Clube acabou sendo escolhido em homenagem ao símbolo maior da pátria brasileira, a constelação do Cruzeiro do Sul. O uniforme passou a ser azul, em homenagem a cor oficial da residência da realeza italiana, a Casa de Savoia. Assim, o clube passou a ostentar os símbolos das duas pátrias e que, inclusive, eram presentes nos uniformes das seleções esportivas de ambos os países. No entanto, o clube continuou jogando com o nome e o uniforme do Palestra Mineiro até 1943.

Em 17 de dezembro de 1942, Mário Grosso foi eleito pelo Conselho para presidente do Cruzeiro (era o primeiro desde o surgimento do novo nome). O primeiro jogo da equipe com o nome Cruzeiro aconteceu no final de 1942, diante do América. O nome deu sorte, e o Cruzeiro venceu por 1 x 0, gol de Ismael.

O Cruzeiro sagrou-se o primeiro campeão da categoria júnior de Minas Gerais. Após golear o Sete de Setembro por 5 a 1, na última rodada, em 5 de dezembro de 1943, o time estrelado levantou o primeiro caneco da categoria. O time revelou o zagueiro Duque e o atacante Alvinho.Com a goleada por 5 a 1 sobre o Siderúrgica, no estádio da Praia do Ó, em Sabará, em 19 de dezembro de 1943, o Cruzeiro confirmou o título de campeão da cidade. A torcida cruzeirense alugou um trem especial para a cidade vizinha sendo chamado de "Trem da vitória".Em 10 de setembro de 1944, o Cruzeiro sagrou-se bicampeão da categoria júnior ao derrotar o Siderúrgica na última rodada.

O Cruzeiro venceu o Siderúrgica por 2 a 1, no estádio da Alameda, em 21 de janeiro de 1945, e conquistou o bicampeonato da cidade de 1943-1944 com uma rodada de antecipação.

O time juvenil de basquete sagrou-se campeão metropolitano de 1944

Em 1945, o cartunista Mangabeira (Fernando Pieruccetti), do jornal Folha de Minas, criou as mascotes dos clubes que disputavam o campeonato da cidade. Ele escolheu uma Raposa para representar o Cruzeiro, devido a astúcia do clube em descobrir jovens talentos do nosso futebol antes dos rivais.

Reinaguração do Estádio

Geraldo II goleiro,fez 34 defesas na final do mineiro 1944,ajudando time o ser campeão

Apesar da estreia do nome Cruzeiro ter sido no final de 1942, foi só em 1943 que o time passou a usar o novo uniforme: camisas azuis, com golas brancas, calções brancos e meias em azul e branco. O símbolo agora era a Constelação do Cruzeiro do Sul. A estreia deu-se num amistoso diante do São Cristóvão, do Rio de Janeiro. Além dos novos atletas, continuavam no elenco grandes jogadores, como Alcides e Geraldo II. O novo time era melhor que o anterior e conquistou o título do Campeonato Mineiro de 43, o primeiro da Era Cruzeiro. Ninguém retratava melhor estas dificuldades e a determinação dos cruzeirenses (ex-palestrinos) do que um brasileiro chamado Geraldo Domingos e, para nós cruzeirenses, imortalizado como Geraldo II.

Ele, como pedreiro, trabalhara, muitas vezes de graça, construindo com suas próprias mãos e suor, no Barro Preto, o Estádio JK. No campeonato de 1944 Geraldo II nos brindaria com sua maior apresentação, o Cruzeiro vinha em segundo no campeonato e revolucionara o futebol regional com um esquema onde todos ajudavam na marcação.

O simpático Siderúrgica de Sabará era uma das potências do Estado à época e naquela partida decisiva do campeonato viera com tudo buscando superar o Cruzeiro e seguir rumo ao título. Jogo começara e logo a Siderúrgica veio para cima e logo no primeiro ataque contra o gol de Geraldo II, o "Esquadrão de Ferro" balançou as redes do Cruzeiro, foi um bombardeio à meta do Geraldo II, 34 defesas durante a partida, número que impressiona. O time bairro preto conseguiu, heroicamente, virar aquele jogo. Depois, aos 39 minutos do segundo tempo, Niginho recebeu passe de Ismael e com um toque de craque colocou a bola no canto esquerdo do gol de Princesinha revertendo o placar.

Em 1º de julho de 1945, o Cruzeiro estreia seu novo estádio. O gramado também sofreu alterações, com a implantação do novo sistema de drenagem. O jogo de inauguração do estádio Juscelino Kubitschek, nome dado em homenagem ao então prefeito de Belo Horizonte, foi contra o Botafogo: empate em 1 x 1, com gols de Niginho para o Cruzeiro e Heleno de Freitas para o alvinegro.

No dia 21 de novembro do mesmo ano, foram inaugurados os refletores do estádio. O Cruzeiro recebeu o América-RJ e não foi exatamente um bom anfitrião, goleando os cariocas por 4 x 0, com 3 gols de Braguinha e um de Niginho.Seu portão de entrada,ainda continua igual na entrada da sede Urbana do Cruzeiro Esporte Clube.

