Crise migratória venezuelana: diferenças entre revisões

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A [[Instituição Brookings]] e [[David Smolansky]], comissário da Organização dos Estados Americanos para a crise de refugiados venezuelanos, estimaram que a crise também é a crise de refugiados atual com menos financiamento internacional na história moderna.<ref name=":19">{{Citar jornal|url=https://www.brookings.edu/blog/up-front/2019/12/09/venezuela-refugee-crisis-to-become-the-largest-and-most-underfunded-in-modern-history/|título=A crise de refugiados da Venezuela se tornará a maior e mais subfinanciada da história moderna|autores=Dany Bahar e Meagan Dooley|data=2019-12-09|acessodata=2021-06-14|publicado=Brookings Institution|idioma=en}}</ref><ref name=":20">{{Citar jornal|url=https://www.elnacional.com/venezuela/ha-faltado-cooperacion-de-la-comunidad-internacional-con-refugiados-venezolanos/|título="Faltou cooperação da comunidade internacional com refugiados venezuelanos"|data=3 de janeiro de 2021|publicado=El Nacional|idioma=es}}</ref> Em dezembro de 2021, o porta-voz da [[ACNUR]] para a América Latina informou que diariamente "cerca de 1.000 pessoas saem da Venezuela sem intenção de voltar".<ref>{{Citar jornal|url=https://www.bancaynegocios.com/portavoz-de-acnur-alrededor-de-1-000-personas-se-van-de-venezuela-diariamente-sin-intencion-de-volver/|título=Porta-voz da Acnur: Cerca de 1.000 pessoas saem da Venezuela diariamente 'sem intenção de retornar'|data=11 de dezembro de 2021|publicado=Banca y Negocios|idioma=es}} "William Spindler, porta-voz na América Latina da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), destacou que a migração teve impacto nas famílias da Venezuela e disse que muitas pessoas continuam saindo do país em busca de melhores condições. Indicou numa entrevista que países da América Latina, em geral, têm sido bastante solidários com os venezuelanos: 'os migrantes venezuelanos na maioria dos países da América Latina têm direito a trabalhar, enviar seus filhos à escola'"</ref>
A [[Instituição Brookings]] e [[David Smolansky]], comissário da Organização dos Estados Americanos para a crise de refugiados venezuelanos, estimaram que a crise também é a crise de refugiados atual com menos financiamento internacional na história moderna.<ref name=":19">{{Citar jornal|url=https://www.brookings.edu/blog/up-front/2019/12/09/venezuela-refugee-crisis-to-become-the-largest-and-most-underfunded-in-modern-history/|título=A crise de refugiados da Venezuela se tornará a maior e mais subfinanciada da história moderna|autores=Dany Bahar e Meagan Dooley|data=2019-12-09|acessodata=2021-06-14|publicado=Brookings Institution|idioma=en}}</ref><ref name=":20">{{Citar jornal|url=https://www.elnacional.com/venezuela/ha-faltado-cooperacion-de-la-comunidad-internacional-con-refugiados-venezolanos/|título="Faltou cooperação da comunidade internacional com refugiados venezuelanos"|data=3 de janeiro de 2021|publicado=El Nacional|idioma=es}}</ref> Em dezembro de 2021, o porta-voz da [[ACNUR]] para a América Latina informou que diariamente "cerca de 1.000 pessoas saem da Venezuela sem intenção de voltar".<ref>{{Citar jornal|url=https://www.bancaynegocios.com/portavoz-de-acnur-alrededor-de-1-000-personas-se-van-de-venezuela-diariamente-sin-intencion-de-volver/|título=Porta-voz da Acnur: Cerca de 1.000 pessoas saem da Venezuela diariamente 'sem intenção de retornar'|data=11 de dezembro de 2021|publicado=Banca y Negocios|idioma=es}} "William Spindler, porta-voz na América Latina da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), destacou que a migração teve impacto nas famílias da Venezuela e disse que muitas pessoas continuam saindo do país em busca de melhores condições. Indicou numa entrevista que países da América Latina, em geral, têm sido bastante solidários com os venezuelanos: 'os migrantes venezuelanos na maioria dos países da América Latina têm direito a trabalhar, enviar seus filhos à escola'"</ref>


Foi estimado que, em outubro de 2022, mais de sete milhões de venezuelanos deixaram o país em busca de uma vida melhor no exterior.<ref name="2022bbc" />
Foi estimado que, em outubro de 2022, mais de sete milhões de venezuelanos deixaram o país em busca de uma vida melhor no exterior.<ref name="2022bbc">{{Citar web|url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-63279800 |título=Crise na Venezuela: 7,1 milhões deixam o país desde 2015 |publicado=[[BBC News]] |língua=en-GB |acessodata=17 de outubro de 2022 |data=17 de outubro de 2022 |primeiro=Vanessa |último=Buschschlüter}}</ref>


A Plataforma Regional de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes, conhecida como R4V, tem monitorizado de perto o crescente fluxo de emigração da Venezuela.<ref name=":0">{{citar web|url=https://gaceta.es/iberosfera/casi-8-millones-de-venezolanos-se-han-visto-forzados-a-salir-de-su-pais-por-el-regimen-de-maduro-20230908-0247/|titulo=Casi 8 millones de venezolanos se han visto forzados a salir de su país por el régimen de Maduro}}</ref> Os dados recentes mostram tendências alarmantes que refletem a gravidade da crise na nação caribenha. Segundo atualizações da R4V, aproximadamente 7,71 milhões de pessoas emigraram da Venezuela nos últimos anos, coincidindo com a ascensão ao poder de Nicolás Maduro e a consolidação do chavismo.<ref name=":0" /><ref name=":1">{{citar web|url=https://www.acnur.org/emergencias/situacion-de-venezuela|titulo=ACNUR, Situación de Venezuela}}</ref> De maio a agosto deste ano, 390.000 venezuelanos deixaram o país, impulsionados pelo desespero diante das difíceis condições de vida, caracterizadas por baixos salários, inflação galopante, falta de serviços públicos e repressão política.<ref name=":0" /> Apesar das próximas eleições presidenciais, a esperança é escassa entre os venezuelanos.<ref name=":0" /><ref name=":1" /> Muitos temem que, através de manipulações e fraudes, Maduro possa ser "reeleito" e manter-se no poder por mais seis anos, apesar da sua impopularidade. Neste cenário, a emigração pode continuar sendo uma constante no futuro próximo da Venezuela.<ref name=":0" /><ref name=":1" />
A Plataforma Regional de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes, conhecida como R4V, tem monitorizado de perto o crescente fluxo de emigração da Venezuela.<ref name=":0">{{citar web|url=https://gaceta.es/iberosfera/casi-8-millones-de-venezolanos-se-han-visto-forzados-a-salir-de-su-pais-por-el-regimen-de-maduro-20230908-0247/|titulo=Casi 8 millones de venezolanos se han visto forzados a salir de su país por el régimen de Maduro}}</ref> Os dados recentes mostram tendências alarmantes que refletem a gravidade da crise na nação caribenha. Segundo atualizações da R4V, aproximadamente 7,71 milhões de pessoas emigraram da Venezuela nos últimos anos, coincidindo com a ascensão ao poder de Nicolás Maduro e a consolidação do chavismo.<ref name=":0" /><ref name=":1">{{citar web|url=https://www.acnur.org/emergencias/situacion-de-venezuela|titulo=ACNUR, Situación de Venezuela}}</ref> De maio a agosto deste ano, 390.000 venezuelanos deixaram o país, impulsionados pelo desespero diante das difíceis condições de vida, caracterizadas por baixos salários, inflação galopante, falta de serviços públicos e repressão política.<ref name=":0" /> Apesar das próximas eleições presidenciais, a esperança é escassa entre os venezuelanos.<ref name=":0" /><ref name=":1" /> Muitos temem que, através de manipulações e fraudes, Maduro possa ser "reeleito" e manter-se no poder por mais seis anos, apesar da sua impopularidade. Neste cenário, a emigração pode continuar sendo uma constante no futuro próximo da Venezuela.<ref name=":0" /><ref name=":1" />


== Contexto histórico ==
== História ==
Durante o século XX, "a Venezuela era um refúgio para imigrantes fugindo da repressão e intolerância do Velho Mundo", segundo a ''Newsweek''.<ref name=NEWSWEEKdiaspora /> A emigração começou em ritmos baixos em 1983 após o colapso dos preços do petróleo, embora as taxas elevadas de emigração, especialmente a fuga de profissionais, tenham crescido significativamente após a Revolução Bolivariana liderada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez.<ref name=WSJ2011>{{cite news|last1=Gonzalez|first1=Angel|last2=Minaya|first2=Ezequiel|title=Diaspora Venezuelana Cresce Sob Chávez|url=https://www.wsj.com/articles/SB10001424053111904491704576573051332461710|access-date=8 de outubro de 2014|agency=[[The Wall Street Journal]]|date=17 de outubro de 2011|archive-date=28 de dezembro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171228000134/https://www.wsj.com/articles/SB10001424053111904491704576573051332461710|url-status=live}}</ref> Anitza Freitez, diretora do Instituto de Pesquisa Econômica e Social da [[Universidade Católica Andrés Bello]], disse que a emigração se tornou mais proeminente durante a presidência de Chávez, atribuindo "perspectivas de desenvolvimento individual e segurança individual" como as principais razões.<ref name="EUjan2014">{{cite news|url=http://www.eluniversal.com/nacional-y-politica/140113/number-of-outgoing-venezuelans-on-the-rise|title=Número de venezuelanos saindo está aumentando|last1=Pablo Peńaloza|first1=Pedro|date=13 de janeiro de 2014|access-date=26 de abril de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20140117044615/http://www.eluniversal.com/nacional-y-politica/140113/number-of-outgoing-venezuelans-on-the-rise|archive-date=17 de janeiro de 2014|agency=[[El Universal (Caracas)|El Universal]]}}</ref>
=== Emigração inicial ===
[[File:Aeropuerto Internacional Simon Bolivar.jpeg|alt=Terminal do aeroporto, com ladrilhos coloridos no chão|thumb|Emigrantes venezuelanos frequentemente tiram [[selfies]] dos seus pés sobre os ladrilhos projetados por [[Carlos Cruz-Diez]] no [[Aeroporto Internacional de Maiquetía]].<ref>{{cite news|last1=Casey|first1=Nicholas|title=Chegando na Venezuela e tirando uma selfie, enquanto muitos dos meus colegas partem|url=https://www.nytimes.com/interactive/projects/cp/reporters-notebook/moving-to-venezuela/maiquetia-airport-selfies?module=ConversationPieces&region=Body&action=click&pgtype=article|access-date=14 de janeiro de 2016|work=[[The New York Times]]|date=5 de janeiro de 2016|archive-date=10 de janeiro de 2016|archive-url=https://web.archive.org/web/20160110021744/http://www.nytimes.com/interactive/projects/cp/reporters-notebook/moving-to-venezuela/maiquetia-airport-selfies?module=ConversationPieces&region=Body&action=click&pgtype=article|url-status=live}}</ref> O governo bolivariano instalou uma réplica dos ladrilhos no aeroporto, que foi visto como uma zombaria aos emigrantes.<ref>{{cite news|title=Regime zomba da diáspora ao colocar réplica da Obra de Cruz Diez para "selfies"|url=http://www.venezuelaaldia.com/2018/01/09/regimen-se-burla-de-la-diaspora-colocando-replica-de-obra-de-cruz-diez-para-selfies/|access-date=15 de fevereiro de 2018|work=Venezuela al Día|date=9 de janeiro de 2018|language=es-VE|archive-date=16 de fevereiro de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180216085100/http://www.venezuelaaldia.com/2018/01/09/regimen-se-burla-de-la-diaspora-colocando-replica-de-obra-de-cruz-diez-para-selfies/|url-status=live}}</ref>|330x330px]]
Em 1998, quando Chávez foi eleito pela primeira vez, o número de venezuelanos que receberam [[Direito de asilo|asilo]] nos Estados Unidos aumentou entre 1998 e 1999.<ref name="Reuters2007">{{cite news|last1=Brown|first1=Tom|title=Venezuelanos, fugindo de Chavez, buscam rede de segurança nos EUA|url=http://uk.reuters.com/article/lifestyle-usa-venezuela-asylum-dc-idUKN1127066720070717|access-date=22 de setembro de 2014|work=Reuters|date=16 de julho de 2007|archive-date=8 de dezembro de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20151208093019/http://uk.reuters.com/article/lifestyle-usa-venezuela-asylum-dc-idUKN1127066720070717|url-status=live}}</ref> A promessa de Chávez de destinar mais fundos para os empobrecidos gerou preocupação entre venezuelanos ricos e de classe média, desencadeando a primeira onda de emigrantes fugindo do governo bolivariano.<ref name="NYThungryDIA">{{cite news|last1=Casey|first1=Nicholas|title=Venezuelanos famintos fogem em barcos para escapar do colapso econômico|url=https://www.nytimes.com/2016/11/25/world/americas/hungry-venezuelans-flee-in-boats-to-escape-economic-collapse.html?_r=1|access-date=27 de novembro de 2016|work=[[The New York Times]]|date=25 de novembro de 2016|archive-date=14 de outubro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171014133914/https://www.nytimes.com/2016/11/25/world/americas/hungry-venezuelans-flee-in-boats-to-escape-economic-collapse.html?_r=1|url-status=live}}</ref>
Ondas adicionais de emigração ocorreram após a [[tentativa de golpe de estado na Venezuela em 2002]]<ref name="MWM">{{cite journal|title=Dateline migração: Internacional|journal=Revista Migração Mundial|date=2002|volume=30|issue=4/5|pages=7–13}}</ref> e após a [[eleição presidencial venezuelana de 2006|reeleição de Chávez em 2006]].<ref name="MWM" /><ref name="N24march2007">{{cite news|url=http://www.noticias24.com/actualidad/noticia/3589/a-historia-de-uma-familia-que-abandonou-a-venezuela/|title=A história de uma família que abandonou a Venezuela|date=18 de março de 2007|access-date=16 de outubro de 2014|agency=Noticias24|archive-date=20 de outubro de 2014|archive-url=https://web.archive.org/web/20141020083632/http://www.noticias24.com/actualidad/noticia/3589/a-historia-de-uma-familia-que-abandonou-a-venezuela/|url-status=live}}</ref> Em 2009, estimava-se que mais de um milhão de venezuelanos haviam emigrado nos dez anos desde que [[Hugo Chávez]] se tornou presidente.<ref name="NEWSWEEKdiaspora" /> De acordo com a [[Universidade Central da Venezuela]] (UCV), estima-se que 1,5 milhão de venezuelanos (quatro a seis por cento da população total do país) emigraram entre 1999 e 2014.<ref name="ENHaug28" />


=== Crise na Venezuela ===
A Venezuela viveu durante várias décadas como um dos países mais estáveis da América Latina, com uma economia baseada nas receitas do petróleo. A queda do preço do petróleo nos anos 80 e a má administração levaram a uma crise econômica que culminou com os protestos do [[Caracazo]] em 1989. Durante os anos 90, a corrupção e a desigualdade cresceram, levando ao surgimento do movimento bolivariano liderado por [[Hugo Chávez]], que foi eleito presidente em 1998.
[[File:Number of Venezuelans living abroad.png|upright=1.6|thumb|''Fonte:'' [[Organização Internacional para as Migrações]]<ref name="IOM18">{{cite news|url=https://www.lapatilla.com/site/2018/04/30/diego-beltrand-mais-de-1-milhao-642-mil-venezolanos-migraram-em-2017-video/|title=Diego Beltrand: Mais de 1 milhão 642 mil venezuelanos migraram em 2017 (Vídeo)|date=30 de abril de 2018|work=[[La Patilla]]|access-date=1 de maio de 2018|language=es-ES|archive-date=30 de abril de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180430233003/https://www.lapatilla.com/site/2018/04/30/diego-beltrand-mais-de-1-milhao-642-mil-venezolanos-migraram-em-2017-video/|url-status=live}}</ref>|alt=Gráfico do número de venezuelanos vivendo no exterior]]
Acadêmicos e líderes empresariais afirmam que a emigração da Venezuela aumentou significativamente nos últimos anos da presidência de Chávez e durante a presidência de [[Nicolás Maduro]].<ref name=REUT15oct>{{cite news|last1=Symmes Cobb|first1=Julia|last2=Garcia Rawlins|first2=Carlos|title=Crise econômica e conflitos políticos intensificam fuga de cérebros da Venezuela|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-migration-idUSKCN0I41C820141015|access-date=15 de outubro de 2014|work=Reuters|date=15 de outubro de 2014|archive-date=9 de dezembro de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20151209001535/http://www.reuters.com/article/us-venezuela-migration-idUSKCN0I41C820141015|url-status=live}}</ref> Com o tempo, a emigração aumentou dramaticamente durante a crise e começou a incluir venezuelanos de baixa renda, as pessoas a quem Chávez prometeu ajudar e que estavam passando fome na crise econômica do país.<ref name="NYThungryDIA" /> Homens venezuelanos inicialmente deixaram suas esposas, filhos e parentes idosos enquanto fugiam do país para encontrar trabalho e enviar dinheiro de volta para casa.<ref name=":13" /> Mais tarde, mães e filhos deixaram a Venezuela para encontrar suas famílias, pois se sentiam exasperadas com a crise, já que as remessas não podiam sustentar suas necessidades diárias.<ref name=":13">{{Cite news|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-migration-women-idUSKCN1TK2T1|title=Mães venezuelanas, acompanhadas de seus filhos, correm para migrar|last1=Taj|first1=Mitra|date=19 de junho de 2019|work=[[Reuters]]|access-date=20 de junho de 2019|last2=Garcia Rawlins|first2=Carlos|language=en|archive-date=20 de junho de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190620085904/https://www.reuters.com/article/us-venezuela-migration-women-idUSKCN1TK2T1|url-status=live}}</ref>
==== Eleição de Maduro e protestos de 2014 ====
Após a [[eleição presidencial da Venezuela em 2013|eleição de Maduro em 2013]] e quando [[protestos na Venezuela em 2014|protestos se intensificaram em 2014]], a taxa de emigração da Venezuela aumentou.<ref name="REUT15oct" /><ref name=":14">{{Cite web|url=https://www.usatoday.com/story/news/nation/2014/03/07/venezuelan-middle-class-miami/6176793/|title=Classe média venezuelana busca refúgio em Miami|date=7 de março de 2014|website=[[USA TODAY]]|publisher=[[Associated Press]]|language=pt|access-date=20 de junho de 2019|archive-date=17 de julho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180717044634/https://www.usatoday.com/story/news/nation/2014/03/07/venezuelan-middle-class-miami/6176793/|url-status=ativo}}</ref> A [[Associated Press]] relatou que a classe média venezuelana começou a emigrar nesse período à medida que a crise se intensificava com mais escassez, inflação e agitação.<ref name=":14" />


