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Composição química da água: "Dois átomos" de oxigênio e não "duas moléculas".
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Em [[biologia]], '''organismos''' (do grego ''organismós'',<ref name="Michaelis" /> "conjunto") são aqueles que apresentam as seguintes características:&nbsp;capacidade de extrair [[energia]] a partir de [[nutrientes]], [[Adaptação (biologia)|adaptação]] às mudanças ambientais e [[reprodução]]. O pesquisador [[Norman Horowitz]] propôs que organismos vivos devem ter as seguintes propriedades: [[replicação]], [[catálise]] e mutabilidade. Outros autores definem a [[vida]], que seria a propriedade definidora dos organismos vivos, como um sistema químico autossustentado capaz de sofrer [[Evolução|evolução Darwiniana]].<ref name="Chodasewicz2014"/> Entretanto, essa definição possui sérias restrições pois não contempla, por exemplo, [[híbridos]] como a [[mula]], que é claramente um organismo vivo mas não é capaz de se reproduzir. Já alguns [[cristais]] aumentam de tamanho em soluções supersaturadas de seus componentes, mas não são considerados organismos vivos. Por se tratar de um tema muito complexo há diversas formas de definir e classificar organismos baseados em características [[Morfologia (biologia)|morfológicas]], [[Metabolismo|metabólicas]] e [[genética]]s.
{{Info/Taxonomia
| nome = Organismo
| imagem = Waitakere Piha n.jpg
| imagem_legenda = Colonização da vida em um pico rochoso
| período_fóssil = [[Hadeano]] – [[Holoceno|Recente]] {{Período fóssil externo|4100|0|4100–0 [[Annum|Ma.]]}}
| sem_classificação = [[Biota (taxonomia)|''Biota'']]
| subdivisão_nome = Taxonomia
| subdivisão =
* Série [[Acytota|''Vida acelular'']] (Acytota)<br/>
** Domínio Nucleacuaea<br/>
*** Reino [[Vírus]]<br />
*** Reino [[Vírus satélite]]<br />
*** Reino [[Virusóide]]<br />
*** Reino [[Viróide]]<br />
*** Reino [[Vírion]]
** Domínio Aminoacuea<br />
*** Reino [[Príon]]
* Série [[Cytota|''Vida celular'']] (Cytota)<br />
** Domínio ''[[Eukaryota|Eucarionte]]'' (Eukaryota)<br />
*** Reino ''[[Archaeplastida]]''
*** Reino ''[[Chromalveolata]]''
*** Reino ''[[Rhizaria]]''
*** Reino ''[[Excavata]]''
*** Reino ''[[Amoebozoa|Amoeba]]'' (Amoebozoa)
*** Reino ''[[Fungi|Fungo]]'' (Fungi)
*** Reino ''[[Animalia|Animal]]'' (Animalia)
** Domínio [[Archaea|''Arqueia'']] (Archaea)<br />
*** Reino ''Archaebacteria''
** Domínio [[Bactérias|''Bactéria'']] (Bacteria)
*** Reino ''Eubacteria''
* Série Vida artificial<br />
** Domínio ''Ultramicrobactéria''
** Domínio [[Nanorrobótica|''Nanorôbo'']]
** Domínio ''[[Ciborgue]]''
| sinônimos =
''[[Corpo]]''<br />
''Compleição''<br />
''Constituição''<br />
''Estrutura''<br />
''Físico''<br />
''Temperamento''<br />
''Forma de vida''<br />
''Ser vivo''<br />
''Organismo vivo''<br />
''Vida''<br />
[[Biota (taxonomia)|''Biota'']]<br />
''Criatura''<br />
''Espécime''<br />
''Espécimen''<br />
''Indivíduo''<br />
''Ser''<br />
''Ente''<br />
''Existência''<br />
''Pessoa''
}}
Um '''organismo''' (do [[Língua grega antiga|grego]]: ὀργανισμός, organismós, organização<ref name="Michaelis">{{Citar web|título=Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa |obra=Editora Melhoramentos |ano=2015 |url=http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/organismo/ |acessodata=27-02-2018}}</ref>) ou '''[[corpo]]''' na [[biologia]], é qualquer ser individual que incorpore as propriedades da [[vida]], e também é um conjunto de [[átomo]]s ([[Hidrogénio|hidrogênio]], [[carbono]], [[Nitrogénio|nitrogénio]], [[Oxigénio|oxigênio]], [[enxofre]], [[fósforo]] e outros elementos químicos) e [[molécula]]s ([[água]], [[Sal mineral|sais minerais]], [[proteína]]s, [[lipídio]]s, [[carboidrato]]s, [[macrociclo]]s e [[Ácido nucleico|ácidos nucleicos]]), que formam uma estrutura [[Matéria|material]] muito organizada e complexa. É um sinônimo de "compleição", "constituição", "estrutura", "físico", "temperamento", "forma de vida", "ser vivo", "organismo vivo", "[[vida]]", "[[Biota (taxonomia)|biota]]", "criatura", "espécime", "espécimen", "indivíduo", "ser", "ente", "existência", "pessoa".


Os organismos são classificados pela [[taxonomia]] em grupos como [[Organismo multicelular|organismos multicelulares]], como [[Animalia|animais]], [[Plantae|plantas]] e [[Fungi|fungos]]; ou [[micro-organismo]]s [[Organismo unicelular|unicelulares]], como [[protista]]s, [[bactérias]] e [[Archaea|arqueias]].<ref>{{citar livro|último=Hine|primeiro=RS.|título=A dictionary of biology|ano=2008|publicado=Oxford University Press|local=Oxford|isbn=978-0-19-920462-5|páginas=461|edição=6th}}</ref> Todos os tipos de organismos são capazes de [[reprodução]], [[Biologia do desenvolvimento|crescimento e desenvolvimento]], [[Homeostase|manutenção]] e algum grau de resposta a [[Estímulo (fisiologia)|estímulos]]. [[Humano]]s, [[lula]]s, [[cogumelo]]s e [[Planta vascular|plantas vasculares]] são exemplos de organismos multicelulares que [[Diferenciação celular|diferenciam]] [[tecido]]s e [[Órgão (anatomia)|órgãos]] especializados durante o [[Biologia do desenvolvimento|desenvolvimento]].
== Origem da Vida ==
Um dos primeiros a discutir a origem da vida sob uma ótica científica foi Charles Darwin, um dos criadores da teoria da evolução. Os elementos C, H, O, N, P e S são os principais constituintes da matéria viva, sendo assim considerados elementos químicos essenciais para vida. O carbono é o elemento predominante na matéria viva devido a sua versatilidade e capacidade de formar diversas moléculas biológicas.


