Teodósio: diferenças entre revisões
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'''Teodósio I''', dito '''o Grande''' (nascido '''Flávio Teodósio''', em [[latim]] ''Flavius Theodosius''; [[Hispânia]], [[11 de janeiro]] de [[347]] - [[Milão]], [[17 de janeiro]] de [[395]]), foi um [[imperador romano]]. Filho do conde Teodósio, foi o último líder de um [[Império Romano]] unido - após a divisão entre os seus herdeiros, o império nunca mais seria governado por apenas um homem. Seu reinado é conhecido principalmente pelo [[Édito de Tessalónica]] que institui o [[cristianismo]] como religião oficial do império.<ref>http://ancientrome.ru/ius/library/codex/theod/liber16.htm</ref> |
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O imperador [[Graciano]] nomeou Teodósio co-imperador do [[Império Romano do Oriente]] em [[378]], após a morte do imperador [[Valente (imperador)|Valente]], morto pelos [[godos]] na [[Batalha de Adrianópolis]] (378). Teodósio, após algumas campanhas inconclusivas, acabou por fazer um tratado pelo qual os godos preservavam sua independência política no interior do Império Romano em troca da obrigação de fornecerem tropas ao [[exército bizantino|exército imperial]]. Este tratado seria uma das causas do enfraquecimento militar romano que levaria ao [[saque de Roma (410)|saque de Roma]] pelos mesmos godos em [[410]]. Após a morte do filho de Graciano, [[Valentiniano II]] em [[392]], a quem ele tinha apoiado contra várias usurpações, Teodósio acabou por tomar o Ocidente do império e governou como imperador único, após derrotar o usurpador [[Flávio Eugénio]] em [[6 de setembro]] de [[394]], na [[batalha do rio Frígido]]. |
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Teve dois filhos, [[Arcádio]] e [[Honório]], e uma filha, [[Pulquéria (filha de Teodósio I)|Pulquéria]], da sua primeira mulher [[Élia Flacila]]. Arcádio foi o seu herdeiro no [[Império Romano do Oriente|Oriente]] e Honório no [[Império Romano do Ocidente|Ocidente]]. Pulquéria e Élia Flacila morreram em [[385]]. De sua segunda mulher, [[Gala (esposa de Teodósio I)|Gala]], filha do imperador [[Valentiniano I]], ele teve uma filha, [[Gala Placídia]], a mãe de [[Valentiniano III]]. |
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Teodósio foi educado numa família cristã. Ele foi batizado em [[380|380 d.C.]], durante uma doença severa, como era comum nos tempos dos primeiros cristãos. Em fevereiro desse mesmo ano, ele e Graciano fizeram publicar um édito deliberando que todos os seus súditos deveriam seguir a fé dos [[bispo de Roma|bispos de Roma]] e do [[patriarca de Alexandria]] ([[Código de Teodósio]], XVI,I,2). A lei reconhecia quer a primazia daquelas duas instâncias quer a problemática teológica de muitos dos [[patriarca de Constantinopla|patriarcas de Constantinopla]], que porque estavam sob a observação dos imperadores eram por vezes depostos e substituídos por sucessores teologicamente mais maleáveis. Em 380, o patriarca de Constantinopla era um [[arianismo|ariano]]. |
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Historicamente, durante o período de Teodósio alguns eventos humilhantes evidenciaram a ascensão cada vez maior da [[Igreja Católica]]. Após vencer a guerra contra Máximo e ordenar o [[Massacre de Tessalônica]], Teodósio pretendia, como era costume se sentar ao presbítero da igreja de [[Milão]], mas foi proibido pelo bispo [[Ambrósio de Milão|Ambrósio]] de entrar sem que antes fizesse uma confissão pública. |
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Ambrósio excluiu o imperador da comunhão e durante oito meses a tensão se manteve, até que Teodósio, durante o Natal, vestido com um saco de penitência, foi perdoado. Teodósio afirmaria mais tarde: "sem dúvida, Ambrósio me fez compreender pela primeira vez o que deve ser um bispo". Desde então o poder eclesiástico de julgar os poderes públicos, não só em questões dogmáticas mas também por seus erros públicos, prevaleceu até a [[Idade Moderna]]. |
