Usuário(a):Music01/Testes/4 (álbum de Beyoncé Knowles)

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B'Day
Álbum de estúdio de Beyoncé
Lançamento 1 de setembro de 2006 (2006-09-01)
Gravação abril de 2006
Estúdio(s) Sony Music Studios, Battery Studios, Roc the Mic Studios
(Nova Iorque)
Great Divide Studios
(Aspen, Colorado)
Lair Studios, Henson Recoridng Studios, The Underlab, Record Plant Studios
(Los Angeles, Califórnia)
La Marimonda
(Nassau, Bahamas)
Futura Productions
(Roslindale, Boston, Massachusetts)
The Hit Factory, The Beach House Recording
(Miami, Flórida)
Gênero(s) R&B
Duração 38:02
Idioma(s) Inglês
Formato(s) CD, CD+DVD, download digital, vinil
Gravadora(s) Columbia
Produção Beyoncé (também exec.), Matthew Knowles (exec.), Darkchild, Swizz Beatz, Rich Harrison, Cameron Wallace, The Neptunes, Stargate, Ne-Yo, Walter Millsap III, Candice Nelson, The Underdogs, Shakira, Eduardo Cabra, Shea Taylor, Nelleee Hooper, Rudy Pérez, Olgui Chirino
Cronologia de Beyoncé
Dangerously in Love
(2003)
I Am... Sasha Fierce
(2008)
Singles de B'Day
  1. "Déjà Vu"
    Lançamento: 24 de junho de 2006 (2006-06-24)
  2. "Ring the Alarm"
    Lançamento: 10 de setembro de 2006 (2006-09-10)
  3. "Irreplaceable"
    Lançamento: 23 de outubro de 2006 (2006-10-23)
  4. "Beautiful Liar"
    Lançamento: 12 de fevereiro de 2007 (2007-02-12)
  5. "Get Me Bodied"
    Lançamento: 10 de julho de 2007 (2007-07-10)
  6. "Green Light"
    Lançamento: 30 de julho de 2007 (2007-07-30)

B'Day é o segundo álbum de estúdio da cantora estadunidense Beyoncé. O seu lançamento ocorreu primeiramente em 1º de setembro de 2006 em países como Alemanha e Suíça, seguido de uma distribuição na Austrália no dia seguinte, na Europa em 4 de setembro, coincidindo com o aniversário de 25 anos da artista. Inicialmente, Beyoncé desejava lançar em 2004 o sucessor de seu álbum de estreia a solo Dangerously in Love (2003), distribuído no ano anterior, mas o projeto foi adiado em virtude das gravações de Destiny Fulfilled, último álbum de seu antigo grupo Destiny's Child, e as filmagens do longa Dreamgirls (2006), onde deu vida à protagonista Deena. Ela começou a trabalhar no disco durante um mês de folga das gravações do filme, contatando diversos produtores e alugando os Sony Music Studios em Nova Iorque, realizando as gravações num período de duas semanas, que ocorreram também em outros estúdios situados nos Estados Unidos.

Intitulado como uma referência ao aniversário de Beyoncé, o que ocasionou seu lançamento no dia 4 de setembro, B'Day também recebeu o lançamento de uma edição deluxe em 2007 com várias novas canções e simultaneamente com o DVD B'Day Anthology Video Album, apresentando vídeos musicais acompanhantes de todas as canções. Em termos musicais, é um álbum musicalmente derivado do R&B influenciado por uma variedade de gêneros, dentre eles funk, rock e pop, além de baladas e elementos urban contemporary do hip hop. Instrumentação ao vivo foi empregada nas gravações da maioria das faixas, como parte da visão da cantora de criar um álbum utilizando instrumentos ao vivo, que participou ainda das composições e produções de todas as faixas e serviu como produtora executiva do álbum. Liricamente, as faixas retratam o feminismo, empoderamento feminino e a liberdade da mulher, temas inspirados principalmente pelo trabalho de Beyoncé em Dreamgirls. O rapper Jay-Z participa de duas faixas, com Shakira e Alejandro Sanz participando da edição deluxe.

