Tartaruga-comum: diferenças entre revisões

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A '''tartaruga-marinha-comum'''<ref name="CondeTeira">Conde Teira, M. A. (1996): [http://academia.gal/documents/10157/23708/Cadernos_13.pdf "Acerca dos nomes dos anfibios e réptiles galegos"] en ''Cadernos de Lingua, 13'', pág. 84. </ref> ('''''Caretta caretta''''') também chamada de '''tartaruga-amarela''', '''tartaruga-cabeçuda''', '''tartaruga-meio-pente''' ou '''tartaruga-mestiça''', é uma espécie de [[tartaruga marinha]] pertencente à [[Família (biologia)|família]] [[Tartaruga-marinha|Cheloniidae.]] Habita no oceano [[Oceano Atlântico|Atlântico]], [[Oceano Pacífico|Pacífico]] e [[Oceano Índico|Índico]], e no [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo.]] Actualmente é a única espécie do género '''''Caretta'''''. Passa a maior parte da sua vida em habitats marinhos e estuarinos, e as fêmeas só vêm à praia para desovar. O seu potencial de reprodução é extremamente baixo; as fêmeas põem em média quatro ninhadas de ovos e posteriormente passam por um período de aquiescência no qual não põem ovos durante dois ou três anos. A tartaruga marinha comum atinge a maturidade sexual entre os 17 e os 33 anos e a sua expectativa de vida é de 47 a 67 anos.<ref name=History>{{cite web|last=History|first=Life|title=Loggerhead Sea Turtles, Caretta caretta|url=http://marinebio.org/species.asp?id=163|publisher=MarineBio}}</ref>
A '''tartaruga-comum''' (''Caretta caretta''), também chamada de '''tartaruga-amarela''', '''tartaruga-cabeçuda''', '''tartaruga-meio-pente''' ou '''tartaruga-mestiça''', é uma espécie de [[tartaruga marinha|tartarugas marinhas]] comum nos Oceanos de todo o Mundo, mas que se encontra ameaçada de extinção.


As medidas de uma tartaruga cabeçuda tem em média 90 centímetros de comprimento quando totalmente crescido, embora os indivíduos maiores de até 270 centímetros foram descobertos. Uma tartaruga cabeçuda, adulta, pesa aproximadamente 135&nbsp;kg com os maiores exemplares pesando mais de 454&nbsp;kg. A cor da pele varia do amarelo ao marrom, e a casca normalmente é marrom-avermelhada. Não diferenças externas em sexo antes da tartaruga se tornar um adulto, a diferença mais óbvia é que os machos adultos possuem caudas mais grossas e mais longas que as fêmeas.
As tartarugas adultas medem em média uns 90 cm de comprido e têm um peso médio de 135 kg, embora também se registaram exemplares maiores com um comprimento de até 213 cm e um peso de até 545 kg. A cor da pele varia entre amarelo e castanho, e a [[carapaça]] (''concha'') é tipicamente castanha–avermelhada. A diferença mais clara entre machos e fêmeas adultos é que os machos têm caudas mais grossas e carapaças mais curtas do que as fêmeas. Não existe [[dimorfismo sexual]] entre fêmeas e machos juvenis.

É uma espécie [[Omnívoro|omnívora]], que se alimenta principalmente de [[invertebrados]] que vivem no leito marinho. As suas mandíbulas são grandes e poderosas e servem como uma ferramenta eficaz para desfazer as presas. As tartarugas recém-nascidas têm vários predadores e os ovos são especialmente vulneráveis aos predadores e organismos terrestres. Quando atingem a idade adulta, o seu enorme tamanho faz com que os seus predadores se limitem basicamente aos grandes animais marinhos, como os [[Tubarão|tubarões]].

É considerada uma espécie em perigo de extinção pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza|União Internacional para a Conservação da Natureza.]] Os equipamentos de pesca deixados ao abandono são um dos principais factores responsáveis por numerosas mortes de tartarugas marinhas, incluindo a&nbsp;''C. caretta.'' Em certos casos, também podem afogar-se quando ficam presas nas [[Rede de arrasto|redes de arraste]]. Por forma a reduzir a mortalidade, são utilizados nas redes dispositivos que excluem as tartarugas marinhas das redes de pesca, o que lhes proporcionam uma via de escape caso fiquem presas. A perda de praias adequadas para a desova e nidificação, e a introdução de predadores exóticos afectam consideravelmente as populações de ''C. caretta.'' Os esforços de conservação requerem a cooperação internacional, já que estas tartarugas vagueiam por vastas áreas e as praias de desova essenciais para a sua reprodução estão disseminadas por muitos países.


== Taxonomia ==
== Taxonomia ==
[[Carolus Linnaeus|Linneo]] foi o primeiro que outorgou à espécie o seu nome binomial, ''Testudo caretta'', em 1758.<ref name="dodd1"/><ref name="seaturtlebook7"/> Durante os dois séculos seguintes, surgiram outros trinta e cinco nomes, entre os quais o nome ''Caretta caretta'' sugerido por Leonhard Stejneger em 1902.<ref name="dodd2"/> ''C. caretta'' pertence à [[Família (biologia)|família]] Cheloniidae, que compreende todas as tartarugas marinhas, excepto a [[Tartaruga-de-couro|tartaruga-de-couro]].<ref name="turtleguide97"/> A classificação sub-específica de C. caretta é objecto de debate, mas a maioria dos autores considera que é uma só [[Polimorfismo (biologia)|espécie polimórfica]].<ref name="marquez14"/> Estudos de [[genética molecular]] confirmaram que existe hibridação entre ''C. caretta'' e ''[[Tartaruga-de-kemp|Lepidochelys kempii]]'' (tartaruga-marinha-pequena), ''[[Tartaruga-de-pente|Eretmochelys imbricata]]'' (tartaruga-de-escamas) e ''[[Tartaruga-verde|Chelonia mydas]]'' (tartaruga-verde). Embora não se tenha determinado o grau de hibridação natural entre elas, existem relatos duma segunda geração de híbridos, o que indica que alguns híbridos são férteis.<ref name="hybrid581"/>
[[File:Lepidochelys-olivacea-Kélonia-1.JPG|thumb|right|Foto de uma Tartaruga-oliva]]
[[Carolus Linnaeus]] deu a tartaruga cabeçuda seu primeiro nome binomial, "Testudo caretta", em (1758).
A tartaruga cabeçuda do mar é encontrada no [[Atlântico]], [[Pacífico]] e [[Índico]], bem como o [[Mar Mediterrâneo]]. Ele passa a maior parte de sua vida em habitats de [[água salgada]] e [[estuarino]]s, as fêmeas brevemente vem á terra para pôr ovos. A tartaruga marinha cabeçuda tem uma baixa taxa reprodutiva; fêmeas depositam uma média de quatro desovas e, em seguida, tornar-se inativo, não produzindo ovos para dois a três anos. A cabeçuda atinge a maturidade sexual dentro de 17-33 anos e tem uma vida útil de 47-67 anos.<ref name="Tarta">{{citar web|url=http://marinebio.org/species.asp?id=163|título=Loggerhead Sea Turtles, Caretta caretta|acessodata=11 de março de 2012}}</ref> Mais de trinta e cinco outros nomes surgiram ao longo dos dois séculos seguintes, com a combinação Caretta introduzido pela primeira vez em [[1902]] por Leonhard Stejneger. O nome comum do Inglês "loggerhead", ou "cabeçuda" refere-se à cabeça dos animais de grande porte. A tartaruga cabeçuda do mar pertence ao ''Cheloniidae família'', que inclui todas as tartarugas marinhas, exceto a tartaruga de couro. A classificação da subespécie da tartaruga cabeçuda é debitada, mas a maioria dos autores consideram que uma única espécie polimórficas.<ref>{{citar web|url=ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/009/t0244e/T0244E00.pdf|acessodata=11 de março de 2012|título=FAO SPECIES CATALOGUE}}</ref> A genética molecular confirmou a hibridação da tartaruga marinha cabeçuda com a tartaruga de Kemp Ridley mar, tartaruga-de-pente e tartarugas verdes. O grau de hibridação natural ainda não está determinada, no entanto, os híbridos de segunda geração têm sido relatados, sugerindo que alguns híbridos são férteis.<ref>{{citar web|url=http://www.webcitation.org/5qBoayI8F|título=James 2004, p. 581|acessodata=11 de março de 2012}}</ref>


== Habitat ==
== Habitat ==
Tartarugas-cabeçudas do mar passam a maior parte de suas vidas em mar aberto e em águas costeiras rasas. Eles raramente vêm à terra, com exceção do sexo feminino "breves visitas para a construção e depósito de ovos nos ninhos.<ref>{{citar web|url=http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-projeto-tamar/tamar-tartarugas-marinhas.php|título=TARTARUGA-CABEÇUDA|acessodata=11 de março de 2012}}</ref> Tartarugas-cabeçudas Hatchling vivem em tapetes flutuantes de algas Sargassum. Adultos e juvenis vivem ao longo da plataforma continental, bem como em águas rasas dos estuários costeiros.<ref>{{citar web|url=http://www.suapesquisa.com/mundoanimal/tartaruga_marinha.htm|título=Tartaruga Marinha |acessodata=11 de março de 2012}}</ref> No Atlântico noroeste do Oceano, a idade desempenha um fator de preferência de habitat. Os juvenis são mais freqüentemente encontrados em habitats estuarinos rasos com acesso ao oceano limitado em comparação aos não-assentamento adultos.<ref>{{citar web|url=http://www.webcitation.org/5q7g11rLP|título=Conant 2009, p. 11|acessodata=11 de março de 2012}}</ref> As tartarugas cabeçudas ocupam águas com temperaturas de superfície variando de 13,3-28&nbsp;°C (56-82&nbsp;°F) durante a não-nidificação temporada. Temperaturas de 27-28&nbsp;°C (81-82&nbsp;°F) são os mais adequados para o sexo feminino de assentamento.<ref>{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=nNOQghYEXZMC&lpg=PA37&dq=Gotthilf+Muhlenberg+muhlenbergii&pg=PA37&redir_esc=y#v=onepage&q=loggerhead&f=false|título=Ernst 2009, p. 39|acessodata=11 de março de 2012}}</ref>
A ''C. careta'' passa a maior parte da sua vida no mar e em águas costeiras de pouco profundidade. Raramente vem a terra, com excepção das breves visitas das fêmeas que chegam às costas para escavar os ninhos e depositar os seus ovos. Os recém-nascidos vivem em esteiras flutuantes de algas ''[[Sargassum]]''.<ref name="spotila172"/> Os adultos e juvenis vivem ao longo da plataforma continental, e nos estuários costeiros pouco profundos.<ref name="spotila174"/> No noroeste do oceano Atlântico, a idade influi na preferência por um tipo de [[habitat]]. Os juvenis encontram-se mais frequentemente nos estuários pouco profundos e não vão muito para o alto mar em comparação com os adultos que não nidificam.<ref name="seaturtlebook11"/> Fora do período de desova, vivem em águas marinhas com temperaturas superficiais que oscilam entre 13,3 °C e 28,0 °C. Para as fêmeas aninhadoras as temperaturas apropriadas estão entre 27 °C e 28 °C.<ref name="ernst39"/>


Os juvenis partilham o seu habitat entre os sargaços com uma variedade de organismos. Os bancos flutuantes de ''Sargassum'' também são o habitat de cerca de 100 espécies de animais que constituem as presas das quais as tartarugas imaturas se alimentam. Algumas das presas são insectos que são transportados pelo vento para essas zonas. As presas [[Endemismo|endémicas]] dos bancos de ''Sargassum'' são os [[Pollicipes pollicipes|percebes]], pequenas larvas de caranguejos, ovos de peixes e colónias de [[Hydrozoa|hidrozoas]].<ref name="spotila172"/> Os mamíferos marinhos e peixes de espécies comerciais, tais como o [[atum]], também habitam as esteiras.<ref name="sargassum"/>
== História Evolutiva ==
[[File:Hawksbill Turtle.jpg|thumb|left|190px|Foto de uma Tartaruga-de-pente]]
Embora haja ausência de evidência,<ref name="fds">{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=h-EJy0BQ_RkC&lpg=PP1&dq=related:ISBN0801880076&pg=PP1&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título= Witherington 2006, p. 12|acessodata=11 de março de 2012}}</ref> as tartarugas marinhas modernas provavelmente descendem de um único ancestral comum durante o período Cretáceo. Como todas as outras tartarugas marinhas, exceto a de couro (Dermochelys coriacea), são membros da antiga família Cheloniidae, e surgiram há cerca de 40 milhões de anos atrás. Das seis espécies existentes da família Cheloniidae, as cabeçudas têm parentesco mais próximo com a tartaruga de Kemp (Lepidochelys kempii), oliva (L. olivacea) e a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) do que com a tartaruga-Flatback (Natator depresssus) e a tartaruga-verde (Chelonia mydas).<ref name="fds"/> A ressurgência de água fria em torno do [[Cabo da Boa Esperança]] e redução na temperatura da água no [[Cabo Horn]] formaram barreiras de água fria para tartarugas migratórias.<ref name="fds"/> O resultado foi um isolamento completo entre as populações no [[Atlântico]] e [[Pacífico]]. As populações distintas das cabeçudas têm características únicas e as diferenças genéticas. Por exemplo, cabeçudas do [[Mediterrâneo]] são menores, em média, do que as do [[Oceano Atlântico]].<ref name="fds"/>