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Em [[388]], a população cristã incendiou a [[sinagoga]] de [[Calínico]], pequena cidade na [[Mesopotâmia]]. As autoridades civis informaram Teodósio, que instruiu o bispo a reconstruir a sinagoga com os próprios recursos e a punir os incendiários. Ambrósio, bispo de Milão, ouvindo disso, fez representação a Teodósio ao longo das linhas de que queimar sinagogas era agradar a Deus, e de que o príncipe cristão não teria direito de intervir. A história é complexa e, para a abreviar, basta dizer que Teodósio estava sendo forçado a submeter-se a Ambrósio e revogar as suas instruções para a restituição da sinagoga. |
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Esse episódio é significante, porque exemplifica a mudança do império pluralista para o [[Estado]] cristão. Teodósio começou a sua resposta à queima da sinagoga em Calínico se comportando como um imperador pagão o teria feito, ansioso de manter lei e ordem, respeitando os direitos aceitos dos judeus. Ambrósio desafiou o auto-entendimento da sua qualidade de imperador, encarregando-o a comportar-se como imperador cristão, que não deveria mostrar boa vontade aos judeus, ou até eqüidade simples. Isso era, segundo Ambrósio, inconsistente com a Cristandade. O dever do imperador cristão, segundo Ambrósio, era garantir o triunfo da verdade (na sua visão, o [[cristianismo]]) sobre o erro (na sua visão, o [[judaísmo]]). Teodósio capitulou, e a Igreja tinha a última palavra. A separação entre o [[cristianismo]] e o judaísmo, efetivada teologicamente em [[325]] no [[Primeiro Concílio de Niceia]], era agora lei sob os imperadores romanos, que tomaram os seus conselhos da Igreja. O incidente de Calínico é o símbolo da conquista do [[antissemitismo]] eclesial. A Igreja podia agora manejar, e manejou, para influenciar a legislação imperial num modo danoso para os judeus{{Carece de fontes|data=Dezembro de 2010}}. |
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Mas foi justamente em virtude do crescimento do poder do catolicismo que ocorreu a sobrevida ao [[Império Bizantino|Império Romano do Oriente]] {{Carece de fontes|data=Janeiro de 2010}}, já que o do Ocidente passaria a ser dirigido a partir do ano de [[476]] por povos então chamados de [[bárbaros]]. |
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== Cronologia == |
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* [[347]] - Nasce em Cauca, atual Coca ([[Segóvia]], Espanha) com o nome de Flávio Teodósio, filho de Termância e de Flávio Honório Teodósio, o velho, lugar-tenente [[Diocese da Hispânia|hispano]] e um dos generais mais prestigiados de Valentiniano I, dito ''dux efficacisimus'' (chefe, ou general, altamente eficaz) por isso. |
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* [[368]]-[[369]] - Teodósio, ainda jovem, luta junto com seu pai contra os [[pictos]] (assim chamados os povos da região da moderna [[Escócia]] (''Scotia'') que pintavam seus corpos para a guerra), na [[diocese da Britânia|Britânia]], detrás da famosa [[Muralha de Adriano]] que separava a província da ''Scotia'' e contava com 117 quilômetros de comprimento. |
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* [[370]]-[[371]] - Teodósio luta contra os [[alamanos]] nos chamados ''agri decumani'' ([[Floresta Negra]]) entre a [[França]] e a [[Alemanha]]. |
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* [[372]]-[[372]] - Idem contra os [[Sármatas]], povo do sul da [[Rússia]], que entravam na [[Bulgária]] atual, nos [[Bálcãs]]. |
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* [[373]] - Primeira [[pugna]] entre santo [[Ambrósio de Milão|Ambrósio]], bispo de [[Milão]], com o poder temporal. Morte de [[Santo Efrém]] de [[Nisibis]]). |
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* [[374]] - Com a idade de 27 anos, como ''[[dux]]'' na [[diocese romana|diocese]] (''diocesis''; novas subdivisões romanas criadas por Diocleciano) da [[Diocese da Mésia|Mésia]], no [[Danúbio]], derrotou de novo os [[Sármatas]]. Além da experiência militar, tanto pai como filho, ambos de origem aristocrática (daí o nome de ''[[Flávios|Flavius]]'') eram experientes com os cavalos hispanos, famosos por suas atitudes para a guerra e sobretudo para as carreiras que tanto apaixonavam os contemporâneos. [[Aurélio Símaco]], um dos [[senado romano|senadores romanos]] mais notáveis na época, importou cavalos de suas propriedades hispanas para as carreiras com que devia comemorar a prefeitura de seu filho em [[Roma]]. Desses cavalos, combinados com os do norte da África, resultou a raça chamada "[[cavalo árabe|árabe]]", tão estimada como puro sangue nas corridas modernas. Seu pai era na época ''[[magister equitum]]'' (mestre da [[cavalaria]]) nomeado pelo imperador [[Valentiniano I]]. Na mesma data das vitórias do filho na [[Mésia]], o pai foi enviado com plenos poderes ao norte da África para reprimir a revolta de [[Firmo]]. |