Entre 2012 e 2015, o número de venezuelanos que emigraram aumentou em 2.889 por cento.<ref>{{cite news|url=https://panampost.com/sabrina-martin/2017/12/12/venezuela-health-crisis-medical-graduates/|title=Crise de Saúde da Venezuela: 40 por cento dos novos médicos formados já saíram|date=12 de dezembro de 2017|work=[[PanAm Post]]|access-date=13 de dezembro de 2017|archive-date=12 de junho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180612142831/https://panampost.com/sabrina-martin/2017/12/12/venezuela-health-crisis-medical-graduates/|url-status=ativo}}</ref> Em 2015, a PGA Group estimou que um total de cerca de 1,8 milhão de venezuelanos haviam emigrado.<ref>{{cite news|url=http://globovision.com/18-millones-de-venezolanos-han-emigrado-en-10-anos-segun-estudio/|title=1,8 milhões de venezuelanos emigraram em 10 anos|date=23 de abril de 2015|access-date=26 de abril de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150711044046/http://globovision.com/18-millones-de-venezolanos-han-emigrado-en-10-anos-segun-estudio/|archive-date=11 de julho de 2015|agency=[[Globovision]]}}</ref><ref>{{cite news|url=http://www.lanacion.com.ve/nacional/pga-group-estima-que-18-millones-de-venezolanos-han-emigrado-en-10-anos/|title=PGA Group estima que 1,8 milhões de venezuelanos emigraram em 10 anos|date=23 de abril de 2015|work=[[La Nación]]|access-date=26 de abril de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150519092717/http://www.lanacion.com.ve/nacional/pga-group-estima-que-18-millones-de-venezolanos-han-emigrado-en-10-anos/|archive-date=19 de maio de 2015}}</ref> No ano seguinte, estima-se que mais de 150.000 venezuelanos emigraram; estudiosos estudando a diáspora, que o ''The New York Times'' referiu-se como um "êxodo", teriam dito que este foi "o maior [número] em mais de uma década".<ref name="NYThungryDIA" />
Sob a presidência de Chávez, a economia da Venezuela ficou cada vez mais dependente do petróleo, e várias decisões econômicas e políticas agravaram a situação econômica do país. A morte de Chávez em 2013 e a subsequente ascensão de [[Nicolás Maduro]] ao poder não melhoraram a situação, mas a exacerbação da crise econômica, social e política da Venezuela começou a se manifestar de forma mais acentuada.
==== Crise constitucional de 2017 e eleições da Assembleia Constituinte ====
Durante a [[crise constitucional da Venezuela em 2017]], a Colômbia se preparou para um aumento no número de refugiados venezuelanos.<ref>{{Cite web|url=https://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/colombia/article163600573.html|title=Enquanto a Venezuela enfrenta uma semana crítica, Colômbia se prepara para uma onda de migrantes|last=Fernando Llano|date=25 de julho de 2017|website=[[The Miami Herald]]|language=pt|access-date=20 de junho de 2019|archive-date=20 de junho de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190620085905/https://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/colombia/article163600573.html|url-status=ativo}}</ref> Segundo o governo colombiano, mais de 100.000 venezuelanos emigraram para a Colômbia na primeira metade de 2017.<ref name="PBS NewsHour">{{cite news|title=Com a economia da Venezuela em queda, ocorre um êxodo em massa|url=https://www.pbs.org/newshour/bb/venezuelas-economy-plummets-mass-exodus-ensues/|access-date=10 de julho de 2017|work=[[PBS NewsHour]]|date=9 de julho de 2017|archive-date=9 de julho de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20170709231617/http://www.pbs.org/newshour/bb/venezuelas-economy-plummets-mass-exodus-ensues/|url-status=ativo}}</ref> Na preparação para as [[eleições da Assembleia Constituinte da Venezuela em 2017]], a Colômbia concedeu uma Permissão Especial de Residência Permanente para cidadãos venezuelanos que entraram no país antes de 25 de julho; mais de 22.000 venezuelanos solicitaram residência permanente na Colômbia nas primeiras 24 horas do programa.<ref name="La Patilla">{{cite news|title=Cerca de 22 mil venezuelanos solicitaram em 24 horas permissão especial na Colômbia|url=http://www.lapatilla.com/site/2017/08/04/unos-22-mil-venezolanos-tramitaron-en-24-horas-permiso-especial-en-colombia/|access-date=4 de agosto de 2017|work=[[La Patilla]]|date=4 de agosto de 2017|language=es-ES|archive-date=4 de agosto de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20170804220433/http://www.lapatilla.com/site/2017/08/04/unos-22-mil-venezolanos-tramitaron-en-24-horas-permiso-especial-en-colombia/|url-status=ativo}}</ref> O [[Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados]] descobriu que países anfitriões em toda a América Latina registraram mais de um milhão de venezuelanos se estabelecendo entre 2014 e 2017.<ref name="UNHCR17">{{cite web|title=Atualização da Situação da Venezuela, novembro de 2017|url=https://reliefweb.int/report/venezuela-bolivarian-republic/venezuela-situation-update-november-2017|website=ReliefWeb|date=26 de dezembro de 2017|publisher=[[Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados]]|access-date=26 de dezembro de 2017|archive-date=26 de dezembro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171226234947/https://reliefweb.int/report/venezuela-bolivarian-republic/venezuela-situation-update-november-2017|url-status=ativo}}</ref> A [[organização intergovernamental]] [[Organização Internacional para as Migrações (OIM)]] apresentou números similares, com cerca de um milhão de venezuelanos emigrando entre 2015 e 2017 em seus dados;<ref name="IOM18" /> outras estatísticas indicaram que os números da OIM podem ter sido conservadores.<ref>{{Cite news|url=https://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/venezuela/article213081609.html|title=Quase 1 milhão de pessoas se mudaram da Venezuela para a Colômbia em apenas dois anos, mostra estudo|last=Wyss|first=Jim|date=13 de junho de 2018|work=[[The Miami Herald]]|access-date=15 de junho de 2018|quote=De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, havia pelo menos 1,6 milhões de venezuelanos vivendo no exterior em 2017 - um aumento de 698.000 em 2015. Mas os dados de quarta-feira e estudos em universidades venezuelanas e outros lugares sugerem que o número total poderia ser muito maior.|archive-date=14 de junho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180614183919/https://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/venezuela/article213081609.html|url-status=ativo}}</ref>
==== Reeleição de Maduro em 2018 ====
Após a [[eleição presidencial na Venezuela em 2018|controversa reeleição do Presidente Maduro]] em maio de 2018, a emigração continuou; os venezuelanos acreditavam que as políticas de Maduro não mudariam e as condições no país continuariam a se deteriorar.<ref>{{Cite news|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-election-migrants/venezuelans-buy-bus-tickets-out-after-maduro-wins-re-election-idUSKCN1IN1HE|title=Venezuelanos compram passagens de ônibus para sair após reeleição de Maduro|last=Cohen|first=Luc|work=[[Reuters]]|access-date=23 de maio de 2018|archive-date=22 de maio de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180522162221/https://www.reuters.com/article/us-venezuela-election-migrants/venezuelans-buy-bus-tickets-out-after-maduro-wins-re-election-idUSKCN1IN1HE|url-status=ativo}}</ref> Em setembro de 2018, o representante regional do [[ACNUR|Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados]] comparou oficialmente a crise com a crise de migrantes e refugiados causada pela [[Guerra Civil Síria]].<ref name=":9">{{Citar notícia|url=https://www.devex.com/news/venezuela-crisis-is-on-the-scale-of-syria-unhcr-says-93465|título=A crise na Venezuela é 'na escala da Síria', diz UNHCR|sobrenome1=Welsh|nome1=Teresa|data=19 de setembro de 2018|acessodata=21 de setembro de 2018|agência=Devex|arquivo-data=17 de janeiro de 2021|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20210117033614/https://www.devex.com/news/venezuela-crisis-is-on-the-scale-of-syria-unhcr-says-93465|url-status=live}}</ref> O ACNUR e a OIM divulgaram dados em novembro de 2018 mostrando que o número de refugiados fugindo da Venezuela desde o início da revolução bolivariana em 1999 havia aumentado para 3 milhões, cerca de 10% da população do país.<ref name=UNHCRnov2018>{{cite news | url=http://www.unhcr.org/en-us/news/press/2018/11/5be4192b4/number-refugees-migrants-venezuela-reaches-3-million.html | title=Número de refugiados e migrantes da Venezuela atinge 3 milhões | author=<!--Não indicado--> | date=8 de novembro de 2018 | website=ACNUR | publisher=ACNUR, OIM | access-date=13 de novembro de 2018 | archive-date=1 de março de 2021 | archive-url=https://web.archive.org/web/20210301134153/https://www.unhcr.org/en-us/news/press/2018/11/5be4192b4/number-refugees-migrants-venezuela-reaches-3-million.html | url-status=ativo }}</ref>
==== Crise presidencial ====
Em 2019, o presidente da [[Assembleia Nacional Venezuelana]] [[Juan Guaidó]] declarou-se presidente interino da Venezuela, iniciando uma [[Crise presidencial na Venezuela|crise presidencial]].<ref name="declare">{{cite news|url=https://www.nytimes.com/2019/04/30/world/americas/venezuela-crisis.html|title=O que está acontecendo na Venezuela e por que isso importa|last=Specia|first=Megan|date=30 de abril de 2019|work=[[The New York Times]]|access-date=4 de junho de 2019|quote=Apenas duas semanas após a posse de Maduro para um segundo mandato em janeiro, Guaidó declarou-se presidente interino, desafiando diretamente a liderança do país|archive-date=4 de junho de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190604002319/https://www.nytimes.com/2019/04/30/world/americas/venezuela-crisis.html|url-status=ativo}} </ref>


Em 30 de abril de 2019, Guaidó tentou liderar um levante militar para remover Maduro do poder, mas o plano acabou falhando.<ref name=":12">{{Cite news|url=https://washingtonpost.com/world/need-more-soldiers-venezuelas-guaido-says-opposition-overestimated-military-support-before-failed-uprising/2019/05/04/72561cb8-6e8b-11e9-bbe7-1c798fb80536_story.html|title=Guaidó diz que a oposição superestimou o apoio militar ao levante|last=Faiola|first=Anthony|date=4 de maio de 2019|newspaper=[[The Washington Post]]|access-date=15 de abril de 2020|archive-date=8 de abril de 2020|archive-url=https://web.archive.org/web/20200408073851/https://www.washingtonpost.com/world/need-more-soldiers-venezuelas-guaido-says-opposition-overestimated-military-support-before-failed-uprising/2019/05/04/72561cb8-6e8b-11e9-bbe7-1c798fb80536_story.html|url-status=ativo}}</ref>
A crise econômica, marcada por hiperinflação, escassez de produtos básicos, colapso dos serviços públicos e deterioração da segurança pública, forçou milhões de venezuelanos a buscar refúgio em outros países. Estima-se que até 2019, cerca de 5 milhões de venezuelanos tenham deixado o país devido à crise, buscando oportunidades e uma vida melhor em outros lugares da América Latina e do mundo.


A emigração aumentou novamente, uma vez que os venezuelanos previram que não veriam mudanças significativas e devido aos erros da oposição.<ref name=":13" /> À medida que as perspectivas de mudança política diminuíam na Venezuela, uma pesquisa de julho de 2019 pela Consultares 21 estimou que entre 4,7 e 6 milhões de venezuelanos haviam deixado o país.<ref name=MHaug19>{{Citar notícia |sobrenome1=Wyss |nome1=Jim |título=Uma nação está desaparecendo: A Venezuela perdeu quase 20 por cento de sua população? |url=https://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/venezuela/article233947387.html |acessodata=15 de agosto de 2019 |publicado=[[The Miami Herald]] |data=13 de agosto de 2019 |arquivo-data=7 de novembro de 2020 |arquivo-url=https://web.archive.org/web/20201107232640/https://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/venezuela/article233947387.html |url-status=live }}</ref> Neste ponto, a crise de refugiados venezuelanos foi considerada a segunda pior do mundo, atrás da [[Guerra Civil Síria]].<ref>{{cite magazine|url=https://www.foreignaffairs.com/articles/venezuela/2019-07-26/venezuelan-refugee-crisis-not-just-regional-problem|title=A crise de refugiados venezuelanos não é apenas um problema regional|website=Foreign Affairs|date=26 de julho de 2019|access-date=22 de setembro de 2019|last=Arnson|first=Cynthia J|archive-date=23 de setembro de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190923081757/https://www.foreignaffairs.com/articles/venezuela/2019-07-26/venezuelan-refugee-crisis-not-just-regional-problem|url-status=ativo}}</ref> No final de 2019, Maduro havia firmemente estabelecido-se no poder e a oposição a ele tornou-se desencorajada, resultando na saída de críticos do país.<ref name=":18">{{Cite web|date=20 de dezembro de 2019|title=Nicolás Maduro da Venezuela sobrevive a 2019, apesar da insistência dos EUA de que ele cairia|url=https://www.axios.com/nicolas-maduro-venezuela-regime-change-2020-21f25879-1201-411a-bc8b-497028dbca51.html|url-status=ativo|archive-url=https://web.archive.org/web/20201204211258/https://www.axios.com/nicolas-maduro-venezuela-regime-change-2020-21f25879-1201-411a-bc8b-497028dbca51.html|archive-date=4 de dezembro de 2020|access-date=20 de dezembro de 2019|website=[[Axios]]|language=pt}}</ref>
== Causas ==
{{Caixa de citação|largura=250px|alinhamento=à direita|texto=Pais dirão: "Prefiro me despedir do meu filho no aeroporto do que no cemitério".|autor=—Tomás Páez, [[Universidade Central da Venezuela]]<ref name="NYThungryDIA" />
}}
''[[El Universal (Caracas)|El Universal]]'' relatou que, de acordo com o estudo da UCV ''Comunidade Venezuelana no Exterior: Um Novo Método de Exílio'', por Tomás Páez, Mercedes Vivas e Juan Rafael Pulido, a diáspora bolivariana foi causada pelo "deterioração tanto da economia quanto do tecido social, crime desenfreado, incerteza e falta de esperança por uma mudança de liderança no futuro próximo".<ref name=EUdiaspora /> ''The Wall Street Journal'' afirmou que muitos venezuelanos "[[Trabalhador de colarinho branco|de colarinho branco]]" fugiram dos altos índices de criminalidade do país, inflação crescente e expansão dos [[controles estatistas]]".<ref name=WSJ2011 /> Estudos sobre cidadãos atuais e antigos da Venezuela indicaram que as razões para deixar o país incluíam falta de liberdade, altos níveis de insegurança e falta de oportunidade.<ref name=ENHaug28>{{Citar notícia|último1=Maria Delgado|primeiro1=Antonio|título=Venezuela sobrecarregada pela fuga massiva de cérebros|url=http://www.elnuevoherald.com/2014/08/26/1828337/venezuela-agobiada-por-fuga-masiva.html|acessodata=28 de agosto de 2014|publicado=El Nuevo Herald|data=28 de agosto de 2014|arquivo-data=27 de agosto de 2014|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20140827193549/http://www.elnuevoherald.com/2014/08/26/1828337/venezuela-agobiada-por-fuga-masiva.html|url-status=live}}</ref><ref name=Elimpulso23AUG /> O diretor da Link Consultants, Óscar Hernández, disse que as causas da emigração incluem questões econômicas, embora a insegurança e as incertezas legais sejam as principais razões.<ref name=ELIMPdec2014>{{Citar notícia|título=A emigração venezuelana, ao contrário de outras, "sai com um diploma em mãos"|url=http://elimpulso.com/articulo/la-emigracion-venezolana-a-diferencia-de-otras-se-va-con-un-diploma-bajo-el-brazo#|acessodata=21 de dezembro de 2014|publicado=El Impulso|data=17 de dezembro de 2014|arquivo-data=1 de janeiro de 2015|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20150101122901/http://elimpulso.com/articulo/la-emigracion-venezolana-a-diferencia-de-otras-se-va-con-un-diploma-bajo-el-brazo|url-status=live}}</ref>
=== Crime e insegurança ===
[[Ficheiro:1998 to 2018 Venezuela Murder Rate.png|upright=1.7|miniatura|alt=Gráfico da taxa crescente de homicídios na Venezuela|Taxa de homicídios de 1998 a 2018. ''Fontes:'' OVV, PROVEA, ONU<br /> * A linha pontilhada da ONU é projetada a partir de dados ausentes.]]
A taxa de criminalidade da Venezuela é uma causa significativa de emigração.<ref name=EUdiaspora /><ref name=WSJ2011 /> Segundo o sociólogo Tomás Páez, pais e avós venezuelanos encorajam os jovens a deixar o país por sua própria segurança.<ref name=ENHaug28 />