== Predadores ==
=== Distribuição ===
[[Ficheiro:Loggerhead_turtle.png|direita|miniaturadaimagem|300x300px|Mapa de distribuição de ''C. caretta''.]]
As tartarugas-cabeçudas têm predadores numerosos, especialmente no início de suas vidas. Predadores de ovos e filhotes incluem [[oligoqueta]]s, [[besouro]]s, [[larvas]] de [[moscas]], [[formigas]], [[larvas]] de [[vespa]] [[parasitóide]], [[caranguejo]]s, [[cobra]]s, [[gaivota]]s, [[corvídeo]]s, [[gambá]]s, [[urso]]s, [[rato]]s, [[tatu]]s, [[mustelídeo]]s, [[canídeo]]s, [[gato]]s, [[porco]]s, e [[seres humanos]]. Durante sua migração de seu ninho para o mar, filhotes são predados por [[larva]]s de [[dípteros]], [[caranguejos]], [[sapos]], [[lagarto]]s, [[serpente]]s, [[aves marinhas]] como [[fragatas]] e outras aves e diversos mamíferos. No oceano, os predadores dos juvenis incluem outros [[peixe]]s e [[moreia]]s. Adultos são raramente atacados devido a seu grande tamanho, mas pode ser predada pelos grandes [[tubarões]], [[focas]] e [[baleias]] assassinas. Fêmeas do assentamento são atacados por [[mosca]]s, [[Cão|cães]] selvagens e seres humanos. "Salt Marsh", ou [[mosquito]]s também pode incomodar as fêmeas do assentamento.<ref>{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=nNOQghYEXZMC&lpg=PA37&dq=Gotthilf+Muhlenberg+muhlenbergii&pg=PA37&redir_esc=y#v=onepage&q=loggerhead&f=false|título=Gotthilf Muhlenberg muhlenbergii: Ernst 2009, p. 52|acessodata=11 de março de 2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=nNOQghYEXZMC&lpg=PA37&dq=Gotthilf+Muhlenberg+muhlenbergii&pg=PA37&redir_esc=y#v=onepage&q=loggerhead&f=false|título=Gotthilf Muhlenberg muhlenbergii: Ernst 2009, p. 53|acessodata=11 de março de 2012}}</ref>
''C. careta'' tem uma [[distribuição cosmopolita]], e reproduz-se na área geográfica mais ampla de todas as tartarugas marinhas. Habita no oceano Atlântico, Índico e Pacífico e mar Mediterrâneo.<ref name="spotila164"/>

No oceano Atlântico, a maior concentração reune-se ao longo da costa sudeste da América do Norte e no [[Golfo do México|golfo do México.]] São muito poucas as que vivem ao longo das costas atlânticas europeias e africanas.<ref name="spotila165"/> O local de desova mais frequentado é a [[Flórida|Florida]], com mais de 67.000 ninhos por ano. As zonas de desova estendem-se pelo norte até à [[Virgínia]], pelo sul até ao [[Brasil]], e pelo leste em até [[Cabo Verde|Cabo Verde.]] A ilhas de Cabo Verde são o único sítio de desova significativo no lado oriental do Atlântico. No Atlântico a zona de alimentação estende-se desde o Canadá até ao Brasil.<ref name="spotila164"/>

No oceano Índico, a espécie procura o alimento ao longo das costas de África, da [[Arábia|península Arábica]] e do [[Mar Arábico|mar Arábico.]]<ref name="spotila166"/> Na costa africana, nidifica desde o [[arquipélago de Bazaruto]] em [[Moçambique]] até ao estuário de [[Parque da zona húmida de iSimangaliso|Santa Lúcia]] na África do Sul[[África do Sul|.]]<ref name="seaturtlebook8"/> O maior sítio de desova no oceano Índico é [[Omã]]&nbsp;na península Arábica, que alberga por volta de 15.000 ninhos, e representa a segunda zona de desova mais importante de tartarugas marinhas comuns em todo o mundo. A costa da [[Austrália Ocidental]] é outra área de desova notável, com cerca de 1.000 a 2.000 ninhos por ano.<ref name="spotila166"/>

No oceano Pacífico vivem em zonas temperadas e tropicais.<ref name="seaturtlebook8"/> Alimentam-se no [[mar da China Oriental]], no sudoeste do Pacífico e ao longo da [[Península da Baixa Califórnia|península de Baixa Califórnia.]] As principais zonas de desova encontram-se no leste da [[Austrália]] e no [[Japão]]; a [[Grande Barreira de Coral]] australiana é considerada uma importante zona de desova.<ref>C.Michael Hogan. 2011. [http://www.eoearth.org/article/Coral_Sea?topic=49523 ''Coral Sea''. Encyclopedia of Earth. Eds. P. Saundry & C.J.Cleveland. National Council for Science and the Environment. Washington DC]</ref> Ocasionalmente nidificam em [[Vanuatu]] e [[Tokelau|Tokelau.]] A ilha de [[Yakushima]] é o sítio mais importante, com três zonas de desova que são visitadas por 40% de todas as tartarugas marinhas comuns da região.<ref name="spotila166"/> Depois de nidificarem, as fêmeas costumam procurar alimentos no mar da China Oriental, enquanto que a zona de bifurcação da [[Corrente de Kuroshio|extensão da corrente de Kuroshio]] oferece importantes zonas alimentícias para as crias recém-nascidas e juvenis.<ref name="seaturtlebook8"/> As populações do Pacífico oriental concentram-se na costa da Baixa Califórnia, onde o afloramento oceânico cria zonas de alimentação para as tartarugas juvenis e sub-adultas. Ao longo da bacia do Pacífico oriental os sítios de desova são raros.
A análise de polimorfismo de sequências de [[DNA mitocondrial|ADNmt]] e os estudos de seguimento indicam que 95% da população das costas do Pacífico americanas nascem nas ilhas japonesas do Pacífico ocidental.<ref name="Bowen3731"/> As tartarugas são transportadas pelas correntes predominantes através de todo o Pacífico norte, que constitui uma das rotas de migração mais longas entre os animais marinhos.<ref name="Bowen3731"/> Suspeitava-se desde há muito tempo que a viagem de regresso é feita às praias natais do Japão, apesar de terem que atravessar uma área de águas pouco férteis com poucas oportunidades para se alimentarem.<ref name="Bowen3733"/> A primeira prova da existência da viagem de retorno provinha de uma fêmea adulta, equipada com um dispositivo de seguimento por satélite, que registou a viagem de 14.500&nbsp;km através do Pacífico desde o México em 1996, que foi o primeiro animal que foi seguido cruzando toda uma bacia oceânica.<ref name="PBSNature"/>

O mar [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]] é uma creche para os juvenis, e um lugar frequentado pelos adultos na Primavera e Verão.<ref name="spotila165"/><ref name="seaturtlebook20"/> Quase 45% da população juvenil do Mediterrâneo teve origem no oceano Atlântico.<ref name="spotila165"/> As áreas de alimentação encontram-se principalmente no [[mar de Alborão]] e no [[Mar Adriático|Adriático]].<ref name="spotila165"/>
A principal zona de desova do Mediterrâneo é a [[Grécia]], com mais de 3.000 ninhos por ano.<ref name="spotila166"/> Por isso, as autoridades gregas não permitem que os aviões se desloquem ou aterrem durante a noite em [[Zakynthos]], por causa das tartarugas.<ref name="flighttimes"/> As costas do [[Chipre]] e [[Turquia]] são também sítios de desova comuns.<ref name="spotila166"/>

A tartaruga marinha comum foi também registada na Irlanda quando um espécime foi arrastado para a praia de Ballyhealy no [[condado de Wexford]].<ref>Murray, T. and Doyle, T. 2013. Loggerhead Turtle (''Caretta caretta'' (L.)) in Co. Wexford. ''Ir. Nat. J.'' '''32''': 153 - 154</ref>

== História evolutiva ==
Embora faltem evidencias concretas,<ref name="Witherington12"/> acredita-se que as tartarugas marinhas actuais tenham provavelmente um antepassado comum que remonta ao período do [[Cretáceo|Cretácico]]. Assim como todas as outras [[tartarugas marinhas]], excepto a [[Tartaruga-de-couro|tartaruga de couro]], a tartaruga-marinha-comum pertence à antiga [[Família (biologia)|família]] [[Tartaruga-marinha|Cheloniidae]] que apareceu há 40 milhões de anos.<ref name="spotila59"/> Das seis espécies de Cheloniidae existentes, a tartaruga marinha comum está mais estreitamente relacionada com a ''[[Tartaruga-de-kemp|Lepidochelys kempii]]'' (tartatuga-marinha-pequena), ''[[Lepidochelys olivacea]]'' e a ''[[Tartaruga-de-pente|Eretmochelys imbricata]]'' (tartaruga-de-pente) do que com a ''[[Natator depressus]]'' e a ''[[Tartaruga-verde|Chelonia mydas]]'' (tartaruga-verde].

Há aproximadamente três milhões de anos, durante a época do [[Plioceno]], a América do Norte Central emergiu do mar, ligando as duas Américas e isolando as correntes marinhas que circulavam entre o Atlântico e o [[Oceano Pacífico|Pacífico.]] O desvio das correntes oceânicas deu lugar a mudanças climáticas e a Terra entrou num ciclo glacial. O afloramento de água fria que passa pelo [[Cabo da Boa Esperança|cabo de Boa Esperança]] na África e a redução da temperatura da água no [[cabo de Hornos]] formaram barreiras de água fria que impediram a migração das tartarugas. Isto teve como resultado o isolamento completo das populações do Atlântico e do Pacífico.<ref name="spotila167"/>
Durante a [[Glaciação|era glacial]] mais recente, as praias do sudeste da América do Norte eram demasiado frias para os ovos das tartarugas marinhas. À medida que a Terra começou a aquecer, as tartarugas marinhas comuns alargaram a sua área de distribuição para o norte, colonizando as suas praias. Por consequência, as tartarugas que nidificam entre a Carolina do Norte e o norte da Flórida representam uma população geneticamente diferente das do sul da Flórida.<ref name="spotila167"/>

As diferentes populações de tartarugas marinhas comuns possuem diferenças genéticas e características únicas. Por exemplo, as do Mediterrâneo são mais pequenas, em média, do que as do oceano Atlântico.<ref name="spotila166"/> As do Atlântico Norte e do Mediterrâneo são descendentes de colonizadores originários de [[Maputalândia]] na [[África do Sul|Africa do sul]], e os genes destes colonizadores sul-africanos ainda estão presentes nas populações actuais.<ref name="spotila167"/>


== Anatomia e morfologia ==
== Anatomia e morfologia ==
[[Ficheiro:Loggerhead_turtle.jpg|direita|miniaturadaimagem|Carapaça da tartaruga marinha comum de cor castanha avermelhada, com cinco escudos vertebrais ao longo da linha média da tartaruga rodeados por cinco pares de escudos dorsais.]]
A tartaruga-cabeçuda é a maior do mundo de todas as tartaruga de carapaça dura. As adultas têm uma gama de peso médio de 80 a 200&nbsp;kg e uma gama de comprimento de 70 a 95 centímetros.<ref name="asdf">{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=nNOQghYEXZMC&lpg=PA37&dq=Gotthilf+Muhlenberg+muhlenbergii&pg=PA37&redir_esc=y#v=onepage&q=loggerhead&f=false|título=Gotthilf Muhlenberg muhlenbergii: Ernst 2009, p. 37|acessodata=11 de março de 2012}}</ref> O peso máximo relatado é 545&nbsp;kg e do comprimento da carapaça máxima é de 213 centímetros.<ref name="asdf"/> A cabeça e a carapaça (casco superior) varia de um amarelo-laranja a um marrom-avermelhado, enquanto o plastrão (parte inferior) é tipicamente amarelo pálido. O pescoço de tartaruga e os lados são marrom, nas partes superiores,laterais e no fundo é amarela. O dimorfismo sexual da tartaruga cabeçuda é apenas aparente em adultos. Os machos adultos possuem caudas e garras mais longas do que fêmeas. Dos machos plastrons são mais curtas do que as fêmeas, presumivelmente para acomodar as caudas dos machos maiores. A carapaça dos machos são maiores e menos abaulada que as fêmeas e os machos geralmente têm cabeças mais largas do que as fêmeas.<ref>{{citar web|url=http://www.webcitation.org/5q1hgVxc5|título=Loggerhead Turtle (Caretta caretta)|acessodata=11 de março de 2012}}</ref>
A tartaruga marinha comum é a maior tartaruga do mundo com carapaça ou ''concha'' rígida (a tartaruga de couro é maior mas não tem uma carapaça dura).<ref name="ernst37"/> Os adultos apresentam um peso médio entre 80 e 200 kg e um comprimento de 70 a 95 cm.<ref name="ernst37"/> O peso máximo registado é de 545 kg e o comprimento máximo da carapaça de 213 cm.<ref name="ernst37"/> A cabeça e a parte superior da carapaça (espaldar) tem uma cor que pode variar desde o amarelo alaranjado ao castanho avermelhado, enquanto que o [[plastrão]] (parte inferior) é geralmente de tom amarelo claro.<ref name="turtleguide104"/> O pescoço e os costados da tartaruga são de tom castanho na parte superior e amarelo nos lados e parte inferior.<ref name="noaa"/>