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* [[375]] - Ao morrer [[Valentiniano I]] de doença quando se tratava em [[Sirmio]] (atual [[Sremska Mitrovica]], na [[Sérvia]], ao oeste de [[Belgrado]]) em repelir os [[Quados]] (povos de origem [[suábia]] do centro da Alemanha, atualmente [[Augsburgo]]), sucede-lhe [[Graciano]] (r. 367-383), o filho, então com 16 anos, que reconhece [[Valentiniano II]], seu meio-irmão de 4 anos, como ''[[Augusto (título)|augusto]]''. Devido a maquinações da corte de Graciano, a sorte dos dois Teodósios mudou. O pai foi preso e executado em [[Cartago]] e, apesar de cristão, só se batizou na hora da morte como era o costume na época. Teodósio, o jovem, retirou-se à [[Diocese da Hispânia]] durante três anos, possivelmente para as propriedades de um tio chamado "Materno Cinegio". Aí casa com sua compatriota [[Élia Flacila]] da que teve logo o primeiro filho, [[Arcádio]], logo [[Honório]] e a filha [[Pulquéria (filha de Teodósio)|Pulquéria]]. |
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* [[378]] - devido à derrota na [[Batalha de Adrianópolis]], Graciano chama Teodósio, que derrota os Sármatas. |
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* [[379]] - Graciano nomeia Teodósio I, "imperador do Oriente". Ao provar Teodósio sua habilidade como militar, derrotando os [[visigodos]], causadores do desastre de Adrianópolis, Graciano o proclamou co-imperador, dando-lhe o domínio do Oriente junto com as dioceses da [[Diocese da Dácia|Dácia]] e [[Diocese da Macedônia|Macedônia]]. |
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* [[380]] - Teodósio, "[[Augusto (título)|Augusto]] do Oriente", após a paz com os [[godos]], entra triunfante em [[Constantinopla]], que será sua capital e lugar de residência habitual até 388, quando se dirige a [[Mediolano]]. Aparece a crônica de [[Jerônimo de Estridão|São Jerônimo]]. Pelo [[Édito de Tessalônica]], de Teodósio I, se confirma o [[cristianismo]] como [[Religião estatal do Império Romano|religião de Estado no império]]. Teodósio batiza-se como cristão devido a uma grave doença, contraída em [[Tessalônica]], escolhida por ele como capital temporária, sendo assim o primeiro imperador romano que exerceu o poder estando batizado, apesar dos seus predecessores, desde [[Constantino I|Constantino]], à exceção de [[Juliano, o Apóstata|Juliano]], se declarassem cristãos e tentassem se comportar como tais. Foi talvez por isso que foi o primeiro imperador que recusou o título de ''[[pontifex maximus]]'', que podemos traduzir por "Supremo Guardião" dos velhos cultos romanos. Como reconhecesse que os bárbaros, especialmente os [[teutônicos]] e [[germânicos]], podiam ajudar o exército, bastante minado pelas lutas internas, Teodósio os admitiu como soldados e oficiais, de modo que em suas [[diocese romana|dioceses]] (subdivisões civis) tanto romanos como teutônicos se encontravam entre seus generais. Em Constantinopla, constrói as muralhas e o fórum (Praça), o maior da época, ao estilo de [[Trajano]] em Roma. Teodósio, consanguíneo com a família Élia, da qual procedia sua esposa, era hispano como Trajano e com o qual tinha grande semelhança: loiro, de mediana estatura e de agradável aspecto, quis imitar nisto seu predecessor. Junto com [[Graciano]], editam um decreto que manda que todos os súditos deviam professar a fé dos [[bispo de Roma|bispos de Roma]] e [[bispo de Alexandria|Alexandria]]. Os templos dos arianos e heréticos não podiam ser chamados de igrejas. |