B'Day obteve análises positivas de críticos musicais, que elogiaram seu som orgânico, sua produção, os gêneros explorados, os vocais de Beyoncé e as letras, sendo incluído em listas apresentando os melhores álbuns do ano, da década e também em listas de outros tipos. Consequentemente, recebeu uma série de indicações e prêmios, incluindo um Grammy Award de Best Contemporary R&B Album, um NAACP Image Award, um Soul Train Music Award e dois BET Awards. O álbum foi centro de diversas controvérsias, levando Matthew Knowles, pai e empresário da cantora, a publicar uma nota à imprensa criticando a mídia e citando um "plano consistente para sabotar o lançamento de B'Day". Apesar disso, o disco obteve um desempenho comercial favorável, liderando as tabelas do Canadá e debutando no topo da Billboard 200 com 541 mil cópias, atingindo as dez primeiras posições em países como Alemanha, Austrália, Dinamarca, Irlanda, Japão, Noruega e Reino Unido. Foi o oitavo mais vendido globalmente em 2006 e o 38.º em 2007, recebendo certificações de ouro e platina em vários territórios, acumulando vendas de 8 milhões de cópias até 2013.

Seis singles foram lançados do disco, dos quais "Irreplaceable" e "Beautiful Liar" — parceria com Shakira, retirada da edição deluxe — obtiveram maior destaque, com o primeiro liderando a Billboard Hot 100 por dez semanas consecutivas e tornando-se a música mais vendida dos Estados Unidos em 2007 e o segundo atingindo a liderança em vários países europeus. Para a divulgação de B'Day, Beyoncé apresentou-se em premiações como os MTV Video Music Awards e American Music Awards e em programas como o Good Morning America, Today e The Ellen DeGeneres Show, realizando entre abril e novembro de 2007 sua primeira turnê mundial, a The Beyoncé Experience, que percorreu arenas na América do Norte, Ásia, Europa e Oceania e foi registrada no álbum ao vivo homônimo. O álbum foi notado por ser o primeiro da cantora do tipo "visual", em que cada faixa recebeu um vídeo acompanhante — estratégia adotada por ela em lançamentos posteriores — e também por ser o primeiro em que Beyoncé explora verdadeiramente seu lado artístico, notando seu impacto contemporâneo.

Antecedentes e desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Beyonce na estreia de Dreamgirls, filme no qual viveu a protagonista Deena — uma experiência que a influenciou no desenvolvimento do disco, iniciado num período de férias logo após as filmagens.

Em 2002, Durante o hiato das Destiny's Child, grupo feminino de R&B do qual fazia parte, Beyoncé estrelou o filme Austin Powers in Goldmember e gravou "Work It Out" para a trilha sonora do filme, além de colaborar com seu então namorado Jay-Z em "'03 Bonnie & Clyde", que obteve um bom desempenho comercial. Ao longo daquele ano, ela realizou sessões de gravação e composição produtivas durante o desenvolvimento de seu álbum de estreia em carreira solo, gravando mais de 45 faixas. O produto final, Dangerously in Love, foi lançado no ano seguinte com 15 músicas e foi bem recebido criticamente, recebendo um total de cinco Grammy Awards numa única noite — empatando um recorde feminino até então —, e todos os singles atingiram as cinco primeiras colocações na Billboard Hot 100, dos quais "Crazy in Love" e "Baby Boy" lideraram a parada. O sucesso crítico e comercial do disco rendeu credibilidade à cantora e firmou seu nome na indústria musical, estabilizando-a como uma artista solo viável.

No final de 2003, Beyoncé anunciou planos de um álbum sucessor a Dangerously in Love, usando várias das faixas descartadas de suas sessões; esta decisão foi parcialmente motivada com o lançamento de "Summertime", colaboração com P. Diddy, bem recebida nas rádios e por críticos. Entretanto, em 7 de janeiro de 2004, um porta-voz de sua gravadora anunciou que a artista havia colocado seus planos em espera para concentrar-se nas gravações de Destiny Fulfilled, último álbum das Destiny's Child, e nos ensaios para interpretar o hino nacional americano no Super Bowl XXXVIII no Reliant Stadium em Houston, Texas, o que lhe um sonho de infância. Concluídos os trabalhos da reunião com as Destiny's Child, Beyoncé adiou novamente as gravações de seu segundo álbum pois conquistou o papel de Deena em Dreamgirls, adaptação cinematográfica do musical homônimo da Broadway, lançado em 1981 e vencedor de um Tony Award. As filmagens ocorreram principalmente em Los Angeles e foram agendadas por seis meses e, como ela queria focar em um projeto de cada vez, decidiu esperar as conclusões das gravações antes de retornar aos estúdios. Para a Billboard, a cantora afirmou: "Não irei compor para o álbum até finalizar o filme. Nunca estive tão animada sobre um filme na minha vida. Eu quero me entregar totalmente para este filme, porque eu sei que nasci para este papel".