A Venezuela deteriorou-se sob Hugo Chávez, com aumento da instabilidade política e da violência.<ref name=SCIELOcrime>{{Citar periódico|último1=Briceño-León|primeiro1=Roberto|título=Três fases da violência homicida na Venezuela|edição=12|páginas=3233–3242|periódico=Ciência & Saúde Coletiva|volume=17|doi=10.1590/S1413-81232012001200008|pmid=23175399|ano=2012|doi-acesso=livre}}</ref> De acordo com Gareth A. Jones e Dennis Rodgers em seu livro, ''Violência juvenil na América Latina: Gangues e justiça juvenil em perspectiva'', a mudança de regime que veio com a presidência de Chávez causou conflito político, que foi "marcado por um novo aumento no número e na taxa de mortes violentas".<ref name=YOUTHviolence>{{Citar livro|editor-último1=Jones|editor-primeiro1=Gareth A.|editor-último2=Rodgers|editor-primeiro2=Dennis|url=https://books.google.com.br/books?id=_aK_AAAAQBAJ|título=Violência juvenil na América Latina: gangues e justiça juvenil em perspectiva|data=2008|editora=Palgrave Macmillan|local=Basingstoke|isbn=978-0-230-60056-0|páginas=84–85|edição=1ª|acessodata=1 de outubro de 2014}}</ref> Roberto Briceño-León concorda, escrevendo que a [[Revolução Bolivariana]] tentou "destruir o que existia anteriormente, o ''status quo'' da sociedade", com o aumento da instabilidade como resultado;<ref name=SCIELOcrime /> ele também acredita que o governo agravou esses problemas sociais ao atribuir violência e crime à pobreza e desigualdade e ao se gabar sobre sua redução à medida que a taxa de homicídios na Venezuela aumentava.<ref name=SCIELOcrime /> O aumento na taxa de homicídios após a presidência de Chávez foi atribuído por especialistas à corrupção das autoridades venezuelanas, ao fraco controle de armas e a um sistema judiciário deficiente.<ref name=FUSapril6>{{Citar notícia|último1=Rueda|primeiro1=Manuel|título=Miss Venezuela é assaltada à mão armada|url=http://fusion.net/story/115356/venezuelan-beauty-queen-gets-carjacked-at-gunpoint/|acessodata=9 de abril de 2015|agência=[[Fusion (canal de televisão)|Fusion]]|data=6 de abril de 2015|arquivo-data=10 de abril de 2015|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20150410101155/http://fusion.net/story/115356/venezuelan-beauty-queen-gets-carjacked-at-gunpoint/|url-status=live}}</ref> A taxa de homicídios aumentou de 25 por 100.000 em 1999 (quando Chávez foi eleito)<ref name="YOUTHviolence" /> para 82 por 100.000 em 2014.<ref>{{Citar notícia|título=Venezuela ocupa o segundo lugar no mundo em homicídios: Relatório|url=https://www.nbcnews.com/news/latino/venezuela-ranks-worlds-second-homicides-report-n276371|acessodata=3 de janeiro de 2015|agência=NBC News|data=29 de dezembro de 2014|arquivo-data=2 de janeiro de 2015}}</ref>

Em 2018, estimava-se que havia 81,4 mortes por 100.000 pessoas, tornando esta a taxa mais alta da América Latina. De acordo com os padrões da OMS, isso torna a violência uma epidemia em 88% dos municípios. Há também estimativas que afirmam que a Venezuela possui as maiores taxas de sequestro na região e que os sequestros aumentaram mais de vinte vezes desde o início da presidência de Chávez até 2011.<ref>{{Citar web|url=http://www.oas.org/dsp/documentos/Publicaciones/Seg%20Publica-%20Venezuela%20y%20Bolivia.pdf|título=Segurança Pública e Privada na Venezuela e Bolívia|data=Agosto de 2009|editora=Oas.org|acessodata=30 de março de 2015|arquivo-data=10 de outubro de 2017|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20171010114507/http://www.oas.org/dsp/documentos/Publicaciones/Seg%20Publica-%20Venezuela%20y%20Bolivia.pdf|url-status=ativo}}</ref><ref name="CICPC2009">{{Citar web|url=https://issuu.com/lexys/docs/fact_sheet_paz_activa/1|título=Venezuela: Grave Crise de Segurança Pública por Lexys Rendon|data=12 de setembro de 2011|editora=ISSUU.com|acessodata=30 de março de 2015|arquivo-data=12 de outubro de 2014|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20141012161852/http://issuu.com/lexys/docs/fact_sheet_paz_activa/1|url-status=ativo}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.eluniversal.com/sucesos/120104/segun-el-cicpc-el-2011-cerro-con-1150-secuestros-en-todo-el-pais|título=Segundo o Cicpc, 2011 terminou com 1.150 sequestros em todo o país - Sucesos|editora=Eluniversal.com|acessodata=30 de março de 2015|arquivo-data=8 de janeiro de 2012|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20120108102223/http://www.eluniversal.com/sucesos/120104/segun-el-cicpc-el-2011-cerro-con-1150-secuestros-en-todo-el-pais|url-status=ativo}}</ref><ref name=":16">{{Citar web|url=https://www.wilsoncenter.org/article/understanding-the-venezuelan-refugee-crisis|título=Entendendo a Crise dos Refugiados Venezuelanos|data=13 de setembro de 2019|website=Wilson Center|idioma=en|acessodata=12 de dezembro de 2019|arquivo-data=12 de dezembro de 2019|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20191212034434/https://www.wilsoncenter.org/article/understanding-the-venezuelan-refugee-crisis|url-status=ativo}}</ref> Também houve um aumento nas execuções extrajudiciais nas quais a força governamental chamada [[Forças de Ação Especial]] (FAES) realizou execuções sob o pretexto de operações de segurança. Mais de 7.500 das 23.000 mortes violentas relatadas em 2018 foram causadas por resistência à autoridade. Entre janeiro e maio de 2019, foram relatadas 2.100 dessas mortes.<ref name=":16" />

A taxa de homicídios na Venezuela também diminuiu significativamente entre 2017 e 2020. Em 2018, a taxa de homicídios da Venezuela, descrita como a mais alta do mundo, começou a diminuir para 81,4 por 100.000 pessoas, de acordo com o Observatório da Violência Venezuelano (OVV). A organização declarou que esta tendência decrescente se deveu aos milhões de venezuelanos que emigraram do país naquela época.<ref>{{Citar notícia|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-crime-idUSKCN1OQ1GJ|título=Taxa de homicídios na Venezuela diminui, parcialmente devido à migração: grupo de monitoramento|data=27 de dezembro de 2018|obra=[[Reuters]]|acessodata=10 de abril de 2019|idioma=en|arquivo-data=3 de maio de 2020|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20200503191202/https://www.reuters.com/article/us-venezuela-crime-idUSKCN1OQ1GJ|url-status=ativo}}</ref> A taxa de homicídios caiu ainda mais, para 60,3 em 2019.<ref>{{Citar web|url=https://www.infobae.com/america/venezuela/2019/12/27/venezuela-otra-vez-el-pais-mas-peligroso-del-mundo-registro-16506-muertes-violentas-en-2019/|título=Venezuela, novamente o país mais perigoso da América Latina: registrou 16.506 mortes violentas em 2019|data=27 de dezembro de 2019|website=[[Infobae]]|idioma=es-ES|acessodata=27 de dezembro de 2019|arquivo-data=10 de maio de 2020|arquivo-url=https://web.archive.org/web/20200510191717/https://www.infobae.com/america/venezuela/2019/12/27/venezuela-otra-vez-el-pais-mas-peligroso-del-mundo-registro-16506-muertes-violentas-en-2019/|url-status=ativo}}</ref>

=== Economia ===
[[Ficheiro:On the outskirts of the migration control center on the Ecuadorian side of the border in Rumichaca, Venezuelan travelers and immigrants wait their turn to be processed by the immigration service.jpg|miniatura|300px|Imigrantes venezuelanos sendo processados no [[Equador]] em preparação para fazer a longa viagem ao norte para [[Cidade de Nova York]], em 2022]]
{{Principal|Economia da Venezuela|Hiperinflação na Venezuela}}
Um grande fator para a emigração em massa da Venezuela continua a ser a deterioração econômica do país. A crise econômica venezuelana, conhecida como uma das mais graves da história econômica recente, foi em grande parte impulsionada pela queda dos preços internacionais do petróleo em 2014. A resposta inadequada do governo levou à exacerbação da crise e à subsequente recessão em 2017, que é uma das piores recessões da história recente do hemisfério ocidental.<ref name=":17">{{Citar livro|título=Migração da Venezuela para a Colômbia: impactos e estratégia de resposta no curto e médio prazo|editora=Banco Mundial|ano=2018|local=Colômbia}}</ref>

Muitos empresários emigraram para países com economias em crescimento desde a Revolução Bolivariana.<ref name="EUdiaspora" /> A crise econômica vivida na Venezuela é pior do que os eventos após a [[dissolução da União Soviética]].<ref name="9Charts">{{cite news|title=A queda econômica da Venezuela explicada em nove gráficos; O declínio da Venezuela é agora mais profundo do que o da União Soviética após sua dissolução, sendo comparável apenas ao do Zimbábue no final dos anos 1990, dizem economistas|autor=Pérez, Santiago|data=25 de março de 2019|work=Wall Street Journal|via=ProQuest}}</ref> Desde que Hugo Chávez impôs controles de câmbio rigorosos em 2003 na tentativa de prevenir a [[fuga de capitais]],<ref name="economist.com">{{cite news|url=https://www.economist.com/blogs/americasview/2013/02/venezuela%E2%80%99s-currency|access-date=18 de fevereiro de 2013|title=A moeda da Venezuela: O bolívar não tão forte|jornal=[[The Economist]]|data=11 de fevereiro de 2013|archive-date=3 de maio de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190503020626/https://www.economist.com/blogs/americasview/2013/02/venezuela%E2%80%99s-currency|url-status=vivo}}</ref> uma série de desvalorizações cambiais perturbou a economia venezuelana.<ref>{{cite news|url=http://www.ft.com/cms/s/0/12e9f32e-739e-11e2-9e92-00144feabdc0.html#axzz2KaYrvVGc|title=Desvalorização na Venezuela provoca pânico|last=Mander|first=Benedict|data=10 de fevereiro de 2013|work=Financial Times|access-date=11 de fevereiro de 2013|archive-date=12 de fevereiro de 2013|archive-url=https://web.archive.org/web/20130212182006/http://www.ft.com/cms/s/0/12e9f32e-739e-11e2-9e92-00144feabdc0.html#axzz2KaYrvVGc|url-status=vivo}}</ref> Controles de preços e outras políticas governamentais causaram graves [[escassez na Venezuela]].<ref>{{cite news|url=http://www.economist.com/node/21526365|access-date=23 de fevereiro de 2014|title=Economia da Venezuela: Políticas medievais|jornal=[[The Economist]]|data=20 de agosto de 2011|url-access=subscription|archive-date=13 de junho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180613134318/https://www.economist.com/node/21526365|url-status=vivo}}</ref> Como resultado das escassez, os venezuelanos precisam procurar comida (ocasionalmente comendo frutas selvagens ou lixo), esperar horas em filas e viver sem alguns produtos.<ref>{{cite news|title=Por que os venezuelanos estão postando fotos de prateleiras vazias?|url=https://www.bbc.com/news/blogs-trending-30710014|access-date=10 de janeiro de 2015|agency=BBC|date=8 de janeiro de 2015|archive-date=28 de abril de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190428222542/https://www.bbc.com/news/blogs-trending-30710014|url-status=vivo}}</ref><ref name="REUTjan2015">{{cite news|last1=Cawthorne|first1=Andrew|title=Na Venezuela atingida pela escassez, fazer fila se torna uma profissão|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-shortages-idUSKBN0KU1BX20150121|access-date=17 de junho de 2015|work=[[Reuters]]|data=21 de janeiro de 2015|archive-date=15 de novembro de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20151115012641/http://www.reuters.com/article/2015/01/21/us-venezuela-shortages-idUSKBN0KU1BX20150121|url-status=vivo}}</ref><ref name="FOXgarbage">{{cite news|last1=MacDonald|first1=Elizabeth|title=Exclusivo: Vídeo angustiante mostra venezuelanos famintos comendo lixo e saqueando|url=http://www.foxbusiness.com/politics/2016/05/26/exclusive-harrowing-video-shows-starving-venezuelans-eating-garbage-looting.html|access-date=12 de julho de 2016|agency=[[Fox Business]]|date=26 de maio de 2016|archive-url=https://web.archive.org/web/20160707182016/http://www.foxbusiness.com/politics/2016/05/26/exclusive-harrowing-video-shows-starving-venezuelans-eating-garbage-looting.html|archive-date=7 de julho de 2016|url-status=morto}}</ref><ref name="APgarbage">{{cite news|last1=Sanchez|first1=Fabiola|title=Com a fome aumentando, venezuelanos reviram lixo em busca de comida|url=http://bigstory.ap.org/article/5ee6b03daee141c3b89d419ecadcc7fa/venezuelans-pick-through-trash-food-eat-or-sell|access-date=12 de julho de 2016|agency=[[Associated Press]]|date=8 de junho de 2016|archive-date=31 de março de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20170331095757/http://bigstory.ap.org/article/5ee6b03daee141c3b89d419ecadcc7fa/venezuelans-pick-through-trash-food-eat-or-sell|url-status=vivo}}</ref><ref name="CBCfruit">{{cite news|title=Mangas preenchem as lacunas na crise alimentar da Venezuela|url=http://www.cbc.ca/news/multimedia/mangoes-fill-the-gaps-in-venezuela-s-food-crisis-1.3620964|access-date=12 de julho de 2016|agency=[[Canadian Broadcasting Corporation]]|date=7 de junho de 2016|archive-date=16 de junho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180616132248/http://www.cbc.ca/news/multimedia/mangoes-fill-the-gaps-in-venezuela-s-food-crisis-1.3620964|url-status=vivo}}</ref>

De acordo com uma análise da [[Gallup (company)|Gallup]] de 2018, "[d]ecisões governamentais levaram a uma crise em efeito dominó que continua a piorar, deixando os residentes incapazes de pagar necessidades básicas, como alimentação e moradia", com os venezuelanos "acredit[ando] que podem encontrar vidas melhores em outros lugares".<ref name="GALL18">{{cite web|title=Quatro em dez venezuelanos deixariam a Venezuela|url=http://news.gallup.com/poll/228338/four-venezuelans-leave-venezuela-behind.aspx|website=[[Gallup (company)|Gallup Inc.]]|access-date=13 de março de 2018|date=6 de março de 2018|archive-date=14 de março de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180314042553/http://news.gallup.com/poll/228338/four-venezuelans-leave-venezuela-behind.aspx|url-status=vivo}}</ref>

Atualmente, a economia da Venezuela continua a experimentar estagflação, desvalorização, uma crise habitacional, aumento exacerbado da dívida externa e reduções de mais de 35% no PIB.<ref name=":17" /> De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia venezuelana contraiu 45% entre 2013 e 2018. A taxa de inflação da Venezuela ultrapassou 100% em 2015, a maior taxa de inflação do mundo e a mais alta na história do país.<ref name="FPblackbox">{{cite news|url=https://foreignpolicy.com/2015/07/13/looking-into-the-black-box-of-venezuelas-economy-caracas-bolivar-maduro/|title=Olhando para a caixa preta da economia da Venezuela|last1=Cristóbal Nagel|first1=Juan|date=13 de julho de 2015|access-date=14 de julho de 2015|agency=[[Foreign Policy]]|archive-date=14 de julho de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150714062948/http://foreignpolicy.com/2015/07/13/looking-into-the-black-box-of-venezuelas-economy-caracas-bolivar-maduro/|url-status=vivo}}</ref> No final de 2018, essa taxa aumentaria para 1,35 milhão por cento.<ref name="MaduroStarts">{{Cite news|url=https://www.theguardian.com/world/2019/jan/10/venezuela-president-nicolas-maduro-begins-second-term|title=Maduro inicia novo mandato na Venezuela acusando os EUA de 'guerra mundial' imperialista|author=Phillips, Tom|date=10 de janeiro de 2019|work=The Guardian|access-date=10 de janeiro de 2019|issn=0261-3077|archive-date=11 de janeiro de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190111044423/https://www.theguardian.com/world/2019/jan/10/venezuela-president-nicolas-maduro-begins-second-term|url-status=vivo}}</ref> Além disso, espera-se que o PIB diminua em mais 25% até o final de 2019.<ref name=":16" />
=== Saúde e acesso à saúde ===
A situação econômica e política na Venezuela levou a níveis crescentes de pobreza e escassez de recursos, incluindo alimentos e medicamentos, afetando grandemente a saúde e o bem-estar dos venezuelanos. Em 2018, estimava-se que cerca de 90% da população vivia em condições de pobreza. Em relação à saúde nutricional, em 2017 os venezuelanos perderam em média 11 quilogramas de peso corporal e 60% da população relatou que não tinha recursos suficientes para acessar alimentos.<ref name=":17" /> Os venezuelanos que permanecem no país têm pouco acesso a alimentos; em 2018, o Ministério da Alimentação informou que 84% dos itens que fazem parte da cesta básica não estavam disponíveis nos supermercados. A produção de alimentos também diminuiu 60% entre 2014 e 2018; o setor agrícola foi enfraquecido tanto pelas administrações de Chávez quanto de Maduro, e as importações de alimentos diminuíram 70% entre 2014 e 2016.<ref name=":16" />