Um organismo pode ser um [[procarionte]]s ou um [[Eukaryota|eucariotos]]. Os procariontes são representados por dois [[Sistema dos Três Domínios|domínio]] separados – [[bactérias]] e [[Archaea|arqueias]]. Organismos eucarióticos são caracterizados pela presença de um [[núcleo celular]] ligado à membrana e contêm compartimentos adicionais ligados à membrana chamados [[organelo]]s (como [[mitocôndria]]s em animais e plantas e [[plastídeo]]s em plantas e [[alga]]s, geralmente considerados derivados de bactérias [[Simbiogénese|endossimbióticas]]).<ref name=cavaliersmith1987>{{citar jornal| autor = Cavalier-Smith T.| ano = 1987| título = The origin of eukaryotic and archaebacterial cells| jornal = Annals of the New York Academy of Sciences| volume = 503| edição =1| páginas = 17–54| pmid = 3113314| doi=10.1111/j.1749-6632.1987.tb40596.x| bibcode = 1987NYASA.503...17C}}</ref> Fungos, animais e plantas são exemplos de [[Reino (biologia)|reinos]] desses organismos dentro dos eucariotos.
O desenvolvimento da vida aconteceu ao longo de três estágios importantes: a evolução química, onde biopolímeros constituídos de pequenas moléculas presentes na atmosfera da Terra pré-biótica foram formados; a auto-organização desses novos compostos em grupos e sua autorreplicação que conduziu à transição desses compostos a uma entidade viva seguida por uma compartimentalização desse organismo; e por fim a evolução biológica que ocasionou a formação dos organismos multicelulares.


As estimativas sobre o número de [[espécie]]s atuais da Terra variam de 2 milhões a 1 trilhão,<ref name="Larsen2017">{{citar jornal|autor1=Brendan B. Larsen|autor2=Elizabeth C. Miller|autor3=Matthew K. Rhodes|autor4=John J. Wiens|título=Inordinate Fondness Multiplied and Distributed:The Number of Species on Earth and the New Pie of Life|url=http://www.wienslab.com/Publications_files/Larsen_et_al_QRB_2017.pdf|data=Setembro de 2017|jornal=The Quarterly Review of Biology|página=230|acessodata=11 de novembro de 2019|volume=92|edição=3}}</ref> dos quais mais de 1,7 milhões foram documentados.<ref>{{citar jornal|jornal=Chironomus: Journal of Chironomidae Research|edição=31|páginas=2–3|ano=2018|título=Describing the Undiscovered|url=https://scholar.google.com/scholar?hl=en&as_sdt=0%2C24&as_ylo=2018&as_yhi=2018&q=Anderson+%22Describing+the+undiscovered%22&btnG=|último=Anderson|primeiro=Alyssa M.|doi=10.5324/cjcr.v0i31.2887}}</ref> Mais de 99% de todas as espécies, totalizando mais de cinco bilhões de espécies,<ref name="Book-Biology">{{citar livro |editor1=Kunin, W.E. |editor2=Gaston, Kevin |título=The Biology of Rarity: Causes and consequences of rare – common differences |url=https://books.google.com/books?id=4LHnCAAAQBAJ&pg=PA110&lpg=PA110&dq#v=onepage&q&f=false |ano=1996 |isbn=978-0-412-63380-5 |acessodata=26 de maio de 2015}}</ref> estima-se que os que já viveram sejam [[Extinção|extintos]].<ref name="StearnsStearns2000">{{citar livro |último=Stearns |primeiro=Beverly Peterson |último2=Stearns |primeiro2=S.C. |último3=Stearns |primeiro3=Stephen C. |título=Watching, from the Edge of Extinction |url=https://books.google.com/books?id=0BHeC-tXIB4C&q=99%20percent#v=onepage&q=99%20percent&f=false |ano=2000 |publicado=Yale University Press |isbn=978-0-300-08469-6|página=preface x |acessodata=30 de maio de 2017}}</ref><ref name="NYT-20141108-MJN">{{citar notícia |último=Novacek |primeiro=Michael J. |título=Prehistory's Brilliant Future |url=https://www.nytimes.com/2014/11/09/opinion/sunday/prehistorys-brilliant-future.html |data=8 de novembro de 2014 |obra=[[New York Times]] |acessodata=25 de dezembro de 2014}}</ref>
A competição de fontes de energia entre esses organismos primitivos induziu o desenvolvimento de sistemas metabólicos devido à necessidade de formar compostos ricos em energia que eram essenciais para as reações de formação dos biopolímeros. Assim como o surgimento dos processos de fotossíntese e respiração ocorreram como uma resposta a diferentes pressões ambientais.


Em 2016, um conjunto de 355 [[gene]]s de [[último ancestral comum]] (UAC) de todos organismos foram identificados.<ref name=Weissetal>{{citar jornal |primeiro1=Madeline C. |último1=Weiss |primeiro2=Filipa L. |último2=Sousa |primeiro3=Natalia |último3=Mrnjavac |primeiro4=Sinje |último4=Neukirchen |primeiro5=Mayo |último5=Roettger |primeiro6=Shijulal |último6=Nelson-Sathi |primeiro7=William F. |último7=Martin |título=The physiology and habitat of the last universal common ancestor |jornal=Nature Microbiology |volume=1 |edição=9 |páginas=16116 |ano=2016 |doi=10.1038/nmicrobiol.2016.116 |pmid=27562259|url=https://zenodo.org/record/3451085 }}</ref><ref name="NYT-20160725">{{citar notícia |último=Wade |primeiro=Nicholas |autorlink=Nicholas Wade |título=Meet Luca, the Ancestor of All Living Things |url=https://www.nytimes.com/2016/07/26/science/last-universal-ancestor.html |data=25 de julho de 2016 |obra=New York Times |acessodata=25 de julho de 2016}}</ref>
Durante a formação da vida, ocorreram uma série de reações espontâneas que deram origem a compostos simples solúveis em água como os aminoácidos, moléculas formadoras das proteínas (do grego: ''proteios'', essencial). Além disso, as bases nitrogenadas que formam os ácidos nucleicos também podem ter sido formadas por reações prebióticas. A partir de então, é provável que o processo de origem da vida tenha seguido a teoria darwiniana de seleção natural: compostos mais resistentes à degradação tinham vantagem seletiva em relação aos outros. No entanto, o ambiente prebiótico era algo como uma “lagoa ou “sopa” primitiva onde os compostos e reações químicas se misturavam, dificultando o desenvolvimento de um conjunto de compostos com vantagem seletiva, uma vez que eles ficavam diluídos na “lagoa”. O surgimento de compartimentos que englobassem esses compostos foi essencial para o estabelecimento de sítios mais resistentes e com maior vantagem evolutiva, através das modificações ao acaso ao longo da sequência de reações químicas. Acredita-se que esses compartimentos surgiram a partir de vesículas vazias que acabaram se dobrando e formando os estágios iniciais do que chamamos célula. Posteriormente, essas estruturas tornaram-se mais complexas, com a formação e especialização de organelas e membranas.