Em 3 de janeiro de 1946, o Cruzeiro empatou em 2 a 2, com o Libertad, do Paraguai, no Barro Preto. Foi o primeiro jogo do clube contra uma equipe do exterior. Os paraguaios vinham invictos de uma excursão a São Paulo.[3]

Por iniciativa do diretor José Fialho Pacheco, o clube passou a alugar um trem para os torcedores acompanhar os jogos do time pelo interior no Campeonato da Cidade. O "Trem da Vitória", como passou a ser chamado, duraria até o início dos anos 1960 e a sua estreia foi na partida contra o Siderúrgica, em 24 de março de 1946, no estádio da Praia do Ó, em Sabará.

Crise financeira

A partir de meados da década de 40, após os títulos de 1943, 1944 e 1945, o Cruzeiro entrou numa grave crise financeira, mergulhado num mar de lama. O difícil para esses jovens era como atuar muito perto da direção do clube. A solução encontrada, que parecia poder ajudar o Cruzeiro a sair do fundo do poço, era a prática de esportes especializados.

Mas, apesar do fortalecimento de outros esportes, é claro que o futebol do 'Cruzeiro continuou na ativa, participando dos campeonatos estaduais, porém sem grandes conquistas. O destaque do time dessa vez não estava no ataque, mas no gol: era o experiente goleiro Geraldo II.

Sede Social

Clube sede do Cruzeiro, em Belo Horizonte

Depois do sucesso do chamado esporte especializado do Cruzeiro, o pessoal do futebol passou a dar importância à Ala Jovem, permitindo que seus membros entrassem para o Conselho Deliberativo do clube. Em meio à crise financeira, a presidência cruzeirense ficou vaga, com a saída de José Greco. A Ala Jovem, atuando dentro do clube, dava início ao projeto de construção de uma Sede Social para o Cruzeiro, com a ajuda novamente da Loteria do Estado, que havia liberado verba para a construção do prédio. No final de 1954, a construção da Sede Social do Barro Preto foi finalizada, já no mandato de Eduardo Bambirra (terceiro presidente do clube em 54). Confirmando os planos da Ala Jovem, a Sede Social veio como uma salvação para o clube. No final das contas, o Cruzeiro acabou reconquistando o título de campeão mineiro, que não obtinha desde 1945. Mas tudo acabou, no final, em pizza. Apesar de ter sido declarado campeão de 1956 pela Justiça, em 1958 o Cruzeiro aceitou dividir o título com o ainda inconformado Atlético.

Duas facções passaram a disputar o poder no Cruzeiro, no final dos anos 50. Uma corrente era a do Barro Preto, formada por pessoas ligadas ao esporte especializado. A outra era dos chamados oriundi, onde sobressaíam Antonino Pontes, Hélio Volpini, Carmine Furletti e Felício Brandi, homens ligados ao futebol do clube. O time foi reformulado, recebendo jogadores vindos do interior e da várzea, casos dos zagueiros Procópio e Massinha, do meia-direita Nelsinho e do atacante Gradim, entre outros. O Cruzeiro conquistou o título de 1959. Em 1960, estreando um novo uniforme, com pequenas modificações, o Cruzeiro conquistou o bicampeonato.

Era Felicio Brandi

Em 1961, Felício Brandi assume a presidência do clube, em substituição a Antonino Pontes. O time, até então conhecido nacionalmente, passaria a se notabilizar no cenário internacional. Já no primeiro ano no comando do clube, o presidente viu seus atletas conquistarem mais um tricampeonato para a história cruzeirense. A construção da sede Campestre foi feita com a venda de cotas que garantiram o início das obras. A inauguração ocorreu em 1961. O clube havia ganho um terreno da Prefeitura no final dos anos 40 e ainda não construíra nada no local. Em 1961, a primeira parte da Sede Campestre ficou pronta, já com 4 000 associados.

Em 1964, começou a ser formado o maior time do Cruzeiro de todos os tempos, que mais tarde viria a conquistar diversos títulos importantes. O sonho do presidente Felício Brandi era o de transformar o Cruzeiro em uma equipe tão forte e competitiva quanto o Santos de Pelé. Naquele ano de 64, chegaram ao Cruzeiro o zagueiro William e o meia Hilton Chaves, que pertenciam ao América, e o jovem Wilson Piazza, do Renascença. O técnico Marão foi responsável pela descoberta de muitos craques, mas foi substituído por Aírton Moreira, depois que o seu time fracassou no Estadual daquele ano. Aírton foi testando os jogadores e montando a fabulosa equipe que pouco tempo depois escreveria as mais belas páginas do Cruzeiro no mundo do futebol brasileiro e internacional.