A carapaça serve como armadura exterior, embora estas tartarugas não possam retrair as suas cabeças ou patas nela.<ref name="anatomy"/> Divide-se em duas secções: a parte superior ou espaldar e a parte inferior ou plastrão. A carapaça é constituída por grandes placas ou escudos.<ref name="turtleguide104"/> Geralmente, possui 11 ou 12 pares de escudos marginais que beiram a carapaça.<ref name="seaturtlebook7"/> Pela linha média do espaldar existem cinco escudos vertebrais, os quais estão ladeados por cinco pares de escudos dorsais.<ref name="turtleguide110"/> O escudo nucal situa-se na base da cabeça.<ref name="turtleguide110"/> O espaldar conecta-se com o plastrão por meio de três pares de escudos inframarginais.<ref name="turtleguide110"/> O plastrão tem pares de escudos [[Escudo gular|gulares]], humerais, peitorais, abdominais, femorais e anais.<ref name="seaturtlebook7"/>

O [[dimorfismo sexual]] da C. caretta só é visível nos adultos. Os machos adultos têm caudas e unhas mais compridas do que as fêmeas. O plastrão dos machos é mais curto do que o das fêmeas, presumivelmente para acomodar a cauda maior dos machos. A carapaça dos machos é mais larga e menos curvada do que a das fêmeas e a cabeça dos machos costuma ser maior.<ref name="valente22"/> Não é possível determinar o sexo dos juvenis e subadultos pela sua anatomia externa, senão por meio da dissecação, [[laparoscopia]] abdominal, exame [[Histologia|histológico]] (anatomia celular), e testes radioimunológicos (estudo imunológico com [[Marcaxe isotópica|marcação isotópica]]).<ref name="valente22"/>

As [[Glândula lacrimal|glândulas lacrimais]] que se encontram por detrás de cada olho permitem manter um [[Osmorregulação|equilíbrio osmótico]] ao eliminar o excesso de sal obtido pela ingestão de água do mar. Em terra, a excreção do excesso de sal dá a falsa impressão de que a tartaruga está a chorar.<ref name="peaker231"/>

== Ecologia e comportamento ==
[[Ficheiro:Loggerhead_Sea_Turtle_(Caretta_caretta)_2.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|''Caretta caretta'' em repouso.]]
As tartarugas marinhas comuns observadas tanto em cativeiro como na natureza são mais activas durante o dia. Em cativeiro, as actividades quotidianas consistem em nadar e descansar no fundo do aquário. Durante o descanso, estende as suas patas dianteiras até a posição média de nado (bracejo). Permanecem imóveis, com os olhos abertos ou meio fechados e encontram-se em alerta máximo quando estão nesse estado. De noite, os indivíduos em cativeiro dormem na mesma posição, mas com os olhos bem fechados, e demoram a reagir.<ref name="ernst39"/> Passam até o 85% do dia submersos, e os machos mergulham mais activamente do que as fêmeas. A duração média das imersões varia entre 15 a 30 minutos, mas podem permanecer debaixo de água por até quatro horas.<ref name="ernst44"/> Os juvenis e adultos têm diferentes métodos de natação. Os juvenis mantêm as suas extremidades anteriores pressionadas para os lados da carapaça, e impulsionam-se batendo os seus membros traseiros. À medida que os juvenis amadurecem, este método de natação é progressivamente substituído pelo método de alternância das extremidades praticado pelos adultos, e dependem completamente deste método de natação ao atingirem um ano de idade.<ref name="ernst43"/>

A temperatura da água afecta ao [[metabolismo]] das tartarugas marinhas.<ref name="ernst39"/> As temperaturas entre 13 e 15 °C induzem letargia. Quando a temperatura baixa para aproximadamente 10 °C, a tartaruga adopta uma postura flutuante, atordoada pelo frio.<ref name="ernst39"/> Entretanto, os juvenis são mais resistentes ao frio e não ficam atordoados antes de as temperaturas baixarem até aos 9 °C. A [[Migração de animais|migração]] faz com que evitem a exposição ao frio.<ref name="ernst40"/> Quando as temperaturas da água são mais elevadas provocam um aumento do metabolismo e ritmo cardíaco. A temperatura do corpo aumenta mais facilmente em águas mais quentes do que diminui em águas mais frias; actualmente desconhece-se a sua máxima térmica crítica.<ref name="ernst40"/>

Embora a agressão entre fêmeas seja muito rara nos [[vertebrados]] marinhos, nestas tartarugas este comportamento é bastante comum. O ritual de confronto varia desde uma postura de ameaça passiva ao combate propriamente dito. O conflito entre fêmeas é provocado principalmente pela disputa das zonas de alimentação. A escalada do conflito normalmente segue quatro etapas.<ref name="aggression"/> Inicialmente, o primeiro contacto é estimulado por sinais visuais ou tácteis. Na segunda fase, dá-se a confrontação, começando com confrontos passivos caracterizados por movimentos circulares amplos. A confrontação mais agressiva dá-se quando uma das tartarugas deixa de circular e faz frente directamente ao seu adversário. Na terceira fase, inicia-se o combate quando as tartarugas mordem as mandíbulas do adversário. A etapa final implica a separação, que pode ser mútua, com ambas as tartarugas nadando em direcções opostas, ou consistir em que uma das tartarugas acabe por ser perseguida até à saída da zona disputada.<ref name="aggression"/> A escala do conflito é determinada por vários factores, como os níveis [[Hormona|hormonais]], o desgaste físico, a previsibilidade do resultado final e a importância do sítio. Em cada etapa, a posição vertical da cauda indica a vontade de entrar em conflito se assim for necessário, enquanto que a cauda enroscada mostra a predisposição de se submeter. Como  a agressividade implica um elevado custo metabólico e é potencialmente debilitante, é bem mais provável que o conflito só se intensifique se estiver em jogo o acesso a boas zonas de alimentação.<ref name="aggression"/> As agressões também pode ser observadas em cativeiro. Aparentemente as tartarugas são animais territoriais, e apresentam um comportamento agressivo face a outras tartarugas da sua espécie ou mesmo doutras espécies.<ref name="ernst44"/>

=== Predadores ===
[[Ficheiro:Fox_up_a_tree.jpg|direita|miniaturadaimagem|A raposa é um dos predadores que ataca os ninhos de tartarugas marinhas comuns na Austrália.]]
A tartaruga marinha comum tem vários predadores, especialmente nos primeiros anos de vida. Entre os predadores de ovos e de recém-nascidos estão vermes [[oligoquetas]], [[Besouro|escaravelhos]], larvas de moscas, [[Formiga|formigas]], larvas da vespa parasitaria, [[sarcophagidae|moscas]] da carne, [[caranguejos]], [[Serpente|serpentes]], [[Larídeos|gaivotas]], [[Corvidae|córvidos]], [[Gambá|sarigueias]], [[Ursidae|ursos]], [[Rattus|ratos]], [[Tatu|armadilhos]], [[mustelídeos]], [[Mephitidae|doninhas fedorentas]], [[canídeos]], [[procionídeos]], [[Felidae|gatos]], [[Porco doméstico|porcos]] e [[seres humanos]]. Durante a migração dos ninhos até ao mar, as crias são capturadas por caranguejos, [[Bufonidae|sapos]], [[Lagarto|lagartos]], [[Serpente|serpentes]], [[aves]] como [[Fregata|fregatas]] e outras, e [[Mamíferos|mamíferos.]] No oceano, os predadores das crias acabadas de nascer são essencialmente peixes, como os [[Peixe-papagaio|peixes-papagaio]] e [[Moreia|moreias]], e [[Portunidae|caranguejos portunídeos.]] Raramente os adultos são atacados devido ao seu tamanho, no entanto podem ser presas de [[Tubarão|tubarões]], [[pinípedes]], e [[orcas]]. Cerca de 40% das fêmeas que aninham possuem ferimentos que foram provavelmente causados por ataques de tubarão.<ref name="ernst53"/> As fêmeas que desovam são atacadas por moscas da carne, cães selvagens e seres humanos. Os [[Culicidae|mosquitos]] dos [[Pântano|pântanos]] salgados também podem incomodar a fêmeas durante a desova.<ref name="ernst53"/><ref name="ernst52"/>

Na Austrália, a introdução da [[Raposa-vermelha|raposa]] (''Vulpes vulpes'') pelos colonizadores ingleses no [[século XIX]], deu lugar a uma redução significativa das populações de ''C. caretta.'' Durante a década de 1970, a predação de ovos de tartaruga destruiu cerca de 95% de todos ninhos numa secção costeira do leste da Austrália.<ref name="spotila171"/> Tamanho impacto foi possível ser reduzido por meio duma campanha que visou eliminar as raposas nas décadas de 1980 e 1990. Entretanto, estima-se que apenas em 2020 as população consigam recuperar-se por completo das drásticas perdas sofridas.<ref name="council62"/>

Ao longo da costa sudeste dos [[Estados Unidos]], o [[mapache]] (''Procyon lotor'') é o predador mais devastador dos sítios de nidificação. Em algumas praias da Flórida registaram-se taxas de mortalidade de quase 100% de todas as ninhadas numa só temporada.<ref name="spotila171"/> Isto deve-se ao aumento das populações de mapache, que floresceram nos meios urbanos. Os esforços para proteger os sítios de nidificação isolando-os com uma rede metálica reduziram significativamente o impacto dos predadores de ovos de tartarugas marinhas por parte dos mapaches.<ref name="council62"/> Em Bald Head Island na [[Carolina do Norte]], utilizaram-se caixas de malha de arame para cobrir os ninhos e evitar que sejam escavados por raposas e outros predadores.<ref>(http://www.bhic.org/)</ref> Uma nova preocupação associada com o uso de protecções com materiais de [[aço]] é a interferência com o desenvolvimento normal do sentido de percepção magnética dos recém-nascidos devido à utilização de arames ferrosos, que pode perturbar a capacidade das tartarugas de navegar correctamente.<ref>(http://www.unc.edu/depts/geomag/)</ref> Estão a realizar-se esforços para encontrar um material que não seja magnético mas que por sua vez permita evitar que os predadores roam a barreira.

=== Doenças e parasitas ===
As crias e os ovos podem ser afectadas por bactérias infecciosas como ''[[Pseudomonas]]'' e ''[[Salmonella|Salmonella.]]'' Os fungos como ''Penicillium'' infectam os ninhos e a traqueia destas tarartugas.<ref name="ernst53"/>

A doença [[Vírus|vírica]] [[fibropapilomatose]], causada por um [[Herpesviridae|herpesvírus]], pode originar tumores internos e externos. Estes tumores afectam aos comportamentos essenciais do animal e podem causar cegueira permanente quando afectam os olhos.<ref name="threats"/> Os [[Trematoda|trematodas]] da família [[Spirorchiidae]] podem habitar nos tecidos do corpo da tartaruga marinha comum, incluindo órgãos vitais como o coração e o cérebro.<ref name="trematodes"/> A infecção de trematodas pode ser muito debilitante, e as lesões [[Inflamação|inflamatórias]] por trematodas podem, por exemplo, causar [[endocardite]] e [[doenças neurológicas]].<ref name="trematodes"/> O [[nematoda]] ''[[Angiostoma carettae]]'' também pode afectar esta tartaruga, causando lesões [[Histologia|histológicas]] no [[Tracto respiratório|trato respiratório]].<ref name="lungworm"/>

Mais de 100 espécies de animais de 13 [[Filo|filos]] e 37 tipos de [[Alga|algas]], vivem agarados ao dorso da carapaça desta tartaruga.<ref name="spotila177"/> Estes organismos [[Parasita|parasitários]] aumentam a fricção com a água, e não oferecem nenhum benefício conhecido para a tartaruga, pese embora melhorem a sua camuflagem.<ref name="spotila177"/>

=== Alimentação ===
[[Ficheiro:Moon_jelly_-_adult_(rev2).jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Uma medusa ''Aurelia'' adulta, uma das presas de ''C. caretta'' durante a migração pelo mar aberto.]]
São tartarugas [[Omnívoro|omnívoras]], que se alimentam principalmente de [[invertebrados]] do leito marinho, como [[Gastrópodes|gasterópodes]], [[Bivalvia|bivalvos]] e [[Decapoda|decápodes.]] É a tartaruga marinha que tem um maior número de presas conhecidas. Outros alimentos incluem [[Porifera|esponjas]], [[Coral|corais]], [[Pennatulacea|pennatuláceos]], [[Polychaeta|vermes poliquetos]], [[Actiniaria|anemonas do mar]], [[cefalópodes]], [[Pollicipes pollicipes|percebes]], [[Brachiopoda|braquiópodes]], [[isópodos]], [[Insetos|insectos]], [[Ectoprocta|briozoas]], [[Echinoidea|ouriços]] [[Clypeasteroidea]], [[Pepino-do-mar|pepinos-do-mar]], [[Estrela-do-mar|estrelas-do-mar]], [[Peixe|peixes]] (ovos, juvenis e adultos), tartarugas recém-nascidas (mesmo que sejam membros da sua própria espécie), [[Alga|algas]] e [[Planta vascular|plantas vasculares.]]<ref name="ernst50"/> Durante a migração por mar aberto, alimentam-se de [[medusas]], moluscos flutuantes, ovos flutuantes, [[Loligo vulgaris|lulas]] e [[Peixe voador|peixes voadores]].<ref name="noaa"/>