== Classificação ==
== Etimologia ==
O termo "organismo" (para [[Língua grega antiga|grego]] ὀργανισμός, ''organism'', parra ὄργανον, ''organon'', i.e. "combinação, composição, configuração, conformação, contextura, disposição, ordem, organização, sistema, tessitura")<ref name=LSJ>{{LSJ|o)/rganon|ὄργανον|ref}}</ref><ref name=OnlineEtDict>{{citar web|título=organismo|url=http://www.etymonline.com/index.php?term=organism&allowed_in_frame=0|publicado=[[Online Etymology Dictionary]]}}</ref> apareceu pela primeira vez no língua inglesa em 1703 e assumiu sua definição atual em 1834 ([[Oxford English Dictionary]]). Está diretamente relacionado ao termo "organização". Existe uma longa tradição de definir organismos como seres auto-organizados, voltando pelo menos a [[Immanuel Kant]], em 1790 ''[[Crítica do Julgamento]]''.<ref>Kant I., [[Crítica do Julgamento]]: §64.</ref>
'''Procariotos''' – São organismos unicelulares que apresentam seu material genético não delimitado por membrana. Apresentam-se em sua maior parte como células envoltas por parede celular polissacarídica rígida, sendo ainda encontrado em algumas espécies uma estrutura polissacarídica gelatinosa, conhecida como cápsula. Ainda apresentam mesossomos, que são estruturas multicamadas, originadas pelo dobramento da membrana plasmática, que servem de sítio para replicação do DNA e outras reações enzimáticas. Seu citoplasma apresenta um cromossomo único, que se condensa formando o nucleoide, além de numerosas moléculas de RNA, enzimas solúveis e ribossomos. São os organismos mais disseminados e numerosos na Terra, devido ao seu metabolismo altamente adaptável, o que lhes confere uma enorme capacidade de se adequar a habitats que sofrem constantes e abruptas alterações. Podem ser classificados quanto a sua forma em: esferoidal (cocos), Bastões (bacilos) e Helicoidal (espirilos). Quanto a composição da parede celular, estes organismos podem ser classificados em três grupos distintos: os micoplasmas, as bactérias gram-positivas e as bactérias gram-negativas. Os micoplasmas não apresentam parede celular rígida, encontrada nos demais procariotos. Já as bactérias gram-positivas e gram-negativas se distinguem pela capacidade de sua parede celular permitir a captação dos corantes da técnica de Gram, desenvolvida por Christian Gram em 1884.


== Definição ==
'''Eucariotos''' – São organismos uni ou multicelulares, que apresentam o seu material genético delimitado por uma membrana. A célula eucariótica é constituída por membrana plasmática que apresenta muitas enzimas associadas à mesma, além de uma grande variedade de organelas, que são unidades funcionais delimitadas por membranas, compartimentalizando assim as operações realizadas por esta célula. O núcleo é a organela mais visível da célula eucariótica, onde se situa o material genético. A célula ainda apresenta retículo endoplasmático rugoso (RER), associado a ribossomos, que participa da síntese de proteínas destinadas a secreção e proteínas da membrana. O Retículo endoplasmático liso (REL), sem a presença de ribossomos associados, participa por sua vez, da síntese de lipídios. Aparelho de Golgi, atua como receptor e secretor das proteínas provenientes do RER. As mitocôndrias participam do processo de respiração celular e geração de energia. Os lisossomos atuam na digestão celular. Os peroxissomos atuam na proteção da célula contra ataques oxidativos pelo peróxido de hidrogênio (H<sub>2</sub>O<sub>2</sub>). Além dessas organelas a célula eucariótica apresenta um citoesqueleto, formado por diferentes filamentos (microtubulos, filamentos intermediários e microfilamentos de actina), que são responsáveis pela sua forma e locomoção. Além disso, eles promovem a organização e movimento das organelas.
Um organismo pode ser definido como um conjunto de [[molécula]]s que funcionam como um todo mais ou menos estável, que exibe as propriedades da [[vida]]. As definições de dicionário podem ser amplas, usando frases como "qualquer estrutura viva, como planta, animal, fungo ou bactéria, capaz de crescer e se reproduzir".<ref name=Chambers>{{citar enciclopédia |enciclopédia=Chambers 21st Century Dictionary |edição=online |data=1999 |título=organism}}</ref>
Muitas definições excluem [[vírus]] e possíveis formas sintéticas [[Bioquímica hipotética|vida não orgânica]], pois os vírus dependem da maquinaria bioquímica de uma célula hospedeira para reprodução.<ref name=OED>{{Citar livro|título=organism|publicado=Chambers 21st Century Dictionary|data=2004}}</ref> Um superorganismo é um organismo que consiste em muitos indivíduos trabalhando juntos como uma única unidade funcional ou social.<ref>{{citar livro |autor=Kelly, Kevin |título=Out of control: the new biology of machines, social systems and the economic world |publicado=Addison-Wesley |local=Boston |ano=1994 |páginas=[https://archive.org/details/outofcontrolnewb00kell/page/98 98] |isbn=978-0-201-48340-6 |oclc= |doi= |citacao=registration |url=https://archive.org/details/outofcontrolnewb00kell}}</ref>


Houve controvérsia sobre a melhor maneira de definir o organismo<ref>{{Citar jornal | último=Dupré | primeiro=J. | doi=10.1111/j.1467-954X.2010.01909.x | título=The polygenomic organism | jornal=The Sociological Review | volume=58 | páginas=19–99 | ano=2010 | pmid=| pmc=}}</ref><ref>{{Citar jornal| doi=10.1086/656905| último1=Folse Hj | primeiro1=3.| último2=Roughgarden |primeiro2=J.| título=What is an individual organism? A multilevel selection perspective| journal=The Quarterly Review of Biology| volume=85| edição=4| páginas=447–472| ano=2010| pmid=21243964}}</ref><ref>{{Citar jornal| último1=Pradeu | primeiro1=T.| título=What is an organism? An immunological answer| jornal=History and Philosophy of the Life Sciences| volume=32| edição=2–3| páginas=247–267| ano=2010| pmid=21162370}}</ref><ref>{{Citar jornal | último1=Gardner | primeiro1=A. | último2=Grafen | primeiro2=A. | doi=10.1111/j.1420-9101.2008.01681.x | título=Capturing the superorganism: A formal theory of group adaptation | jornal=Journal of Evolutionary Biology | volume=22 | edição=4 | páginas=659–671 | ano=2009 | pmid=19210588| pmc=}}</ref><ref>{{Citar livro | publicado=Princeton University Press | isbn=978-0-691-05011-9 | último=Michod | primeiro=R E | título=Darwinian dynamics: evolutionary transitions in fitness and individuality | data=1999}}</ref><ref>{{Citar jornal | volume=364 | edição=1533 | páginas=3143–3155 | último=Queller | primeiro=D.C. |autor2=J.E. Strassmann | título=Beyond society: the evolution of organismality | jornal=Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences | ano=2009 | doi=10.1098/rstb.2009.0095 | pmid=19805423 | pmc=2781869}}</ref><ref>{{citar jornal| autor=Santelices B.| ano=1999| título=How many kinds of individual are there?| jornal=Trends in Ecology & Evolution| volume=14| edição=4| páginas=152–155| pmid=10322523| doi=10.1016/s0169-5347(98)01519-5}}</ref><ref>{{Citar jornal | último=Wilson | primeiro=R | título=The biological notion of individual | jornal=Stanford Encyclopedia of Philosophy | date=2007}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Perspectives on Organisms – Springer|último1=Longo|primeiro1=Giuseppe|último2=Montévil|primeiro2=Maël|doi=10.1007/978-3-642-35938-5|series = Lecture Notes in Morphogenesis|ano = 2014|isbn = 978-3-642-35937-8}}</ref> e de fato, se essa definição é ou não necessária.<ref>{{Citar jornal | volume=83 | edição=4 | páginas=621–627 | último=Pepper | primeiro=J.W. |autor2=M.D. Herron | título=Does biology need an organism concept? | jornal=Biological Reviews | data=2008 | pmid=18947335 | doi=10.1111/j.1469-185X.2008.00057.x}}</ref><ref>{{Citar jornal | páginas=301–311 | último=Wilson | primeiro=J | título=Ontological butchery: organism concepts and biological generalizations | jornal=Philosophy of Science | ano=2000 | jstor=188676 | volume=67 | doi=10.1086/392827}}</ref> Várias contribuições<ref>{{Citar jornal| doi=10.1007/BF02705148| último=Bateson | primeiro=P.| título=The return of the whole organism| jornal=Journal of Biosciences| volume=30| edição=1| páginas=31–39| ano=2005| pmid=15824439}}</ref> são respostas à sugestão de que a categoria de "organismo" pode muito bem não ser adequada em biologia.<ref>{{citar livro |título=The Extended Phenotype |último=Dawkins |primeiro=Richard |autorlink1=Richard Dawkins |ano=1982 |publicado=Oxford University Press |isbn=978-0-19-286088-0}}</ref>{{carece de fontes|data=Novembro de 2016}}
'''Vírus''' – Os vírus se apresentam como estruturas de menor complexidade do que as células, sem a presença de aparato metabólico capaz de proporcionar capacidade reprodutiva e de crescimento. Por causa disso, os vírus não são considerados pela maioria da comunidade científica como organismos vivos. A partícula viral é composta por núcleo, capsídeo e envelope. O material genético viral pode ser composto por RNA ou DNA, de estrutura de simples fita ou dupla fita, circular ou linear.