Era Mineirão

Mineirão entrance

A partir de meados da década de 60, mais precisamente 1965, o Cruzeiro começa a surgir no cenário nacional e internacional como uma grande potência. A história do clube pode ser dividida entre antes e depois daquele ano. O curioso é que essa data permite também a divisão da história do futebol mineiro, pois também em 1965 é inaugurado o estádio José de Magalhães Pinto, o Mineirão. O Campeonato Mineiro de 1965 teve início no mês de julho, dois meses antes da inauguração do Mineirão. Até então, o Cruzeiro não havia engrenado e fazia uma campanha irregular no certame. Depois da inauguração, tudo mudou. Como que inspirado no novo estádio, o time se transformou, passando a desfilar um futebol empolgante. A diretoria cruzeirense, trabalhando em sintonia com o time campeão de 1965, investiu ainda mais para a temporada de 66, fortalecendo a equipe. Trouxe o zagueiro Cláudio, que atuava no Grêmio, o atacante Evaldo, jogador do Fluminense, e o goleiro Raul, até então um mero reserva do São Paulo. Raul foi para o Cruzeiro graças à negociação do colega Fábio, que saira transferido para Tricolor paulista. O presidente Felício Brandi recebeu informações sobre o goleiro reserva do Morumbi e, por meio de uma ligação para Vicente Feola, responsável pelo futebol do São Paulo, acertou a contratação do jovem goleiro. Primeiro veio a conquista do bicampeonato mineiro. O Cruzeiro sobrou no estadual, conquistando o título com duas rodadas de antecedência. O clube fez uma ótima campanha na Taça Brasil até chegar às finais, quando enfrentaria o temível Santos. Na primeira partida, o Cruzeiro arrasou os paulistas, fazendo um surpreendente 6 x 2 no Mineirão. O primeiro passo já havia sido dado, mas havia ainda o jogo em São Paulo. Os garotos cruzeirenses precisavam arrancar ao menos um empate na Terra da Garoa para ficar com a Taça.Todos acreditavam que a derrota humilhante do último jogo seria devolvida. A confiança era tanta que no intervalo da partida, dirigentes paulistas procuraram o presidente do Cruzeiro para marcar a terceira partida para o Maracanã. O técnico Aírton Moreira utilizou a atitude prepotente dos paulistas como estímulo aos seus jogadores. Após perder o primeiro tempo por 2 x 0, o Cruzeiro se recuperou na segunda etapa. Os gols dos mineiros foram marcados por Tostão, Dirceu Lopes e Natal, enquanto Pelé e Toninho fizeram para o time da casa. A conquista foi de tamanha repercussão que, no ano seguinte, o Torneio Rio-São Paulo teve que abrigar clubes de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, criando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o "Robertão", embrião do atual Campeonato Brasileiro. Ainda em 1967, devido à Taça Libertadores da América, o Cruzeiro disputa sua primeira partida oficial no exterior, contra o Deportivo Galicia, da Venezuela, em Caracas, vencendo por 1 a 0.

Nesse período, surgem os primeiros grandes ídolos do clube: Tostão, Dirceu Lopes, Wilson Piazza e Raul Plassmann. Em 1966, Tostão foi o primeiro jogador de um clube mineiro a disputar uma Copa do Mundo. Em 1970, quatro jogadores conquistam o Tri pela Seleção: Tostão, Piazza, Fontana e Brito (ex-Vasco da Gama). O Campeonato Mineiro de 1967 foi um dos mais disputados da década, com o Atlético chegando a abrir cinco pontos na frente da Raposa, que se recuperou no final e conseguiu terminar a primeira fase empatada com o seu grande rival. A decisão do Estadual aconteceu no início de 1968 e colocou frente a frente os dois mais tradicionais times do Estado. Pela primeira vez, Atlético e Cruzeiro faziam uma final no Mineirão. O time de Tostão, Dirceu Lopes e companhia voltava a fazer o Cruzeiro tricampeão Mineiro.

Torcida “China Azul”

Torcida da Máfia Azul em jogo do Cruzeiro no Mineirão.

Com a conquista da Taça Brasil de 1966 e do pentacampeonato mineiro de 1965 a 1969, o clube passou a ter a maior torcida do estado. Era tão visível o aumento progressivo da torcida cruzeirense que o então escritor Roberto Drummond, que era atleticano, comparou o aumento ao índice demográfico anual da China, que é o país mais populoso do mundo, fazendo com que a crônica esportiva mineira passasse a se referir à massa cruzeirense como a “China Azul”.

E, após o título da Taça Libertadores de 1976, a paixão pelo Cruzeiro ultrapassou as fronteiras de Minas Gerais e o time comandado por nomes como Raul, Nelinho, Palhinha, Joãozinho e Zé Carlos passou a ser um dos clubes mais respeitados do futebol mundial.