Enquanto estava num período de um mês de férias após filmar Dreamgirls, Beyoncé foi para o estúdio e começou os trabalhos do álbum. Ela manteve as gravações de forma discreta, iniciando os trabalhos sem contar ao seu pai e então empresário Matthew Knowles, informando apenas seu profissional de artistas e repertório Max Gousse e a equipe contatada para trabalhar no disco — formada pelos compositores e produtores Rich Harrison, Rodney Jerkins, Sean Garrett, Cameron Wallace, The Neptunes, a dupla norueguesa Stargate, o rapper e produtor de hip hop estadunidense Swizz Beatz, e Walter Millsap. Além deles, duas compositores também foram incluídas na equipe que ajudou a estruturar o álbum: a prima da cantora, Angela Beyincé, que havia trabalhado em seu projeto de estreia, e a novata Makeba Riddick, que participou do grupo após compor "Déjà Vu", single inicial do disco.

Gravação[editar | editar código-fonte]

Para as gravações de B'Day, Beyoncé alugou os Sony Music Studios em Nova Iorque, e foi influenciada pelo método de Jay-Z de colaborar com diversos produtores musicais; ela selecionou Harrison, Jerkins e Garrett, e trabalhou com cada um em uma sala diferente, descrevendo o processo como "muito divertido e sem pressão". Durante as sessões, a cantora ia de um local para o outro para checar o processo dos produtores, dizendo mais tarde que isso incentivou uma "competição saudável" entre os profissionais. Quando Beyoncé concebia uma canção potencial, ela contava ao grupo quem iria produzi-la e, após três horas, a faixa era criada. Enquanto a equipe e a artista escreviam as letras, outros colaboradores como The Neptunes, Jerkins e Swizz Beatz simultaneamente produziam as faixas. Em determinados momentos, eles começavam os trabalhos às 11 horas, passando mais de catorze horas por dia nos estúdios durante as gravações. Entrevistada pela MTV, Makeba Riddick disse que Beyoncé geralmente tinha "conceitos incríveis" para as músicas e detalhou sua experiência no álbum: "[Beyoncé] tinha vários produtores nos Sony Studios. Ela reservou o estúdio inteiro e tinha os maiores e melhores produtores lá. Ela nos levava até uma sala, nós começávamos a colaborar com um produtor, e então ela saía e começava outra coisa com outro produtor. Nós andamos pelas diferentes salas e trabalhamos com os diferentes produtores. Foi definitivamente um tipo de processo de fábrica".

Swizz Beatz (esquerda) e Darkchild (direita) foram alguns dos produtores envolvidos na gravação de B'Day em Nova Iorque, com o primeiro produzindo quatro músicas — mais do que qualquer outro.

Para "Déjà Vu", Jerkins gravou uma demo com vocais de Riddick e apresentaram-na para Beyoncé, que a aprovou e envolveu-se no processo de composição. Jay-Z surgiu mais tarde na faixa, quando a cantora o viu tentando cantar acompanhadamente uma versão gravada da música, e pediu que ele participasse dela. "Upgrade U", outra colaboração com o rapper, originalmente teria T.I. como participante, mas este teve de recusar devido a questões de negócios. "Irreplaceable" foi originalmente escrita por Ne-Yo para Chrisette Michele e desenvolvida por ele juntamente com a dupla Stargate. Duas gravadoras queriam a faixa, e Beyoncé também demonstrou interesse ao ouvir a demo, embora seu estilo não combinasse com o resto do álbum. Ela gravou a faixa após ser incentivada por Swizz Beatz e pediu diversas mudanças, como a adição de baterias, arranjos vocais e canto num registro mais alto do que o da demo. "Beautiful Liar", incluída na edição deluxe, havia sido originalmente criada por Stargate em 2006; eles apresentaram os acordes para seu empresário, Tyran Smith, que a considerou perfeita para um dueto entre Shakira e Beyoncé. Já que não haviam letras ou melodias prontas, a dupla trabalhou com Ghost e Dench e posteriormente mostrou a faixa para Beyoncé, que acrescentou algumas linhas e gravou uma versão solo. Mais tarde, Shakira gravou seus vocais separadamente, já que estava em turnê.