=== Vírus ===
== Composição dos organismos / seres vivos ==
{{Artigo principal|Acytota}}
Os organismos vivos são compostos por átomos de carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), sódio(Na), cálcio(Ca), magnésio(Mg), cloro(Cl) e enxofre(S). Dois átomos de hidrogênio juntamente com uma de oxigênio formam a molécula de água. A água é o componente mais abundante das células, representando 70% do peso celular. Além disto, outros elementos estão presentes em menor quantidade, principalmente na forma de íons, dentre eles o ferro (Fe), zinco (Zn) e manganês (Mn). O carbono é o elemento químico predominante nos organismos vivos, grande parte dos compostos químicos conhecidos contém carbono em sua composição e são chamados de substâncias orgânicas. Esta característica é possível por meio da capacidade do carbono fazer até quatro ligações covalentes estáveis. A partir da interação dos átomos através de ligações químicas, tais como ligações covalentes, são formados os macronutrientes como proteínas, ácidos nucleicos e polissacarídeos. Esses macronutrientes são blocos construtores de organizações celulares mais complexas, como organelas e membranas plasmáticas. Apesar dos lipídios não serem considerados macronutrientes por serem muito pequenos, são moléculas biológicas muito importantes na construção modular. &nbsp;Proteína são de fundamental importância, sendo compostos nitrogenados orgânicos presentes em todas as células vivas. O termo lipídio (grego ''lipos'', Gordura'')'' abrange um conjunto de moléculas orgânicas que tem como característica a insolubilidade em água. Os polissacarídeos (do grego: ''sakcharon'', açúcar) são polímeros naturais de grande importância no armazenamento energético e também estrutural, juntamente com lipídios e as proteínas. Toda a informação genética celular está contida nos ácidos nucleicos, formados a partir de polímeros de nucleotídeos.
[[Ficheiro:Novel Coronavirus SARS-CoV-2.jpg|esquerda|thumb|250px|[[Microscópio eletrônico|Micrografia eletrônica]] de [[Vírion|viriões]] de [[Coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2|SARS-CoV-2]].]]
Os [[Vírus]] normalmente não são considerados organismos porque são incapazes de [[reprodução]], crescimento ou [[metabolismo]] autônomos. Embora alguns organismos também sejam incapazes de sobrevivência independente e vivam como [[Parasitismo|parasitas]] intracelulares obrigatórios, são capazes de metabolismo e procriação independentes. Embora os vírus possuam algumas [[enzima]]s e moléculas características dos organismos vivos, eles não possuem metabolismo próprio; eles não podem sintetizar e organizar os compostos orgânicos dos quais são formados. Naturalmente, isso exclui a reprodução autônoma: eles só podem ser replicados passivamente pelo maquinário da [[célula]] hospedeira. Nesse sentido, eles são semelhantes à matéria inanimada.


Enquanto os vírus não sustentam um metabolismo independente, e portanto, geralmente não são classificados como organismos, eles têm seus próprios [[gene]]s e [[Evolução|evoluem]] por mecanismos semelhantes aos mecanismos evolutivos dos organismos. Assim, um argumento de que os vírus devem ser classificados como organismos vivos é sua capacidade de sofrer evolução e replicar através da auto-montagem. No entanto, alguns cientistas argumentam que os vírus não evoluem nem se auto-reproduzem. Em vez disso, os vírus são desenvolvidos pelas células hospedeiras, o que significa que houve co-evolução de vírus e células hospedeiras. Se as células hospedeiras não existissem, a evolução viral seria impossível. Isso não é verdade para células. Se os vírus não existissem, a direção da evolução celular poderia ser diferente, mas as células seriam capazes de evoluir. Quanto à reprodução, os vírus dependem totalmente do maquinário dos anfitriões para se replicar.<ref name="10reasons" >{{Citar jornal | último1 = Moreira | primeiro1 = D. | último2 = López-García | primeiro2 = P.N. | título = Ten reasons to exclude viruses from the tree of life | doi = 10.1038/nrmicro2108 | jornal = Nature Reviews Microbiology | ano = 2009 | pmid = 19270719| pmc = | volume=7 | edição = 4 | páginas=306–311}}</ref> A descoberta de vírus com genes que codificam o metabolismo energético e a síntese de proteínas alimentou o debate sobre se os vírus são organismos vivos. A presença desses genes sugeria, que os vírus já foram capazes de metabolizar. No entanto, verificou-se mais tarde, que os genes que codificam o metabolismo energético e proteico têm origem celular. Muito provavelmente, esses genes foram adquiridos através de [[transferência horizontal de genes]] de hospedeiros virais.<ref name="10reasons" />
== Metabolismo ==
Uma das propriedades dos seres vivos é a capacidade de transformar a matéria, produzindo suas próprias moléculas a partir de fontes externas de nutrientes e de energia. O conjunto de reações químicas características de um ser vivo é conhecido como metabolismo. De acordo com o tipo de metabolismo, os seres vivos podem ser classificados em autotróficos e heterotróficos. Os organismos autotróficos sintetizam seus componentes a partir de moléculas simples como H<sub>2</sub>O, CO<sub>2</sub>, NH<sub>3</sub> e H<sub>2</sub>S. Os organismos heterotróficos adquirem energia pela oxidação de moléculas obtidas dos autotróficos.


== Composição química ==
Os organismos autotróficos podem ser classificados de acordo com a fonte de energia que usam para a síntese de suas moléculas. Os quimiolitotróficos oxidam compostos inorgânicos como NH<sub>3</sub>, H<sub>2</sub>S ou Fe<sup>2+</sup>. Já foram descritas grandes colônias de organismos quimiolitotróficos de crescimento muito lento, vivendo abaixo da terra a cinco quilômetros de profundidade.
Organismos são sistemas químicos complexos, organizados de maneira a promover a reprodução e alguma medida de sustentabilidade ou sobrevivência. As mesmas leis que governam a química não-viva governam os [[Bioquímica|processos químicos da vida]]. Geralmente são os fenômenos de organismos inteiros que determinam sua adequação a um ambiente e portanto, a capacidade de sobrevivência de seus genes baseados em [[Ácido desoxirribonucleico|DNA]].