O time dos sonhos

A década de 70 começou com o Cruzeiro perdendo a hegemonia no Estado. Depois da conquista do pentacampeonato de 1965 a 1969, o time foi superado nos campeonatos de 1970 e 1971. Mesmo assim, a equipe não perdeu a sua força, pois contava agora com com a habilidade de Palhinha, Nelinho, Joãozinho, Roberto Batata e um reforço argentino, considerado um dos melhores zagueiros do mundo: Roberto Perfumo. O Cruzeiro recuperou seu prestígio em Minas Gerais, vencendo a maior competição do Estado novamente em 1972, 1973 e 1974, mais um tricampeonato.

Enquanto a equipe cruzeirense conquistava os títulos estaduais, a diretoria tratava de engrandecer ainda mais o clube. A intenção do presidente Felício Brandi de fazer do time um dos melhores do país já era realidade, mas nem por isso se dava por satisfeito. No dia 3 de fevereiro de 1973, foi inaugurada a Toca da Raposa, o mais completo e moderno centro de treinamentos do Brasil. Com a inauguração da Toca, o Cruzeiro foi o primeiro clube mineiro a organizar um departamento médico especializado para dar assistência aos jogadores de futebol. O tetracampeonato Mineiro em 1975, quando a equipe jogou parte da competição com o Expressinho da Vitória, um time misto, viria novamente dar alegria aos torcedores azuis.

O vicecampeonato no Brasileiro de 1975 rendeu ao Cruzeiro mais uma participação na Copa Libertadores da América, no ano seguinte. Pela terceira vez, a equipe mineira chegava ao mais tradicional torneio das Américas. Com uma campanha impecável, o Cruzeiro atropelou seus adversários e chegou à decisão contra o River Plate, da Argentina. O Cruzeiro sagrou-se campeão, proporcionando à torcida a maior alegria desde a fundação do clube, nos longínquos anos 20. O título da Libertadores, dedicado ao atacante Roberto Batata, veio coroar o trabalho do presidente Felicio Brandi, que fez do Cruzeiro um celeiro de craques desde a década de 60.

Passada a alegria do título da Libertadores, era hora de pensar na disputa do título mundial. O Cruzeiro enfrentou o alemão Bayern Munique. A primeira partida foi na Alemanha, em pleno inverno, e os mineiros acabaram não resistindo ao jogo dos europeus. O Bayern, de Beckenbauer, Müller,Rummenigge e Mayer, foi superior e fez 2 x 0. No jogo de volta, realizado no Mineirão para quase 115 mil pessoas, o Cruzeiro pressionou sem conseguir vencer o goleiro Seep Mayer, o maior do mundo na época. O placar de 0 x 0 deu o título aos alemães, e a tristeza tomou conta da frustrada torcida.

Em 1977, o Cruzeiro teve que se contentar com o título mineiro. O Atlético era dono de um elenco forte, e as dificuldades aumentaram com o desânimo pela eliminação na Libertadores. A força atleticana foi comprovada na primeira partida, com o placar de 1 x 0, mas o Cruzeiro não se entregou e buscou a recuperação no segundo jogo. Venceu por 3 x 2, de virada, com três gols do atacante Revetria. No terceiro e decisivo duelo, a Raposa provou que não estava morta e fez 3 x 1, na prorrogação.

A grande máquina do Cruzeiro chegou ao fim no crepúsculo dos anos 70 e início da década de 80. Os jogadores foram se debandando. Palhinha, Jairzinho e o treinador Zezé Moreira já haviam saído depois da conquista do Mineiro de 1977. Raul foi vendido ao Flamengo, mesmo ano que o Guarani levou Zé Carlos. No início de 1980 só restavam no time Joãozinho e Palhinha, que retornara do futebol paulista. Neste momento, o Cruzeiro era reconhecido como uma potência mundial. O ano de 1984 foi também aquele em que a família Masci assumiu o comando do clube, com a posse de Benito Masci, em substituição a Carmine Furletti. As estrelas das décadas de 60 e 70 davam lugar a um time mediano, com poucos destaques. Em 1987, com uma equipe formada basicamente nas divisões de base, com contratações de pouco impacto, o Cruzeiro venceu o Atlético nas finais. Após empate de 0 x 0 no primeiro jogo, uma vitória celeste por 2 x 0 na segunda partida selou a decisão. O destaque do time foi o ataque, formado por Róbson, Careca e Édson. No meio de campo, Douglas e Ademir ditavam o ritmo. Na final, o time bateu o Atlético por 1 x 0, gol de Careca.