B'Day foi completado em três semanas, antes do tempo originalmente planejado de seis semanas. Swizz Beatz co-produziu quatro músicas do disco — "Get Me Bodied", "Upgrade U", "Ring the Alarm" e "Check on It", incluída como faixa bônus —, mais do que qualquer outro produtor da equipe. Sobre as sessões, ele comentou: "Eu cheguei no estúdio e vi o clima. (...) Eu fiquei tipo, 'Como vou competir [com os outros produtores]? Vou apenas fazer o que eu faço. É por isso que Beyoncé me chamou: para trazer algo novo à mesa". Ela, por sua vez, o descreveu como "desafiador". A cantora gravou uma média de três músicas por dia, finalizando as gravações em duas semanas em abril de 2006. Outros estúdios de gravação incluem os Great Divide Studios em Aspen, Colorado (onde "Freakum Dress" foi gravada) e Record Plant Studios (onde "Kitty Kat" e "Green Light" foram gravadas e "Déjà Vu" recebeu assistência); todas as outras músicas da edição padrão foram gravadas nos Sony Music Studios. Incluindo a edição deluxe e as faixas bônus, os Battery Studios e Roc the Mic Studios em Nova Iorque, Lair Studios, Henson Recording Studios e The Underlab em Los Angeles, La Marimonda em Nassau, Bahamas, Futura Productions em Roslindale, Boston, Massachusetts, The Hit Factory e The Beach House Recording em Miami foram outros dos estúdios usados para as gravações. Vinte e cinco músicas foram produzidas para o álbum, das quais dez foram selecionadas para o alinhamento da edição padrão, e masterizadas em julho de 2006 por Brian "Big Bass" Gardner nos Brian Grundman Mastering em Los Angeles.

Lançamento[editar | editar código-fonte]

B'Day foi intitulado como uma referência ao aniversário de Beyoncé, que explicou para a MTV outro significado por trás do título: "O álbum parece uma festa. Parece celebração [de] uma mulher que sabe quem ela é, que encontrou seu poder e sua voz. Eu achei o título perfeito". Sua capa foi revelada em 18 de julho de 2006 e apresenta Beyoncé olhando para longe, usando um vestido curto dourado e pequenos brincos de argola da mesma cor, com maquiagem escura e seus cabelos presos no alto da cabeça. O álbum foi primeiramente lançado na Alemanha, Áustria, Itália, Polônia e Suíça em 1º de setembro de 2006 pela Sony BMG e na Austrália no dia seguinte, enquanto que na Europa, China e México foi distribuído no dia 4, coincidindo com o aniversário de 25 anos da cantora. No dia 5, foi comercializado na América do Norte e no Brasil e no dia 6 no Japão, cuja versão incluiu "Creole" como faixa bônus. O produto foi lançado também em vinil em territórios canadense e estadunidense no dia 12 e britânico no dia 25.

Sete meses após o lançamento da edição padrão, uma edição deluxe expandida de disco duplo foi comercializada nas Américas e em Taiwan no dia 3 de abril de 2007. Além da lista de faixas original, esta edição apresenta cinco novas músicas: "Beautiful Liar", dueto com a cantora colombiana Shakira, "Amor Gitano", colaboração com o mexicano Alejandro Fernández, e versões em espanhol de "Listen" ("Oye"), "Irreplaceable" ("Irreemplazable") e "Beautiful Liar" ("Bello Embustero"). Um EP da edição deluxe veio a ser lançado separadamente sob o título de Irreemplazable. Em conjunto com a edição deluxe foi lançado o DVD B'Day Anthology Video Album, apresentando treze vídeos musicais incluindo a versão do diretor de "Listen" e a edição estendida de "Get Me Bodied". Muitos dos vídeos serviram de acompanhamento para as canções animadas de B'Day, e apresentaram estilo retrô e uso de penteados coloridos e pretos, uma vez que Beyoncé considerou que isto criaria uma semelhança entre ela mesma e Deena. As filmagens dos vídeos — exceto os de "Déjà Vu", "Ring the Alarm", "Irreplaceable" e "Listen", lançados anteriormente — ocorreram por duas semanas, com Jake Nava, Anthony Mandler, Melina Matsoukas, Cliff Wats, Ray Kay, Sophie Muller, Diane Martel e a própria artista sendo creditados como diretores. Inicialmente, o produto foi disponibilizado exclusivamente no Walmart, mas foi lançado para outras lojas separadamente meses depois. Fora da América do Norte, Irreemplazable não foi incluído como o disco bônus da edição deluxe, sendo substituído pelo álbum de vídeo.