Os organismos devem claramente sua origem, metabolismo e muitas outras funções internas aos fenômenos químicos, especialmente a química de grandes moléculas orgânicas. Organismos são sistemas complexos de [[Composto químico|compostos químicos]] que, por meio da interação e do ambiente, desempenham uma ampla variedade de papéis.
2NH<sub>3</sub> + 4O<sub>2</sub> → 2HNO<sub>3</sub> + 2H<sub>2</sub>O


Organismos são sistemas químicos semi-fechados. Embora sejam unidades de vida individuais (conforme a definição exige), elas não estão fechadas ao ambiente ao seu redor. Para operar, eles constantemente absorvem e liberam energia. Os [[Autotrofismo|autotróficos]] produzem energia utilizável (na forma de compostos orgânicos) usando a luz do sol ou compostos inorgânicos, enquanto os [[Heterotrofismo|heterotróficos]] absorvem compostos orgânicos do ambiente.
H<sub>2</sub>S + 2O<sub>2</sub> → H<sub>2</sub>SO<sub>4</sub>


=== Elementos químicos ===
4FeCO<sub>3</sub> + O<sub>2</sub> + 6H<sub>2</sub>O → 4Fe(OH)<sub>3</sub> + 4CO<sub>2</sub>
[[Ficheiro:CHONPS.svg|thumb|Representação estilizada dos elementos [[CHONPS]].]]
A matéria viva é composta por cerca de 60 elementos, quase todos os elementos estáveis da Terra, exceto os gases nobres. Esses elementos são chamados bio-elementos ou elementos biogênicos. Eles podem ser classificados em dois tipos: primário e secundário.


Os elementos primários, também conhecidos [[CHONPS]], são essenciais para formar biomoléculas orgânicas (carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos). Eles constituem 96,2% da matéria viva. São carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre. Os elementos secundários são todos os elementos biogênicos restantes. Existem dois tipos: o indispensável e a variável. Entre os primeiros estão cálcio, sódio, potássio, magnésio, cloro, ferro, silício, cobre, manganês, boro, flúor e iodo.
Os organismos fotoautotróficos, como cianobactérias e plantas, obtêm energia a partir da fotossíntese. Nesse processo a energia luminosa é utilizada para catalisar a transferência de elétrons de compostos inorgânicos para o CO<sub>2</sub>, gerando carboidratos [(CH<sub>2</sub>O)<sub>n</sub>]. O doador mais comum é a água (H<sub>2</sub>O):


O [[elemento químico]] principal desses compostos é o [[carbono]]. As [[Propriedade química|propriedades químicas]] desse elemento, como sua grande afinidade pela ligação com outros átomos pequenos, incluindo outros átomos de carbono, e seu tamanho pequeno, capaz de formar várias ligações, o tornam ideal como base da vida orgânica. É capaz de formar pequenos compostos de três átomos (como [[dióxido de carbono]]), bem como grandes cadeias de muitos milhares de átomos que podem armazenar dados ([[Ácido nucleico|ácidos nucleicos]]), manter células unidas e transmitir informações (proteínas).
nCO<sub>2</sub> + nH<sub>2</sub>O → (CH<sub>2</sub>O)<sub>n</sub> +nO<sub>2</sub>


=== Macromoléculas ===
Esse tipo de reação provavelmente gerou o O<sub>2</sub> da atmosfera terrestre. Algumas cianobactérias também possuem a capacidade de fixar o nitrogênio da atmosfera em compostos orgânicos, tendo apenas a necessidade nutricional adicional de pequenas quantidades de minerais.
[[Ficheiro:AminoAcidball.svg|thumb|right|250px|Estrutura geral de um aminoácido.]]
Os compostos que compõem os organismos podem ser divididos em [[macromolécula]]s e outras moléculas menores. Os quatro grupos de macromoléculas são [[Ácido nucleico|ácidos nucleicos]], [[proteína]]s, [[carboidrato]]s e [[lipídio]]s. Os ácidos nucleicos (especificamente ácido desoxirribonucleico ou DNA) armazenam dados genéticos como uma sequência de [[Nucleótido|nucleotídeos]]. A sequência particular dos quatro tipos diferentes de nucleotídeos ([[adenina]], [[citosina]], [[guanina]] e [[timina]]) dita muitas características que constituem o organismo. A sequência é dividida em [[Código genético|códons]], cada um dos quais é uma sequência específica de três nucleotídeos e corresponde a um [[aminoácido]] específico. Assim, uma sequência de DNA codifica uma proteína específica, que devido às propriedades químicas dos aminoácidos de que é feita, se [[Enovelamento de proteínas|dobra]] de uma maneira particular e portanto, desempenha uma função específica.


Estas funções proteicas foram reconhecidas:
Algumas bactérias, como as bactérias fotossintéticas púrpuras e verdes, são capazes de realizar fotossíntese usando como doadores de elétrons H<sub>2</sub>, H<sub>2</sub>S, tiossulfatos ou compostos orgânicos. Essas bactérias vivem em habitats sem oxigênio, ricos em H<sub>2</sub>S.
# [[Enzima]]s, que catalisam todas as reações do metabolismo
# Proteínas estruturais, como [[tubulina]] ou colágeno
# Proteínas reguladoras, como [[Fator de transcrição|fatores de transcrição]] ou ciclinas que regulam o ciclo celular
# Moléculas sinalizadoras ou seus receptores, como alguns [[Hormona|hormônios]] e seus receptores
# Proteínas defensivas, que podem incluir tudo, desde [[Imunoglobulina|anticorpos]] do [[Sistema imunitário|sistema imunológico]] a [[toxina]]s (por exemplo, anatoxina), proteínas que incluem aminoácidos incomuns, como a [[canavanina]]


Uma bicamada de [[fosfolipídio]]s compõe a [[Bicapa lipídica|membrana]] das células que constitui uma barreira, contendo tudo dentro da célula e impedindo que compostos passem livremente para dentro e para fora da célula. Devido à permeabilidade seletiva da membrana fosfolipídica, apenas compostos específicos podem passar por ela.
nCO<sub>2</sub> +2nH<sub>2</sub>S → (CH<sub>2</sub>O)<sub>n</sub> + nH<sub>2</sub>O +2nS


== Filogenia ==
Os organismos heterotróficos podem ser aeróbios obrigatórios como os animais, usando o O<sub>2</sub> atmosférico, ou anaeróbios, como as bactérias redutoras de sulfato ou desnitrificantes, que usam o sulfato e o nitrato como agentes oxidantes. Um processo de oxidação-redução intramolecular muito comum na maioria dos organismos é a fermentação, que propicia a degradação de compostos orgânicos sem o uso do oxigênio molecular.
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== Ver também ==
Os organismos anaeróbios podem ser classificados em anaeróbios facultativos ou anaeróbios obrigatórios. Os facultativos podem se desenvolver tanto na ausência como na presença de O<sub>2</sub>. Já os obrigatórios não toleram a presença de O<sub>2</sub> e são provavelmente semelhantes às formas primitivas de vida da Terra.
* [[Primeiras formas de vida conhecida]]
* [[Biota (taxonomia)|Biota]]


{{referências}}
A quantidade de reações químicas que compõem o metabolismo de um ser vivo é enorme. Essas reações podem fazer parte de vias metabólicas, que são sequências de reações as quais são controladas de forma a não gerar produtos desnecessários. De uma forma geral, o metabolismo é dividido em duas categorias, o catabolismo e o anabolismo.