As suas mandíbulas são grandes e poderosas e servem como uma ferramenta eficaz para desfazer as suas presas.<ref name="noaa"/><ref name="ernst52"/> Estas extensões que sobressaem da margem anterior do antebraço permitem a manipulação dos alimentos, e que podem ser utilizadas como "pseudo-garras" para arrancar grandes pedaços de comida na boca da tartaruga. A tartaruga vai rodando o pescoço para se alimentar ao rasgar os pedaços com essas escamas com forma de pinça.<ref name="ernst52"/>
Na região dianteira do [[esófago]] existem umas papilas cobertas de [[muco]] que apontam para o interior e que servem para filtrar corpos estranhos, tais como anzóis. A seguinte região do esófago não tem papilas, mas vários pregas mucosas. A eficiente e rápida [[digestão]] depende da temperatura, e aumenta à medida que a temperatura sobe.<ref name="ernst52"/>

== Ciclo de vida ==

=== Primeiros anos ===
[[Ficheiro:Babylogger.jpg|direita|miniaturadaimagem|Cria que caminha em direcção ao mar.]]
A cor das crias varia de castanho claro a quase preto, e não possuem os característicos tons amarelos e vermelhos dos adultos.<ref name="turtleguide104"/> Ao nascerem, medem aproximadamente 4,6 cm e pesam cerca de 20 g.<ref name="noaa"/> Os ovos são depositados na praia numa zona acima da linha da maré alta. Os ovos são depositados perto da água, para que as crias possam retornar facilmente ao mar.<ref name="biologyandconservation10"/> O sexo das criações é determinado pela temperatura do ninho soterrado. As temperaturas de incubação geralmente oscilam entre os 26 °C e os 32 °C. Os ovos de tartarugas marinhas que se mantêm a uma temperatura de incubação constante de 32 °C convertem-se em fêmeas. Os ovos que incubam a 28 °C convertem-se em machos. Uma temperatura de incubação de 30 °C tem como resultado uma proporção igual de crias machos e fêmeas.<ref name="yntema1013"/> As crias dos ovos do centro do ninho tendem a ser mais grandes, crescem mais rapidamente, e são as mais activas durante os primeiros dias de vida marinha.<ref name="spotila171"/>

A incubação dura por volta de oitenta dias, período após o qual as criações escavam através da areia para alcançar a superfície. Geralmente isto ocorre durante a noite, uma vez que a escuridão aumenta a probabilidade de escaparem aos predadores e evitar as temperaturas extremas na superfície da areia durante o dia.<ref name="biologyandconservation10"/> As crias dirigem-se para o oceano, caminhando para o horizonte mais brilhante criado pelo reflexo das estrelas e da lua sobre a superfície da água.<ref name="artificiallighting"/>

Os recém-nascidos podem perder até 20% da sua massa corporal devido à evaporação de água durante o trajecto do ninho para mar.<ref name="spotila21"/> Antes de chegarem à água utilizam inicialmente a ressaca das ondas para avançar de cinco em dez metros para o mar.<ref name="spotila21"/> Uma vez no mar, nadam durante umas 20 horas para se afastar da costa.<ref name="turtleguide104"/> No seu cérebro têm um composto de ferro ([[magnetita]]) que permite que as tartarugas [[Campo magnético terrestre|percebam o campo magnético]] da Terra para nadar.<ref name="spotila22"/>
Muitas crias utilizam as camadas de algas ''Sargassum'' no oceano aberto como protecção até que alcançem um comprimento de aproximadamente 45 cm.<ref name="turtleguide104"/> Habitam neste [[Zona pelágica|ambiente pelágico]] até atingirem a idade juvenil, e então migram para águas próximas à costa.<ref name="turtleguide104"/>

=== Maturação ===
[[Ficheiro:Caretta_caretta_060417w2.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Tartaruga marinha comum adulta num recife.]]
Quando as águas do oceano resfriam, estas tartarugas têm que migrar para zonas mais quentes. Também podem [[hibernar]] até certo ponto; nos meses mais frios mergulham por cerca de sete horas seguidas, emergindo durante apenas sete minutos para respirar. Embora as tartarugas de água doce consigam superar este tempo, estas são algumas das imersões mais longas registadas em qualquer vertebrado marinho que respire ar.<ref name="divetimes"/> Durante a sua migração sazonal, os juvenis têm a capacidade de percorrer longas distâncias utilizando-se de sinais magnéticos e visuais para se orientarem.<ref name="orientation cues"/> Durante a migração, as tartarugas nadam a uma velocidade de aproximadamente 1,6 km/h.<ref>The relationship between loggerhead turtle (Caretta caretta) movement patterns and Mediterranean currents, BENTIVEGNA F. (1) ; VALENTINO F. (1) ; FALCO P. (2) ; ZAMBIANCHI E. (2) ; HOCHSCHEID S. (1) ; Marine biology, 2007, vol. 151, no5, pp. 1605–1614 [10 page(s) (article)] (1 p.1/4)</ref>

Como todas as tartarugas marinhas, a tartaruga marinha comum prepara-se para a reprodução na sua zona de alimentação. Isto ocorre vários anos antes de migrarem para uma zona de acasalamento.<ref name="biologyandconservation4"/> No sudeste dos Estados Unidos e na Austrália as fêmeas reproduzem-se pela primeira vez entre os 28 e 33 anos; na [[África do Sul|África do sul]] isto ocorre entre os 17 e 30 anos. Desconhece-se a idade de reprodução no Mediterrâneo, Omã, no Japão e no Brasil.<ref name="spotila16"/> As tartarugas marinhas comuns que nidificam, têm uma carapaça com um comprimento recto de 70 a 109 cm. Devido à ampla variedade, o comprimento da carapaça não é um indicador fiável da maturidade sexual.<ref name="biologyandconservation9"/> A sua esperança de vida máxima ronda os 47 e 67 anos nem estado selvagem.<ref name="ernst50"/>

=== Reprodução ===
[[Ficheiro:Logger_eggs_01.jpg|direita|miniaturadaimagem|Desova.]]
As fêmeas reproduzem-se pela primeira vez entre os 17 e 33 anos, e o seu período de acasalamento dura até seis semanas.<ref name="spotila16"/><ref name="biologyandconservation4"/> Embora o comportamento de cortejo não tenha sido ainda analisado a fundo, o dos machos envolve comportamentos como acariciar com o focinho, morder, e mover a cabeça e as barbatanas<ref name="biologyandconservation6"/><ref name="biologyandconservation6"/> Alguns estudos indicam que as fêmeas produzem [[Feromônio|feromonas]] [[Cloaca|cloacais]] para indicar a receptividade reprodutiva.<ref name="biologyandconservation6"/> Antes do acasalamento, o macho achega-se à fêmea que costuma resistir às suas primeiras tentativas de montá-la. Em seguida, o macho e a fêmea começam às voltas ao redorn um do outro. Se a fêmea tiver mais do que um pretendente, esta pode deixar que os machos lutem entre eles. O vencedor monta a fêmea, processo durante o qual as unhas curvadas do macho costumam danificar a superfície dorsal da fêmea. Enquanto que o macho tenta copular, os outros tendem a mordê-lo, lesando as suas barbatanas e cauda, por vezes chega ao ponto de os ossos ficarem expostos. Estas lesões podem obrigar o macho a desmontar a fêmea e o processo de cura pode demorar semanas.<ref name="biologyandconservation6"/>

Durante o período de nidificação, as fêmeas realizam uma média de 3,9 desovas, e então passam por um período de aquiescência no qual não produzem ovos durante dois ou três anos.<ref name="biologyandconservation4"/><ref name="spotila170"/> Diferentemente doutras tartarugas marinhas, o cortejo e o acasalamento costuma ocorrer longe da costa, perto das rotas migratórias entre as zonas de alimentação e de reprodução.<ref name="biologyandconservation6"/> Evidências recentes indicam que a ovulação das fêmeas é induzida pelo acasalamento.<ref name="induced"/> Por meio do acto de acasalamento, a fêmea ovula e os ovos são fecundados pelo macho. Isto é um fenómeno muito especial, uma vez que a ovulação induzida pelo acasalamento é rara em animais não mamíferos.<ref name="induced"/> No Mediterrâneo o período de acasalamento tem lugar entre finais de Março e princípios de Junho. O período de desova ocorre entre os meses de Junho e Julho, mas pode variar conforme a praia de nidificação.<ref name="biologyandconservation9"/>

A tartaruga marinha comum pode ter paternidade múltipla.<ref name="paternity"/> A fêmea tem a capacidade de armazenar o esperma de vários machos nos seus ovidutos até a ovulação.<ref name="sperm storage"/> Cada ninhada pode ter até cinco pais diferentes, cada um dos quais contribui com esperma a uma parte da ninhada.<ref name="paternity"/> O tamanho da fêmea tem uma [[Correlação|correlação positiva]] com a paternidade múltipla.<ref name="paternity"/> Existem duas hipóteses para explicar esta correlação. Uma postula que os machos preferem fêmeas grandes pela sua percepção de que têm uma maior [[fertilidade]].<ref name="paternity"/> A outra hipótese defende que as fêmeas maiores são capazes de nadar mais rápido até às zonas de reprodução, e portanto têm períodos de acasalamento mais longos.<ref name="paternity"/>
[[Ficheiro:Footprint_of_Loggerhead_Sea_Turtle.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Pegadas deixadas na praia pela tartaruga marinha comum.]]
Todas as tartarugas marinhas são parecidas no seu comportamento básico de nidificação. Durante a temporada de desova, a fêmea volta à praia onde nasceu para pôr ovos em intervalos de 12 a 17 dias.<ref name="biologyandconservation6"/><ref name="spotila170"/> Estas saem da água, sobem à praia, e remove a areia superficial para formar uma depressão com o tamanho do seu corpo. Com as suas patas traseiras, escavam um buraco onde depositam os ovos. Após depositarem os ovos na câmara tapam o buraco com areia, e finalmente regressam ao mar.<ref name="biologyandconservation13"/> Este processo demora cerca de uma ou duas horas, e decorre nas zonas de areia abertas ou na parte superior das dunas de areia.<ref name="spotila170"/> A selecção da zona de nidificação é importante, uma vez que influi nos resultados da ninhada, tais como a condição física das crias, a proporção de crias que consegue emergir da areia, e a vulnerabilidade ante os predadores dos ninhos.<ref name="biologyandconservation10"/> A média de ovos em cada desova das tartarugas marinhas comuns é de 70.<ref name="biologyandconservation17"/>

== Conservação ==
São várias as actividades humanas que acarretam efeitos negativos sobre as populações de tartarugas marinhas comuns. O problema agrava-se pelo tempo prolongado necessário para que alcancem a maturidade sexual e as altas taxas de mortalidade dos ovos, recém-nascidos e juvenis face aos predadores e fenómenos naturais.<ref name="spotila178"/>

=== Ameaças ===
[[Ficheiro:Loggerhead_nesting_area.jpg|miniaturadaimagem|Zona de nidificação de tartarugas marinhas comuns, delimitada como parte dum projecto de conservação em Hilton Head Island.]]
As tartarugas marinhas comuns foram caçadas intensamente pela sua carne e ovos. Apesar de a caça ter diminuído devido à legislação internacional que as protege, ainda se consome carne e ovos de tartaruga nos países onde não se fazem cumprir estritamente as leis.<ref name="eatingturtles"/> No México, por exemplo, os ovos de tartaruga são um prato comum, e os habitantes da região afirmam que os ovos são um [[afrodisíaco]].<ref name="eatturtleeggs"/> O consumo de ovos ou carne de tartaruga pode provocar graves doenças devido às [[Bactéria|bactérias]] daninhas que podem conter, como ''[[Pseudomonas aeruginosa]]'' e ''[[Serratia marcescens]]'', e pelos altos níveis de [[Metal pesado|metais pesados]] que se concentram como resultado da [[bioacumulação]].<ref name="eatingturtles"/><ref name="seaturtlebacteria"/>

A costa ocidental dos Estados Unidos faz parte dum corredor migratório essencial para as tartarugas marinhas comuns do Pacífico, pelo qual cruzam o Pacífico desde as zonas de nidificação no Japão até a costa da Califórnia. Por meio de estudos de [[telemetria]] descobriram-se importantes habitats de alimentação para os juvenis localizados no centro do Pacífico Norte.<ref name="peckham"/> Nestes habitats foram encontrados acessórios de pesca à escala industrial que ocupam as zonas de alimentação (com [[rede de deriva|redes de emalhar deriva]] no passado, e atualmente com [[Palangre|palangres]]) o que aumenta os níveis de captura acidental destas tartarugas.<ref name="peckham"/> Muitas destas tartarugas juvenis concentram-se nas costas da [[Baixa Califórnia do Sul]] e [[México]], em que a pesca costeira a pequena escala aumenta o risco de morte das tartarugas; os pescadores confirmaram a captura acidental de dezenas destas tartarugas diariamente feita por embarcações com aparelhos de redes de arrasto para a pesca no fundo marinho.<ref name="peckham"/> O método de pesca comercial mais comum responsável pela captura acidental destas tartarugas é a pesca por arrasto dos barcos camaroneiros no golfo de Califórnia.<ref name="NMF"/> Estima-se que em 2000, morreram entre 2.600 e 6.000 tartarugas marinhas comuns apenas com uso de palangres pelágicos no Pacífico.<ref name="peckham"/>

[[Ficheiro:Corpse_of_a_sea_turtle,_drowned_in_a_fishing_net.jpg|miniaturadaimagem|Tartaruga marinha, afogada ao ficar enredada.]]
No mar aberto, os aparelhos de pesca constituem a maior ameaça para as tartarugas marinhas comuns. Estas frequentemente enredam-se em redes de emalhar ou são capturadas em palangres. Segundo um relatório de 2009 do Serviço de Pesca dos Estados Unidos, a principal ameaça para estas tartarugas no Pacífico Norte é o afogamento ao ficarem presas em palangres e redes de emalhar.<ref name="NMF"/> Também ficam presas em armadilhas, nassas, redes de arrasto ou são vítimas de [[dragas]].<ref name="noaa"/> A implantação de dispositivos de exclusão de tartarugas nas redes e noutras armadilhas pode reduzir o número de tartarugas aprisionadas acidentalmente.