Composição[editar | editar código-fonte]

Temas e influências na composição[editar | editar código-fonte]

Críticos musicais notaram uma agressividade musical e artística explorada por Beyoncé em B'Day, identificando Tina Turner (imagem) como a principal influência musical do disco.

Como produtora executiva do álbum, ao lado de seu pai e então empresário Matthew Knowles, Beyoncé teve o desejo de gravar as faixas usando instrumentação ao vivo e diversas técnicas, revelando para a MTV que já tinha essa intenção antes mesmo de iniciar as sessões de gravação do disco. Como resultado, uma série de faixas incorporam diferentes técnicas de produção e instrumentação ao vivo, como guitarra, baixo, violão, trompas e baterias. Todas as músicas foram co-compostas e co-produzidas por Beyoncé, incluindo as da edições deluxe e as regravações — "Still in Love (Kissing You)" e "Resentment". Alguns dos outros produtores creditados incluem Darkchild, The Neptunes, Sean Garrett, Swizz Beatz, Ne-Yo e Stargate.

No âmbito musical, B'Day é um álbum derivado do R&B influenciado por uma variedade de gêneros americanos, incorporando também elementos urbanos como o hip hop. Algumas canções possuem estilos dos anos 1970 e 1980, inspirados através do uso de interpolações, incluindo guitarras blues, melodias influenciadas pelo go-go da última década, um groove clássico e twang — estilo musical originado no Texas. Alguns críticos notaram uma agressividade musical e artística de Beyoncé no disco, evidenciado pelo uso de sirenes e ritmo acelerado, enquanto outros observaram também uma estrutura musical diferente da adotada por ela em seu álbum de estreia e a presença de baladas. Outros gêneros presentes na influência das faixas incluem funk, dance-pop, dancehall e soul.

Eu vivi Deena por seis meses e me recusei a ir para o estúdio porque não queria me confundir com a personagem. Eu sequer assistia TV na época. [Quando as filmagens se encerraram] eu tinha tantas coisas guardadas, tantas emoções, tantas ideias, que enquanto eu deveria estar de férias eu fui para o estúdio e gravei este álbum em duas semanas. É por isso que muitas das músicas são agressivas. Eu tinha muito a dizer. E as batidas às quais me atraí eram muito mais pesadas.
 
Beyoncé comentando a influência de seu papel em Dreamgirls na composição do disco.

A respeito dos vocais, a cantora disse para a Billboard ter feito coisas inéditas em sua carreira neste álbum; Jon Pareles, do The New York Times, escreveu que ele possui "vocais que se elevam cada vez mais, acima dos confortos aveludados de seu alcance mais baixo a notas mais altas e estridentes e gritos roucos" e canções "reduzidas a batidas e cantos obsessivos e repetitivos". Uma série de interpretações é incorporada pela artista, como rap, cantos acelerados e agressivos e spoken word, explorando também o seu alcance vocal entre notas graves e agudas. A intérprete é creditada como produtora vocal em "Resentment" — na qual considerou ter "amadurecido" vocalmente — e "Beautiful Liar", assim como Shakira na última canção, e Rudy Pérez nas faixas em espanhol. Jay-Z é o único artista participante do disco, contribuindo com rimas em duas faixas, enquanto Shakira e Alejandro Pérez contribuem em canções inclusas na edição deluxe.