Além disso, a fragmentação geral do estado levou à redução da prestação de serviços de saúde e a um setor de saúde em deterioração. Esse ambiente empobrecido com recursos escassos foi o terreno fértil para o surgimento de doenças como sarampo, difteria, tuberculose e malária.<ref name=":17" /> As importações de medicamentos diminuíram 70% entre os anos 2012 e 2016, apenas 15 das 56 empresas farmacêuticas ainda funcionam, e mais de 150 farmácias fecharam desde 2016. No final de 2018, 85% dos medicamentos essenciais foram declarados escassos e, segundo a ONU, 300.000 indivíduos estão em risco porque não têm acesso a medicamentos essenciais há mais de um ano. O governo parou de publicar dados sobre indicadores de saúde nacional em 2015, mas acredita-se que a situação seja crítica.<ref name=":16" />

=== Repressão política ===
[[Ficheiro:Paola Ramírez body.jpg|250px|miniatura|alt=Um corpo morto na rua, Paola Ramírez, coberto com um lençol|Corpo de [[Paola Ramírez|uma manifestante]], morta por ''[[Colectivo (Venezuela)|colectivos]]'' na [[Mãe de Todas as Marchas]] durante os [[protestos venezuelanos de 2017]]]]

De acordo com ''Comunidade Venezuelana no Exterior: Um Novo Método de Exílio'', o governo bolivariano "preferiria instigar aqueles que discordam da revolução a partir, em vez de parar para pensar profundamente sobre os danos que esta diáspora acarreta para o país".<ref name=EUdiaspora /> A revista ''Newsweek'' relatou que Chávez "pressionou fortemente contra qualquer um" que não fosse parte de seu movimento, resultando em uma grande diáspora de profissionais de ciência, negócios e mídia saindo da Venezuela.<ref name=NEWSWEEKdiaspora />

Até 9.000 exilados venezuelanos viviam nos Estados Unidos em 2014, com o número de exilados também aumentando na [[União Europeia]].<ref name=EUdiaspora /> O Centro da Flórida para Sobreviventes de Tortura relatou em 2015 que a maioria daqueles a quem assistiram desde o [[Protestos venezuelanos (2014-presente)|ano anterior]] eram migrantes venezuelanos. A organização fornecia psiquiatras, assistentes sociais, intérpretes, advogados e médicos para dezenas de indivíduos e suas famílias.<ref name=MHtorture>{{cite news|last1=Fernández|first1=Abel|title=Nova vítimas de opressão buscando ajuda no centro de Miami vêm da Venezuela|url=http://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/venezuela/article27434545.html|access-date=17 de agosto de 2018|agency=[[Miami Herald]]|date=16 de julho de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150725123718/https://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/venezuela/article27434545.html|archive-date=25 de julho de 2015}}</ref>
== Efeitos ==
=== Educação ===
Muitos emigrantes venezuelanos são profissionais educados.<ref name="ENHaug28" /> Iván de la Vega da [[Universidade Simón Bolívar (Venezuela)|Universidade Simón Bolívar]] (USB) descobriu que 60 a 80 por cento dos estudantes na Venezuela disseram que querem deixar o país e não retornar às condições de 2015.<ref name=BFmay2015>{{cite news|last1=Zabludovsky|first1=Karla|title=Geração perdida da Venezuela|url=https://www.buzzfeed.com/karlazabludovsky/o-êxodo-de-cérebros-da-venezuela|access-date=3 de junho de 2015|agency=[[BuzzFeed]]|date=15 de maio de 2015|archive-date=18 de maio de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150518212617/http://www.buzzfeed.com/karlazabludovsky/o-êxodo-de-cérebros-da-venezuela|url-status=live}}</ref> Estudantes de escolas primárias e secundárias também foram afetados, com relatos de mídia de crianças desmaiando de fome nas escolas.<ref name=":6">{{Cite web|url=https://foreignpolicy.com/2018/07/16/como-hugo-chavez-arruinou-o-setor-petrolifero-da-venezuela/|title=Como Hugo Chávez arruinou o setor petrolífero da Venezuela|last=Johnson|first=Keith|date=16 de julho de 2018|website=[[Foreign Policy]]|access-date=21 de julho de 2018|archive-date=21 de julho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180721132635/https://foreignpolicy.com/2018/07/16/como-hugo-chavez-arruinou-o-setor-petrolifero-da-venezuela/|url-status=live}}</ref> Nas regiões fronteiriças da Venezuela, a taxa de abandono escolar é de até 80 por cento.<ref>{{Cite news|url=https://www.lapatilla.com/2018/07/17/desercion-escolar-se-ubica-en-58-en-todo-el-pais/|title=Abandono escolar atinge 58% em todo o país|date=17 de julho de 2018|work=[[La Patilla]]|access-date=18 de julho de 2018|language=pt-BR|archive-date=17 de julho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180717235513/https://www.lapatilla.com/2018/07/17/desercion-escolar-se-ubica-en-58-en-todo-el-pais/|url-status=live}}</ref><ref name=":22">{{Cite web|url=http://contextodiario.com/venezuela/desercion-escolar-alcanza-el-58-en-todo-el-pais/|title=Abandono escolar atinge 58% em todo o país|date=17 de julho de 2018|website=Contexto Diario|language=pt-BR|access-date=18 de julho de 2018|archive-date=18 de julho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180718114550/http://contextodiario.com/venezuela/desercion-escolar-alcanza-el-58-en-todo-el-pais/|url-status=live}}</ref>

[[File:Baltasar Lobo.jpg|thumb|left|alt=Escultura ao ar livre moderna, com um edifício vermelho e passarela elevada ao fundo|Universidade Central da Venezuela, a universidade mais proeminente do país, viu uma grande porcentagem de seus educadores deixar o país.]]
De acordo com um relatório de 2014 que Iván de la Vega escreveu, cerca de 1 milhão de venezuelanos haviam emigrado durante a presidência de Chávez, mas o número de acadêmicos era desconhecido;<ref name=SD>{{cite web|last1=Small Carmona|first1=Andrea|title=Condições precárias são a razão para êxodo de cientistas venezuelanos|url=http://www.scidev.net/global/education/news/condicoes-precarias-sao-a-razao-para-exodo-de-cientistas-venezuelanos.html|website=SciDev|access-date=9 de julho de 2014|archive-date=14 de julho de 2014|archive-url=https://web.archive.org/web/20140714224650/http://www.scidev.net/global/education/news/condicoes-precarias-sao-a-razao-para-exodo-de-cientistas-venezuelanos.html|url-status=live}}</ref> A UCV perdeu mais de 700 de seus 4.000 professores entre 2011 e 2015.<ref name=APjune2015>{{cite news|last1=Rueda|first1=Jorge|title=Professores fogem, educação superior sofre na Venezuela|url=https://apnews.com/e99dc9ca55144331851150a67eaa4862|access-date=16 de junho de 2015|work=[[Associated Press]]|date=11 de junho de 2015|archive-date=4 de março de 2016|archive-url=https://web.archive.org/web/20160304110817/http://www.apnewsarchive.com/2015/Educacao-superior-na-Venezuela-ameacada-com-fuga-de-professores-buscando-melhores-empregos/id-e99dc9ca55144331851150a67eaa4862|url-status=live}}</ref> Cerca de 240 professores deixaram a USB entre 2009 e 2014,<ref name=SD /><ref name=APjune2015 /> com outros 430 membros do corpo docente saindo de 2015 a 2017.<ref>{{cite news|last1=Gillespie|first1=Patrick|title=Em meio a um êxodo em massa, a Venezuela está perdendo seus professores|url=http://www.cnn.com/2017/11/30/americas/professores-venezuelanos-fogem/index.html|access-date=17 de agosto de 2018|work=[[CNN]]|date=30 de novembro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171130202152/https://www.cnn.com/2017/11/30/americas/professores-venezuelanos-fogem/index.html|archive-date=30 de novembro de 2017}}</ref>
== Motivos para Emigração ==
As principais razões para a emigração de profissionais da educação incluem a [[Crime na Venezuela|taxa de criminalidade]] na Venezuela e a baixa remuneração do governo.<ref name=SD /><ref name=APjune2015 /> De acordo com o Presidente da Academia Venezuelana de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais, Claudio Bifano, a maior parte da "capacidade tecnológica e científica da Venezuela, construída ao longo de meio século", foi perdida durante a presidência de Hugo Chávez. Apesar de 2% do PIB do país ser investido em ciência e tecnologia, o número de artigos publicados em periódicos internacionais caiu de cerca de 1.600 para 1.000 (o valor de 1997, quando o orçamento tecnológico da Venezuela era de 0,3% do PIB) de 2008 a 2012.<ref>{{cite journal|title=Construção de Capacidade: Arquitetos da Ciência Sul-Americana|url=http://www.nature.com/polopoly_fs/1.15377!/menu/main/topColumns/topLeftColumn/pdf/510209a.pdf|journal=Nature|date=12 de junho de 2014|volume=510|issue=7504|pages=209–12|doi=10.1038/510209a|pmid=24926500|access-date=9 de julho de 2014|last1=Arzt|first1=E.|last2=Orjeda|first2=G.|last3=Nobre|first3=C.|last4=Castilla|first4=J. C.|last5=Barañao|first5=L.|last6=Ribeiro|first6=S.|last7=Bifano|first7=C.|last8=Krieger|first8=J. E.|last9=Guerrero|first9=P. C.|doi-access=free|archive-date=3 de março de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150303091519/http://www.nature.com/polopoly_fs/1.15377!/menu/main/topColumns/topLeftColumn/pdf/510209a.pdf|url-status=live}}</ref>

Mariano Herrera, diretor do Centro de Pesquisa e Educação Cultural, estimou em 2014 uma escassez de cerca de 40% do necessário para professores de matemática e ciências. O governo venezuelano tentou aliviar a falta de professores criando a Micromissão Simón Rodríguez, reduzindo os requisitos de graduação para profissionais da educação para dois anos de estudos.<ref>{{cite news|url=http://www.el-nacional.com/sociedad/Liceistas-grado-cursar-varias-materias_0_436156494.html|title=Liceístas avançam de ano sem cursar várias matérias|last1=Montilla K.|first1=Andrea|date=4 de julho de 2014|work=[[El Nacional (Caracas)|El Nacional]]|access-date=9 de julho de 2014|archive-url=https://web.archive.org/web/20140704050947/http://www.el-nacional.com/sociedad/Liceistas-grado-cursar-varias-materias_0_436156494.html|archive-date=4 de julho de 2014}}</ref> De janeiro a março de 2018, 102 das 120 vagas na USB permaneceram desocupadas.<ref>{{Cite web|url=https://www.lapatilla.com/site/2018/06/06/los-profesores-estan-abandonando-la-universidad-simon-bolivar/|title=Os professores estão abandonando a Universidade Simón Bolívar|date=6 de junho de 2018|website=[[La Patilla]]|language=pt-BR|access-date=7 de junho de 2018|archive-date=12 de junho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180612143036/https://www.lapatilla.com/site/2018/06/06/los-profesores-estan-abandonando-la-universidad-simon-bolivar/|url-status=live}}</ref>

O estudo ''Comunidade Venezuelana no Exterior: Um Novo Método de Exílio'' relatou que mais de 90 por cento dos mais de 1,5 milhão de emigrantes da Venezuela possuíam graduação universitária; 40 por cento possuíam um [[mestrado]], e 12 por cento possuíam [[doutorado]] ou graus pós-doutorado.<ref name="ENHaug28" /><ref name=Elimpulso23AUG>{{cite news|title=90% dos venezuelanos que emigram têm formação universitária|url=http://elimpulso.com/articulo/el-90-de-los-venezolanos-que-se-van-tienen-formacion-universitaria#|access-date=28 de agosto de 2014|agency=El Impulso|date=23 de agosto de 2014|archive-date=17 de outubro de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20151017034551/http://elimpulso.com/articulo/el-90-de-los-venezolanos-que-se-van-tienen-formacion-universitaria|url-status=live}}</ref> O estudo utilizou dados oficiais verificados no exterior e pesquisas de venezuelanos que decidiram emigrar.<ref name=ENHaug28 />

=== Economia ===
Empresários emigraram da Venezuela devido aos [[controle de preços]] do governo e corrupção, escassez e [[controles de câmbio estrangeiro]]. Contadores e administradores partiram para países com crescimento econômico, como Argentina, Chile, México, Peru e os EUA.<ref name="EUdiaspora" /> Um estudo do Sistema Econômico da América Latina relatou que a emigração de trabalhadores altamente qualificados com 25 anos ou mais da Venezuela para os países da [[OECD]] aumentou 216 por cento entre 1990 e 2007.<ref name="NEWSWEEKdiaspora" />

Estima-se que 75 por cento dos cerca de 20.000 trabalhadores da [[PDVSA]] (Petróleos de Venezuela) que deixaram a empresa emigraram para outros países em busca de trabalho.<ref name="BLOOMdec2014" /> Ex-engenheiros de petróleo começaram a trabalhar em plataformas de petróleo no [[Mar do Norte]] e nas areias betuminosas do oeste do Canadá;<ref name="NEWSWEEKdiaspora" /> o número de venezuelanos em Alberta aumentou de 465 em 2001 para 3.860 em 2011.<ref name="ECONbrain">{{cite news|title=A diáspora do petróleo venezuelano|url=https://www.economist.com/news/americas/21607824-venezuelas-loss-thousands-oil-workers-has-been-other-countries-gain-brain-haemorrhage|access-date=5 de agosto de 2015|agency=[[The Economist]]|date=19 de julho de 2014|archive-date=4 de julho de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150704101158/http://www.economist.com/news/americas/21607824-venezuelas-loss-thousands-oil-workers-has-been-other-countries-gain-brain-haemorrhage|url-status=live}}</ref> Ex-funcionários da PDVSA também se juntaram à indústria petrolífera mais bem-sucedida na vizinha Colômbia.<ref name="ECONbrain" /> De acordo com o ''El Universal'', "milhares de engenheiros e técnicos de petróleo, totalizando centenas de milhares de horas-homem em treinamento e experiência na indústria petrolífera (mais significativo do que diplomas acadêmicos)", e a maioria dos ex-executivos da PDVSA, estão trabalhando no exterior.<ref name=EUdiaspora /> Após o êxodo da PDVSA, a produção de petróleo venezuelano diminuiu e os acidentes de trabalho aumentaram.<ref name=ECONbrain />
Até 2019, mais de 50.000 engenheiros e arquitetos haviam deixado a Venezuela nos seis anos anteriores, com parte da força de trabalho venezuelana sendo substituída por trabalhadores estrangeiros, incluindo contrapartes chinesas.<ref>{{Cite web|url=http://www.lapatilla.com/2019/02/05/mas-de-50-mil-ingenieros-y-arquitectos-venezolanos-han-migrado-en-los-ultimos-6-anos/|title=Mais de 50 mil engenheiros e arquitetos venezuelanos migraram nos últimos 6 anos|date=5 de fevereiro de 2019|website=[[La Patilla]]|language=es-ES|access-date=9 de fevereiro de 2019|archive-date=9 de fevereiro de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190209180404/https://www.lapatilla.com/2019/02/05/mas-de-50-mil-ingenieros-y-arquitectos-venezolanos-han-migrado-en-los-ultimos-6-anos/|url-status=live}}</ref>

=== Mídia e artes ===
Atores, produtores, apresentadores de TV, âncoras de notícias e jornalistas teriam deixado para a Colômbia, Flórida e Espanha após o fechamento de meios de comunicação pelo governo venezuelano, ou sua compra por simpatizantes do governo. Músicos emigraram para lugares receptivos ao seu estilo de música.<ref name=EUdiaspora />

=== Saúde ===
[[File:Medic Protesters Venezuela 2017.jpg|thumb|alt=Linha de médicos bloqueando uma rua|300px|Médicos venezuelanos protestando em [[Caracas]] 2017]]

Médicos e equipe médica, particularmente aqueles em instalações privadas, emigraram devido a baixos salários e falta de reconhecimento após a oposição do governo venezuelano aos tradicionais programas de 6 anos. O governo bolivariano, por sua vez, apoia a formação de "médicos comunitários" em Cuba. O governo teria restringido o acesso a instalações e financiamento para a formação de médicos, o que levou ao fechamento de programas médicos em todo o país.<ref name=EUdiaspora />

O presidente da Federação Médica da Venezuela, Douglas León Natera, afirmou em abril de 2015 que mais de 13.000 médicos (mais de 50 por cento do total do país) haviam emigrado. De acordo com Natera, a consequente escassez de médicos afetou tanto hospitais públicos quanto privados.<ref>{{cite news|title=León Natera: Mais de 13 mil médicos deixaram o país|url=http://www.el-nacional.com/sociedad/Leon-Natera-mil-medicos-pais_0_605939457.html|access-date=8 de abril de 2015|agency=[[El Nacional (Caracas)|El Nacional]]|date=7 de abril de 2015|archive-date=7 de abril de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150407183935/http://www.el-nacional.com/sociedad/Leon-Natera-mil-medicos-pais_0_605939457.html|url-status=live}}</ref> Em março de 2018 (após 22.000 médicos terem fugido da Venezuela), o salário de muitos médicos era inferior a {{dollarsign|USD|lk=on}}10 por mês.<ref name="ENHmedico18">{{cite news|last1=Maria Delgado|first1=Antonio|title=Os médicos se juntam ao êxodo; mais de 22.000 já fugiram da Venezuela|url=http://www.elnuevoherald.com/noticias/mundo/america-latina/venezuela-es/article207182134.html|access-date=29 de março de 2018|work=[[El Nuevo Herald]]|date=28 de março de 2018|archive-date=30 de março de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180330013047/http://www.elnuevoherald.com/noticias/mundo/america-latina/venezuela-es/article207182134.html|url-status=live}}</ref>