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* [[381]] - As forças bárbaras, especialmente os [[visigodos]], invadiam as províncias do sul do rio [[Danúbio]] constantemente desde [[375]]. Teodósio que não podia contar com as forças de Graciano, buscou a paz através de uma coexistência pacífica. Por isso, recebeu o rei dos visigodos [[Atanarico]] de maneira amigável. Neste mesmo ano busca a paz ente os diversos grupos cristãos. Ele se declara imperador "pela graça de Deus" e por isso convoca um [[Concílio Ecumênico]], o [[Primeiro Concílio de Constantinopla|segundo da Igreja]], em [[Constantinopla]], agora capital de seu império. Os arianos e seus partidários são condenados. |
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* [[382]] - Teodósio conclui um tratado(''foedus'') com os [[visigodos]], que então recebem um território dentro dos limites do império, ao sul do Danúbio, a [[Mésia]]. Eles se comprometiam como ''[[foederati]]'' (confederados) a ajudar o império com soldados, defendendo sua fronteira oriental e receberam como missionário cristão o bispo Ulfilas, que os converteu ao [[arianismo]]. Assim permaneceram na Mésia até [[395]], quando por ocasião da morte de Teodósio e sob o comando do rei [[Alarico I]], invadiram a [[Grécia]] por quatro anos e, em [[401]] a [[Península Itálica|Itália]]. |
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* [[383]] - Na primavera, Graciano é derrotado por [[Magno Máximo]]. Graciano escapa da derrota e é traído por seu general Andragácio que o mata em [[Lyon]]. Máximo, de origem hispana e parente de Teodósio, foi proclamado imperador pelas tropas da [[diocese da Britânia]], então pertencente à [[prefeitura das Gálias]] que correspondia às dioceses de [[Diocese da Hispânia|Hispânia]], Britânia, [[Diocese de Vienne|Vienna]] e [[Diocese da Gália|Gália]]. Assim, Máximo se tornou dono da prefeitura da Gália. Morto Graciano, Máximo, defensor do [[credo de Niceia|catolicismo niceno]] porque a imperatriz [[Justina (imperatriz)|Justina]], mãe do pequeno [[Valentiniano II]], meio-irmão de Graciano, era de [[arianismo|religião ariana]], é reconhecido como imperador por Teodósio e escolhe como capital [[Trier]] (Tréveris). Valentiniano II, filho de Graciano, jurado ''[[Augusto (título)|augusto]]'' aos 4 anos, tinha nesta época 12 anos e se refugia com sua mãe em [[Mediolano]], como imperador das [[prefeitura pretoriana da Itália|prefeituras de Itália]] ([[diocese romana|dioceses]] da [[Itália Anonária]] e [[Itália Suburbicária|Suburbicária]], e [[Diocese da Panônia|Panônia]] ou [[Ilírico]]). Valentiniano II reconhece Máximo como imperador. Este eleva seu filho [[Flávio Victor]] ao status de "augusto". Também Teodósio nomeia seu filho [[Arcádio]] como "augusto" por motivo da ''quinquenália'' (cinco anos como imperador). Neste mesmo ano, [[Élia Flacila]] é também exaltada à categoria de "augusta", título que lhe garantia a coroa ou diadema, o ''paludamentum'' ou manto púrpura e o broche imperial. Também recebeu o poder de cunhar moedas com sua imagem. As últimas "augustas" foram [[Helena de Constantinopla|Helena]], mãe, e [[Fausta (esposa de Constantino)|Fausta]], esposa de [[Constantino I]]. Talvez pelo destino de Fausta, condenada à morte por pressuposto adultério por Constantino, nenhuma mulher foi, até a ocasião de Flacila, elevada a essa categoria. Flacila, a "consciência de Teodósio", era fervorosa [[Credo Niceno-Constantinopolitano|católica-nicena]] e antiariana. |
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* [[384]] - [[Sirício]] é o novo [[Papa]] (título que pela primeira vez recebe o [[bispo de Roma]]). Criador das ''decretalia'' que serão instrumentos habituais da soberania dos papas. Sua carta a Himério bispo de [[Tarragona]] (Espanha) é muito importante. |
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* [[386]] - Morte de Élia Flacila, chamada Flacila, a esposa, também de origem hispana, mãe de seus dois filhos, Arcádio e Honório, e de Pulquéria. |
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* [[387]] - Máximo invade a Itália, forçando [[Valentiniano II]] e família a fugir para [[Tessalônica]]. |