Muitos dos temas e dos estilos presentes no disco foram inspirados pelo papel da cantora em Dreamgirls. O filme é centrado nas The Dreams, um grupo fictício dos anos 1960 composto por três cantoras que tentam sucesso na indústria musical mainstream, com a ajuda do empresário Curtis Taylor. Beyoncé interpreta Deena Jones, a líder do grupo e esposa de Taylor, e é emocionalmente abusada por ele. Graças ao seu papel, ela inspirou-se em produzir um álbum que tematicamente recorre ao feminismo e ao empoderamento feminino, retratando também a subestimação, a mágoa, a traição, a dor do amor e as dificuldades, consequências e companheirismo presentes numa relação, além de possuir referências sexuais em diversas canções. A intérprete descreveu o álbum "diferente e conceitual" e comentou que, embora há faixas com um tom agressivo, "eu estou em um lugar muito calmo e feliz na minha vida. [B'Day] é bastante empoderador — é um álbum que as mulheres precisam ouvir". No que se refere a artistas, Caroline Sullivan, do The Guardian, e Tim Finley, da Pitchfork Media, notaram influências de Tina Turner permeando por todo o disco, enquanto Sal Cinquemani, da Slant Magazine, identificou inspirações de Lauryn Hill, Mariah Carey e Michael Jackson em determinadas canções.

Estrutura musical e letras[editar | editar código-fonte]

Jay-Z é o único vocalista participante da edição padrão de B'Day, contribuindo com duas canções, enquanto na deluxe Shakira, além de participar de "Beautiful Liar", é creditada como produtora vocal. Ambos são também creditados como compositores.

B'Day abre com "Déjà Vu", colaboração com o rapper Jay-Z. É uma canção R&B interpretada em um ritmo hip hop moderado influenciada pelo funk dos anos 1970, com elementos do soul e dance-pop e o uso de instrumentação ao vivo que, liricamente detalha uma mulher relembrando um antigo amor, evidenciado em linhas como "Será que é porque estou sentido a sua falta que estou tendo déjà vu?". A faixa seguinte "Get Me Bodied" deriva do R&B e do bounce, com influências dance-pop, dancehall e funk e letras que apresentam a protagonista saindo para dançar e vestida adequadamente para deixar uma impressão duradoura e conquistar o quer. Na canção, Beyoncé menciona "três melhores amigas", inspirada por sua irmã Solange Knowles e suas ex-colegas de grupo Kelly Rowland e Michelle Williams durante o processo de escrita. "Suga Mama" é uma obra R&B e soul influenciada pelo funk dos anos 1960 e 1970, contendo elementos limitados do go-go dos anos 1980 e um som mais similar à música ao vivo do que as canções anteriores da cantora. Sua instrumentação principal é fornecida por uma guitarra blues, interpolada de "Searching for Soul", de Jake Wade and the Soul Searchers. Em termos líricos, retrata a protagonista oferecendo agrados ao seu parceiro para conquistá-lo, vendo-o também como um objeto sexual.

A quarta música, "Upgrade U", outra colaboração com Jay-Z, é derivada do hip hop e contém influências do pop, soul e R&B contemporâneo, e demonstrações de "Girls Can't Do What the Guys Do", de Betty Wright. Em termos líricos, retrata uma mulher oferecendo luxos para um homem, para melhorar seu estilo de vida e sua reputação. Segue-se "Ring the Alarm", canção R&B que incorpora elementos do punk rock notada pelo uso de sirenes em sua melodia e na introdução, mostrando "um lado mais ousado e agressivo de Beyoncé". Aqui, a protagonista é uma mulher traída envolvida num triângulo amoroso e que se recusa a permitir que outra mulher desfrute de todos os esforços que ela fez para tornar seu parceiro um homem melhor. "Kitty Kat" é uma canção R&B suave com influências hip hop na qual a protagonista sente ser subestimada por seu companheiro. "Freakum Dress" é uma faixa R&B com influências hip hop, funk e dance-pop com chimbau acelerado e teclados que tematicamente retrata a protagonista colocando seu melhor vestido para lembrar seu parceiro o que ele está perdendo. "Green Light" é uma obra R&B e funk com um ritmo animado, apoiada numa linha do baixo arrebatadora e contendo uma batida mais orgânica, além de percussão latina e trompas soul, na qual Beyoncé usa um tom relativamente agressivo para, liricamente, dar ao seu parceiro a chance de sair de sua vida, em "Se você quiser / Você tem a permissão / Vá! Vá! Vá".