O Bicampeonato da Supercopa

A Supercopa libertadores foi a melhor das competições organizadas pela Confederação Sulamericana, além da Copa Libertadores da América e que deixou muitas saudades entre os torcedores argentinos, uruguaios e brasileiros. O torneio reuniu entre 1988 e 1997 os campeões da Libertadores.A edição de 1991 foi a quarta da Supercopa e contou com um novo participante, o Colo Colo, do Chile, que havia conquistado a Libertadores no mesmo ano e que acabou sendo o primeiro adversário do Cruzeiro.A Supercopa libertadores começou no mês de outubro e o Cruzeiro buscava se reabilitar na temporada.O time campeão estadual no ano anterior foi reforçado para a temporada de 1991, com as chegadas de Charles e Nonato. Apesar de perder a disputa regional para o arquirival. A confiança e o bom futebol foram resgatados com as contratações do treinador Enio Andrade e do ponteiro direito, Mário Tilico, que havia sido o herói do São Paulo, na conquista do título brasileiro, ao marcar o gol tricolor na decisão contra o Bragantino.[4]

A diretoria cruzeirense promoveu o jogo da estréia, no Mineirão, em 2 de outubro, espalhando outdoors na capital convocando a torcida para o desafio contra o campeão da Libertadores e até os ingressos foram personalizados com os escudos dos dois times, o que não era comum naquela época. Mais de 60 mil cruzeirenses responderam ao desafio e encheram o Mineirão. O Cruzeiro dominou toda a partida, mas não conseguiu traduzir a superioridade em gols e o placar não saiu do zero.Após o jogo, o presidente César Masci reclamou do árbitro Juan Carlos Crespi por ter anulado um gol do zagueiro Adilson, enquanto o técnico do Colo Colo, Mirko Jozic, protestou contra os coros de baixo calão da torcida do Cruzeiro.

No jogo da volta em Santiago, em 9 de outubro, as equipes fizeram um jogo aberto e com lances de gols para cada lado, mas novamente terminou empatada sem gols. Os torcedores do Colo Colo sequer imaginavam que aquela seria a primeira de uma série de eliminações que o Cruzeiro iria impor ao time chileno nas competições sul-americanas.O Nacional, de Montevidéu, que havia eliminado o Boca Juniors, na fase de oitavas de final, foi o adversário do Cruzeiro nas quartas de final.Com a eliminação do Grêmio pelo River Plate nas oitavas de final, restaram apenas o Cruzeiro, o Santos e o Flamengo como representantes brasileiros na disputa.

O primeiro contra os uruguaios jogo foi no dia 16 de outubro, no Mineirão, e a dupla de ataque Charles e Mário Tilico, brindou os 60 mil cruzeirenses presentes com uma exibição antológica.O Cruzeiro imprimiu um ritmo forte no início do jogo e abriu uma vantagem de 2 a 0, no primeiro tempo. Charles marcou duas vezes. Aos 7 minutos, o goleiro Seré rebateu uma cobrança de falta e o camisa 9 não perdoou. Aos 20 aproveitou um passe de Tilico, após uma avançada rápida pela ponta direita.O time uruguaio passou a cadenciar o jogo e a valorizar a posse de bola, pois acreditavam que poderiam reverter a vantagem em Montevidéu, mas aos 35 minutos do segundo tempo, o meia Boiadeiro driblou um marcador e da intermediária mandou um bola indefensável no ângulo esquerdo. Nos minutos finais, em outra arrancada de Tilico pela ponta direita, Charles aproveitou o cruzamento para a área e fechou a goleada de 4 a 0. A dupla saiu consagrada do Mineirão.“Foi fácil entrosar com o Tilico. Ele era velocista, do jeito que a torcida gostava, e tanto naquela partida, com em toda a campanha, nossa sintonia foi muito boa”, recordou o centro-avante Charles, que atualmente é o secretario de esportes da prefeitura de Itapetinga-BA.O Nacional abriu o placar, aos 26 minutos, com um gol do experiente atacante Cabrera, mas só chegou ao segundo gol, graças a marcação de um pênalti duvidoso, aos 29 do segundo tempo, que foi convertido por Venancio Ramos.A conivência do trio de arbitragem paraguaio com o anti-futebol e a violência dos jogadores do Nacional transformou a partida, aparentemente fácil, num verdadeiro drama para o time cruzeirense. Os bandeirinhas fingiam não ver nada e o árbitro mandava seguir a pelota”, recorda o ex-meia Luiz Fernando, que hoje trabalha como auxiliar-técnico do Goiás.Aos 45 minutos o Nacional marcou o terceiro gol com Nuñez e, inexplicavelmente, a arbitragem deu quatro minutos de descontos, mas o Cruzeiro segurou o resultado e conquistou a classificação.“Levamos socos e cotoveladas fora da disputa pela bola. Além da qualidade dos times, que tinham jogadores das Seleções de seus países, a arbitragem era sempre contra nós”, recorda o ex-atacante Mario Tilico, que atualmente trabalha como técnico.

Após passar pela batalha de Montevidéu, o adversário do Cruzeiro na semifinal foi o Olimpia, que havia eliminado o Independiente, da Argentina, nas quartas de final. Com as eliminações do Flamengo pelo River Plate e do Santos para o Peñarol nas quartas de final, o Cruzeiro passou a ser o único representante do futebol brasileiro na disputa.