Em países da América Latina, as credenciais médicas dos médicos venezuelanos são geralmente aceitas. No entanto, as oportunidades para venezuelanos nos Estados Unidos são limitadas, com médicos frequentemente se tornando [[Assistente médico#Estados Unidos|assistentes médicos]] ou trabalhando em áreas não médicas.<ref name="ENHmedico18" />

== Estatísticas ==

=== Números de migrantes ===
De acordo com Iván de la Vega, o número de venezuelanos vivendo no exterior aumentou em mais de 2.000 por cento do meio dos anos 1990 até 2013 (de 50.000 para 1.200.000).<ref name="PAPmental">{{cite news|last1=Vásquez|first1=Elisa|title=A onda de emigração da Venezuela afeta a saúde mental|url=http://panampost.com/elisa-vasquez/2014/06/27/venezuelas-emigration-wave-takes-toll-on-mental-health/|access-date=12 de maio de 2015|agency=[[PanAm Post]]|date=27 de junho de 2014|archive-date=1 de outubro de 2020|archive-url=https://web.archive.org/web/20201001230730/https://panampost.com/elisa-vasquez/2014/06/27/venezuelas-emigration-wave-takes-toll-on-mental-health/|url-status=live}}</ref> A idade média do emigrante é 32 anos.<ref name="BFmay2015" />

A porcentagem de venezuelanos que afirmaram ter familiares no exterior aumentou de 10 por cento em 2004 para quase 30 por cento em 2014.<ref name=EUpercent10 /> Em 2014, cerca de 10 por cento afirmaram que estavam se preparando para emigrar.<ref name=EUpercent10 /> Segundo o [[Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados]], "entre 2003 e 2004, o número de refugiados (venezuelanos) dobrou de 598 para 1.256, e entre 2004 e 2009, o número de refugiados venezuelanos foi cinco vezes maior, chegando a 6.221. Até essa data, há também um registro de 1.580 venezuelanos solicitando refúgio."<ref name=EUjan2014 />

Uma pesquisa realizada no final de 2017 pela Consultores 21 descobriu que mais de quatro milhões de venezuelanos haviam deixado o país devido à Revolução Bolivariana, e 51 por cento dos jovens adultos disseram que queriam emigrar.<ref name=LPgracias /> Em 2018, estimava-se que mais de um milhão de venezuelanos tinham planos de emigrar.<ref name=":0" /> Os emigrantes são principalmente profissionais entre 18 e 35 anos.<ref name="EUpercent10" />
=== Características dos migrantes ===
Compreender as características dos migrantes é importante porque estas influenciam e afetam as vulnerabilidades e os padrões de migração. De acordo com uma pesquisa da OIM sobre migrantes venezuelanos no Brasil, Colômbia e Peru em 2018, os entrevistados no Brasil tinham uma idade média de 32 anos, os entrevistados na Colômbia e no Peru tinham uma idade média de 30 anos, 58% da população pesquisada eram homens, 5% das mulheres pesquisadas na Colômbia estavam grávidas, 3% no Brasil e 1% no Peru, 31% dos entrevistados no Brasil e 39% dos entrevistados na Colômbia relataram não ter um status de migração regular e 41% dos entrevistados no Brasil viajavam sozinhos, 37% na Colômbia e 31% no Peru.<ref>{{Cite book|title=ANÁLISE: FLUXOS DE MIGRAÇÃO VENEZUELANA NA AMÉRICA DO SUL|publisher=Organização Internacional para as Migrações|year=2018|location=Suíça}}</ref> Em um estudo de vulnerabilidade para migrantes na América Central e no Caribe em 2019, a OIM descobriu que 4% dos entrevistados no estudo eram mulheres grávidas, 32% das mulheres afirmaram ter sido afetadas por discriminação e 5% destas mulheres estavam grávidas, 58% das mulheres relataram falta de acesso à saúde e 57% dos homens também, e 65% dos entrevistados viajavam sozinhos vs 35% viajavam em grupo.<ref>{{Cite book|title=Vulnerabilidade dos Venezuelanos à Exploração, Rastreamento e Discriminação: América Central e Caribe|publisher=Organização Internacional para as Migrações|year=2019|location=Suíça}}</ref>

=== População colombiana ===

[[File:2015 Venezuela–Colombia migrant crisis 3.jpg|250px|thumb|alt=Migrantes venezuelanos cruzando um rio, auxiliados pela polícia colombiana|Oficial da [[Polícia Nacional Colombiana]] carregando uma mulher idosa através do [[Rio Táchira]] para a Colômbia]]

De acordo com a socióloga Raquel Alvarez da [[Universidade dos Andes (Venezuela)|Universidad de los Andes]], 77 por cento dos imigrantes para a Venezuela durante a década de 1990 eram da [[Colômbia]]. No início dos anos 2010, os imigrantes colombianos estavam desapontados com o colapso econômico da Venezuela e a discriminação pelo governo e seus apoiadores. Entre dezenas de milhares e 200.000 colombianos deixaram a Venezuela nos anos anteriores a 2015.

De acordo com a socióloga Raquel Alvarez da [[Universidade dos Andes (Venezuela)|Universidad de los Andes]], 77 por cento dos imigrantes para a Venezuela durante a década de 1990 eram da [[Colômbia]]. No início dos anos 2010, os imigrantes colombianos estavam desapontados com o colapso econômico da Venezuela e a discriminação pelo governo e seus apoiadores. Entre dezenas de milhares e 200.000 colombianos deixaram a Venezuela nos anos anteriores a 2015. O [[Ministério das Relações Exteriores (Colômbia)|Ministério das Relações Exteriores da Colômbia]] informou que os vistos para a Colômbia aumentaram em 150 por cento entre março de 2014 e março de 2015, e a assistência à repatriação de colombianos-venezuelanos atingiu um número recorde no primeiro trimestre de 2015. Martin Gottwald, vice-chefe da agência de refugiados das Nações Unidas na Colômbia, disse que muitos dos 205.000 refugiados colombianos que fugiram para a Venezuela podem retornar à Colômbia. O número de colombianos repatriados preocupou o governo colombiano, devido ao seu efeito no desemprego e nos serviços públicos.<ref>{{cite news|last1=Kurmanaev|first1=Anatoly|last2=Medina|first2=Oscar|title=Os Pobres Vizinhos da Venezuela Fugiram em Massa Anos Após a Chegada|url=https://www.bloomberg.com/news/articles/2015-05-04/colombians-head-home-as-venezuela-s-maduro-loses-backing-of-poor|access-date=10 de maio de 2015|agency=[[Bloomberg Business]]|date=4 de maio de 2015|url-access=subscription|archive-date=23 de outubro de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20151023014719/http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-05-04/colombians-head-home-as-venezuela-s-maduro-loses-backing-of-poor|url-status=live}}</ref>

=== População judaica ===
A população judaica na Venezuela, de acordo com várias organizações comunitárias, declinou de uma estimativa de 18.000–22.000 no ano 2000<ref>{{cite news|author=Shlomo Papirblat|newspaper=Ha'aretz|title=Na Venezuela, declarações como 'Hitler não terminou o trabalho' são rotineiras|url=http://www.haaretz.com/jewish-world/features/in-venezuela-remarks-like-hitler-didn-t-finish-the-job-are-routine-1.325667|access-date=20 de novembro de 2010|date=20 de novembro de 2010|archive-date=22 de novembro de 2010|archive-url=https://web.archive.org/web/20101122105159/http://www.haaretz.com/jewish-world/features/in-venezuela-remarks-like-hitler-didn-t-finish-the-job-are-routine-1.325667|url-status=live}}</ref> para cerca de 9.000 em 2010.<ref name=TOERaid>{{cite news|last1=Rueda|first1=Jorge|title=Líderes judeus condenam invasão policial a centro comunitário na Venezuela|url=http://legacy.utsandiego.com/news/world/20071204-1410-venezuela-raid.html|access-date=8 de abril de 2015|agency=[[U-T San Diego]]|date=4 de dezembro de 2007|archive-url=https://web.archive.org/web/20150408072903/http://legacy.utsandiego.com/news/world/20071204-1410-venezuela-raid.html|archive-date=8 de abril de 2015|url-status=morto}}</ref> Líderes comunitários citam a economia, a segurança e o aumento do [[antissemitismo]] como principais razões para o declínio. Alguns acusaram o governo de se envolver em, ou apoiar, ações e retórica antissemitas.<ref name="TOERaid" /><ref name="Hal">{{cite news|author=Hal Weitzman|url=http://www.jta.org/cgi-bin/iowa/news/print/20070326VenezuelanJews.html|title=Judeus venezuelanos temem pelo futuro|newspaper=JTA|date=26 de março de 2007|access-date=3 de abril de 2008|url-status=morto|archive-url=https://web.archive.org/web/20071124082945/http://www.jta.org/cgi-bin/iowa/news/print/20070326VenezuelanJews.html|archive-date=24 de novembro de 2007}}</ref><ref name="Hurricane">{{cite journal|author=Thor Halvorssen Mendoza|url=http://www.weeklystandard.com/Content/Public/Articles/000/000/005/903jhsjt.asp?pg=1|title=Furacão Hugo|journal=[[The Weekly Standard]]|date=8 de agosto de 2005|volume=10|number=44|access-date=20 de novembro de 2010|author-link=Thor Halvorssen Mendoza|archive-date=20 de maio de 2011|archive-url=https://web.archive.org/web/20110520091903/http://www.weeklystandard.com/Content/Public/Articles/000/000/005/903jhsjt.asp?pg=1|url-status=vivo}}</ref> Em 2015, foi relatado que a população judaica havia declinado para 7.000.<ref name="AJjan2015">{{cite news|title=ADL condena pichações antissemitas em sinagoga na Venezuela|url=http://www.algemeiner.com/2015/01/02/adl-denounces-anti-semitic-graffiti-sprayed-on-synagogue-in-venezuela/|access-date=4 de janeiro de 2015|agency=[[Algemeiner Journal]]|date=2 de janeiro de 2015|archive-date=4 de janeiro de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150104192726/http://www.algemeiner.com/2015/01/02/adl-denounces-anti-semitic-graffiti-sprayed-on-synagogue-in-venezuela/|url-status=vivo}}</ref>
== Vida de refugiado ==

=== Ajuda ===
Organizações e eventos foram criados para auxiliar emigrantes venezuelanos. O site [[MeQuieroIr.com]] ([[Língua espanhola|Espanhol]]: ''"Quero ir embora"'') foi criado por um ex-funcionário de assuntos públicos da PDVSA que se mudou para o Canadá, e rapidamente se tornou popular entre emigrantes venezuelanos.<ref name=BLOOMdec2014 /><ref name=mqi2>{{cite web|title=¿Quiénes somos?|url=http://www.mequieroir.com/preguntas/quienes-somos/|website=MeQuieroIr.com|access-date=15 de outubro de 2014|date=Outubro de 2012|archive-date=17 de janeiro de 2021|archive-url=https://web.archive.org/web/20210117100840/https://www.mequieroir.com/preguntas/quienes-somos/|url-status=live}}</ref><ref>{{cite news|title=Weg!|url=http://deredactie.be/cm/vrtnieuws/buitenland/1.2323969|work=[[De Redactie]]|date=5 de janeiro de 2015|access-date=2 de agosto de 2015|archive-date=5 de junho de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150605232722/http://deredactie.be/cm/vrtnieuws/buitenland/1.2323969|url-status=live}}</ref> Em junho de 2015, a primeira Expo Migração anual foi realizada em Caracas; o evento incluiu [[grupos de apoio]], assistência para estudos no exterior e ajuda no processo de emigração.<ref>{{cite news|last1=Rosati|first1=Andrew|title=Venezuela: Nação Emigrante|url=http://wlrn.org/post/venezuela-emigration-nation|access-date=2 de agosto de 2015|agency=[[WLRN-FM]]|date=16 de junho de 2015|archive-date=23 de julho de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150723192725/http://wlrn.org/post/venezuela-emigration-nation|url-status=live}}</ref> A rede Somos Diáspora, composta por um site e uma estação de rádio em [[Lima]], [[Peru]], foi lançada em maio de 2018 para fornecer entretenimento venezuelano, notícias e informações de migração para a diáspora.<ref>{{cite news|title=Diáspora venezuelana no mundo agora tem sua própria rádio|url=https://www.lapatilla.com/site/2018/06/03/diaspora-venezolana-en-el-mundo-ahora-cuenta-con-su-propia-radio/|access-date=4 de junho de 2018|work=[[La Patilla]]|date=3 de junho de 2018|language=es-ES}}</ref>
=== Problemas ===

==== Crime ====
{{quote box
| align = right
| width = 290px
| quote = Da mesma forma que abrimos os braços para os irmãos venezuelanos entrarem, que vêm de uma crise muito forte... algumas pessoas que estão ligadas ao crime também saem de lá.
| author = Mauro Medina, [[Ministério do Interior (Peru)|Ministro do Interior do Peru]]<ref>{{Cite news|url=https://peru21.pe/lima/policiales/ministro-mauro-medina-venezolanos-mal-vivir-cuelan-frontera-nndc-419174|title=Mauro Medina: "Venezuelanos de má vida entram pela fronteira"|date=5 de agosto de 2018|work=[[Peru21]]|access-date=19 de agosto de 2018|language=es-PE|archive-date=19 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180819051210/https://peru21.pe/lima/policiales/ministro-mauro-medina-venezolanos-mal-vivir-cuelan-frontera-nndc-419174|url-status=live}}</ref>
}}O governo Maduro frequentemente permitiu a emigração de criminosos venezuelanos e [[crime organizado]] para países da região, com nações como Aruba, Colômbia, Panamá, Peru e Estados Unidos experimentando um aumento da criminalidade como resultado.<ref name=":7">{{Cite news|url=https://es.panampost.com/sabrina-martin/2018/08/06/maduro-emigracion-criminales/?cn-reloaded=1|title=Uma peneira: Maduro facilita emigração de criminosos venezuelanos|date=6 de agosto de 2018|work=[[PanAm Post]]|access-date=18 de agosto de 2018|language=es-ES|archive-date=19 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180819051222/https://es.panampost.com/sabrina-martin/2018/08/06/maduro-emigracion-criminales/?cn-reloaded=1|url-status=live}}</ref><ref>{{Cite news|url=https://es.insightcrime.org/noticias/analisis/captura-megabanda-venezuela-peru-mala-senal-region/|title=Captura de megabanda da Venezuela no Peru é um mau sinal para a região|date=10 de agosto de 2018|work=[[Insight Crime]]|access-date=19 de agosto de 2018|language=es-ES|archive-date=10 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180810192855/https://es.insightcrime.org/noticias/analisis/captura-megabanda-venezuela-peru-mala-senal-region/|url-status=live}}</ref>
Em junho de 2018, um grupo de venezuelanos roubou uma joalheria no [[Jockey Plaza]], Peru, e fugiu do país.<ref>{{Cite news|url=https://larepublica.pe/sociedad/1272080-asalto-jockeylider-banda-fugo-pais|title=Assalto ao Jockey Plaza: líder da gangue fugiu do país|date=4 de julho de 2018|work=[[La República (Peru)|La República]]|access-date=18 de agosto de 2018|language=es|archive-date=15 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180815201442/https://larepublica.pe/sociedad/1272080-asalto-jockeylider-banda-fugo-pais|url-status=live}}</ref> Em 27 de julho de 2018, quatro venezuelanos atiraram e feriram um policial durante um assalto a uma loja no país, embora tenham sido capturados posteriormente.<ref>{{Cite news|url=https://larepublica.pe/sociedad/1265781-tiroteo-jockey-plaza-destacan-valentia-policias-heridos|title=Tiroteio no Jockey Plaza: destacam a valentia dos policiais feridos|date=22 de junho de 2018|work=[[La República (Peru)|La República]]|access-date=19 de agosto de 2018|language=es|archive-date=23 de junho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180623055235/https://larepublica.pe/sociedad/1265781-tiroteo-jockey-plaza-destacan-valentia-policias-heridos|url-status=live}}</ref><ref>{{Cite news|url=https://larepublica.pe/sociedad/1287975-capturan-4-venezolanos-balearon-mayor-pnp|title=SMP: capturam venezuelanos que balearam um policial|date=29 de julho de 2018|work=[[La República (Peru)|La República]]|access-date=19 de agosto de 2018|language=es|archive-date=30 de julho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180730110835/https://larepublica.pe/sociedad/1287975-capturan-4-venezolanos-balearon-mayor-pnp|url-status=live}}</ref> A gangue "Tren de Aragua" (''Trem de Aragua'') da Venezuela - que prosperou na impunidade de seu país natal, onde dirigiam operações de roubo, sequestro e assassinato - viu cinco de seus membros serem presos em agosto de 2018 por planejar um roubo a banco em um shopping peruano.<ref name=":7" /><ref name=":8">{{Cite news|url=http://www.eluniversal.com/sucesos/17676/ordenan-prision-preventiva-a-banda-del-tren-de-aragua-capturada-en-peru|title=Ordenam prisão preventiva para a gangue "Tren de Aragua" capturada no Peru|date=13 de agosto de 2018|work=[[El Universal (Caracas)|El Universal]]|access-date=18 de agosto de 2018|language=es|archive-date=19 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180819051354/http://www.eluniversal.com/sucesos/17676/ordenan-prision-preventiva-a-banda-del-tren-de-aragua-capturada-en-peru|url-status=live}}</ref><ref>{{Cite news|url=http://www.eluniversal.com/sucesos/16895/detienen-cinco-venezolanos-que-intentaban-robar-un-banco-en-lima-peru|title=Detêm cinco venezuelanos que tentavam roubar um banco em Lima, Peru|date=8 de maio de 2018|work=[[El Universal (Caracas)|El Universal]]|access-date=18 de agosto de 2018|language=es|archive-date=19 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180819051350/http://www.eluniversal.com/sucesos/16895/detienen-cinco-venezolanos-que-intentaban-robar-un-banco-en-lima-peru|url-status=live}}</ref> Os membros da gangue venezuelana foram encontrados pela [[Polícia Nacional do Peru]] equipados com armas de fogo, uma granada e um mapa do banco.<ref name=":8" /> Pelo menos setenta e dois venezuelanos foram presos no Peru em meados de 2018.<ref name=":7" />
Em 19 de fevereiro de 2019, um grupo de migrantes venezuelanos e colombianos mascarados tentou invadir o lodge Inkaterra Amazon Reserve na [[Departamento de Madre de Dios|região de Madre de Dios]] no Peru, resultando na morte de um guia turístico local. Um total de 53 hóspedes, incluindo turistas americanos e chineses, estavam seguros.<ref>{{Cite web|url=http://www.ejinsight.com/20190222-hk-tourists-safe-after-armed-robbers-raid-luxury-peru-resort/|title=Turistas de HK seguros após assalto armado em resort de luxo no Peru|date=22 de fevereiro de 2019|website=ejinsight|access-date=25 de fevereiro de 2019|archive-date=25 de fevereiro de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190225223538/http://www.ejinsight.com/20190222-hk-tourists-safe-after-armed-robbers-raid-luxury-peru-resort/|url-status=live}}</ref><ref>{{Cite web|url=https://www.express.co.uk/news/world/1089910/peru-holiday-jungle-hostage-us-china-Amazon-Reserve-Inkaterra|title=HORROR NO PERU: Uma pessoa morta em assalto a hotel turístico de luxo – 53 turistas fogem|last=Mowat|first=Laura|date=20 de fevereiro de 2019|website=The Daily Express|access-date=25 de fevereiro de 2019|archive-date=25 de fevereiro de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190225223548/https://www.express.co.uk/news/world/1089910/peru-holiday-jungle-hostage-us-china-Amazon-Reserve-Inkaterra|url-status=live}}</ref>