A cada ano são despejadas perto de 24.000 toneladas métricas de [[plástico]] no mar. As tartarugas ingerem uma ampla gama destes restos flutuantes, como sacos, panos, granulados, balões e linhas de pesca abandonadas.<ref name="council114"/> As tartarugas podem confundir o plástico com medusas flutuantes, um alimento comum. O plástico ingerido provoca vários problemas de saúde, desde a obstrução intestinal, até à redução da capacidade de absorção de nutrientes e má-nutrição, asfixia, ulceras ou fome. Além disso, os plásticos ingeridos libertam compostos tóxicos, como [[Bifenilpoliclorado|bifenilos policlorados]], que podem acumular-se nos tecidos internos e afectar aos ovos. Estas toxinas podem provocar o desgaste das cascas dos ovos, danificar os tecidos, ou alterar comportamentos naturais do animal.<ref name="council115"/>

[[Ficheiro:Loggerhead_SeaTag-GEO.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Tartaruga marinha comum com um aparelho com antena de seguimento por satélite e geomagnético preso no seu dorso.]]
A iluminação artificial nas praias desalenta a nidificação e interfere com a habilidade dos recém-nascidos de se dirigirem ao mar. As fêmeas preferem aninhar em praias sem iluminação artificial. Nas praias exploradas, é frequente ver ninhos agrupados em torno de edifícios altos, possivelmente porque bloqueiam as fontes de luz artificial.<ref name="biologyandconservation10"/> Em circunstancias normais as crias são atraídas pela reflexão das estrelas e da lua sobre a superfície da água do mar. Confundidas pela luz artificial, dirigem-se para terra adentro, longe da protecção da água, expondo-as à desidratação e a depredação quando assim que o sol nasce.<ref name="artificiallighting"/> A cada ano a iluminação artificial é responsável por dezenas de milhares de mortes de recém-nascidos.<ref name="lorne23"/>

A invasão e destruição do habitat causada pelos humanos é outra ameaça para as tartarugas marinhas. Sem eles as praias de nidificação são praias de areia abertas e largas, que se estendem por terra além da linha da maré alta. Porém, nas praias exploradas costuma haver construções acima da linha de maré alta e privam às tartarugas de sítios de nidificação apropriados, obrigando-as a nidificar cada vez mais perto da ressaca das ondas.<ref name="spotila170"/> A urbanização muitas vezes a principal causa da [[sedimentação]] nas praias de areia, diminuindo a sua viabilidade como local de desova.<ref name="spotila170"/> A construção de docas e portos desportivos pode destruir os habitats próximos à costa. O trânsito marítimo e a dragagem podem degradar o habitat e ferir ou matar às tartarugas quando os barcos as atropelam.<ref name="threats"/>

As variações anuais das temperaturas climáticas podem afectar à proporção de machos e fêmeas entre os recém-nascidos, uma vez que a temperatura do ninho determina o sexo das crias. As temperaturas elevadas podem fazer com que os coeficientes do sexo estejam inclinados para as fêmeas. Os sítios de nidificação que foram expostos a temperaturas invulgarmente quentes num período de três anos, provocaram um crescimento de fêmeas de 87 a 99%.<ref>{{cite journal |authors=N. Mrosovsky & Jane Provancha |year=1992 |title=Sex ratio of hatchling loggerhead sea turtles: data and estimates from a 5-year study |journal=[[Canadian Journal of Zoology]] |volume=70 |issue=3 |pages=530–538 |doi=10.1139/z92-080}}</ref> Isto é motivo de preocupação pela relação entre as rápidas [[Aquecimento global|mudanças da temperatura global]] e o risco de extinção da população de tartarugas marinhas comuns.<ref name="janzen7489"/> Um dos efeitos a nível local é o provocado pela construção de edifícios altos perto das praias, que reduzem a exposição ao sol e diminuem a temperatura da areia, o que leva a uma mudança nas proporções dos sexos, aumentando a percentagem de machos.<ref name="spotila170"/>

=== Actividades de conservação ===
[[Ficheiro:Loggerhead_ted-noaa.jpg|miniaturadaimagem|Tartaruga marinha comum que escapa de uma rede através de um dispositivo de exclusão de tartarugas.]]
Como esta tartaruga tem uma área de distribuição muito extensa, a sua conservação requer um esforço de cooperação internacional.<ref name="noaa"/>
Está classificada como uma espécie em perigo de extinção pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] (UICN) e está incluída no Apêndice I da [[Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção|Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas]] (CITES), pelo qual o comércio internacional desta espécie é considerado ilícito.<ref name="noaa"/> Nos Estados Unidos, o [[United States Fish and Wildlife Service|Serviço de Pesca e Vida Selvagem]] e o [[Serviço Nacional de Pesca Marinha]] classificam-na como espécie ameaçada no marco da [[Endangered Species Act|Lei de Espécies Ameaçadas]].<ref name="noaa"/> Na Austrália é considerada uma espécie em perigo de extinção.
A convenção sobre a conservação das espécies migratórias de animais selvagens aplica-se também à conservação da tartaruga marinha comum na costa atlântica da África, e no Oceano Índico e Sudeste Asiático.<ref name="southafricaconservation"/><ref name="southeastasiaconservation"/> No Japão, a Associação de Tartarugas Marinhas do Japão trabalha para a conservação destas tartarugas, e na Grécia a Sociedade para a Protecção da Tartaruga Marinha (ARCHELON).<ref name="japanconservation"/><ref name="greececonservation"/> Na ilha de [[Zaquintos|Zakynthos]], as autoridades gregas não permitem que os aviões levantem voo ou aterrem durante a noite para proteger as tartarugas aninhadoras.<ref name="flighttimes"/> Em Omã a Fundação de Investigação Marinha trabalha para a sua conservação.<ref name="omanconservation"/> Está também protegida pelo Anexo 2 do Protocolo relativo às Áreas e Vida Selvagem Especialmente Protegidas do Convenção de Cartagena, que trata sobre a contaminação que pode prejudicar aos [[Ecossistema|ecossistemas]] marinhos.<ref name="noaa"/><ref name="cartagenaconvention"/> No mundo inteiro existem organizações conservacionistas que trabalharam juntamente com a indústria da pesca de arraste para desenvolver um dispositivo de exclusão de tartarugas para evitar a captura acidental de tartarugas marinhas. Estes dispositivos são obrigatórios para todos os camaroneiros.<ref name="noaa"/>
Durante a época de nidificação, os trabalhadores e voluntários de organizações conservacionistas vigiam a costa para identificar ninhos de tartarugas, e os cientistas também saem durante a noite na procura de fêmeas receptivas para marcá-las, e para examiná-las e adquirir amostras de tecidos.<ref name="volunteerwork"/> Os voluntários podem, em certas condições, realocar os ninhos para proteger os ovos de possíveis ameaças, como as marés altas da primavera e de predadores, e vigiam os ninhos quotidianamente para assegurarem que não houve alterações. Depois da eclosão dos ovos, os voluntários abrem o ninho para contar os ovos não que não eclodiram, e as criações que morreram. As restantes crias vivas são libertadas ou levadas para instalações de investigação. Normalmente, as crias que morrem são as que lhes falta vitalidade e que não são capazes de escavar à superfície.<ref name="seaturtlebook13"/> O trajecto dos recém-nascidos desde o ninho até ao mar serve para desenvolver a sua força necessária para a natação. Ajudar as crias a alcançarem o mar só irá  ignorar este exercício de adaptação do físico e diminuir as suas chances de sobrevivência.<ref name=Whitmeyer>{{cite book|last=Whitmeyer|first=Steven J.|title=Field geology education: historical perspectives and modern approaches|year=2009|publisher=The Geological Society of America|isbn=978-0-8137-2461-4|pages=238}}</ref>

Nos Estados Unidos esta espécie foi declarada réptil oficial do estado de [[Carolina do Sul]] e também réptil oficial de água salgada do estado de [[Flórida]].<ref name="Florida"/><ref name="Shearer323">{{Harvnb|Shearer|1994|p=323}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==
*[[Lista de répteis de Portugal]]
*[[Lista de répteis de Portugal]]
*[[Lista de répteis do Brasil]]
*[[Lista de répteis do Brasil]]
== Ligações externas ==
*[http://www.tamar.org.br/ta_espe.asp Projeto TAMAR - Brasil]


{{Referências}}
==Referências==
;Notas
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*{{Anchor|CITEREFMiller2003}}{{cite encyclopedia |last1=Miller|first1=Jeffrey D.|last2=Limpus |first2=Collin J.|last3=Godfrey |first3=Matthew H. |editor1-first=Alan |editor1-last=Bolten |editor2-first=Blair |editor2-last=Witherington |encyclopedia=Loggerhead Turtles |title=Nest site selection, oviposition, eggs, development, hatching and emergence of loggerhead turtles |url=http://www.seaturtle.org/members/godfreym/miller_2003_loggerheadbook.pdf |accessdate=February 28, 2013 |year=2003 |publisher=Smithsonian Books |isbn=1588341364 |pages=125&ndash;143}}
*{{Anchor|CITEREFNational Marine Fisheries1998}}{{cite web | url=http://www.nmfs.noaa.gov/pr/pdfs/recovery/turtle_loggerhead_pacific.pdf | title=Recovery Plan for U.S. Pacific Populations of the Loggerhead Turtle (Caretta caretta) | author=National Marine Fisheries Service and U.S. Fish and Wildlife Service | year = 1998 | publisher = National Marine Fisheries Service | location = Silver Spring, MD. | format = PDF | archiveurl = http://www.webcitation.org/5tkjKEQ54 | archivedate = 2010-10-25 | accessdate = 2010-10-25 }}
*{{Anchor|CITEREFPeaker1975}}{{cite book|last1=Peaker|first1=Malcolm|last2=Linzell|first2=J.|title=Salt Glands in Birds and Reptiles|isbn=0-521-20629-4 |year=1975}}
* {{Anchor|CITEREFShearer1994}}{{cite book | last1 = Shearer | first1 = Benjamin F. | last2 = Shearer | first2 = Barbara S. | title = State names, seals, flags, and symbols| publisher = Greenwood Publishing Group | year = 1994 | location = Westport, Connecticut | isbn = 0-313-28862-3|edition=2nd}}
*{{Anchor|CITEREFSpotila2004}}{{cite book|title=Sea Turtles: A Complete Guide to their Biology, Behavior, and Conservation|last= Spotila|first= James R. |year= 2004|publisher= The Johns Hopkins University Press and Oakwood Arts|location= Baltimore, Maryland |isbn=0-8018-8007-6}}
*{{Anchor|CITEREFValente2007}}{{cite book|last1=Valente|first1=A. L. S.|last2=|first2=|title=Diagnostic Imaging of the Loggerhead Sea Turtle, Caretta Caretta|url=http://www.tesisenxarxa.net/TESIS_UAB/AVAILABLE/TDX-0401109-161950//alsv1de1.pdf|accessdate=May 27, 2010|year=2007|archiveurl=http://www.webcitation.org/5q7gRzXJA|archivedate=May 30, 2010|isbn=978-8469166239}}
*{{Anchor|CITEREFWitherington2006}}{{cite book | last1 = Witherington | first1 = Blair | title = Sea Turtles – An Extraordinary Natural History of Some Uncommon Turtles | chapter = Ancient Origins | publisher = MBI Publishing Company | year = 2006 | location = St Paul, Minnesota | url = https://books.google.com/books?id=h-EJy0BQ_RkC&lpg=PP1&dq=related%3AISBN0801880076&pg=PP1#v=onepage&q&f=false | accessdate = 2010-06-04 | isbn = 0-7603-2644-4}}
*{{Anchor|CITEREFWynne1999}}{{cite book |last1=Wynne |first1=Kate|last2=Schwartz|first2=Malia|others=illustrated by Garth Mix |title=Guide to Marine Mammals and Turtles of the U.S. Atlantic and Gulf of Mexico|edition=2nd|year=1999|publisher=Rhode Island Sea Grant |isbn=0-938412-43-4}}
*{{Anchor|CITEREFYntema1982}}{{cite journal |doi=10.1139/z82-141 |last=Yntema|first=C.|author2=N. Mrosovsky |year=1982|title=Critical periods and pivotal temperatures for sexual differentiation in loggerhead sea turtles|journal= Canadian Journal of Zoology |volume=60|issue=5 |pages=1012–1016 |issn= 1480-3283|url=http://www.seaturtle.org/PDF/author/Yntema_1982_CanJZool.pdf|accessdate=25 May 2010|archiveurl=http://www.webcitation.org/5q7gWsbQA|archivedate=May 30, 2010}}


[[Categoria:Cheloniidae]]
[[Categoria:Cheloniidae]]

Revisão das 19h28min de 8 de setembro de 2016

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTartaruga-comum

Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Testudinata
Família: Cheloniidae
Género: Caretta
Espécie: C. caretta
Nome binomial
Caretta caretta
(Linnaeus, 1758)
Distribuição geográfica
Vermelho: Principais locais de desova Amarelo: Locais de desova menores
Vermelho: Principais locais de desova Amarelo: Locais de desova menores
Locais de desova no Mediterrâneo
Locais de desova no Mediterrâneo
Sinónimos
Testudo caretta

Testdo nasicornis
Testod couana
Chelonia multiscutata
Testudo corianna
Couana elongata
Chelonia caretta
Thalassochelys caretta

A tartaruga-marinha-comum[1] (Caretta caretta) também chamada de tartaruga-amarela, tartaruga-cabeçuda, tartaruga-meio-pente ou tartaruga-mestiça, é uma espécie de tartaruga marinha pertencente à família Cheloniidae. Habita no oceano Atlântico, Pacífico e Índico, e no Mediterrâneo. Actualmente é a única espécie do género Caretta. Passa a maior parte da sua vida em habitats marinhos e estuarinos, e as fêmeas só vêm à praia para desovar. O seu potencial de reprodução é extremamente baixo; as fêmeas põem em média quatro ninhadas de ovos e posteriormente passam por um período de aquiescência no qual não põem ovos durante dois ou três anos. A tartaruga marinha comum atinge a maturidade sexual entre os 17 e os 33 anos e a sua expectativa de vida é de 47 a 67 anos.[2]

As tartarugas adultas medem em média uns 90 cm de comprido e têm um peso médio de 135 kg, embora também se registaram exemplares maiores com um comprimento de até 213 cm e um peso de até 545 kg. A cor da pele varia entre amarelo e castanho, e a carapaça (concha) é tipicamente castanha–avermelhada. A diferença mais clara entre machos e fêmeas adultos é que os machos têm caudas mais grossas e carapaças mais curtas do que as fêmeas. Não existe dimorfismo sexual entre fêmeas e machos juvenis.

