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Blitz (revista)

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BLITZ é o nome de um jornal português, especializado em música e cultura popular, que teve a primeira edição em novembro de 1984 e publicou o seu último número em 24 de abril de 2006,[1] sendo convertido para o formato de revista em Junho do mesmo ano. Durante muitos anos foi o único jornal dedicado à música publicado semanalmente em Portugal.[1]

Percurso

Fundado em novembro de 1984,[2][3] pelos jornalistas Manuel Falcão, que foi o seu primeiro director, Rui Monteiro e Cândida Teresa (directora gráfica até ao final de 1999), e pelo profissional da indústria discográfica João Afonso (que abandonou a publicação em 1985, tinha no seu quadro inicial colaborações de, entre outros, António Pires, António Sérgio, Luís Peixoto, Luís Pinheiro de Almeida, Luís Vitta, Manuel Cadafaz de Matos, Quico Serrano, Ana Cristina Ferrão, Rui Neves, ou Rui Pêgo, e fotografia de Alfredo Cunha e Luís Vasconcelos. A fotografia do Blitz contou também, ao longo dos anos, com colaborações de Inês Gonçalves, Daniel Blaufuks, Álvaro Rosendo e Rita Carmo, entre outros.

Além do extenso noticiário, das entrevistas muitas vezes exclusivas, e da quase exaustiva cobertura crítica de discos e concertos, a atenção dada à generalidade da cultura juvenil nascente nos anos 1980, transcrita em páginas de moda e cinema, teatro e artes plásticas, é de destacar a inevitável secção "Pregões e Declarações", um espaço de democracia e liberdade de expressão que nessa época antecipou o chat na internet.

Rui Monteiro assumiu o cargo de director em setembro de 1988. Em Julho de 1992, o Blitz foi adquirido pela Controljornal (actual Grupo Impresa). Em abril de 1995 foram lançados os Prémios de Música BLITZ. Uma iniciativa inédita em Portugal que, pela primeira vez, e até 2001 (ano em que administração da Impresa suspendeu o evento), premiou as melhores edições discográficas e as melhores intervenções artísticas através da votação de um júri constituído por mais de 300 músicos e profissionais da indústria discográfica e dos media.

Em novembro de 2001, após meses de conflito com a administração da Impresa sobre o futuro do jornal, Rui Monteiro abandonou o semanário, sendo substituído na direcção por Sónia Pereira. A partir de 1 de julho de 2003, o jornal entrou numa nova fase que passou pela reformulação gráfica e editorial de alguns conteúdos. Em 2004, perante a acentuada quebra nas vendas, Pereira cedeu o lugar a Pedro Gonçalves. No mesmo ano a circulação da revista chega a 20 mil cópias.[4] O jornal comemora o seu 20º aniversário, caso inédito a nível nacional.

No último ano de vida do jornal, Gonçalves, perante o cada vez mais evidente declínio da publicação, foi igualmente substituído, desta vez por Vítor Raínho, que viria a ceder o lugar a Miguel Francisco Cadete, responsável pela direcção editorial da nova revista mensal a partir de 20 de Junho de 2006.

Conclusão

É unanimemente aceite, entre os profissionais e os estudiosos da comunicação social, que ao BLITZ se deve, em grande parte, a afirmação da juventude como criadora e consumidora de uma cultura autónoma, através da música, do cinema, do teatro, das artes plásticas e de muitas outras importantes manifestações estéticas das últimas três décadas.

Referências

  1. a b «Blitz (Portugal)» (em inglês). Publicitas. Consultado em 24 de dezembro de 2014 
  2. Rui Alexandre Novais; Hugo Ferro (2013). «Media Stratups in a Creative Destructive Scenario» (PDF) (em inglês). II. International Conference on Communication, Media, Technology and Design. Consultado em 24 de dezembro de 2014 
  3. Elliott, Richard (2010). Fado and the Place of Longing: Loss, Memory and the City (em inglês). Farnham, Surrey: Ashgate Publishing, Ltd. p. 143. ISBN 978-0-7546-6795-7 
  4. «Singies». Nielsen Business Media, Inc. Billboard (em inglês). 116 (14). 58 páginas 3 de abril de 2004. ISSN 0006-2510 

Ligações externas