Quatro venezuelanos foram colocados sob detenção preventiva em 2021 após evidências indicarem que eles haviam se envolvido em tráfico de drogas e agredido a [[Carabineros de Chile|polícia chilena]] em [[Iquique]].<ref>{{Cite news|title=Quatro venezuelanos ficam em prisão preventiva acusados de agredir carabineros em Iquique|url=https://www.lanacion.cl/en-prision-preventiva-quedan-los-4-venezolanos-acusados-de-agredir-a-carabineros-en-iquique/|last=Schüller Gamboa|first=Patricia|date=26 de janeiro de 2022|access-date=28 de janeiro de 2022|work=[[La Nación (Chile)|La Nación]]}}</ref> O presidente eleito [[Gabriel Boric]] condenou a agressão contra a polícia e o [[Ministério do Interior e Segurança Pública (Chile)|Ministro do Interior]] [[Rodrigo Delgado]] anunciou que os quatro serão expulsos do Chile, independentemente do resultado do julgamento.<ref>{{Cite news|title=Presidente eleito: agressão a carabineros em Iquique "foi inaceitável"|url=https://www.lanacion.cl/presidente-electo-agresion-a-carabineros-en-iquique-fue-inaceptable/|last=Schüller Gamboa|first=Patricia|date=26 de janeiro de 2022|access-date=28 de janeiro de 2022|work=[[La Nación (Chile)|La Nación]]}}</ref><ref>{{Cite news|title=Governo anuncia expulsão de migrantes detidos por agressão a carabineros em Iquique|url=https://www.lanacion.cl/gobierno-anuncia-expulsion-de-migrantes-detenidos-por-agresion-a-carabineros-en-iquique/|last=Schüller Gamboa|first=Patricia|date=26 de janeiro de 2022|access-date=28 de janeiro de 2022|work=[[La Nación (Chile)|La Nación]]}}</ref>
==== Discriminação ====
Refugiados venezuelanos ocasionalmente enfrentaram [[xenofobia]] e discriminação nos países de destino.<ref name=":3">{{Cite news|url=https://www.infobae.com/america/venezuela/2018/05/02/la-organizacion-internacional-para-las-migraciones-advirtio-que-los-venezolanos-pueden-ser-victimas-de-discriminacion-trata-y-prostitucion-forzada/|title=A Organização Internacional para as Migrações advertiu que os venezuelanos podem ser vítimas de discriminação, tráfico e prostituição forçada|last=Seminario|first=Francisco|date=2 de maio de 2018|work=[[Infobae]]|access-date=3 de maio de 2018|language=es-LA|archive-date=3 de maio de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180503023417/https://www.infobae.com/america/venezuela/2018/05/02/la-organizacion-internacional-para-las-migraciones-advirtio-que-los-venezolanos-pueden-ser-victimas-de-discriminacion-trata-y-prostitucion-forzada/|url-status=live}}</ref> A Organização Internacional para as Migrações tem aumentado a conscientização de que os refugiados são vulneráveis ao tráfico e à prostituição.<ref name=":3" /> Venezuelanos no Panamá enfrentam xenofobia devido à concorrência com residentes locais, e movimentos nacionalistas panamenhos têm usado a retórica anti-refugiados venezuelanos para ganhar apoio.<ref name=":4">{{Cite news|url=https://www.bloomberg.com/news/features/2018-03-05/venezuelans-go-home-xenophobia-spreads-as-refugees-flee-crisis|title=Venezuelanos, Voltem para Casa: A Xenofobia Persegue os Refugiados|date=5 de março de 2018|work=[[Bloomberg.com|Bloomberg]]|access-date=3 de maio de 2018|archive-date=5 de maio de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180505011519/https://www.bloomberg.com/news/features/2018-03-05/venezuelans-go-home-xenophobia-spreads-as-refugees-flee-crisis|url-status=live}}</ref>

A discriminação contra venezuelanos ocasionalmente foi um problema no Equador,<ref>Jeffrey D. Pugh (2021) O Acordo da Invisibilidade: Redes de Governança e Segurança Humana dos Migrantes (Oxford University Press): https://global.oup.com/academic/product/the-invisibility-bargain-9780197553916?lang=en&cc=us</ref> e em uma pesquisa de 2019 com venezuelanos e outros grupos de migrantes na capital Quito, cerca de metade dos venezuelanos relatou que havia sofrido discriminação desde que chegaram ao Equador (comparado a 62% dos migrantes colombianos pesquisados em Quito que disseram a mesma coisa).<ref>Pugh, Jimenez & Latuff (2020), "A Boas-vindas Desgasta para Colombianos no Equador à Medida que Venezuelanos se Tornam Mais Visíveis," Migration Information Source: https://www.migrationpolicy.org/article/welcome-wears-thin-for-colombians-ecuador</ref>

No Brasil, pelo menos 1.200 venezuelanos foram forçados a sair de campos de refugiados pelos residentes de [[Pacaraima]] em 18 de agosto de 2018, após a família de um comerciante local informar às autoridades que ele havia sido agredido por um grupo de venezuelanos. No entanto, dois dias depois, as autoridades disseram que a identidade e nacionalidade dos agressores não haviam sido confirmadas.<ref>{{cite news|url=https://www.nytimes.com/2018/08/19/world/americas/residents-pacaraima-brazil-border-town-attack-venezuela-migrants-camp.html|title=Moradores da cidade fronteiriça de Pacaraima, no Brasil, atacam campos de migrantes venezuelanos|last1=Andreoni|first1=Manuela|work=The New York Times|date=19 de agosto de 2018|access-date=23 de agosto de 2018|agency=[[The New York Times]]|archive-date=22 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180822200642/https://www.nytimes.com/2018/08/19/world/americas/residents-pacaraima-brazil-border-town-attack-venezuela-migrants-camp.html|url-status=live}}</ref> Os residentes da cidade destruíram os campos de migrantes.<ref>{{Cite news|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-brazil-border/tense-calm-on-brazil-venezuelan-border-after-anti-immigrant-riot-idUSKCN1L40LU|title=Tensa calma na fronteira Brasil-Venezuela após tumulto anti-imigrante|last=Villamar|first=Inacio Doce|work=[[Reuters]]|access-date=19 de agosto de 2018|archive-date=19 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180819201458/https://www.reuters.com/article/us-venezuela-brazil-border/tense-calm-on-brazil-venezuelan-border-after-anti-immigrant-riot-idUSKCN1L40LU|url-status=live}}</ref><ref>{{Cite news|url=https://www.lapatilla.com/2018/08/18/corren-a-venezolanos-en-la-frontera-con-brasil-por-la-muerte-de-un-comerciante/|title=Expulsam venezuelanos na fronteira com o Brasil após morte de um comerciante|date=18 de agosto de 2018|work=[[La Patilla]]|access-date=18 de agosto de 2018|language=es-ES|archive-date=19 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180819082744/https://www.lapatilla.com/2018/08/18/corren-a-venezolanos-en-la-frontera-con-brasil-por-la-muerte-de-un-comerciante/|url-status=live}}</ref><ref>{{Cite news|url=http://www.el-nacional.com/noticias/protestas/brasilenos-expulsaron-venezolanos-refugio-paracaima_248501|title=Brasileiros expulsam venezuelanos de abrigo em Paracaima|date=18 de agosto de 2018|work=[[El Nacional (Caracas)|El Nacional]]|access-date=18 de agosto de 2018|language=es|archive-date=18 de agosto de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180818233759/http://www.el-nacional.com/noticias/protestas/brasilenos-expulsaron-venezolanos-refugio-paracaima_248501|url-status=live}}</ref>

==== Prostituição ====
Muitas [[Mulheres na Venezuela|mulheres venezuelanas]] na Colômbia recorrem à prostituição para ganhar a vida.<ref>{{Cite news|url=https://www.economist.com/news/americas/21725351-women-fleeing-poverty-get-right-work-prostitutes-venezuelans-sell-sex-colombia|title=Venezuelanas vendem sexo na Colômbia para sobreviver|date=20 de julho de 2017|newspaper=[[The Economist]]|access-date=3 de maio de 2018|archive-date=3 de maio de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180503112138/https://www.economist.com/news/americas/21725351-women-fleeing-poverty-get-right-work-prostitutes-venezuelans-sell-sex-colombia|url-status=live}}</ref> Em "La Chama", uma popular canção panamenha de Mr. Saik, o cantor zomba de uma mulher venezuelana que recorre à prostituição; o cantor recebeu ameaças de morte de migrantes ofendidos.<ref name=":4" /> Emigrantes venezuelanos instruídos também recorreram à prostituição porque não podem mais continuar as carreiras que seguiram.<ref>{{Cite web|url=https://www.cnn.com/2019/02/11/americas/venezuela-migrant-women-prostitution-intl/index.html|title=As mulheres venezuelanas vendendo seus corpos para sobreviver|last1=Soares|first1=Isa|last2=Gallón|first2=Natalie|date=11 de fevereiro de 2019|website=[[CNN]]|access-date=11 de fevereiro de 2019|archive-date=11 de fevereiro de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190211171421/https://www.cnn.com/2019/02/11/americas/venezuela-migrant-women-prostitution-intl/index.html|url-status=live}}</ref>

=== Saúde ===

==== Doenças infecciosas ====
O ressurgimento de [[sarampo]] e outras doenças transmissíveis como resultado da escassez de médicos na Venezuela gerou preocupações nos países de destino de que os refugiados poderiam espalhar doenças pela região. Surtos de sarampo ocorreram no Brasil, Colômbia e Equador em áreas onde refugiados venezuelanos viviam; a maioria dos infectados eram refugiados.<ref>{{Cite news|url=https://www.economist.com/the-americas/2018/06/16/polio-returns-to-venezuela-and-threatens-the-region|title=Pólio retorna à Venezuela e ameaça a região|date=14 de junho de 2018|newspaper=[[The Economist]]|access-date=15 de junho de 2018|url-access=subscription|archive-date=15 de junho de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20180615111112/https://www.economist.com/the-americas/2018/06/16/polio-returns-to-venezuela-and-threatens-the-region|url-status=live}}</ref> Aumentos em [[malária]] e [[difteria]] na Venezuela também geraram preocupações nos países vizinhos.<ref name=":6" /> Em agosto de 2019, os migrantes venezuelanos receberão cartões de vacinação regionais para garantir que recebam vacinas e não recebam doses duplas. Esta medida foi acordada por autoridades de saúde dos Estados Unidos, Colômbia, Equador, Panamá, Canadá, Haiti, República Dominicana, Argentina, Peru e Paraguai.<ref>{{Cite news|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-politcs-usa-idUSKCN1VG2H4|title=Migrantes venezuelanos receberão cartões de vacinação regionais|date=26 de agosto de 2019|work=Reuters|access-date=27 de agosto de 2019|language=en|archive-date=27 de agosto de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190827020257/https://www.reuters.com/article/us-venezuela-politcs-usa-idUSKCN1VG2H4|url-status=live}}</ref>

==== Saúde mental ====
Muitos refugiados venezuelanos sofrem de [[transtorno de estresse pós-traumático]] devido aos eventos traumáticos que vivenciaram em seu país natal.<ref name=":10">{{Cite news|url=https://www.lapatilla.com/2018/10/03/migrantes-venezolanos-llegan-con-estres-postraumatico-a-su-pais-de-destino/|title=Migrantes venezuelanos chegam com estresse pós-traumático ao seu país de destino|date=3 de outubro de 2018|work=[[La Patilla]]|access-date=4 de outubro de 2018|language=es-ES|archive-date=4 de outubro de 2018|archive-url=https://web.archive.org/web/20181004123744/https://www.lapatilla.com/2018/10/03/migrantes-venezolanos-llegan-con-estres-postraumatico-a-su-pais-de-destino/|url-status=live}}</ref> Migrantes experimentam sintomas físicos e psicológicos de seus traumas, causados pela violência na Venezuela, deixando familiares para trás e adaptando-se à cultura de seus países anfitriões.<ref name=":10" /> Algumas das principais causas de hospitalização entre refugiados venezuelanos no Peru estão relacionadas à saúde mental.<ref>{{Cite web|url=https://andina.pe/agencia/noticia-depresion-y-ansiedad-estan-afectando-a-migrantes-venezolanos-peru-709015.aspx|title=Depressão e ansiedade estão afetando migrantes venezuelanos no Peru|date=6 de maio de 2018|website=[[Andina (agência de notícias)|Andina]]|language=es|access-date=10 de maio de 2019|archive-date=10 de maio de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190510033441/https://andina.pe/agencia/noticia-depresion-y-ansiedad-estan-afectando-a-migrantes-venezolanos-peru-709015.aspx|url-status=live}}</ref>

=== Viagem ===
[[File:Venezuelans on Cúcuta streets.jpg|thumb|alt=Mulheres e crianças dormindo no chão|Refugiados venezuelanos dormindo nas ruas de [[Cúcuta, Colômbia]]]] Os venezuelanos emigraram de várias maneiras, e imagens de migrantes fugindo por mar foram comparadas aos [[exilados cubanos]].<ref name="NYThungryDIA" /> Muitos refugiados viajam a pé por milhares de quilômetros devido à incapacidade de pagar outros métodos de viagem, percorrendo cordilheiras, caminhando em rodovias puxando malas, pegando caronas quando possível e atravessando rios para escapar da crise.<ref name="EUjan2014" /><ref name=":15">{{Cite news|url=https://www.nytimes.com/2019/02/20/world/americas/venezuela-refugees-colombia.html|title=Um êxodo impressionante: milhões de venezuelanos estão deixando o país, a pé|last1=Casey|first1=Nicholas|date=20 de fevereiro de 2019|work=[[The New York Times]]|access-date=20 de junho de 2019|last2=González|first2=Jenny Carolina|language=en-US|issn=0362-4331|archive-date=20 de junho de 2019|archive-url=https://web.archive.org/web/20190620082529/https://www.nytimes.com/2019/02/20/world/americas/venezuela-refugees-colombia.html|url-status=live}}</ref> A maioria inicia suas viagens na cidade fronteiriça de [[Cucuta, Colômbia]] e depois parte para seus destinos individuais.<ref name=":15" /> Refugiados também são suscetíveis a guias de viagem falsos e roubos ao longo de sua jornada.<ref name="EUjan2014" />

Aqueles que partem a pé são conhecidos como ''los caminantes'' (os caminhantes); a caminhada até Bogotá, Colômbia é de 350 milhas, e alguns caminham centenas de milhas mais, até o Equador ou Peru.<ref name= NPR4April>{{cite news |url= https://www.npr.org/2019/04/04/709193469/chronicles-of-a-venezuelan-exodus-more-families-flee-the-crisis-on-foot-every-da |work= NPR |date= 4 de abril de 2019 |access-date= 4 de abril de 2019 |title= Crônicas de um êxodo venezuelano: Mais famílias fogem da crise a pé todos os dias |author1= Ozug, Matt |author2= Christina Cala |author3= Ari Shapiro |archive-date= 4 de abril de 2019 |archive-url= https://web.archive.org/web/20190404162240/https://www.npr.org/2019/04/04/709193469/chronicles-of-a-venezuelan-exodus-more-families-flee-the-crisis-on-foot-every-da |url-status= live }}</ref> Alba Pereira, que ajuda a alimentar e vestir cerca de 800 caminhantes diariamente no norte da Colômbia, disse em 2019 que está vendo mais doentes, idosos e grávidas entre os caminhantes.<ref name= NPR4April/> A [[Cruz Vermelha]] colombiana montou tendas de descanso com comida e água à beira das estradas para os venezuelanos.<ref name=Walkers>{{cite web |url=https://www.hrw.org/news/2018/09/05/venezuelan-walkers |title=Os caminhantes venezuelanos |date=5 de setembro de 2018 |website=Human Rights Watch |access-date=21 de janeiro de 2019 |archive-date=30 de abril de 2019 |archive-url=https://web.archive.org/web/20190430101927/https://www.hrw.org/news/2018/09/05/venezuelan-walkers |url-status=live }}</ref> Os venezuelanos também cruzam para o norte do Brasil, onde o ACNUR montou 10 abrigos para acomodar milhares de venezuelanos.<ref name=Walkers/> Imagens de venezuelanos fugindo do país por mar têm levantado comparações simbólicas às imagens vistas da [[diáspora cubana]].<ref name="NYThungryDIA"/>