A primeira partida contra o Olimpia foi disputada no Mineirão, no dia 31 de outubro e, mais uma vez, a torcida cruzeirense encheu o Mineirão, para empurrar o time para a final. O ponta esquerda Marquinhos abriu o placar, logo aos 10 minutos, numa tentativa de cruzar a bola para a área, que acabou entrando no ângulo do gol defendido pelo goleiro Battaglia. No segundo tempo, o treinador Aníbal Ruiz' colocou em campo o astro Romerito, aquele que foi campeão brasileiro de 1984, pelo Fluminense e que até hoje é considerado como um dos maiores ídolos da torcida tricolor. Ele voltava ao futebol paraguaio, após duas temporadas no Barcelona, da Espanha. Os paraguaios equilibraram o jogo e, aos 25 minutos do segundo tempo, Guirland empatou a partida.O jogo terminou com o placar de 1 a 1, muito comemorado pelos jogadores do Olimpia. Já os cruzeirenses saíram de campo lamentando as várias chances de gol desperdiçadas. Todos os jogadores eram muito técnicos e jogávamos com a bola no chão, como é a tradição no Cruzeiro. Era incrível como conseguíamos criar tantas chances de gol contra equipes de alto nível técnico, como naquela partida contra o Olimpia e nas outra pela Supercopa”, recorda o ex-atacante Charles.

O jogo da volta foi disputado no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no dia 6 de novembro. Ênio Andrade surpreendeu ao escalar o volante Andrade no lugar do atacante Marquinhos, mas mesmo assim o time manteve a ofensividade. Com a expulsão do zagueiro Paulão, no segundo tempo, Ênio surpreendeu de novo e trocou o meia Luiz Fernando pelo veloz atacante Paulinho, para puxar os contra-ataques.A partida teve lances de gol de lado a lado, mas o placar não saiu do zero e o Cruzeiro, novamente, decidiu a vaga na disputa de tiros livres. Guirlan desperdiçou a primeira cobrança do Olimpia, enquanto o Cruzeiro aproveitou todas e venceu por 5 a 3.

Assim como aconteceria com o Colo Colo, esta também foi a primeira de uma série de eliminações que o Cruzeiro iria impor ao Olimpia nas competições sul-americanas e foi na imprensa paraguaia que o time estrelado ganhou a referência de “La Bestia Negra”.

A decisão da Supercopa foi contra o River Plate, que vinha sendo o algoz dos times brasileiros, ao eliminar o Grêmio nas oitavas e o Flamengo nas quartas. Os argentinos chegaram a final após passarem pelo Peñarol, na semifinal.O primeiro jogo da final foi em Buenos Aires, no dia 13 de novembro, e o River conquistou um placar de 2 a 0, com um gol de pênalti do zagueiro Rivarola, aos 31 minutos e outro de cabeça do lateral esquerdo Higuaín, aos 45 minutos. Um resultado confortável que poderia ser facilmente mantido para o segundo jogo. “Vai ser difícil, embora temos demonstrado que nos damos muito bem neste tipo de decisão”, previa o atacante Ramon Medina Bello, na saída de campo, após a vitória por 2 a 0.No jogo da volta, em Belo Horizonte, o time de Ênio Andrade precisava devolver a vitória por dois gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis.O otimismo da torcida e do plantel “milionário” (como são chamados torcedores e jogadores do River Plate) se justificava pelas campanhas na Supercopa e no Torneio Apertura do Campeonato Argentino, que havia conquistado com quatro rodadas de antecedência. “O Ênio Andrade foi fundamental na preparação da equipe para o segundo jogo. Ele nos convenceu de que era possível reverter o resultado e passou muita confiança para a gente”, recorda o ex-atacante Charles.O que ninguém poderia imaginar é que o Cruzeiro aplicaria um dos maiores bailes sobre o River Plate. O time imprimiu um ritmo alucinante do primeiro ao último minuto de jogo e com um toque de bola envolvente, transformou o onze milionário num mero espectador.O volante Ademir abriu o placar aos 34 minutos, ao desviar de cabeça uma cobrança de escanteio. Segundo uma estatística levantada pela revista El Grafico, da Argentina, o lance do gol de Ademir foi a 13ª das 18 chances de gol criadas pelo Cruzeiro, somente, no primeiro tempo.O show de bola continuou na segunda etapa e, aos seis minutos, Mario Tilico ampliou ao desviar para gol, um lançamento do meia Macalé, que havia entrado na vaga de Luiz Fernando, que saiu machucado no primeiro tempo. O gol do título foi aos 29 minutos, numa arrancada de Charles que partiu com a bola, desde o meio de campo, e terminou com o toque final de Tilico para as redes. “Acho que foi a única vez que fiz uma jogada como aquela”, recorda o ex-atacante Charles.Ninguém acreditava que o Cruzeiro pudesse reverter aquele resultado e a torcida do River não se conforma até hoje”, recorda o ex-lateral esquerdo Sorin, que na ocasião jogava nas categorias de base do River.

