Guerra Tibete–Ladaque–Mogol
Guerra Tibete–Ladaque–Mogol | |||
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Basgo, o local onde as tropas tibetanas foram travadas em 1680 na sua marcha até aí vitoriosa para oeste | |||
Data | 1679 – 1684 | ||
Local | Ladaque | ||
Coordenadas | |||
Desfecho | vitória da aliança mogol-ladaque | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Mapa do Ladaque com a localização aproximada das planícies de Chargyal, onde os tibetanos sofreram a sua primeira derrota, em 1683 |
A Guerra Tibete–Ladaque–Mogol foi um conflito militar ocorrido entre 1679 e 1684 entre o Tibete e o Reino do Ladaque, em que partiparam ao lado deste tropas do Império Mogol.
No final do século XVII, o Ladaque apoiou o Butão na disputa que este país tinha com o Tibete, o que enfureceu o líder tibetano, o 5.º Dalai Lama, a quem também desagradava a perseguição que sofriam no Ladaque os mosteiros da seita Gelug, que ele próprio dirigia (a seita preferida da família real ladaque era então a Drukpa Kagyu).[1]
Em 1679, o Dalai lama nomeou o lama do Mosteiro de Tashilhunpo, o alto-mongol Galdan Chhewang como comandante de uma expedição militar composta por tibetanos e mongóis ao Ladaque.[1] A primeira campanha de Galdan Chhewang terminou com a derrota em Khan-dMar. do exército ladaque, comandado por Sakya rGya-mTsho. No ano seguinte, os ladaques foram novamente derrotados e ocuparam todo o país à exceção da capital Basgo, que resistiu aos invasores durante três anos.[2]
O impasse foi quebrado quando os mogóis entraram na guerra ao lado dos ladaques, a pedido de ajuda do rei Deldan Namgyal.[3] Os mogóis muçulmanos tinham incluído o Ladaque na sua esfera de influência alguns anos antes[4] e, segundo os historiadores caxemires, o rei Deldan ter-se-ia convertido ao islão como contrapartida da aliança com o imperador mogol Aurangzeb, mas as Crónicas do Ladaque, uma das principais fontes sobre a história do Ladaque, não mencionam tal facto. O rei aceitou pagar tributo aos mogóis em troca de ajuda.[5]
Em 1684 os tibetanos atacaram novamente, com reforços de Galdã Boxutu Cã, cã mongol do Canato da Zungária, tendo obtido uma vitória, mas no mesmo ano o Tratado de Tingmosgang pôs fim à guerra e as tropas invasoras retiraram para Lassa em dezembro de 1684.[5]
Nos termos do Tratado de Tingmosgang,[6][7] o Ladaque manteve a sua independência, mas com muitas restrições. A fronteira foi fixada no rio Lhari, perto de Demchok, no que é ainda hoje (2016) a extremidade sudeste do Ladaque, e o comércio e missões de tributo foram regulamentadas pelo tratado.[1]
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Tibet–Ladakh–Mughal War», especificamente desta versão.
- ↑ a b c Rahul 2000, p. 51.
- ↑ Ahmad 1968, p. 349.
- ↑ Rizvi 1996, p. 72.
- ↑ Sali 1998, p. 34.
- ↑ a b & Rizvi 1996, pp. 73–77.
- ↑ «Peace Treaty Between Ladakh and Tibet at Tingmosgang (1684)» (em inglês). Tibet Justice Center. www.tibetjustice.org. Consultado em 6 de novembro de 2016
- ↑ Petech 1977, p. 76.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ahmad, Zahiruddin (1968), «New Light on the Tibet-Ladakh-Mughal War of 1679-84», Istituto Italiano per l'Africa e l'Oriente, East and West, 18 (3/4): 340–361
- Petech, Luciano (1977), The Kingdom of Ladakh c. 950–1842 A.D. (PDF) (em inglês), Roma: Instituto Italiano per il Medio ed Estremo Oriente, consultado em 6 de novembro de 2016
- Rahul, Ram (2000), March of Central Asia, ISBN 8173871094, Indus Publishing
- Rizvi, Janet (1996), Ladakh: Crossroads of High Asia, ISBN 9780195645460 (em inglês) 2.ª ed. , Deli: Oxford University Press India
- Sali, M. L. (1998), India-China Border Dispute: A Case Study of the Eastern Sector, ISBN 9788170249641 (em inglês), Nova Deli: APH Publishing, consultado em 5 de novembro de 2016