== Ligações externas ==
O catabolismo é a degradação de nutrientes e constituintes celulares para recuperar seus componentes e gerar energia. O anabolismo é a síntese de biomoléculas a partir de componentes mais simples.
* [http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/944790.stm BBCNews: 27 September 2000, When slime is not so thick] Citação: "It means that some of the lowliest creatures in the plant and animal kingdoms, such as slime and amoeba, may not be as primitive as once thought" {{en}}
** [http://www.spaceref.com/news/viewpr.html?pid=4742 SpaceRef.com, July 29, 1997: Scientists Discover Methane Ice Worms On Gulf Of Mexico Sea Floor] {{en}}
*** [http://www.science.psu.edu/iceworms/iceworms.html The Eberly College of Science: Methane Ice Worms discovered on Gulf of Mexico Sea Floor] download Publication-quality photos {{en}}
** [https://web.archive.org/web/20050119112427/http://www.sb-roscoff.fr/Ecophy/PDF/00-Fisher-NatWis.pdf Artikel, 2000: Methane Ice Worms: Hesiocaeca methanicola. Colonizing Fossil Fuel Reserves] {{en}}
** [http://www.spaceref.com/news/viewnews.html?id=339 SpaceRef.com, May 04, 2001: Redefining "Life as We Know it"] ''Hesiocaeca methanicola'' In 1997, Charles Fisher, professor of biology at Penn State, discovered this remarkable creature living on mounds of methane ice under half a mile of ocean on the floor of the Gulf of Mexico. {{en}}
* [http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/2585235.stm BBCNews, 18 December 2002, 'Space bugs' grown in lab] Citação: "''Bacillus simplex'' and ''Staphylococcus pasteuri''...''Engyodontium album'' The strains cultured by Dr Wainwright seemed to be resistant to the effects of UV – one quality required for survival in space" {{en}}
* [http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/3003946.stm BBCNews, 19 June 2003, Ancient organism challenges cell evolution] Citação: "It appears that this organelle has been conserved in evolution from prokaryotes to eukaryotes, since it is present in both" {{en}}
* [https://web.archive.org/web/20030624180658/http://www.anselm.edu/homepage/jpitocch/genbios/bi04syllabsu03.html Interactive Syllabus for General Biology – BI 04, Saint Anselm College, Summer 2003] {{en}}
* [http://www.personal.psu.edu/users/j/s/jsf165/Bio110.html Jacob Feldman: Stramenopila] {{en}}
* [https://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/wwwtax.cgi?mode=Root NCBI Taxonomy entry: root] {{en}}
* [https://web.archive.org/web/20030629122745/http://www.anselm.edu/homepage/jpitocch/genbios/surveybi04.html Saint Anselm College: Survey of representatives of the major Kingdoms] Citação: "Number of kingdoms has not been resolved...Bacteria present a problem with their diversity...[[Protista]] present a problem with their diversity...", {{en}}
* [http://www.species2000.org/ Species 2000 Indexing the world's known species]. Species 2000 has the objective of enumerating all known species of plants, animals, fungi and microbes on Earth as the baseline dataset for studies of global biodiversity. It will also provide a simple access point enabling users to link from here to other data systems for all groups of organisms, using direct species-links. {{en}}
* [http://www.abc.net.au/science/news/enviro/EnviroRepublish_828525.htm The largest organism in the world may be a fungus carpeting nearly 10 square kilometers of an Oregon forest, and may be as old as 10500 years.] {{en}}
* [http://tolweb.org/tree/phylogeny.html The Tree of Life] {{en}}
* [https://www.scribd.com/doc/1016/Life-from-birth-to-death/ Frequent questions from kids about life and their answers] {{en}}


{{Elementos da Natureza}}
O catabolismo fornece energia para as vias anabólicas na forma de ATP (do inglês ''adenosine triphosphate'', em português trifosfato de adenosina). Reações geradoras de energia como a fotossíntese e a oxidação de nutrientes produzem ATP a partir da condensação de uma molécula de ADP (do inglês ''adenosine'' ''diphosphate,'' em português difosfato de adenosina) e um íon fosfato.

ADP + HPO<sub>4</sub><sup>2-</sup>&nbsp; ↔ ATP + H<sub>2</sub>O

As vias anabólicas, transporte de moléculas e a contração muscular usam a energia da hidrólise do ATP. Dessa forma o ATP acopla as vias catabólicas e anabólicas:

ATP + H<sub>2</sub>O ↔ ADP + HPO<sub>4</sub><sup>2-</sup>

== Herança Genética ==
Os seres vivos possuem diferentes atributos que os distinguem uns dos outros. Dentro de uma mesma espécie, como os seres humanos por exemplo, há uma grande variedade de fenótipos resultante de várias características, como cor do cabelo, cor da pele e altura. Esses atributos são definidos, principalmente, por fatores genéticos.

O DNA (ácido desoxirribonucleico), é uma macromolécula que contém as informações genéticas que irão conferir tais características aos seres vivos. Ele é composto por combinações de 4 nucleotídeos: Adenina (A), Timina (T), Guanina (G) e Citosina (C). Milhares desses nucleotídeos são combinados de diferentes maneiras, formando sequências definidas. Essas sequências de nucleotídeos estão presentes ao longo do DNA, e algumas delas formam os genes.

Genes são sequências de DNA que contém a informação para uma determinada característica do organismo. Ou seja, a informação genética está contida em sequências específicas de nucleotídeos (A,T,C,G) presentes no DNA, que serão interpretadas pela maquinaria celular (transcritas e/ou traduzidas), gerando um produto que confere um determinado atributo para o organismo. Dessa forma, diversas características são definidas por genes, desde a capacidade de utilizar a glicose como fonte de energia até a cor dos olhos de uma pessoa. A substituição, deleção ou inserção de nucleotídeos (mutações) em uma sequência de DNA que compõe um gene pode ser prejudicial ao organismo, pois o produto do gene pode conter uma alteração, resultante dessa mutação, e ter a sua forma ou função alterada. Por isso, existem várias doenças de natureza genética, como é o caso das distrofias musculares e várias síndromes.

Um gene contém formas alternativas, chamadas de alelos. A maioria das células possui um par de alelos para cada gene. A característica resultante dos alelos e genes é chamada fenótipo. Se um organismo possui pares de alelos iguais para uma característica, é chamado homozigoto, se possui diferentes alelos é chamado heterozigoto. Um alelo pode ser dominante, recessivo ou codominante. Por exemplo, a cor do olho é definida por um determinado gene, que possui dois alelos: “A”, que caracteriza olhos escuros e “a” que caracteriza olhos claros. Se um indivíduo possui um par de alelos “AA” ou “Aa” terá olhos escuros, e se possuir um par de alelos “aa” terá olhos claros. Ou seja, nesse exemplo, o alelo “A” é dominante, pois seu fenótipo prevalece sobre “a”, e o alelo “a” é recessivo, pois para que seu fenótipo seja expresso é necessário que haja um par “aa”. Em alguns casos, os alelos são expressos juntos, e não há a prevalência de um fenótipo sobre o outro, e sim a formação de um intermediário. É importante ressaltar que nem todas as características genéticas são definidas por pares de alelos que são expressos nesses formatos.