A nona faixa, "Irreplaceable", é uma balada moderada R&B com influências pop e instrumentação que inclui um violão predominante, violoncelos e batida fornecida pelo 808. Suas letras retratam o término de um relacionamento após a protagonista descobrir a infidelidade de seu parceiro, com ela declarando: "Você não sabe nada de mim / Eu posso arrumar outro como você amanhã / Então, não pense nem por um segundo / Que você é insubstituível". "Resentment" é uma balada soul e soft rock sobre um adeus corajoso e agitado que acrescenta um "tipo diferente de drama exagerado"; a artista mostra um lado mais vulnerável de si e canta sobre infidelidade e um namorado que a trai e mente para ela, evidenciado em linhas como "Eu chorei por muito tempo / O que você fez comigo? / Você mentiu, mentiu, mentiu". "Encore to the Fans" é um interlúdio no qual Beyoncé diz: "Por eu ter sido tão inspirada por Deena, eu escrevi músicas que dizem tudo o que eu queria que ela tivesse dito no filme", antecedendo a balada "Listen", incluída como faixa bônus. A balada soul e R&B foi gravada para a trilha sonora de Dreamgirls e é interpretada do ponto de vista de Deena Jones, que a canta numa expressão de independência de seu marido controlador. Outra faixa bônus, "Check on It", originalmente presente na coletânea #1s, das Destiny's Child, deriva do R&B e do hip hop e é instrumentalmente formada por uma linha do baixo pesada, cordas e instrumentos de sopro. Em termos líricos, se passa numa boate onde Beyoncé deixa os homens saberem que eles podem vir e olhar para o seu corpo sexualmente atraente quando ela estiver dançando.

Faixa de abertura da edição deluxe, "Beautiful Liar" é um dueto com a cantora colombiana Shakira derivado do R&B e do pop, fundindo os elementos latinos e árabes presentes na discografia de Shakira com o hip hop de Beyoncé. Tematicamente centrada no empoderamento feminino, retrata duas mulheres que escolhem não terminar sua amizade por causa de um homem que traiu ambas. "Welcome to Hollywood" é a versão solo de Beyoncé de "Hollywood", canção de Jay-Z. Deriva do R&B e tem influências disco, tratando do tédio sentido às vezes por celebridades. "Flaws and All" é uma balada R&B na qual a intérprete demonstra apreço pelo amor dado por seu parceiro, que vê através de seus defeitos e a ama incondicionalmente. "Still in Love (Kissing You)" é uma regravação da balada pop "Kisisng You", de Des'ree, posteriormente substituída na edição deluxe por "If". "World Wide Woman" é uma música R&B agitada na qual Beyoncé se autoproclama uma "mulher mundial" (título da faixa), um trocadilho com o termo "world wide web". As faixas bônus do segundo disco da edição deluxe são versões em espanhol de "Listen", "Irreplaceable" e "Beautiful Liar", estas duas últimas tendo também remixes, além do dueto pop flamenco "Amor gitano", com o espanhol Alejandro Sanz, que liricamente apresenta um conceito mais amplo e melodramático do amor. Para as regravações, Beyoncé trabalhou com o produtor Rudy Pérez, a fim de manter a mesma atmosfera das versões em inglês na tradução em espanhol.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

B'Day foi alvo de diversas controvérsias, a começar pelo single inicial, "Déjà Vu", cujo vídeo correspondente causou polêmica devido ao seu conteúdo sexualmente sugestivo. Uma reportagem do Hindustan Times noticiou que uma cena particular na gravação possui interpretações de sexo oral. Natalie Y. Moore, do In These Times, ecoou este pensamento, escrevendo que o vídeo mostra Beyoncé "exibindo sua sexualidade" e que nas cenas com Jay-Z "parece que a qualquer minuto ela irá chupá-lo". O trabalho veio a aparecer na lista dos piores vídeos de todos os tempos feita pelo Yahoo!, na qual os editores constaram a reação negativa dos fãs e escreveram: "É provavelmente o menos pior vídeo listado (...) mas, dentre os vídeos de Beyoncé, é o pior". Uma petição online foi criada para a Columbia Records, pedindo uma refilmagem do vídeo por ser considerado "uma representação abaixo do esperado do talento e da qualidade dos projetos audiovisuais anteriores da Sra. Beyoncé". Dentre as ofensas no abaixo-assinado estavam a "falta de tema, péssima edição [e] escolhas de roupas exageradas" no produto, "interações inaceitáveis" e "química sexual inexistente" entre Beyoncé e Jay-Z, e passos de dança "erráticos, confusos e em determinados momentos alarmantes" da cantora. Sobre a recepção mista, a artista comentou: "Todos os fãs com os quais conversei estão satisfeitos. Acho que as pessoas gostam quando as coisas são diferentes e elas têm algo novo para olhar".