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* [[388]] - Novas núpcias com [[Gala (esposa de Teodósio I)|Gala]], filha de Valentiniano I e de Justina, a ariana mais famosa de seu tempo. Teodósio abandona Constantinopla para enfrentar Máximo. Escolhe como general supremo [[Estilicão]], meio gaulês, meio romano, casado com sua sobrinha predileta, Serena, e se dirige ao Ilírico. Envia uma [[flotilha]] a Roma com Valentiniano II (então com 17 anos). O estratagema de [[Teófilo de Alexandria|Teófilo]], que era o [[patriarca de Alexandria]], apelidado, por suas riquezas e poder, de "faraó cristão". Habitava então o Alto Egito um monge, [[João de Licópolis]] que, por seu poder de predizer o futuro, era consultado com freqüência por Teodósio. Naquele tempo, os augúrios sobre o resultado de uma batalha eram compartilhados por todos os povos e eram usuais as consultas aos deuses pagãos ou ao Deus cristão. Teófilo serviu-se de um estratagema que não deu certo. Enviou a Roma um monge de sua confiança, Isidoro, com duas cartas: uma para Máximo, felicitando-o pela vitória e outra para Teodósio com o mesmo conteúdo. Evidentemente, quem fosse o vencedor, deveria apresentar uma ou outra, com a qual o poderoso patriarca teria previsto a vitória e seria dono de um Dom profético inestimável. Por sorte ou azar, quando Isidoro esperava em Roma, as cartas caíram nas mãos de um [[diácono]] que o acompanhava e a patranha foi descoberta. Na realidade ambos os exércitos se enfrentaram em [[Aquileia]], norte da Itália, às margens do Save. Máximo foi derrotado e morto mas Teodósio tratou seus seguidores com clemência. Teodósio então se dirigiu a Milão, permanecendo na Itália 3 anos. Pela primeira vez [[Ambrósio de Milão|Ambrósio]] e Teodósio se encontram em Mediolano. Teodósio, como era costume no Oriente, intentou sentar-se no [[presbitério]] durante a [[Missa]]. Mas Ambrósio o expulsou sem cerimônia. Teodósio então proibiu que Ambrósio recebesse as informações do conselho imperial. Neste mesmo ano alguns monges incendiaram a [[sinagoga]] de ''Calinicum'' na [[Mesopotâmia]] e Teodósio obrigou o bispo da cidade a reconstruí-la. Ambrósio num sermão pronunciado na presença de Teodósio condenou a atitude deste e do conselheiro imperial Timásio, opondo Igreja à Sinagoga. À resposta de Teodósio dizendo que os monges cometiam muitos crimes, Ambrósio o ameaçou com a excomunhão e Teodósio cedeu. Sem dúvida que a razão legal estava com imperador, porque o [[judaísmo]] estava permitido pelas leis do Estado. |
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* [[389]] - Teodósio, junto com seu filho de 4 anos [[Honório]], futuro imperador, visita pela primeira vez Roma. Nela estava o [[senado romano]], que aportava ao império os quadros mais importante da administração. Embora o processo da conversão ao [[Cristianismo]] tinha avançado muito entre os [[aristocratas]], a maioria dos senadores de Roma eram, ainda no final do [[século IV]], hostis à política religiosa e cristã de Teodósio. Algumas famílias o tinham demonstrado acolhendo com entusiasmo a invasão de Máximo na Itália. [[Símaco]], o orador mais famoso e o Porta-voz do Senado, tinha dirigido ao usurpador Máximo um discurso de boas vindas. Nesta ocasião foi [[Pacato]] quem saudava Teodósio como o homem que ao vencer o tirano devolveu a liberdade perdida a Roma, restaurando a ordem no império. Teodósio tinha então a plena maturidade dos 40 anos, era casto, austero e frugal, respeitoso com as leis e os direitos humanos, odiava o derramamento de sangue e com um profundo sentimento de amizade, repartia ofícios entre seus amigos e era acessível aos seus súditos o que constituía uma atitude muito rara entre os monarcas do Baixo Império. O elogio agradou Teodósio de modo que pouco mais tarde nomeou Pacato para ''comes rei publicae'' ou [[vigário (governador)|vigário]] da [[Diocese da África]]. Em Roma, Teodósio conhece Dâmaso, o Papa, também de origem hispana e se tornam amigos. |
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* [[390]] - Condenada a [[homossexualidade]] pelo imperador. |
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* [[391]] - Por lei, proibiu às mulheres serem [[diácono|diaconisas]] antes dos 60 anos e às diaconisas nomear herdeiros à Igreja, aos pobres e ao [[Clero]]. Proibiu também aos monges morar nas cidades. Todas estas leis tinham a intenção de manter a independência ante o poder eclesiástico, assim como foi a nomeação de dois [[cônsul]]es pagãos, Símaco (inimigo de Ambrósio) e Tatieno. Porém no mesmo ano proibiu os sacrifícios e a visita aos templos pagãos. Uma briga entre sua segunda esposa e seu filho mais velho Arcádio o levou de novo a Constantinopla. |