É uma espécie omnívora, que se alimenta principalmente de invertebrados que vivem no leito marinho. As suas mandíbulas são grandes e poderosas e servem como uma ferramenta eficaz para desfazer as presas. As tartarugas recém-nascidas têm vários predadores e os ovos são especialmente vulneráveis aos predadores e organismos terrestres. Quando atingem a idade adulta, o seu enorme tamanho faz com que os seus predadores se limitem basicamente aos grandes animais marinhos, como os tubarões.

É considerada uma espécie em perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Os equipamentos de pesca deixados ao abandono são um dos principais factores responsáveis por numerosas mortes de tartarugas marinhas, incluindo a C. caretta. Em certos casos, também podem afogar-se quando ficam presas nas redes de arraste. Por forma a reduzir a mortalidade, são utilizados nas redes dispositivos que excluem as tartarugas marinhas das redes de pesca, o que lhes proporcionam uma via de escape caso fiquem presas. A perda de praias adequadas para a desova e nidificação, e a introdução de predadores exóticos afectam consideravelmente as populações de C. caretta. Os esforços de conservação requerem a cooperação internacional, já que estas tartarugas vagueiam por vastas áreas e as praias de desova essenciais para a sua reprodução estão disseminadas por muitos países.

Taxonomia

Linneo foi o primeiro que outorgou à espécie o seu nome binomial, Testudo caretta, em 1758.[3][4] Durante os dois séculos seguintes, surgiram outros trinta e cinco nomes, entre os quais o nome Caretta caretta sugerido por Leonhard Stejneger em 1902.[5] C. caretta pertence à família Cheloniidae, que compreende todas as tartarugas marinhas, excepto a tartaruga-de-couro.[6] A classificação sub-específica de C. caretta é objecto de debate, mas a maioria dos autores considera que é uma só espécie polimórfica.[7] Estudos de genética molecular confirmaram que existe hibridação entre C. caretta e Lepidochelys kempii (tartaruga-marinha-pequena), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-escamas) e Chelonia mydas (tartaruga-verde). Embora não se tenha determinado o grau de hibridação natural entre elas, existem relatos duma segunda geração de híbridos, o que indica que alguns híbridos são férteis.[8]

Habitat

A C. careta passa a maior parte da sua vida no mar e em águas costeiras de pouco profundidade. Raramente vem a terra, com excepção das breves visitas das fêmeas que chegam às costas para escavar os ninhos e depositar os seus ovos. Os recém-nascidos vivem em esteiras flutuantes de algas Sargassum.[9] Os adultos e juvenis vivem ao longo da plataforma continental, e nos estuários costeiros pouco profundos.[10] No noroeste do oceano Atlântico, a idade influi na preferência por um tipo de habitat. Os juvenis encontram-se mais frequentemente nos estuários pouco profundos e não vão muito para o alto mar em comparação com os adultos que não nidificam.[11] Fora do período de desova, vivem em águas marinhas com temperaturas superficiais que oscilam entre 13,3 °C e 28,0 °C. Para as fêmeas aninhadoras as temperaturas apropriadas estão entre 27 °C e 28 °C.[12]

Os juvenis partilham o seu habitat entre os sargaços com uma variedade de organismos. Os bancos flutuantes de Sargassum também são o habitat de cerca de 100 espécies de animais que constituem as presas das quais as tartarugas imaturas se alimentam. Algumas das presas são insectos que são transportados pelo vento para essas zonas. As presas endémicas dos bancos de Sargassum são os percebes, pequenas larvas de caranguejos, ovos de peixes e colónias de hidrozoas.[9] Os mamíferos marinhos e peixes de espécies comerciais, tais como o atum, também habitam as esteiras.[13]

Distribuição

Mapa de distribuição de C. caretta.

C. careta tem uma distribuição cosmopolita, e reproduz-se na área geográfica mais ampla de todas as tartarugas marinhas. Habita no oceano Atlântico, Índico e Pacífico e mar Mediterrâneo.[14]

No oceano Atlântico, a maior concentração reune-se ao longo da costa sudeste da América do Norte e no golfo do México. São muito poucas as que vivem ao longo das costas atlânticas europeias e africanas.[15] O local de desova mais frequentado é a Florida, com mais de 67.000 ninhos por ano. As zonas de desova estendem-se pelo norte até à Virgínia, pelo sul até ao Brasil, e pelo leste em até Cabo Verde. A ilhas de Cabo Verde são o único sítio de desova significativo no lado oriental do Atlântico. No Atlântico a zona de alimentação estende-se desde o Canadá até ao Brasil.[14]

No oceano Índico, a espécie procura o alimento ao longo das costas de África, da península Arábica e do mar Arábico.[16] Na costa africana, nidifica desde o arquipélago de Bazaruto em Moçambique até ao estuário de Santa Lúcia na África do Sul.[17] O maior sítio de desova no oceano Índico é Omã na península Arábica, que alberga por volta de 15.000 ninhos, e representa a segunda zona de desova mais importante de tartarugas marinhas comuns em todo o mundo. A costa da Austrália Ocidental é outra área de desova notável, com cerca de 1.000 a 2.000 ninhos por ano.[16]

No oceano Pacífico vivem em zonas temperadas e tropicais.[17] Alimentam-se no mar da China Oriental, no sudoeste do Pacífico e ao longo da península de Baixa Califórnia. As principais zonas de desova encontram-se no leste da Austrália e no Japão; a Grande Barreira de Coral australiana é considerada uma importante zona de desova.[18] Ocasionalmente nidificam em Vanuatu e Tokelau. A ilha de Yakushima é o sítio mais importante, com três zonas de desova que são visitadas por 40% de todas as tartarugas marinhas comuns da região.[16] Depois de nidificarem, as fêmeas costumam procurar alimentos no mar da China Oriental, enquanto que a zona de bifurcação da extensão da corrente de Kuroshio oferece importantes zonas alimentícias para as crias recém-nascidas e juvenis.[17] As populações do Pacífico oriental concentram-se na costa da Baixa Califórnia, onde o afloramento oceânico cria zonas de alimentação para as tartarugas juvenis e sub-adultas. Ao longo da bacia do Pacífico oriental os sítios de desova são raros. A análise de polimorfismo de sequências de ADNmt e os estudos de seguimento indicam que 95% da população das costas do Pacífico americanas nascem nas ilhas japonesas do Pacífico ocidental.[19] As tartarugas são transportadas pelas correntes predominantes através de todo o Pacífico norte, que constitui uma das rotas de migração mais longas entre os animais marinhos.[19] Suspeitava-se desde há muito tempo que a viagem de regresso é feita às praias natais do Japão, apesar de terem que atravessar uma área de águas pouco férteis com poucas oportunidades para se alimentarem.[20] A primeira prova da existência da viagem de retorno provinha de uma fêmea adulta, equipada com um dispositivo de seguimento por satélite, que registou a viagem de 14.500 km através do Pacífico desde o México em 1996, que foi o primeiro animal que foi seguido cruzando toda uma bacia oceânica.[21]

O mar Mediterrâneo é uma creche para os juvenis, e um lugar frequentado pelos adultos na Primavera e Verão.[15][22] Quase 45% da população juvenil do Mediterrâneo teve origem no oceano Atlântico.[15] As áreas de alimentação encontram-se principalmente no mar de Alborão e no Adriático.[15] A principal zona de desova do Mediterrâneo é a Grécia, com mais de 3.000 ninhos por ano.[16] Por isso, as autoridades gregas não permitem que os aviões se desloquem ou aterrem durante a noite em Zakynthos, por causa das tartarugas.[23] As costas do Chipre e Turquia são também sítios de desova comuns.[16]

A tartaruga marinha comum foi também registada na Irlanda quando um espécime foi arrastado para a praia de Ballyhealy no condado de Wexford.[24]

História evolutiva

Embora faltem evidencias concretas,[25] acredita-se que as tartarugas marinhas actuais tenham provavelmente um antepassado comum que remonta ao período do Cretácico. Assim como todas as outras tartarugas marinhas, excepto a tartaruga de couro, a tartaruga-marinha-comum pertence à antiga família Cheloniidae que apareceu há 40 milhões de anos.[26] Das seis espécies de Cheloniidae existentes, a tartaruga marinha comum está mais estreitamente relacionada com a Lepidochelys kempii (tartatuga-marinha-pequena), Lepidochelys olivacea e a Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente) do que com a Natator depressus e a Chelonia mydas (tartaruga-verde].

Há aproximadamente três milhões de anos, durante a época do Plioceno, a América do Norte Central emergiu do mar, ligando as duas Américas e isolando as correntes marinhas que circulavam entre o Atlântico e o Pacífico. O desvio das correntes oceânicas deu lugar a mudanças climáticas e a Terra entrou num ciclo glacial. O afloramento de água fria que passa pelo cabo de Boa Esperança na África e a redução da temperatura da água no cabo de Hornos formaram barreiras de água fria que impediram a migração das tartarugas. Isto teve como resultado o isolamento completo das populações do Atlântico e do Pacífico.[27] Durante a era glacial mais recente, as praias do sudeste da América do Norte eram demasiado frias para os ovos das tartarugas marinhas. À medida que a Terra começou a aquecer, as tartarugas marinhas comuns alargaram a sua área de distribuição para o norte, colonizando as suas praias. Por consequência, as tartarugas que nidificam entre a Carolina do Norte e o norte da Flórida representam uma população geneticamente diferente das do sul da Flórida.[27]

As diferentes populações de tartarugas marinhas comuns possuem diferenças genéticas e características únicas. Por exemplo, as do Mediterrâneo são mais pequenas, em média, do que as do oceano Atlântico.[16] As do Atlântico Norte e do Mediterrâneo são descendentes de colonizadores originários de Maputalândia na Africa do sul, e os genes destes colonizadores sul-africanos ainda estão presentes nas populações actuais.[27]

Anatomia e morfologia

Carapaça da tartaruga marinha comum de cor castanha avermelhada, com cinco escudos vertebrais ao longo da linha média da tartaruga rodeados por cinco pares de escudos dorsais.

A tartaruga marinha comum é a maior tartaruga do mundo com carapaça ou concha rígida (a tartaruga de couro é maior mas não tem uma carapaça dura).[28] Os adultos apresentam um peso médio entre 80 e 200 kg e um comprimento de 70 a 95 cm.[28] O peso máximo registado é de 545 kg e o comprimento máximo da carapaça de 213 cm.[28] A cabeça e a parte superior da carapaça (espaldar) tem uma cor que pode variar desde o amarelo alaranjado ao castanho avermelhado, enquanto que o plastrão (parte inferior) é geralmente de tom amarelo claro.[29] O pescoço e os costados da tartaruga são de tom castanho na parte superior e amarelo nos lados e parte inferior.[30]

A carapaça serve como armadura exterior, embora estas tartarugas não possam retrair as suas cabeças ou patas nela.[31] Divide-se em duas secções: a parte superior ou espaldar e a parte inferior ou plastrão. A carapaça é constituída por grandes placas ou escudos.[29] Geralmente, possui 11 ou 12 pares de escudos marginais que beiram a carapaça.[4] Pela linha média do espaldar existem cinco escudos vertebrais, os quais estão ladeados por cinco pares de escudos dorsais.[32] O escudo nucal situa-se na base da cabeça.[32] O espaldar conecta-se com o plastrão por meio de três pares de escudos inframarginais.[32] O plastrão tem pares de escudos gulares, humerais, peitorais, abdominais, femorais e anais.[4]

O dimorfismo sexual da C. caretta só é visível nos adultos. Os machos adultos têm caudas e unhas mais compridas do que as fêmeas. O plastrão dos machos é mais curto do que o das fêmeas, presumivelmente para acomodar a cauda maior dos machos. A carapaça dos machos é mais larga e menos curvada do que a das fêmeas e a cabeça dos machos costuma ser maior.[33] Não é possível determinar o sexo dos juvenis e subadultos pela sua anatomia externa, senão por meio da dissecação, laparoscopia abdominal, exame histológico (anatomia celular), e testes radioimunológicos (estudo imunológico com marcação isotópica).[33]

As glândulas lacrimais que se encontram por detrás de cada olho permitem manter um equilíbrio osmótico ao eliminar o excesso de sal obtido pela ingestão de água do mar. Em terra, a excreção do excesso de sal dá a falsa impressão de que a tartaruga está a chorar.[34]

Ecologia e comportamento

Caretta caretta em repouso.

