Vale Abraão

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Vale Abraão
 FrançaPortugal Portugal Suíça
1993 •  cor •  203 min 
Género drama romântico
Direção Manoel de Oliveira
Roteiro Adaptado da novela de Agustina Bessa-Luís, inspirada em Gustave Flaubert
Elenco Leonor Silveira
Cécile Sanz de Alba
Luís Miguel Cintra
Distribuição Madragoa Filmes
Idioma português
Orçamento 3 milhões 192 mil €

Vale Abraão é um longa-metragem franco-helvético-português de ficção, realizado por Manoel de Oliveira no ano de 1993 baseado no romance homónimo de Agustina Bessa Luís publicado em 1991, escrito a pedido do realizador, que por sua vez é uma adaptação de Madame Bovary de Flaubert em Portugal contemporâneo.[1][2][3]

Ema é uma misteriosa menina que se torna mulher, casando-se com um médico e a ele se entregando, assim como a amantes. Esta história baseia-se no mito platónico do Andrógino[4].

Resumo[editar | editar código-fonte]

No Vale do Douro, Ema vive com o pai e é educada numa atmosfera de grande sensibilidade poética. Torna-se numa mulher bela e sensual com um irresistível gosto pelas ficções românticas, que acaba por nunca conseguir encontrar plena satisfação junto dos homens, tendo casado com um médico que nunca amou. Na sequência de uma intensa vida social, Ema, vai envolver-se com três homens sempre numa constante busca de paixões, luxo e desafios, cuja beleza e espírito provocatório lhe vão valer o epíteto de "Bovarinha", uma versão moderna e portuguesa da Madame Bovary de Gustave Flaubert. Por fim, desiludida e frustrada, Ema morre afogada no Rio Douro num dia de sol radioso, depois de se ter vestido como se fosse para ir a um baile, sem nunca se chegar a perceber se foi acidente ou suicídio.[5]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Apreciação[editar | editar código-fonte]

Referido no site da RTP, o filme "Vale Abraão" parte da obra homónima de Agustina Bessa-Luís, por sua vez um exercício literário inspirado na "Madame Bovary" de Flaubert, que Manoel de Oliveira transforma num filme deslumbrante e portentoso. De novo envolvido com o universo literário de Agustina e, sobretudo, mais uma vez construindo uma história de amores frustrados, tema dominante em toda a sua obra, Oliveira assina uma obra de uma beleza plástica fulgurante, de uma espantosa sensibilidade poética e, ao mesmo tempo, de uma subtil e ácida ironia.[5]

Ainda segundo a RTP, narrando de forma absolutamente irresistível a trajetória amorosa de uma bela mulher, vítima dos seus incongruentes desejos e paixões, "Vale Abraão" é, sem dúvida, o filme mais ambicioso, deslumbrante e admirável do mestre Oliveira, onde Leonor Silveira, a sua atriz emblemática, é simplesmente portentosa, à cabeça de um grande elenco que conta com Luís Miguel Cintra, Rui de Carvalho, Diogo Dória e João Perry. "Vale Abraão" é um dos mais importantes filmes de toda a História do cinema português, que muito justamente os "Cahiers du Cinéma" consideraram como "um dos mais belos filmes do Mundo".[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Straccialano Coelho (1999). A adaptação em Vale Abraão: do romance de Augustina Bessa-Luis ao filme de Manoel de Oliveira, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Artes
  2. Val Abraham
  3. Oliveira, Manoel de; Alba, Cécile Sanz de; Cintra, Luís Miguel (21 de janeiro de 1994), Vale Abraão, Madragoa Filmes, Gemini Films, Light Night, consultado em 23 de novembro de 2023 
  4. Revista E n.º 2410 (5 de Janeiro de 2019). Obrigatório, pág. 88
  5. a b c Portugal, Rádio e Televisão de. «Vale Abraão - Filmes - Drama - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 23 de novembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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