Aquele jogo é tratado na Argentina como “la pesadilla del Mineirao (o pesadelo do Mineirão)”.O Cruzeiro, com uma ótima campanha, chegou ao título da Supercopa dos Campeões da Libertadores.A atuação de Charles impressionou o astro Maradona, que acompanhou as finais. No ano seguinte, o meia do Napoli, da Itália, pagou 1,2 milhão dólares do próprio bolso pelo jogador e o cedeu ao Boca Juniors. “Se não posso jogar no Boca, que jogue este fenômeno”, justificou o ídolo argentino.“Aquele título representou uma nova era no Cruzeiro, que já tinha um título Brasileiro e uma Libertadores, mas há muitos anos não conquistava um título de expressão. Cresceu estruturalmente, formou times fortes e ganhou títulos em sequência”, analisa o ex-camisa 10, Luiz Fernando.

Em 1992, contando com estrelas do futebol brasileiro, entre elas Renato Gaúcho, Luizinho e Roberto Gaúcho, além do treinador Jair Pereira, a equipe estrelada conquistou o Campeonato Mineiro e o bi da Supercopa. Na competição Sul-Americana, o Cruzeiro passou por Nacional de Medellín, River Plate e Olímpia, antes de enfrentar o Racing na final.

Ronaldo: da Toca para o mundo

No primeiro semestre de 1993, o Cruzeiro confirmou a sua condição de time copeiro, conquistando a Copa do Brasil em cima do Grêmio. O empate no Olímpico, em 0 x 0, e a vitória miniera em Belo Horizonte por 2 x 1 garantiram à Raposa o título do torneio.

No segundo semestre de 1993, um novo talento surgia na Toca, despontando para o futebol mundial e a caminho de tornar-se o maior jogador do planeta. O garoto Ronaldo, de apenas 16 anos, começou a despertar o interesse de clubes e empresários de todo o mundo com suas atuações no Campeonato Brasileiro e na Supercopa de 1993. Em 14 jogos disputados pelo Brasileiro de 1993, Ronaldo marcou 12 gols. O atacante continuou balançando as redes no primeiro semestre de 94, quando a Raposa faturou o Campeonato Mineiro diante do Atlético, que havia montado um supertime, batizado de “Selegalo”. Na final do Estadual, o experiente time atleticano se curvou diante do jeito moleque de jogar da nova sensação do futebol brasileiro. Com 3 gols de Ronaldo, o Cruzeiro fez 3 x 1 no Galo e ficou com mais um título. O rápido sucesso do atacante e a sua convocação para a Seleção, acabaram tirando-o da Toca. O Cruzeiro vendeu seu passe para o PSV Eindhoven, da Holanda, por US$ 6 milhões, quantia irrisória perto do que passou a valer o supercraque brasileiro.Com a venda de Ronaldo para o futebol europeu, o Cruzeiro não conseguiu repetir o desempenho apresentado no primeiro semestre e quase foi rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro.

Desbancando o Palmeiras

No ano de 1995, o empresário José de Oliveira Costa, o Zezé Perrella, assumiu a presidência do clube, pondo fim ao reinado da família Masci.As primeiras conquistas do Cruzeiro nessa gestão vieram no primeiro semestre de 1996. O clube conquistou o Campeonato Mineiro de forma surpreendente. Outra conquista marcante do clube foi a vitória sobre o Palmeiras, em pleno Parque Antártica, quando a Copa do Brasil ficou novamente em posse do Cruzeiro. Depois de atropelar adversários de alto nível, como Corinthians e Vasco, o time azul disputou a final da competição contra o todo-poderoso alviverde paulistano. Na primeira partida, houve empate no Mineirão em 1 x 1, mas o Cruzeiro superou o Palmeiras por 2 x 1, de virada, na capital paulista. Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos garantiram a vitória e o título para o Cruzeiro, um dos mais marcantes da história do clube, não apenas pela dificuldade do adversário, o melhor time do país na época, mas pela nova chance de disputar a Copa Libertadores da América.

O Campeonato Mineiro de 1997 terminou com o Cruzeiro na final diante do inesperado Villa Nova, que havia eliminado o Atlético. Com uma campanha irregular, poucos acreditavam no sucesso do time de Paulo Autuori. O adversário foi o time peruano do Sporting Cristal. Com um empate e uma vitória, o Cruzeiro garantiu o bicampeonato da Libertadores.