O DNA está disposto em estruturas chamadas cromossomos. Como a molécula de DNA é muito extensa, esta é enovelada em proteínas denominadas histonas, resultando em um formato condensado da molécula de DNA com auxílio dessas proteínas. Organismos eucariotos possuem cromossomos lineares em quantidades variáveis entre cada espécie. Por exemplo, os seres humanos contêm 23 pares de cromossomos. Organismos procariotos possuem um único cromossomo circular. A maioria das células eucarióticas possuem duas cópias de cada cromossomo, nomeados pares homólogos, e são chamadas de células somáticas ou diploides (2N). Como um gene normalmente contém um par de alelos, cada alelo está disposto em um dos pares dos cromossomos. Células germinativas ou haploides (N) contém apenas uma cópia de cada cromossomo, portanto possuem apenas um alelo de cada gene (para características que obedecem a essa regra).

A informação genética é passada para as próximas gerações de células, ou seja, para as células-filhas durante a divisão celular. Para que a divisão celular aconteça, a célula promove uma sequência organizada de eventos, dentre elas, a duplicação dos cromossomos que serão posteriormente segregados para cada uma das células-filhas.

O processo de divisão celular das células somáticas é conhecido como mitose, onde cada célula parental (diplóide, 2N) é responsável pela formação de duas células-filhas (diploides, 2N). Para isso, cada cromossomo duplicado se liga pelo centrômero ao fuso mitótico, que posteriormente é posicionado na placa equatorial da célula (4N). Cada metade do cromossomo duplicado (cromátide) é então deslocada para um dos polos opostos da célula em divisão, culminando assim na divisão celular (citocinese).

O processo de formação de células germinativas (gametas) é conhecido como meiose e, diferentemente da mitose, requer dois ciclos de segregação cromossômica para a formação de 4 células-filhas, cada uma contendo metade do número de cromossomos da célula parental (haplóide, N). Um importante evento que ocorre na meiose é a chamada recombinação genética, ou seja, troca de partes correspondentes entre cromossomos homólogos, garantindo assim a variabilidade genética entre organismos de uma mesma população.

== Referências ==
<references>
<ref name="Alberts2017">Alberts, Bruce. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre:Artmed, 2017.</ref>
<ref name="Chodasewicz2014">Chodasewicz K. Theory Biosci. 2014 Mar;133(1):39-45. Evolution, reproduction and definition of life.</ref>
<ref name="Michaelis">Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Editora Melhoramentos, 2015. em: http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/organismo/ (data acesso 27/02/2018)</ref>
<ref name="Voet2013">Voet, Donald; Voet, Judith G. Bioquímica. 4ºedição. Porto Alegre: Artmed, 2013.</ref>
</references>


[[Categoria:Organismos]]
[[Categoria:Organismos]]

Revisão das 16h58min de 27 de abril de 2020

 Nota: "Forma biológica" redireciona para este artigo. Para o termo taxonômico informal em botânica, veja Raça (biologia)#Raça fisiológica.
 Nota: "Forma de vida" redireciona para este artigo. Para o conceito filosófico, veja Forma de vida (filosofia).
 Nota: "Corpo" redireciona para este artigo. Para o conjunto de várias partes compõem um ser vivo, veja Corpo.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaOrganismo
Ocorrência: HadeanoRecente 4100–0 Ma.
Colonização da vida em um pico rochoso
Colonização da vida em um pico rochoso
Classificação científica
Sem classificação: Biota
Taxonomia
Sinónimos
Corpo

Compleição
Constituição
Estrutura
Físico
Temperamento
Forma de vida
Ser vivo
Organismo vivo
Vida
Biota
Criatura
Espécime
Espécimen
Indivíduo
Ser
Ente
Existência
Pessoa

Um organismo (do grego: ὀργανισμός, organismós, organização[1]) ou corpo na biologia, é qualquer ser individual que incorpore as propriedades da vida, e também é um conjunto de átomos (hidrogênio, carbono, nitrogénio, oxigênio, enxofre, fósforo e outros elementos químicos) e moléculas (água, sais minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, macrociclos e ácidos nucleicos), que formam uma estrutura material muito organizada e complexa. É um sinônimo de "compleição", "constituição", "estrutura", "físico", "temperamento", "forma de vida", "ser vivo", "organismo vivo", "vida", "biota", "criatura", "espécime", "espécimen", "indivíduo", "ser", "ente", "existência", "pessoa".

Os organismos são classificados pela taxonomia em grupos como organismos multicelulares, como animais, plantas e fungos; ou micro-organismos unicelulares, como protistas, bactérias e arqueias.[2] Todos os tipos de organismos são capazes de reprodução, crescimento e desenvolvimento, manutenção e algum grau de resposta a estímulos. Humanos, lulas, cogumelos e plantas vasculares são exemplos de organismos multicelulares que diferenciam tecidos e órgãos especializados durante o desenvolvimento.

Um organismo pode ser um procariontes ou um eucariotos. Os procariontes são representados por dois domínio separados – bactérias e arqueias. Organismos eucarióticos são caracterizados pela presença de um núcleo celular ligado à membrana e contêm compartimentos adicionais ligados à membrana chamados organelos (como mitocôndrias em animais e plantas e plastídeos em plantas e algas, geralmente considerados derivados de bactérias endossimbióticas).[3] Fungos, animais e plantas são exemplos de reinos desses organismos dentro dos eucariotos.

As estimativas sobre o número de espécies atuais da Terra variam de 2 milhões a 1 trilhão,[4] dos quais mais de 1,7 milhões foram documentados.[5] Mais de 99% de todas as espécies, totalizando mais de cinco bilhões de espécies,[6] estima-se que os que já viveram sejam extintos.[7][8]

Em 2016, um conjunto de 355 genes de último ancestral comum (UAC) de todos organismos foram identificados.[9][10]

Etimologia

O termo "organismo" (para grego ὀργανισμός, organism, parra ὄργανον, organon, i.e. "combinação, composição, configuração, conformação, contextura, disposição, ordem, organização, sistema, tessitura")[11][12] apareceu pela primeira vez no língua inglesa em 1703 e assumiu sua definição atual em 1834 (Oxford English Dictionary). Está diretamente relacionado ao termo "organização". Existe uma longa tradição de definir organismos como seres auto-organizados, voltando pelo menos a Immanuel Kant, em 1790 Crítica do Julgamento.[13]

Definição

Um organismo pode ser definido como um conjunto de moléculas que funcionam como um todo mais ou menos estável, que exibe as propriedades da vida. As definições de dicionário podem ser amplas, usando frases como "qualquer estrutura viva, como planta, animal, fungo ou bactéria, capaz de crescer e se reproduzir".[14] Muitas definições excluem vírus e possíveis formas sintéticas vida não orgânica, pois os vírus dependem da maquinaria bioquímica de uma célula hospedeira para reprodução.[15] Um superorganismo é um organismo que consiste em muitos indivíduos trabalhando juntos como uma única unidade funcional ou social.[16]

Houve controvérsia sobre a melhor maneira de definir o organismo[17][18][19][20][21][22][23][24][25] e de fato, se essa definição é ou não necessária.[26][27] Várias contribuições[28] são respostas à sugestão de que a categoria de "organismo" pode muito bem não ser adequada em biologia.[29][carece de fontes?]