As tartarugas marinhas comuns observadas tanto em cativeiro como na natureza são mais activas durante o dia. Em cativeiro, as actividades quotidianas consistem em nadar e descansar no fundo do aquário. Durante o descanso, estende as suas patas dianteiras até a posição média de nado (bracejo). Permanecem imóveis, com os olhos abertos ou meio fechados e encontram-se em alerta máximo quando estão nesse estado. De noite, os indivíduos em cativeiro dormem na mesma posição, mas com os olhos bem fechados, e demoram a reagir.[12] Passam até o 85% do dia submersos, e os machos mergulham mais activamente do que as fêmeas. A duração média das imersões varia entre 15 a 30 minutos, mas podem permanecer debaixo de água por até quatro horas.[35] Os juvenis e adultos têm diferentes métodos de natação. Os juvenis mantêm as suas extremidades anteriores pressionadas para os lados da carapaça, e impulsionam-se batendo os seus membros traseiros. À medida que os juvenis amadurecem, este método de natação é progressivamente substituído pelo método de alternância das extremidades praticado pelos adultos, e dependem completamente deste método de natação ao atingirem um ano de idade.[36]

A temperatura da água afecta ao metabolismo das tartarugas marinhas.[12] As temperaturas entre 13 e 15 °C induzem letargia. Quando a temperatura baixa para aproximadamente 10 °C, a tartaruga adopta uma postura flutuante, atordoada pelo frio.[12] Entretanto, os juvenis são mais resistentes ao frio e não ficam atordoados antes de as temperaturas baixarem até aos 9 °C. A migração faz com que evitem a exposição ao frio.[37] Quando as temperaturas da água são mais elevadas provocam um aumento do metabolismo e ritmo cardíaco. A temperatura do corpo aumenta mais facilmente em águas mais quentes do que diminui em águas mais frias; actualmente desconhece-se a sua máxima térmica crítica.[37]

Embora a agressão entre fêmeas seja muito rara nos vertebrados marinhos, nestas tartarugas este comportamento é bastante comum. O ritual de confronto varia desde uma postura de ameaça passiva ao combate propriamente dito. O conflito entre fêmeas é provocado principalmente pela disputa das zonas de alimentação. A escalada do conflito normalmente segue quatro etapas.[38] Inicialmente, o primeiro contacto é estimulado por sinais visuais ou tácteis. Na segunda fase, dá-se a confrontação, começando com confrontos passivos caracterizados por movimentos circulares amplos. A confrontação mais agressiva dá-se quando uma das tartarugas deixa de circular e faz frente directamente ao seu adversário. Na terceira fase, inicia-se o combate quando as tartarugas mordem as mandíbulas do adversário. A etapa final implica a separação, que pode ser mútua, com ambas as tartarugas nadando em direcções opostas, ou consistir em que uma das tartarugas acabe por ser perseguida até à saída da zona disputada.[38] A escala do conflito é determinada por vários factores, como os níveis hormonais, o desgaste físico, a previsibilidade do resultado final e a importância do sítio. Em cada etapa, a posição vertical da cauda indica a vontade de entrar em conflito se assim for necessário, enquanto que a cauda enroscada mostra a predisposição de se submeter. Como  a agressividade implica um elevado custo metabólico e é potencialmente debilitante, é bem mais provável que o conflito só se intensifique se estiver em jogo o acesso a boas zonas de alimentação.[38] As agressões também pode ser observadas em cativeiro. Aparentemente as tartarugas são animais territoriais, e apresentam um comportamento agressivo face a outras tartarugas da sua espécie ou mesmo doutras espécies.[35]

Predadores

A raposa é um dos predadores que ataca os ninhos de tartarugas marinhas comuns na Austrália.

A tartaruga marinha comum tem vários predadores, especialmente nos primeiros anos de vida. Entre os predadores de ovos e de recém-nascidos estão vermes oligoquetas, escaravelhos, larvas de moscas, formigas, larvas da vespa parasitaria, moscas da carne, caranguejos, serpentes, gaivotas, córvidos, sarigueias, ursos, ratos, armadilhos, mustelídeos, doninhas fedorentas, canídeos, procionídeos, gatos, porcos e seres humanos. Durante a migração dos ninhos até ao mar, as crias são capturadas por caranguejos, sapos, lagartos, serpentes, aves como fregatas e outras, e mamíferos. No oceano, os predadores das crias acabadas de nascer são essencialmente peixes, como os peixes-papagaio e moreias, e caranguejos portunídeos. Raramente os adultos são atacados devido ao seu tamanho, no entanto podem ser presas de tubarões, pinípedes, e orcas. Cerca de 40% das fêmeas que aninham possuem ferimentos que foram provavelmente causados por ataques de tubarão.[39] As fêmeas que desovam são atacadas por moscas da carne, cães selvagens e seres humanos. Os mosquitos dos pântanos salgados também podem incomodar a fêmeas durante a desova.[39][40]

Na Austrália, a introdução da raposa (Vulpes vulpes) pelos colonizadores ingleses no século XIX, deu lugar a uma redução significativa das populações de C. caretta. Durante a década de 1970, a predação de ovos de tartaruga destruiu cerca de 95% de todos ninhos numa secção costeira do leste da Austrália.[41] Tamanho impacto foi possível ser reduzido por meio duma campanha que visou eliminar as raposas nas décadas de 1980 e 1990. Entretanto, estima-se que apenas em 2020 as população consigam recuperar-se por completo das drásticas perdas sofridas.[42]

Ao longo da costa sudeste dos Estados Unidos, o mapache (Procyon lotor) é o predador mais devastador dos sítios de nidificação. Em algumas praias da Flórida registaram-se taxas de mortalidade de quase 100% de todas as ninhadas numa só temporada.[41] Isto deve-se ao aumento das populações de mapache, que floresceram nos meios urbanos. Os esforços para proteger os sítios de nidificação isolando-os com uma rede metálica reduziram significativamente o impacto dos predadores de ovos de tartarugas marinhas por parte dos mapaches.[42] Em Bald Head Island na Carolina do Norte, utilizaram-se caixas de malha de arame para cobrir os ninhos e evitar que sejam escavados por raposas e outros predadores.[43] Uma nova preocupação associada com o uso de protecções com materiais de aço é a interferência com o desenvolvimento normal do sentido de percepção magnética dos recém-nascidos devido à utilização de arames ferrosos, que pode perturbar a capacidade das tartarugas de navegar correctamente.[44] Estão a realizar-se esforços para encontrar um material que não seja magnético mas que por sua vez permita evitar que os predadores roam a barreira.

Doenças e parasitas

As crias e os ovos podem ser afectadas por bactérias infecciosas como Pseudomonas e Salmonella. Os fungos como Penicillium infectam os ninhos e a traqueia destas tarartugas.[39]

A doença vírica fibropapilomatose, causada por um herpesvírus, pode originar tumores internos e externos. Estes tumores afectam aos comportamentos essenciais do animal e podem causar cegueira permanente quando afectam os olhos.[45] Os trematodas da família Spirorchiidae podem habitar nos tecidos do corpo da tartaruga marinha comum, incluindo órgãos vitais como o coração e o cérebro.[46] A infecção de trematodas pode ser muito debilitante, e as lesões inflamatórias por trematodas podem, por exemplo, causar endocardite e doenças neurológicas.[46] O nematoda Angiostoma carettae também pode afectar esta tartaruga, causando lesões histológicas no trato respiratório.[47]

Mais de 100 espécies de animais de 13 filos e 37 tipos de algas, vivem agarados ao dorso da carapaça desta tartaruga.[48] Estes organismos parasitários aumentam a fricção com a água, e não oferecem nenhum benefício conhecido para a tartaruga, pese embora melhorem a sua camuflagem.[48]

Alimentação

Uma medusa Aurelia adulta, uma das presas de C. caretta durante a migração pelo mar aberto.

São tartarugas omnívoras, que se alimentam principalmente de invertebrados do leito marinho, como gasterópodes, bivalvos e decápodes. É a tartaruga marinha que tem um maior número de presas conhecidas. Outros alimentos incluem esponjas, corais, pennatuláceos, vermes poliquetos, anemonas do mar, cefalópodes, percebes, braquiópodes, isópodos, insectos, briozoas, ouriços Clypeasteroidea, pepinos-do-mar, estrelas-do-mar, peixes (ovos, juvenis e adultos), tartarugas recém-nascidas (mesmo que sejam membros da sua própria espécie), algas e plantas vasculares.[49] Durante a migração por mar aberto, alimentam-se de medusas, moluscos flutuantes, ovos flutuantes, lulas e peixes voadores.[30]

As suas mandíbulas são grandes e poderosas e servem como uma ferramenta eficaz para desfazer as suas presas.[30][40] Estas extensões que sobressaem da margem anterior do antebraço permitem a manipulação dos alimentos, e que podem ser utilizadas como "pseudo-garras" para arrancar grandes pedaços de comida na boca da tartaruga. A tartaruga vai rodando o pescoço para se alimentar ao rasgar os pedaços com essas escamas com forma de pinça.[40] Na região dianteira do esófago existem umas papilas cobertas de muco que apontam para o interior e que servem para filtrar corpos estranhos, tais como anzóis. A seguinte região do esófago não tem papilas, mas vários pregas mucosas. A eficiente e rápida digestão depende da temperatura, e aumenta à medida que a temperatura sobe.[40]

Ciclo de vida

Primeiros anos

Cria que caminha em direcção ao mar.

A cor das crias varia de castanho claro a quase preto, e não possuem os característicos tons amarelos e vermelhos dos adultos.[29] Ao nascerem, medem aproximadamente 4,6 cm e pesam cerca de 20 g.[30] Os ovos são depositados na praia numa zona acima da linha da maré alta. Os ovos são depositados perto da água, para que as crias possam retornar facilmente ao mar.[50] O sexo das criações é determinado pela temperatura do ninho soterrado. As temperaturas de incubação geralmente oscilam entre os 26 °C e os 32 °C. Os ovos de tartarugas marinhas que se mantêm a uma temperatura de incubação constante de 32 °C convertem-se em fêmeas. Os ovos que incubam a 28 °C convertem-se em machos. Uma temperatura de incubação de 30 °C tem como resultado uma proporção igual de crias machos e fêmeas.[51] As crias dos ovos do centro do ninho tendem a ser mais grandes, crescem mais rapidamente, e são as mais activas durante os primeiros dias de vida marinha.[41]

A incubação dura por volta de oitenta dias, período após o qual as criações escavam através da areia para alcançar a superfície. Geralmente isto ocorre durante a noite, uma vez que a escuridão aumenta a probabilidade de escaparem aos predadores e evitar as temperaturas extremas na superfície da areia durante o dia.[50] As crias dirigem-se para o oceano, caminhando para o horizonte mais brilhante criado pelo reflexo das estrelas e da lua sobre a superfície da água.[52]

Os recém-nascidos podem perder até 20% da sua massa corporal devido à evaporação de água durante o trajecto do ninho para mar.[53] Antes de chegarem à água utilizam inicialmente a ressaca das ondas para avançar de cinco em dez metros para o mar.[53] Uma vez no mar, nadam durante umas 20 horas para se afastar da costa.[29] No seu cérebro têm um composto de ferro (magnetita) que permite que as tartarugas percebam o campo magnético da Terra para nadar.[54] Muitas crias utilizam as camadas de algas Sargassum no oceano aberto como protecção até que alcançem um comprimento de aproximadamente 45 cm.[29] Habitam neste ambiente pelágico até atingirem a idade juvenil, e então migram para águas próximas à costa.[29]

Maturação

Tartaruga marinha comum adulta num recife.

Quando as águas do oceano resfriam, estas tartarugas têm que migrar para zonas mais quentes. Também podem hibernar até certo ponto; nos meses mais frios mergulham por cerca de sete horas seguidas, emergindo durante apenas sete minutos para respirar. Embora as tartarugas de água doce consigam superar este tempo, estas são algumas das imersões mais longas registadas em qualquer vertebrado marinho que respire ar.[55] Durante a sua migração sazonal, os juvenis têm a capacidade de percorrer longas distâncias utilizando-se de sinais magnéticos e visuais para se orientarem.[56] Durante a migração, as tartarugas nadam a uma velocidade de aproximadamente 1,6 km/h.[57]

Como todas as tartarugas marinhas, a tartaruga marinha comum prepara-se para a reprodução na sua zona de alimentação. Isto ocorre vários anos antes de migrarem para uma zona de acasalamento.[58] No sudeste dos Estados Unidos e na Austrália as fêmeas reproduzem-se pela primeira vez entre os 28 e 33 anos; na África do sul isto ocorre entre os 17 e 30 anos. Desconhece-se a idade de reprodução no Mediterrâneo, Omã, no Japão e no Brasil.[59] As tartarugas marinhas comuns que nidificam, têm uma carapaça com um comprimento recto de 70 a 109 cm. Devido à ampla variedade, o comprimento da carapaça não é um indicador fiável da maturidade sexual.[60] A sua esperança de vida máxima ronda os 47 e 67 anos nem estado selvagem.[49]

Reprodução

Desova.