É aparente que há um plano consistente de algumas pessoas de criar caos acerca do lançamento do álbum B'Day, de Beyoncé, que ocorre no dia 4 de setembro. Primeiramente, houve uma petição contra o single "Déjà Vu", depois um boato sobre um conflito entre Beyoncé e Rihanna, causado por 'Ring the Alarm', lançamento de um single para competir com o álbum de LeToya e, agora, acrescentando a todos os rumores ridículos, um plano meu de adiar o lançamento de B'Day. O que virá em seguida? Beyoncé irá cortar os cabelos? Pintá-los de verde? Talvez [quando] ela cante as músicas ao contrário há uma mensagem subliminar escondida!

—Trecho da nota enviada por Matthew Knowles à imprensa sobre as controvérsias relacionadas a B'Day.

As letras de "Ring the Alarm" renderam rumores de que seria sobre uma possível relação entre Jay-Z e a cantora barbadense Rihanna; a mídia especulou que Beyoncé e a dupla seria parte de um triângulo amoroso, que Jay-Z sempre teria sido fiel à Beyoncé até conhecer Rihanna, cuja popularidade cresceu consideravelmente em 2006, e que ela teria convencido o rapper a iniciarem um relacionamento amoroso enquanto ele ainda estava com Beyoncé. Em entrevista para a Seventeen, entretanto, Beyoncé esclareceu que a letra não possuía qualquer conexão com Rihanna e que estava ciente dos boatos que estavam circulando. A capa do single também causou polêmica por apresentar o uso de jacarés. A People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), uma organização de direitos dos animais que já havia confrontado a intérprete em virtude do uso de peles de animais em sua linha de roupas, contatou um biólogo que escreveu uma carta com os dizeres: "Como especialista em biologia réptil, estou preocupado com você posando com um filhote de jacaré para sua capa. Humanos e jacarés não são companheiros naturais, e os dois não deveriam se misturar em eventos como sessões fotográficas. Na minha opinião, fazer isso é cruelmente agressivo a um animal". Preocupado de que estaria ocorrendo uma tentativa de sabotagem do lançamento de B'Day, Matthew Knowles divulgou uma nota de imprensa na qual estava "orgulhoso" do projeto e que "para mim, o sucesso ou o fracasso de Beyoncé não se baseia em números (...) [e sim] que ela seja uma pessoa genuinamente boa (...) e tem a confiança de não se incomodar com essas distrações planejadas".

Houve também controvérsia acerca dos créditos de composição em "Irreplaceable". O cantor Ne-Yo, que compôs a faixa, disse para a MTV: "Aparentemente, Beyoncé teve um show em algum lugar e antes da música começar ela disse: 'Eu escrevi isso para todas as minhas companheiras' e então a canção começou. (...) A canção é uma co-composição. Eu escrevi a letra, toda a letra. Beyoncé me ajudou com as melodias, as harmonias e os arranjos vocais, e isso a torna uma co-composição. Significando que a nossa contribuição fez da música o que ela é". Em 2011, ele disse ter composto a obra para si, mas considerou-a melhor para Beyoncé, se arrependendo de ter cometido tal ato; alguns fãs da cantora interpretaram o comentário como desrespeitoso. Entretanto, ele esclareceu em seu Twitter: "Eu disse que originalmente escrevi a música para mim. Eu decidi dá-la assim que eu percebi como ela ficava quando cantada por um homem". Em 2007, Beyoncé apareceu em outdoors e jornais na Austrália segurando uma piteira; retirada da contracapa de B'Day, a foto provocou reação de um grupo anti-fumo que declarou não haver necessidade da cantora usar o objeto "para parecer mais sofisticada". No mesmo ano, a edição deluxe do disco e o DVD B'Day Anthology Video Album foram temporariamente retirados de circulação. Um processo de violação de direitos autorais foi criado devido a uma brecha de contrato em "Still in Love (Kissing You)", regravação da original "Kissing You" da britânica Des'ree. O acordo estipulava que o título da faixa não fosse alterado e que um vídeo musical não fosse filmado. Ambas as partes chegaram a um acordo resolvido fora da corte, a canção foi substituída por "If" no relançamento do produto e o vídeo retirado do DVD.