Vírus

Ver artigo principal: Acytota
Micrografia eletrônica de viriões de SARS-CoV-2.

Os Vírus normalmente não são considerados organismos porque são incapazes de reprodução, crescimento ou metabolismo autônomos. Embora alguns organismos também sejam incapazes de sobrevivência independente e vivam como parasitas intracelulares obrigatórios, são capazes de metabolismo e procriação independentes. Embora os vírus possuam algumas enzimas e moléculas características dos organismos vivos, eles não possuem metabolismo próprio; eles não podem sintetizar e organizar os compostos orgânicos dos quais são formados. Naturalmente, isso exclui a reprodução autônoma: eles só podem ser replicados passivamente pelo maquinário da célula hospedeira. Nesse sentido, eles são semelhantes à matéria inanimada.

Enquanto os vírus não sustentam um metabolismo independente, e portanto, geralmente não são classificados como organismos, eles têm seus próprios genes e evoluem por mecanismos semelhantes aos mecanismos evolutivos dos organismos. Assim, um argumento de que os vírus devem ser classificados como organismos vivos é sua capacidade de sofrer evolução e replicar através da auto-montagem. No entanto, alguns cientistas argumentam que os vírus não evoluem nem se auto-reproduzem. Em vez disso, os vírus são desenvolvidos pelas células hospedeiras, o que significa que houve co-evolução de vírus e células hospedeiras. Se as células hospedeiras não existissem, a evolução viral seria impossível. Isso não é verdade para células. Se os vírus não existissem, a direção da evolução celular poderia ser diferente, mas as células seriam capazes de evoluir. Quanto à reprodução, os vírus dependem totalmente do maquinário dos anfitriões para se replicar.[30] A descoberta de vírus com genes que codificam o metabolismo energético e a síntese de proteínas alimentou o debate sobre se os vírus são organismos vivos. A presença desses genes sugeria, que os vírus já foram capazes de metabolizar. No entanto, verificou-se mais tarde, que os genes que codificam o metabolismo energético e proteico têm origem celular. Muito provavelmente, esses genes foram adquiridos através de transferência horizontal de genes de hospedeiros virais.[30]

Composição química

Organismos são sistemas químicos complexos, organizados de maneira a promover a reprodução e alguma medida de sustentabilidade ou sobrevivência. As mesmas leis que governam a química não-viva governam os processos químicos da vida. Geralmente são os fenômenos de organismos inteiros que determinam sua adequação a um ambiente e portanto, a capacidade de sobrevivência de seus genes baseados em DNA.

Os organismos devem claramente sua origem, metabolismo e muitas outras funções internas aos fenômenos químicos, especialmente a química de grandes moléculas orgânicas. Organismos são sistemas complexos de compostos químicos que, por meio da interação e do ambiente, desempenham uma ampla variedade de papéis.

Organismos são sistemas químicos semi-fechados. Embora sejam unidades de vida individuais (conforme a definição exige), elas não estão fechadas ao ambiente ao seu redor. Para operar, eles constantemente absorvem e liberam energia. Os autotróficos produzem energia utilizável (na forma de compostos orgânicos) usando a luz do sol ou compostos inorgânicos, enquanto os heterotróficos absorvem compostos orgânicos do ambiente.

Elementos químicos

Representação estilizada dos elementos CHONPS.

A matéria viva é composta por cerca de 60 elementos, quase todos os elementos estáveis da Terra, exceto os gases nobres. Esses elementos são chamados bio-elementos ou elementos biogênicos. Eles podem ser classificados em dois tipos: primário e secundário.

Os elementos primários, também conhecidos CHONPS, são essenciais para formar biomoléculas orgânicas (carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos). Eles constituem 96,2% da matéria viva. São carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre. Os elementos secundários são todos os elementos biogênicos restantes. Existem dois tipos: o indispensável e a variável. Entre os primeiros estão cálcio, sódio, potássio, magnésio, cloro, ferro, silício, cobre, manganês, boro, flúor e iodo.

O elemento químico principal desses compostos é o carbono. As propriedades químicas desse elemento, como sua grande afinidade pela ligação com outros átomos pequenos, incluindo outros átomos de carbono, e seu tamanho pequeno, capaz de formar várias ligações, o tornam ideal como base da vida orgânica. É capaz de formar pequenos compostos de três átomos (como dióxido de carbono), bem como grandes cadeias de muitos milhares de átomos que podem armazenar dados (ácidos nucleicos), manter células unidas e transmitir informações (proteínas).

Macromoléculas

Estrutura geral de um aminoácido.

Os compostos que compõem os organismos podem ser divididos em macromoléculas e outras moléculas menores. Os quatro grupos de macromoléculas são ácidos nucleicos, proteínas, carboidratos e lipídios. Os ácidos nucleicos (especificamente ácido desoxirribonucleico ou DNA) armazenam dados genéticos como uma sequência de nucleotídeos. A sequência particular dos quatro tipos diferentes de nucleotídeos (adenina, citosina, guanina e timina) dita muitas características que constituem o organismo. A sequência é dividida em códons, cada um dos quais é uma sequência específica de três nucleotídeos e corresponde a um aminoácido específico. Assim, uma sequência de DNA codifica uma proteína específica, que devido às propriedades químicas dos aminoácidos de que é feita, se dobra de uma maneira particular e portanto, desempenha uma função específica.

Estas funções proteicas foram reconhecidas:

  1. Enzimas, que catalisam todas as reações do metabolismo
  2. Proteínas estruturais, como tubulina ou colágeno
  3. Proteínas reguladoras, como fatores de transcrição ou ciclinas que regulam o ciclo celular
  4. Moléculas sinalizadoras ou seus receptores, como alguns hormônios e seus receptores
  5. Proteínas defensivas, que podem incluir tudo, desde anticorpos do sistema imunológico a toxinas (por exemplo, anatoxina), proteínas que incluem aminoácidos incomuns, como a canavanina

Uma bicamada de fosfolipídios compõe a membrana das células que constitui uma barreira, contendo tudo dentro da célula e impedindo que compostos passem livremente para dentro e para fora da célula. Devido à permeabilidade seletiva da membrana fosfolipídica, apenas compostos específicos podem passar por ela.

Filogenia

UAC

Chloroflexaceae (nome aceito = Chloroflexi)

Hadobacteria (=grupo Deinococcus-Thermus)

Glycobacteria

Cyanobacteria

Gracilicutes

Spirochaetae

Sphingobacteria

Fibrobacteres

Chlorobi

Bacteroidetes

Planctobacteria

Planctomycetes

Chlamydiae

Lentisphaerae

Verrucomicrobia

Proteobacteria
Geobacteria

Deferribacteres

Acidobacteria

Thiobacteria

Deltaproteobacteria

Epsilonproteobacteria

Rhodobacteria

Alphaproteobacteria

Chromatibacteria

Betaproteobacteria

Gammaproteobacteria

Unibacteria
Eurybacteria

Thermotogae

Fusobacteria

Negativicutes

Endobacteria (=Firmicutes, Mollicutes)

Actinobacteria

Neomura

Archaea

Eukarya

Ver também

Referências

  1. «Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa». Editora Melhoramentos. 2015. Consultado em 27 de fevereiro de 2018 
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