As fêmeas reproduzem-se pela primeira vez entre os 17 e 33 anos, e o seu período de acasalamento dura até seis semanas.[59][58] Embora o comportamento de cortejo não tenha sido ainda analisado a fundo, o dos machos envolve comportamentos como acariciar com o focinho, morder, e mover a cabeça e as barbatanas[61][61] Alguns estudos indicam que as fêmeas produzem feromonas cloacais para indicar a receptividade reprodutiva.[61] Antes do acasalamento, o macho achega-se à fêmea que costuma resistir às suas primeiras tentativas de montá-la. Em seguida, o macho e a fêmea começam às voltas ao redorn um do outro. Se a fêmea tiver mais do que um pretendente, esta pode deixar que os machos lutem entre eles. O vencedor monta a fêmea, processo durante o qual as unhas curvadas do macho costumam danificar a superfície dorsal da fêmea. Enquanto que o macho tenta copular, os outros tendem a mordê-lo, lesando as suas barbatanas e cauda, por vezes chega ao ponto de os ossos ficarem expostos. Estas lesões podem obrigar o macho a desmontar a fêmea e o processo de cura pode demorar semanas.[61]

Durante o período de nidificação, as fêmeas realizam uma média de 3,9 desovas, e então passam por um período de aquiescência no qual não produzem ovos durante dois ou três anos.[58][62] Diferentemente doutras tartarugas marinhas, o cortejo e o acasalamento costuma ocorrer longe da costa, perto das rotas migratórias entre as zonas de alimentação e de reprodução.[61] Evidências recentes indicam que a ovulação das fêmeas é induzida pelo acasalamento.[63] Por meio do acto de acasalamento, a fêmea ovula e os ovos são fecundados pelo macho. Isto é um fenómeno muito especial, uma vez que a ovulação induzida pelo acasalamento é rara em animais não mamíferos.[63] No Mediterrâneo o período de acasalamento tem lugar entre finais de Março e princípios de Junho. O período de desova ocorre entre os meses de Junho e Julho, mas pode variar conforme a praia de nidificação.[60]

A tartaruga marinha comum pode ter paternidade múltipla.[64] A fêmea tem a capacidade de armazenar o esperma de vários machos nos seus ovidutos até a ovulação.[65] Cada ninhada pode ter até cinco pais diferentes, cada um dos quais contribui com esperma a uma parte da ninhada.[64] O tamanho da fêmea tem uma correlação positiva com a paternidade múltipla.[64] Existem duas hipóteses para explicar esta correlação. Uma postula que os machos preferem fêmeas grandes pela sua percepção de que têm uma maior fertilidade.[64] A outra hipótese defende que as fêmeas maiores são capazes de nadar mais rápido até às zonas de reprodução, e portanto têm períodos de acasalamento mais longos.[64]

Pegadas deixadas na praia pela tartaruga marinha comum.

Todas as tartarugas marinhas são parecidas no seu comportamento básico de nidificação. Durante a temporada de desova, a fêmea volta à praia onde nasceu para pôr ovos em intervalos de 12 a 17 dias.[61][62] Estas saem da água, sobem à praia, e remove a areia superficial para formar uma depressão com o tamanho do seu corpo. Com as suas patas traseiras, escavam um buraco onde depositam os ovos. Após depositarem os ovos na câmara tapam o buraco com areia, e finalmente regressam ao mar.[66] Este processo demora cerca de uma ou duas horas, e decorre nas zonas de areia abertas ou na parte superior das dunas de areia.[62] A selecção da zona de nidificação é importante, uma vez que influi nos resultados da ninhada, tais como a condição física das crias, a proporção de crias que consegue emergir da areia, e a vulnerabilidade ante os predadores dos ninhos.[50] A média de ovos em cada desova das tartarugas marinhas comuns é de 70.[67]

Conservação

São várias as actividades humanas que acarretam efeitos negativos sobre as populações de tartarugas marinhas comuns. O problema agrava-se pelo tempo prolongado necessário para que alcancem a maturidade sexual e as altas taxas de mortalidade dos ovos, recém-nascidos e juvenis face aos predadores e fenómenos naturais.[68]

Ameaças

Zona de nidificação de tartarugas marinhas comuns, delimitada como parte dum projecto de conservação em Hilton Head Island.

As tartarugas marinhas comuns foram caçadas intensamente pela sua carne e ovos. Apesar de a caça ter diminuído devido à legislação internacional que as protege, ainda se consome carne e ovos de tartaruga nos países onde não se fazem cumprir estritamente as leis.[69] No México, por exemplo, os ovos de tartaruga são um prato comum, e os habitantes da região afirmam que os ovos são um afrodisíaco.[70] O consumo de ovos ou carne de tartaruga pode provocar graves doenças devido às bactérias daninhas que podem conter, como Pseudomonas aeruginosa e Serratia marcescens, e pelos altos níveis de metais pesados que se concentram como resultado da bioacumulação.[69][71]

A costa ocidental dos Estados Unidos faz parte dum corredor migratório essencial para as tartarugas marinhas comuns do Pacífico, pelo qual cruzam o Pacífico desde as zonas de nidificação no Japão até a costa da Califórnia. Por meio de estudos de telemetria descobriram-se importantes habitats de alimentação para os juvenis localizados no centro do Pacífico Norte.[72] Nestes habitats foram encontrados acessórios de pesca à escala industrial que ocupam as zonas de alimentação (com redes de emalhar deriva no passado, e atualmente com palangres) o que aumenta os níveis de captura acidental destas tartarugas.[72] Muitas destas tartarugas juvenis concentram-se nas costas da Baixa Califórnia do Sul e México, em que a pesca costeira a pequena escala aumenta o risco de morte das tartarugas; os pescadores confirmaram a captura acidental de dezenas destas tartarugas diariamente feita por embarcações com aparelhos de redes de arrasto para a pesca no fundo marinho.[72] O método de pesca comercial mais comum responsável pela captura acidental destas tartarugas é a pesca por arrasto dos barcos camaroneiros no golfo de Califórnia.[73] Estima-se que em 2000, morreram entre 2.600 e 6.000 tartarugas marinhas comuns apenas com uso de palangres pelágicos no Pacífico.[72]

Tartaruga marinha, afogada ao ficar enredada.

No mar aberto, os aparelhos de pesca constituem a maior ameaça para as tartarugas marinhas comuns. Estas frequentemente enredam-se em redes de emalhar ou são capturadas em palangres. Segundo um relatório de 2009 do Serviço de Pesca dos Estados Unidos, a principal ameaça para estas tartarugas no Pacífico Norte é o afogamento ao ficarem presas em palangres e redes de emalhar.[73] Também ficam presas em armadilhas, nassas, redes de arrasto ou são vítimas de dragas.[30] A implantação de dispositivos de exclusão de tartarugas nas redes e noutras armadilhas pode reduzir o número de tartarugas aprisionadas acidentalmente.

A cada ano são despejadas perto de 24.000 toneladas métricas de plástico no mar. As tartarugas ingerem uma ampla gama destes restos flutuantes, como sacos, panos, granulados, balões e linhas de pesca abandonadas.[74] As tartarugas podem confundir o plástico com medusas flutuantes, um alimento comum. O plástico ingerido provoca vários problemas de saúde, desde a obstrução intestinal, até à redução da capacidade de absorção de nutrientes e má-nutrição, asfixia, ulceras ou fome. Além disso, os plásticos ingeridos libertam compostos tóxicos, como bifenilos policlorados, que podem acumular-se nos tecidos internos e afectar aos ovos. Estas toxinas podem provocar o desgaste das cascas dos ovos, danificar os tecidos, ou alterar comportamentos naturais do animal.[75]

Ficheiro:Loggerhead SeaTag-GEO.jpg
Tartaruga marinha comum com um aparelho com antena de seguimento por satélite e geomagnético preso no seu dorso.

A iluminação artificial nas praias desalenta a nidificação e interfere com a habilidade dos recém-nascidos de se dirigirem ao mar. As fêmeas preferem aninhar em praias sem iluminação artificial. Nas praias exploradas, é frequente ver ninhos agrupados em torno de edifícios altos, possivelmente porque bloqueiam as fontes de luz artificial.[50] Em circunstancias normais as crias são atraídas pela reflexão das estrelas e da lua sobre a superfície da água do mar. Confundidas pela luz artificial, dirigem-se para terra adentro, longe da protecção da água, expondo-as à desidratação e a depredação quando assim que o sol nasce.[52] A cada ano a iluminação artificial é responsável por dezenas de milhares de mortes de recém-nascidos.[76]

A invasão e destruição do habitat causada pelos humanos é outra ameaça para as tartarugas marinhas. Sem eles as praias de nidificação são praias de areia abertas e largas, que se estendem por terra além da linha da maré alta. Porém, nas praias exploradas costuma haver construções acima da linha de maré alta e privam às tartarugas de sítios de nidificação apropriados, obrigando-as a nidificar cada vez mais perto da ressaca das ondas.[62] A urbanização muitas vezes a principal causa da sedimentação nas praias de areia, diminuindo a sua viabilidade como local de desova.[62] A construção de docas e portos desportivos pode destruir os habitats próximos à costa. O trânsito marítimo e a dragagem podem degradar o habitat e ferir ou matar às tartarugas quando os barcos as atropelam.[45]

As variações anuais das temperaturas climáticas podem afectar à proporção de machos e fêmeas entre os recém-nascidos, uma vez que a temperatura do ninho determina o sexo das crias. As temperaturas elevadas podem fazer com que os coeficientes do sexo estejam inclinados para as fêmeas. Os sítios de nidificação que foram expostos a temperaturas invulgarmente quentes num período de três anos, provocaram um crescimento de fêmeas de 87 a 99%.[77] Isto é motivo de preocupação pela relação entre as rápidas mudanças da temperatura global e o risco de extinção da população de tartarugas marinhas comuns.[78] Um dos efeitos a nível local é o provocado pela construção de edifícios altos perto das praias, que reduzem a exposição ao sol e diminuem a temperatura da areia, o que leva a uma mudança nas proporções dos sexos, aumentando a percentagem de machos.[62]

Actividades de conservação

Tartaruga marinha comum que escapa de uma rede através de um dispositivo de exclusão de tartarugas.

Como esta tartaruga tem uma área de distribuição muito extensa, a sua conservação requer um esforço de cooperação internacional.[30] Está classificada como uma espécie em perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e está incluída no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), pelo qual o comércio internacional desta espécie é considerado ilícito.[30] Nos Estados Unidos, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem e o Serviço Nacional de Pesca Marinha classificam-na como espécie ameaçada no marco da Lei de Espécies Ameaçadas.[30] Na Austrália é considerada uma espécie em perigo de extinção. A convenção sobre a conservação das espécies migratórias de animais selvagens aplica-se também à conservação da tartaruga marinha comum na costa atlântica da África, e no Oceano Índico e Sudeste Asiático.[79][80] No Japão, a Associação de Tartarugas Marinhas do Japão trabalha para a conservação destas tartarugas, e na Grécia a Sociedade para a Protecção da Tartaruga Marinha (ARCHELON).[81][82] Na ilha de Zakynthos, as autoridades gregas não permitem que os aviões levantem voo ou aterrem durante a noite para proteger as tartarugas aninhadoras.[23] Em Omã a Fundação de Investigação Marinha trabalha para a sua conservação.[83] Está também protegida pelo Anexo 2 do Protocolo relativo às Áreas e Vida Selvagem Especialmente Protegidas do Convenção de Cartagena, que trata sobre a contaminação que pode prejudicar aos ecossistemas marinhos.[30][84] No mundo inteiro existem organizações conservacionistas que trabalharam juntamente com a indústria da pesca de arraste para desenvolver um dispositivo de exclusão de tartarugas para evitar a captura acidental de tartarugas marinhas. Estes dispositivos são obrigatórios para todos os camaroneiros.[30] Durante a época de nidificação, os trabalhadores e voluntários de organizações conservacionistas vigiam a costa para identificar ninhos de tartarugas, e os cientistas também saem durante a noite na procura de fêmeas receptivas para marcá-las, e para examiná-las e adquirir amostras de tecidos.[85] Os voluntários podem, em certas condições, realocar os ninhos para proteger os ovos de possíveis ameaças, como as marés altas da primavera e de predadores, e vigiam os ninhos quotidianamente para assegurarem que não houve alterações. Depois da eclosão dos ovos, os voluntários abrem o ninho para contar os ovos não que não eclodiram, e as criações que morreram. As restantes crias vivas são libertadas ou levadas para instalações de investigação. Normalmente, as crias que morrem são as que lhes falta vitalidade e que não são capazes de escavar à superfície.[86] O trajecto dos recém-nascidos desde o ninho até ao mar serve para desenvolver a sua força necessária para a natação. Ajudar as crias a alcançarem o mar só irá  ignorar este exercício de adaptação do físico e diminuir as suas chances de sobrevivência.[87]

Nos Estados Unidos esta espécie foi declarada réptil oficial do estado de Carolina do Sul e também réptil oficial de água salgada do estado de Flórida.[88][89]

Ver também

Referências

Notas
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Bibliografia