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[[Imagem:Roman Italy - AD 400.png|thumb|upright=1.5|Itália romana por volta de {{DC|400|x}}]] |
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* [[392]] - [[Arbogasto]], o general protetor de Valentiniano II parece que matou seu dono. Como Arbogasto era de origem bárbara, não podendo ocupar o trono, escolheu para este cometimento um "homem de palha", o retórico Eugênio, cristão só de nome, que ao não contar com o apoio de Ambrósio nem de Teodósio, buscou a nobreza senatorial pagã, dirigida por [[Nicômaco Flaviano]], que viu nele a última possibilidade de sobrevivência da Roma antiga ante o cristianismo emergente e triunfador. |
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* [[393]] - Em janeiro, levou seu segundo filho [[Honório]] de 8 anos à dignidade de [[Augusto (título)|augusto]], pois Valentiniano II estava morto e o Ocidente precisava de um imperador legítimo. Ainda nesse ano, proibiu os Jogos Olímpicos, por ser uma manifestação de um ritual pagão. |
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* [[394]] - Teodósio enfrenta as forças de Eugênio no norte da Itália. A vanguarda de Teodósio formada por [[visigodos]] comandados por [[Alarico I]], [[vândalos]] por [[Estilicão]] e até [[hunos]], foi derrotada na [[batalha do rio Frígido]], nas proximidades do [[rio Soča]] (em italiano, rio Isonzo), na atual [[Eslovênia]]. Mas no dia seguinte, quando Teodósio se encontrava em situação difícil aconteceu um fato considerado miraculoso: suscitou-se uma furiosa tempestade com um vento inesperado soprando com violência contra as tropas inimigas, que quase as cegou anulando assim o efeito e suas setas e contribuiu para a desordem e fuga dos inimigos. Mortos Eugênio, Arbogasto e Nicômaco Flaviano, Teodósio se mostrou benigno com os contrários. A vitória foi comemorada como o segundo triunfo do cristianismo contra os pagãos, uma repetição da realizada na ponte [[batalha da Ponte Mílvio|Mílvio]] por [[Constantino I]]. Teodósio se apresenta em Milão e Ambrósio lhe proíbe receber os sacramentos até aceder suas petições de clemência para com os vencidos. |
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* [[395]] - Em janeiro deste ano Teodósio morre de doença, pronunciando suas últimas palavras que foram as do salmo 116(5): ''Diligo Dominum quia audivit vocem obsecrationis meae'' - "Amo o Senhor porque ouviu a voz de minha súplica". Deixou ao cuidado de Ambrósio seus dois filhos, Arcádio, enfermiço de 17 anos e Honório de 10. Estilicão, o general de origem [[vândalos|vândala]] casado com sua sobrinha Serena, foi o encarregado de cuidar de Honório, augusto do Ocidente enquanto Rufino cuidava de Arcádio, augusto do Oriente. Mas o império estava agonizando e praticamente morria com seu último grande imperador. |
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== Ver também == |
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Revisão das 14h48min de 20 de fevereiro de 2014
dezembro 2012 cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. |
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Teodósio I | |
---|---|
Imperador romano | |
![]() Moeda de Teodósio | |
Reinado | agosto de 378 — 17 de janeiro de 395 |
Consorte | Élia Flacila Gala |
Antecessor(a) | Valente (no Oriente Valentiniano II (no Ocidente) |
Sucessor(a) | Arcádio (Oriente) Honório (Ocidente) |
Nascimento | c. 11 de janeiro de 346 |
Cauca (atual Segóvia, Espanha) | |
Morte | 17 de janeiro de 395 |
Mediolano | |
Sepultado em | Constantinopla |
Nome completo | Flavius Theodosius |
Dinastia | Teodosiana |
Pai | Conde Teodósio |
Mãe | Temância |
Filho(s) | Com Élia Flacila: Arcádio Honório Pulquéria Com Gala: Graciano Gala Placídia João |
T
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Precedido por Graciano e Valentiniano II |
![]() 379 — 395 |
Sucedido por Flávio Augusto Honório e Arcádio |
Referências
Ligações externas
- «Relacionamentos judaico-cristãos». www.jcrelations.net