Migrantes venezuelanos entraram no Chile a partir da Bolívia pela localidade de [[Altiplano]] de [[Colchane]]. A rota percorrida pelos migrantes é árida, fria e situa-se a 3.600 metros acima do nível do mar.<ref name=France24-sept23>{{Cite news|title=Centenas de venezuelanos cruzam da Bolívia para o Chile apesar das ameaças de deportação|url=https://www.france24.com/es/minuto-a-minuto/20210923-centenares-de-venezolanos-cruzan-de-bolivia-a-chile-pese-a-amenazas-de-deportaci%C3%B3n|date=23 de setembro de 2021|access-date=27 de setembro de 2021|work=[[France 24]]|language=Espanhol}}</ref> Esta rota é escolhida já que a rota mais direta e menos rigorosa através da fronteira Chile-Peru é melhor vigiada.<ref name=Infobae3feb>{{Cite news|title=Uma crise humanitária supera pequenas cidades no norte do Chile devido à chegada massiva de migrantes venezuelanos |url=https://www.infobae.com/america/america-latina/2021/02/03/crisis-humanitaria-en-pequenos-pueblos-del-norte-de-chile-desbordados-por-la-masiva-llegada-de-migrantes-venezolanos/|last=Torres|first=Cristián|date=3 de fevereiro de 2021|access-date=4 de setembro de 2021|work=[[Infobae]]|language=Espanhol}}</ref> Os migrantes são auxiliados na travessia por [[contrabandistas de pessoas]].<ref name=Infobae3feb/> Em fevereiro de 2021, o custo para uma família atravessar da Bolívia para o Chile era entre US$200 e US$500.<ref name=Infobae3feb/> Migrantes foram acusados pelo [[alcaide]] de Colchane e moradores locais de agir violentamente, forçando-se a entrar em casas habitadas de Colchane, cometendo roubos e ocupando espaços públicos.<ref name=Infobae3feb/><ref name=t13-feb2021>{{Cite news|title=Alcaide de Colchane sobre a crise migratória: "Estão entrando pessoas com atitudes reprováveis, invadindo casas e agredindo pessoas"|url=https://www.tele13radio.cl/estan-ingresando-personas-con-actitud-reprochable-invadiendo-casas-y|date=3 de fevereiro de 2021|access-date=20 de setembro de 2021|work=[[Teletrece]]|publisher=[[Canal 13 (Chilean TV channel)|Canal 13]]|language=Espanhol}}</ref>
== Destinos ==
O número e as características das pessoas que deixam a Venezuela podem ser difíceis de rastrear. Estimativas gerais foram feitas para capturar a escala da migração. O fluxo migratório da Venezuela para destinos significativos (que incluem a maioria dos países da América Latina, América do Norte e partes da Europa) aumentou de 380.790 em 2005 para 1.580.022 em 2017 (IOM, 2018a), onde as estimativas são baseadas em cada estimativa do governo receptor.<ref>{{Cite book|title=TENDÊNCIAS MIGRATÓRIAS NAS AMÉRICAS: República Bolivariana da Venezuela|publisher=Organização Internacional para as Migrações|year=2018|location=Suíça}}</ref> Muitos migrantes entram em um país receptor com status regular, mas muitos não o fazem. O número daqueles que entram irregularmente é difícil de estimar devido ao seu status de imigração.

Os dez principais destinos (destinos significativos) para emigrantes venezuelanos são Colômbia, Peru, Estados Unidos, Espanha, Itália, Portugal, Argentina, Canadá, França e Panamá.<ref name="Infobae">{{cite web|url=https://www.infobae.com/sociedad/2017/07/30/masivo-exodo-de-venezolanos-hacia-argentina-en-dos-anos-se-quintuplicaron-las-solicitudes-de-residencia/|title=Êxodo maciço de venezuelanos para a Argentina: em dois anos, as solicitações de residência quintuplicaram|work=Infobae|date=17 de julho de 2017|access-date=11 de novembro de 2017|archive-date=12 de novembro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171112021347/https://www.infobae.com/sociedad/2017/07/30/masivo-exodo-de-venezolanos-hacia-argentina-en-dos-anos-se-quintuplicaron-las-solicitudes-de-residencia/|url-status=vivo}}</ref> Dezenas de milhares de venezuelanos também se mudaram para outros locais, incluindo [[Trinidad e Tobago]]<ref>{{Cite web |url=http://www.trinidadexpress.com/20160512/news/14000-venezuelans-flock-to-tt |title=Jornal Trinidad Express: Notícias | 14.000 venezuelanos chegam a T&T |access-date=20 de janeiro de 2017 |archive-date=31 de janeiro de 2017 |archive-url=https://web.archive.org/web/20170131201216/http://www.trinidadexpress.com/20160512/news/14000-venezuelans-flock-to-tt |url-status=vivo }}</ref> e outros países nas Américas e Europa.<ref name="ENHaug28" /><ref>{{cite web |date=8 de outubro de 2015 |title=Cada vez mais venezuelanos querem viver na Colômbia |url=http://www.lapatilla.com/site/2015/10/08/cada-vez-mas-venezolanos-quieren-vivir-en-colombia/ |language=es |website=La Patilla |access-date=11 de junho de 2016 |archive-date=1 de junho de 2016 |archive-url=https://web.archive.org/web/20160601164333/http://www.lapatilla.com/site/2015/10/08/cada-vez-mas-venezolanos-quieren-vivir-en-colombia/ |url-status=vivo }}</ref>

Venezuelanos fugiram para mais de 90 países em busca de uma vida melhor.<ref name="LAoct17">{{cite news|last1=Leon|first1=Adriana|title=Impulsionados pela inquietação e violência, venezuelanos estão fugindo de seu país aos milhares|url=https://www.latimes.com/world/mexico-americas/la-fg-venezuela-refugees-20171019-htmlstory.html|access-date=19 de outubro de 2017|work=[[Los Angeles Times]]|date=19 de outubro de 2017|archive-date=19 de outubro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171019212233/http://www.latimes.com/world/mexico-americas/la-fg-venezuela-refugees-20171019-htmlstory.html|url-status=vivo}}</ref> Entre 2015 e 2017, a imigração venezuelana aumentou em 1.388% no Chile, 1.132% na Colômbia, 1.016% no Peru, 922% no Brasil, 344% na Argentina e Equador, 268% no Panamá, 225% no Uruguai, 104% no México, 38% na Costa Rica, 26% na Espanha e 14% nos Estados Unidos.<ref name=":1" />
=== Estados Unidos ===
[[File:Number of Venezuelans granted permanent residence in United States per year.png|370px|thumb|Número de venezuelanos concedidos residência permanente nos Estados Unidos por ano (pelo presidente venezuelano), com pedidos de asilo (por [[Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos]])<ref>{{cite web|title=Anuário de Estatísticas de Imigração 2004|url=https://www.dhs.gov/xlibrary/assets/statistics/yearbook/2004/Yearbook2004.pdf|website=Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos|access-date=8 de outubro de 2014|archive-date=19 de abril de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150419181021/http://www.dhs.gov/xlibrary/assets/statistics/yearbook/2004/Yearbook2004.pdf|url-status=ativo}}</ref><ref>{{cite web|title=Anuário de Estatísticas de Imigração 2009|url=https://www.dhs.gov/xlibrary/assets/statistics/yearbook/2009/ois_yb_2009.pdf|website=Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos|access-date=8 de outubro de 2014|archive-date=18 de dezembro de 2014|archive-url=https://web.archive.org/web/20141218024352/http://www.dhs.gov/xlibrary/assets/statistics/yearbook/2009/ois_yb_2009.pdf|url-status=ativo}}</ref><ref>{{cite web|title=Anuário de Estatísticas de Imigração: 2013|url=https://www.dhs.gov/yearbook-immigration-statistics-2013-lawful-permanent-residents|website=Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos|access-date=8 de outubro de 2014|archive-date=13 de outubro de 2016|archive-url=https://web.archive.org/web/20161013214828/https://www.dhs.gov/yearbook-immigration-statistics-2013-lawful-permanent-residents|url-status=ativo}}</ref>]]

Os Estados Unidos são um dos principais destinos para emigrantes venezuelanos.<ref name=ELIMPdec2014 /><ref name="ENHaug28" /><ref name="EUjan2014" /> O número de residentes nos EUA que se identificaram como venezuelanos aumentou 135% entre 2000 e 2010, de 91.507 para 215.023.<ref>{{Cite web|url = https://www.census.gov/prod/cen2010/briefs/c2010br-04.pdf|title = A População Hispânica: 2010, Resumos do Censo de 2010|date = Maio de 2011|access-date = 20 de maio de 2015|publisher = United States Census Bureau|archive-date = 27 de janeiro de 2018|archive-url = https://web.archive.org/web/20180127044304/https://www.census.gov/prod/cen2010/briefs/c2010br-04.pdf|url-status = ativo}}</ref> Em 2015, estimava-se que cerca de 260.000 venezuelanos haviam emigrado para os Estados Unidos.<ref name=BFmay2015 /> De acordo com o pesquisador Carlos Subero, "[a] grande maioria dos venezuelanos tentando emigrar entra no país com um visto de turista ou de negócios não imigrante", estatísticas mostrando que 527.907 venezuelanos permanecem nos Estados Unidos com vistos não imigrantes.<ref name=EUpercent10 /> O [[Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe]] (SELA) relatou que em 2007, 14% dos venezuelanos com 25 anos ou mais nos Estados Unidos possuíam um doutorado; acima da média dos EUA de nove por cento.<ref name=EUjan2014 />

Antes de outubro de 2022, os venezuelanos que buscavam asilo podiam entrar nos Estados Unidos através das fronteiras terrestres e poderiam residir nos Estados Unidos enquanto seus casos eram avaliados. No entanto, por volta de 12 de outubro de 2022, os Estados Unidos anunciaram que os venezuelanos que entravam "entre os portos de entrada, sem autorização, seriam devolvidos ao México". Os Estados Unidos também anunciaram que os venezuelanos que entrassem legalmente seriam elegíveis para um novo programa humanitário, se tivessem um patrocinador nos Estados Unidos, com o novo programa limitado a até 24.000 venezuelanos.<ref>{{cite news |title=A crise migratória venezuelana e a resposta dos EUA, explicada |url=https://news.yahoo.com/venezuelan-migrant-crisis-u-response-090710839.html |access-date=21 de outubro de 2022 |work=news.yahoo.com |date=16 de outubro de 2022}}</ref>

A maior comunidade de venezuelanos nos Estados Unidos vive em [[South Florida]].<ref name="ENHaug28" /> Entre os anos 2000 e 2012, o número de residentes venezuelanos legais na Flórida aumentou de 91.500 para 259.000.<ref name=Sunshine>{{cite news|last1=Durby|first1=Kevin|title=Representantes Congressistas da Flórida querem estender a permanência de exilados venezuelanos|url=http://www.sunshinestatenews.com/story/florida-congressional-representatives-want-extend-venezuelans-exiles-stays|access-date=13 de outubro de 2015|agency=Sunshine State News|date=12 de outubro de 2015|archive-date=13 de outubro de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20151013150010/http://www.sunshinestatenews.com/story/florida-congressional-representatives-want-extend-venezuelans-exiles-stays|url-status=ativo}}</ref>

=== América Latina e Caribe ===
Países latino-americanos, como [[Argentina]], [[Brasil]], [[Chile]], [[Colômbia]], [[Equador]], [[México]], [[Peru]] e [[Panamá]], são destinos populares para emigrantes venezuelanos.<ref name=REUT15oct />

==== Argentina ====
[[File:Dia del inmigrante 041 (6237606805).jpg|thumb|alt=Uma mulher sorrindo segurando uma faixa|180px|Comemorando o Dia do Imigrante em [[Buenos Aires]]]]
[[File:Protests opposing Bolivarian Revolution in São Paulo, Brazil 50.jpg|320px|thumb|Venezuelanos em um protesto contra a [[Revolução Bolivariana]] em [[São Paulo]], [[Brasil]]]]
A imigração venezuelana aumentou significativamente desde 2005, de 148 pessoas por ano para 12.859 em 2016. Mais de 15.000 venezuelanos emigraram para a Argentina de 2004 a 2014, dos quais 4.781 obtiveram residência permanente.<ref>{{cite web|url=http://www.eluniversal.com/internacional/150316/argentina-se-vuelve-destino-clave-para-la-emigracion-venezolana|title=Argentina se torna destino chave para a emigração venezuelana|work=El Universal|date=16 de março de 2015|access-date=3 de maio de 2015|archive-date=4 de maio de 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150504042500/http://www.eluniversal.com/internacional/150316/argentina-se-vuelve-destino-clave-para-la-emigracion-venezolana|url-status=ativo}}</ref><ref name="Infobae" /> O número de imigrantes venezuelanos aumentou 500% de 2014 a 2016, para 600 por semana. Entre 2014 e meados de 2017, 38.540 venezuelanos apresentaram pedidos de residência na Argentina.<ref name="Infobae" /><ref>{{cite web|url=http://sunoticiero.com/cada-semana-600-venezolanos-emigran-a-argentina-en-busca-de-oportunidades//|title=Toda semana 600 venezuelanos emigram para a Argentina em busca de oportunidades|work=Su Noticiero|date=2 de novembro de 2017|access-date=11 de novembro de 2017|archive-date=12 de novembro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171112074104/http://sunoticiero.com/cada-semana-600-venezolanos-emigran-a-argentina-en-busca-de-oportunidades/|url-status=ativo}}</ref>

Os venezuelanos que emigram para a Argentina enfrentam vários obstáculos, como o custo da passagem aérea, devido à distância entre os países em comparação com os vizinhos [[Colômbia]] e [[Brasil]]. Atraídos por melhores condições de vida, muitos arriscam a viagem por terra; Marjorie Campos, uma venezuelana que estava grávida de oito meses, viajou de ônibus por 11 dias através da Colômbia, [[Equador]], [[Peru]] e [[Chile]] para chegar à cidade argentina de [[Córdoba, Argentina|Córdoba]].<ref>{{cite web|url=https://www.clarin.com/sociedad/embarazada-meses-viajo-11-dias-colectivo-venezuela-tener-bebe-argentina_0_BkAmb7MuW.html|title=Grávida de 8 meses viajou 11 dias de ônibus para ter seu bebê na Argentina|work=Clarín|date=16 de agosto de 2017|access-date=11 de novembro de 2017|archive-date=11 de novembro de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20171111205218/https://www.clarin.com/sociedad/embarazada-meses-viajo-11-dias-colectivo-venezuela-tener-bebe-argentina_0_BkAmb7MuW.html|url-status=ativo}}</ref>
== Referências ==
== Referências ==



Revisão das 06h13min de 24 de setembro de 2023

Crise migratória venezuelana
Crise migratória venezuelana
Centenas de venezuelanos esperando para marcar seus passaportes em uma alfândega equatoriana.
Data 1999 - presente
Local  Venezuela
Causa Questões sociais, repressão política, crime, crise econômica, corrupção, censura entre outros.[1][2][3]
Resultado 7,71 milhões de venezuelanos emigraram[4]

A crise migratória venezuelana refere-se à emigração voluntária de milhões de venezuelanos de seu país natal durante a presidência de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, devido ao estabelecimento de sua Revolução Bolivariana.[1][2][5] De acordo com a Newsweek, a crise "é uma inversão da fortuna em grande escala", onde a "reversão" significa uma comparação com a alta taxa de imigração da Venezuela no século XX.[2] Inicialmente, os venezuelanos de classe alta e estudantes emigraram durante o mandato de Chávez, embora os venezuelanos de classe média e baixa tenham começado a sair quando as condições pioraram no país.[6]

Os venezuelanos foram frequentemente perguntados nas pesquisas de opinião se eles desejariam deixar seu país natal.[7] Em dezembro de 2015, mais de 30% dos venezuelanos planejavam deixar permanentemente a Venezuela.[8] Este número quase duplicou meses depois, em setembro de 2016, com 57% dos venezuelanos que queriam deixar o país de acordo com a Datincorp.[9]

Em 2015, foi mais notório entre a classe média, devido à Crise econômica na Venezuela que a Venezuela enfrentava, com 697.562 venezuelanos que partiram para o exterior, representando 2,3% da população total. Em 2017, esse número cresceu para quase 5,4% da população do país, cerca de 1,42 milhão de pessoas[10]. Em 2018, com o país enfrentando uma Hiperinflação na Venezuela, houve um aumento para 2,3 milhões de venezuelanos que deixaram o país, representando aproximadamente 7% da população nacional[11].

Entre estes estão solicitantes de asilo, refugiados[12] e outros emigrantes forçados. Esta migração massiva é comparável em magnitude à Crise dos refugiados sírios[13] ou à crise de refugiados do Afeganistão. De acordo com a ACNUR e a OIM, o número de venezuelanos que deixaram o país chegou a 5 milhões em novembro de 2019[14], tornando-se uma das maiores crises migratórias da história latino-americana.