A campanha na Libertadores e a final do Mundial Interclubes, em Tóquio, foram prioritários para o Cruzeiro em 1997, que investiu todas as suas fichas nessas competições. Mesmo porque o time não estava mostrando um bom desempenho naquele momento. Tanto que ele só fugiu do rebaixamento no Brasileirão na última rodada. Mesmo tendo beliscado o bi Sul-Americano, a diretoria resolvou mexer na equipe e contratou alguns jogadores só para a disputa do Mundial, em Tóquio, diante do Borussia Dortmund, da Alemanha. A conquista do Campeonato Mineiro de 1998, diante do Atlético, serviu para apagar a tristeza pela derrota no Mundial. Com três gols de Fábio Júnior na primeira partida da final, o Cruzeiro venceu o Galo por 3 x 2, revertendo a vantagem do rival. No jogo decisivo, o placar apontou um empate em 0 x 0, que garantiu aos cruzeirenses o tricampeonato. A diretoria contratou grandes jogadores para a disputa do Brasileirão de 1998, fazendo do Cruzeiro um dos maiores times do país. Entre os veteranos, o destaque foi o atacante Müller, que apresentou um excelente futebol, digno dos seus melhores tempos de São Paulo. A equipe chegou à final diante do Corinthians e acabou sendo vice-campeã. Dois empates nos primeiros jogos e uma derrota na partida final adiaram o sonho do torcedor celeste de conquistar o Campeonato Brasileiro, único título que o clube ainda não possui. A temporada se encerraria com mais dois vice-campeonatos: na Copa Mercosul e na Copa do Brasil, em ambas finais derrotado pelo Palmeiras.

O final de 1998 marcou a despedida do goleiro Dida do Cruzeiro. O grande ídolo da torcida não quis se reapresentar no início de 1999, alegando ter recebido proposta oficial do Milan. O caso envolvendo o atleta e o clube acabou na Justiça. Antes amado pela torcida, Dida passou a ser hostilizado quando jogava em Minas, por causa do episódio. Outro desfalque para a temporada de 1999 foi o atacante Fábio Júnior, vendido para a Roma, da Itália, por US$ 15 milhões, transformando-se na maior negociação do clube em toda sua história.

No primeiro semestre de 1999, o Cruzeiro venceu a Copa dos Campeões de Minas Gerais, vencendo o Atlético na final por 5 x 1, a maior goleada do clube sobre o seu rival. A conquista da Copa dos Campeões levou o time à disputa da Copa Centro-Oeste, que também foi conquistada pela equipe. No Campeonato Mineiro, o time parou na semifinal, eliminado pelo Galo. Com a base do time de 1998 mantida, restava a missão de conquistar o Brasileirão. A campanha na primeira fase da competição foi excelente. O time se classificou em segundo lugar. O técnico Levir Culpi foi demitido após ficar dois anos no comando do time. A boa notícia para a torcida no segundo semestre foi a assinatura do contrato com a HMTF (Hicks, Muse, Tate & Furst), que injetou R$ 40 milhões no clube..

Vivendo uma nova realidade, o torcedor cruzeirense entrou no ano 2000 na expectativa de novas conquistas. A diretoria montou um bom time, já utilizando recursos da parceria com a HMTF. O início de 2000, porém, não foi bom para o clube, que perdeu a decisão da Copa Sul-Minas para o América e teve seu técnico Paulo Autuori dispensado após a derrota diante do Atlético por 4 x 2, pelo Campeonato Mineiro.

Conquista histórica

Após a conquista da Copa do Brasil em 2000, o Cruzeiro passou a viver uma época dos grandes técnicos. Marco Aurélio, que depois voltaria a ocupar o cargo, não teve tempo nem para comemorar o título, pois foi substituído no dia seguinte por Luiz Felipe Scolari, o Felipão, que em 2002 comandaria a Seleção Brasileira na conquista do Pentacampeonato Mundial no Japão e Coreia do Sul.

Mas foi sob a direção de outro treinador renomado, Vanderlei Luxemburgo, que o Cruzeiro se destacaria no início do século XXI. Em 2003, o time celeste colheu os frutos do trabalho iniciado pelo treinador no ano anterior. Quando Luxa assumiu o cargo, a Raposa estava ameaçada de rebaixamento no Brasileiro de 2002. Não caiu, teve uma boa reação na competição e foi formada a base do time que ganharia tudo no ano seguinte. O Cruzeiro, em 2003, foi campeão mineiro, da Copa do Brasil – superou o Flamengo na final –, do primeiro Campeonato Brasileiro por pontos corridos da história da competição. Fez barba, cabelo e bigode na conquista da Tríplice Coroa, como ficou conhecido o feito. O então auxiliar-técnico Paulo César Gusmão assumiu o cargo, iniciando sua carreira como treinador e levou o time celeste ao título mineiro. Não conseguiu levar o time mais longe na Libertadores daquele ano e acabou dispensado.

A aposta da diretoria cruzeirense foi em outro técnico medalhão. No ano passado, não conseguiu um único título, quebrando uma sequência de 15 anos de conquistas(1990 a 2004).Antes disto só haviam feito esse recorde times europeus como Manchester United e Real Madrid.

Em 2006, com a manutenção de Paulo César Gusmão, que foi contratado durante o Brasileiro de 2005, o clube celeste voltou a ser campeão, ao superar o parceiro Ipatinga, que o havia batido na final do Mineiro de 2005. Dessa forma, o clube celeste volta a conquistar a hegemonia mineira.


Referências