Em maio de 2021, havia uma quantidade aproximada de 7 milhões de emigrantes venezuelanos no mundo. Isso representa um aumento de 1.468,24% em relação a 2010 e implica que os emigrantes representam cerca de 22% da população total nascida na Venezuela.[15][16][17] Em abril de 2021, cerca de 1,7 milhões de migrantes venezuelanos encontravam-se na Colômbia.[18]

A Instituição Brookings e David Smolansky, comissário da Organização dos Estados Americanos para a crise de refugiados venezuelanos, estimaram que a crise também é a crise de refugiados atual com menos financiamento internacional na história moderna.[19][20] Em dezembro de 2021, o porta-voz da ACNUR para a América Latina informou que diariamente "cerca de 1.000 pessoas saem da Venezuela sem intenção de voltar".[21]

Foi estimado que, em outubro de 2022, mais de sete milhões de venezuelanos deixaram o país em busca de uma vida melhor no exterior.[22]

A Plataforma Regional de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes, conhecida como R4V, tem monitorizado de perto o crescente fluxo de emigração da Venezuela.[4] Os dados recentes mostram tendências alarmantes que refletem a gravidade da crise na nação caribenha. Segundo atualizações da R4V, aproximadamente 7,71 milhões de pessoas emigraram da Venezuela nos últimos anos, coincidindo com a ascensão ao poder de Nicolás Maduro e a consolidação do chavismo.[4][23] De maio a agosto deste ano, 390.000 venezuelanos deixaram o país, impulsionados pelo desespero diante das difíceis condições de vida, caracterizadas por baixos salários, inflação galopante, falta de serviços públicos e repressão política.[4] Apesar das próximas eleições presidenciais, a esperança é escassa entre os venezuelanos.[4][23] Muitos temem que, através de manipulações e fraudes, Maduro possa ser "reeleito" e manter-se no poder por mais seis anos, apesar da sua impopularidade. Neste cenário, a emigração pode continuar sendo uma constante no futuro próximo da Venezuela.[4][23]

História

Durante o século XX, "a Venezuela era um refúgio para imigrantes fugindo da repressão e intolerância do Velho Mundo", segundo a Newsweek.[2] A emigração começou em ritmos baixos em 1983 após o colapso dos preços do petróleo, embora as taxas elevadas de emigração, especialmente a fuga de profissionais, tenham crescido significativamente após a Revolução Bolivariana liderada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez.[24] Anitza Freitez, diretora do Instituto de Pesquisa Econômica e Social da Universidade Católica Andrés Bello, disse que a emigração se tornou mais proeminente durante a presidência de Chávez, atribuindo "perspectivas de desenvolvimento individual e segurança individual" como as principais razões.[25]

Emigração inicial

Terminal do aeroporto, com ladrilhos coloridos no chão
Emigrantes venezuelanos frequentemente tiram selfies dos seus pés sobre os ladrilhos projetados por Carlos Cruz-Diez no Aeroporto Internacional de Maiquetía.[26] O governo bolivariano instalou uma réplica dos ladrilhos no aeroporto, que foi visto como uma zombaria aos emigrantes.[27]

Em 1998, quando Chávez foi eleito pela primeira vez, o número de venezuelanos que receberam asilo nos Estados Unidos aumentou entre 1998 e 1999.[28] A promessa de Chávez de destinar mais fundos para os empobrecidos gerou preocupação entre venezuelanos ricos e de classe média, desencadeando a primeira onda de emigrantes fugindo do governo bolivariano.[29] Ondas adicionais de emigração ocorreram após a tentativa de golpe de estado na Venezuela em 2002[30] e após a reeleição de Chávez em 2006.[30][31] Em 2009, estimava-se que mais de um milhão de venezuelanos haviam emigrado nos dez anos desde que Hugo Chávez se tornou presidente.[2] De acordo com a Universidade Central da Venezuela (UCV), estima-se que 1,5 milhão de venezuelanos (quatro a seis por cento da população total do país) emigraram entre 1999 e 2014.[5]

Crise na Venezuela

Gráfico do número de venezuelanos vivendo no exterior
Fonte: Organização Internacional para as Migrações[32]

Acadêmicos e líderes empresariais afirmam que a emigração da Venezuela aumentou significativamente nos últimos anos da presidência de Chávez e durante a presidência de Nicolás Maduro.[33] Com o tempo, a emigração aumentou dramaticamente durante a crise e começou a incluir venezuelanos de baixa renda, as pessoas a quem Chávez prometeu ajudar e que estavam passando fome na crise econômica do país.[29] Homens venezuelanos inicialmente deixaram suas esposas, filhos e parentes idosos enquanto fugiam do país para encontrar trabalho e enviar dinheiro de volta para casa.[34] Mais tarde, mães e filhos deixaram a Venezuela para encontrar suas famílias, pois se sentiam exasperadas com a crise, já que as remessas não podiam sustentar suas necessidades diárias.[34]

Eleição de Maduro e protestos de 2014

Após a eleição de Maduro em 2013 e quando protestos se intensificaram em 2014, a taxa de emigração da Venezuela aumentou.[33][35] A Associated Press relatou que a classe média venezuelana começou a emigrar nesse período à medida que a crise se intensificava com mais escassez, inflação e agitação.[35]

Entre 2012 e 2015, o número de venezuelanos que emigraram aumentou em 2.889 por cento.[36] Em 2015, a PGA Group estimou que um total de cerca de 1,8 milhão de venezuelanos haviam emigrado.[37][38] No ano seguinte, estima-se que mais de 150.000 venezuelanos emigraram; estudiosos estudando a diáspora, que o The New York Times referiu-se como um "êxodo", teriam dito que este foi "o maior [número] em mais de uma década".[29]

Crise constitucional de 2017 e eleições da Assembleia Constituinte

Durante a crise constitucional da Venezuela em 2017, a Colômbia se preparou para um aumento no número de refugiados venezuelanos.[39] Segundo o governo colombiano, mais de 100.000 venezuelanos emigraram para a Colômbia na primeira metade de 2017.[40] Na preparação para as eleições da Assembleia Constituinte da Venezuela em 2017, a Colômbia concedeu uma Permissão Especial de Residência Permanente para cidadãos venezuelanos que entraram no país antes de 25 de julho; mais de 22.000 venezuelanos solicitaram residência permanente na Colômbia nas primeiras 24 horas do programa.[41] O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados descobriu que países anfitriões em toda a América Latina registraram mais de um milhão de venezuelanos se estabelecendo entre 2014 e 2017.[42] A organização intergovernamental Organização Internacional para as Migrações (OIM) apresentou números similares, com cerca de um milhão de venezuelanos emigrando entre 2015 e 2017 em seus dados;[32] outras estatísticas indicaram que os números da OIM podem ter sido conservadores.[43]

Reeleição de Maduro em 2018

Após a controversa reeleição do Presidente Maduro em maio de 2018, a emigração continuou; os venezuelanos acreditavam que as políticas de Maduro não mudariam e as condições no país continuariam a se deteriorar.[44] Em setembro de 2018, o representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados comparou oficialmente a crise com a crise de migrantes e refugiados causada pela Guerra Civil Síria.[45] O ACNUR e a OIM divulgaram dados em novembro de 2018 mostrando que o número de refugiados fugindo da Venezuela desde o início da revolução bolivariana em 1999 havia aumentado para 3 milhões, cerca de 10% da população do país.[46]

Crise presidencial

Em 2019, o presidente da Assembleia Nacional Venezuelana Juan Guaidó declarou-se presidente interino da Venezuela, iniciando uma crise presidencial.[47]

Em 30 de abril de 2019, Guaidó tentou liderar um levante militar para remover Maduro do poder, mas o plano acabou falhando.[48]

A emigração aumentou novamente, uma vez que os venezuelanos previram que não veriam mudanças significativas e devido aos erros da oposição.[34] À medida que as perspectivas de mudança política diminuíam na Venezuela, uma pesquisa de julho de 2019 pela Consultares 21 estimou que entre 4,7 e 6 milhões de venezuelanos haviam deixado o país.[49] Neste ponto, a crise de refugiados venezuelanos foi considerada a segunda pior do mundo, atrás da Guerra Civil Síria.[50] No final de 2019, Maduro havia firmemente estabelecido-se no poder e a oposição a ele tornou-se desencorajada, resultando na saída de críticos do país.[51]

Causas

Pais dirão: "Prefiro me despedir do meu filho no aeroporto do que no cemitério".

El Universal relatou que, de acordo com o estudo da UCV Comunidade Venezuelana no Exterior: Um Novo Método de Exílio, por Tomás Páez, Mercedes Vivas e Juan Rafael Pulido, a diáspora bolivariana foi causada pelo "deterioração tanto da economia quanto do tecido social, crime desenfreado, incerteza e falta de esperança por uma mudança de liderança no futuro próximo".[1] The Wall Street Journal afirmou que muitos venezuelanos "de colarinho branco" fugiram dos altos índices de criminalidade do país, inflação crescente e expansão dos controles estatistas".[24] Estudos sobre cidadãos atuais e antigos da Venezuela indicaram que as razões para deixar o país incluíam falta de liberdade, altos níveis de insegurança e falta de oportunidade.[5][52] O diretor da Link Consultants, Óscar Hernández, disse que as causas da emigração incluem questões econômicas, embora a insegurança e as incertezas legais sejam as principais razões.[53]

Crime e insegurança

Gráfico da taxa crescente de homicídios na Venezuela
Taxa de homicídios de 1998 a 2018. Fontes: OVV, PROVEA, ONU
* A linha pontilhada da ONU é projetada a partir de dados ausentes.

A taxa de criminalidade da Venezuela é uma causa significativa de emigração.[1][24] Segundo o sociólogo Tomás Páez, pais e avós venezuelanos encorajam os jovens a deixar o país por sua própria segurança.[5]

A Venezuela deteriorou-se sob Hugo Chávez, com aumento da instabilidade política e da violência.[54] De acordo com Gareth A. Jones e Dennis Rodgers em seu livro, Violência juvenil na América Latina: Gangues e justiça juvenil em perspectiva, a mudança de regime que veio com a presidência de Chávez causou conflito político, que foi "marcado por um novo aumento no número e na taxa de mortes violentas".[55] Roberto Briceño-León concorda, escrevendo que a Revolução Bolivariana tentou "destruir o que existia anteriormente, o status quo da sociedade", com o aumento da instabilidade como resultado;[54] ele também acredita que o governo agravou esses problemas sociais ao atribuir violência e crime à pobreza e desigualdade e ao se gabar sobre sua redução à medida que a taxa de homicídios na Venezuela aumentava.[54] O aumento na taxa de homicídios após a presidência de Chávez foi atribuído por especialistas à corrupção das autoridades venezuelanas, ao fraco controle de armas e a um sistema judiciário deficiente.[56] A taxa de homicídios aumentou de 25 por 100.000 em 1999 (quando Chávez foi eleito)[55] para 82 por 100.000 em 2014.[57]

Em 2018, estimava-se que havia 81,4 mortes por 100.000 pessoas, tornando esta a taxa mais alta da América Latina. De acordo com os padrões da OMS, isso torna a violência uma epidemia em 88% dos municípios. Há também estimativas que afirmam que a Venezuela possui as maiores taxas de sequestro na região e que os sequestros aumentaram mais de vinte vezes desde o início da presidência de Chávez até 2011.[58][59][60][61] Também houve um aumento nas execuções extrajudiciais nas quais a força governamental chamada Forças de Ação Especial (FAES) realizou execuções sob o pretexto de operações de segurança. Mais de 7.500 das 23.000 mortes violentas relatadas em 2018 foram causadas por resistência à autoridade. Entre janeiro e maio de 2019, foram relatadas 2.100 dessas mortes.[61]

A taxa de homicídios na Venezuela também diminuiu significativamente entre 2017 e 2020. Em 2018, a taxa de homicídios da Venezuela, descrita como a mais alta do mundo, começou a diminuir para 81,4 por 100.000 pessoas, de acordo com o Observatório da Violência Venezuelano (OVV). A organização declarou que esta tendência decrescente se deveu aos milhões de venezuelanos que emigraram do país naquela época.[62] A taxa de homicídios caiu ainda mais, para 60,3 em 2019.[63]

Economia

Imigrantes venezuelanos sendo processados no Equador em preparação para fazer a longa viagem ao norte para Cidade de Nova York, em 2022

Um grande fator para a emigração em massa da Venezuela continua a ser a deterioração econômica do país. A crise econômica venezuelana, conhecida como uma das mais graves da história econômica recente, foi em grande parte impulsionada pela queda dos preços internacionais do petróleo em 2014. A resposta inadequada do governo levou à exacerbação da crise e à subsequente recessão em 2017, que é uma das piores recessões da história recente do hemisfério ocidental.[18]

Muitos empresários emigraram para países com economias em crescimento desde a Revolução Bolivariana.[1] A crise econômica vivida na Venezuela é pior do que os eventos após a dissolução da União Soviética.[64] Desde que Hugo Chávez impôs controles de câmbio rigorosos em 2003 na tentativa de prevenir a fuga de capitais,[65] uma série de desvalorizações cambiais perturbou a economia venezuelana.[66] Controles de preços e outras políticas governamentais causaram graves escassez na Venezuela.[67] Como resultado das escassez, os venezuelanos precisam procurar comida (ocasionalmente comendo frutas selvagens ou lixo), esperar horas em filas e viver sem alguns produtos.[68][69][70][71][72]

De acordo com uma análise da Gallup de 2018, "[d]ecisões governamentais levaram a uma crise em efeito dominó que continua a piorar, deixando os residentes incapazes de pagar necessidades básicas, como alimentação e moradia", com os venezuelanos "acredit[ando] que podem encontrar vidas melhores em outros lugares".[73]

Atualmente, a economia da Venezuela continua a experimentar estagflação, desvalorização, uma crise habitacional, aumento exacerbado da dívida externa e reduções de mais de 35% no PIB.[18] De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia venezuelana contraiu 45% entre 2013 e 2018. A taxa de inflação da Venezuela ultrapassou 100% em 2015, a maior taxa de inflação do mundo e a mais alta na história do país.[74] No final de 2018, essa taxa aumentaria para 1,35 milhão por cento.[75] Além disso, espera-se que o PIB diminua em mais 25% até o final de 2019.[61]

Saúde e acesso à saúde

A situação econômica e política na Venezuela levou a níveis crescentes de pobreza e escassez de recursos, incluindo alimentos e medicamentos, afetando grandemente a saúde e o bem-estar dos venezuelanos. Em 2018, estimava-se que cerca de 90% da população vivia em condições de pobreza. Em relação à saúde nutricional, em 2017 os venezuelanos perderam em média 11 quilogramas de peso corporal e 60% da população relatou que não tinha recursos suficientes para acessar alimentos.[18] Os venezuelanos que permanecem no país têm pouco acesso a alimentos; em 2018, o Ministério da Alimentação informou que 84% dos itens que fazem parte da cesta básica não estavam disponíveis nos supermercados. A produção de alimentos também diminuiu 60% entre 2014 e 2018; o setor agrícola foi enfraquecido tanto pelas administrações de Chávez quanto de Maduro, e as importações de alimentos diminuíram 70% entre 2014 e 2016.[61]

Além disso, a fragmentação geral do estado levou à redução da prestação de serviços de saúde e a um setor de saúde em deterioração. Esse ambiente empobrecido com recursos escassos foi o terreno fértil para o surgimento de doenças como sarampo, difteria, tuberculose e malária.[18] As importações de medicamentos diminuíram 70% entre os anos 2012 e 2016, apenas 15 das 56 empresas farmacêuticas ainda funcionam, e mais de 150 farmácias fecharam desde 2016. No final de 2018, 85% dos medicamentos essenciais foram declarados escassos e, segundo a ONU, 300.000 indivíduos estão em risco porque não têm acesso a medicamentos essenciais há mais de um ano. O governo parou de publicar dados sobre indicadores de saúde nacional em 2015, mas acredita-se que a situação seja crítica.[61]

Repressão política

Um corpo morto na rua, Paola Ramírez, coberto com um lençol
Corpo de uma manifestante, morta por colectivos na Mãe de Todas as Marchas durante os protestos venezuelanos de 2017

De acordo com Comunidade Venezuelana no Exterior: Um Novo Método de Exílio, o governo bolivariano "preferiria instigar aqueles que discordam da revolução a partir, em vez de parar para pensar profundamente sobre os danos que esta diáspora acarreta para o país".[1] A revista Newsweek relatou que Chávez "pressionou fortemente contra qualquer um" que não fosse parte de seu movimento, resultando em uma grande diáspora de profissionais de ciência, negócios e mídia saindo da Venezuela.[2]

Até 9.000 exilados venezuelanos viviam nos Estados Unidos em 2014, com o número de exilados também aumentando na União Europeia.[1] O Centro da Flórida para Sobreviventes de Tortura relatou em 2015 que a maioria daqueles a quem assistiram desde o ano anterior eram migrantes venezuelanos. A organização fornecia psiquiatras, assistentes sociais, intérpretes, advogados e médicos para dezenas de indivíduos e suas famílias.[76]

Efeitos

Educação

Muitos emigrantes venezuelanos são profissionais educados.[5] Iván de la Vega da Universidade Simón Bolívar (USB) descobriu que 60 a 80 por cento dos estudantes na Venezuela disseram que querem deixar o país e não retornar às condições de 2015.[77] Estudantes de escolas primárias e secundárias também foram afetados, com relatos de mídia de crianças desmaiando de fome nas escolas.[78] Nas regiões fronteiriças da Venezuela, a taxa de abandono escolar é de até 80 por cento.[79][80]

Escultura ao ar livre moderna, com um edifício vermelho e passarela elevada ao fundo
Universidade Central da Venezuela, a universidade mais proeminente do país, viu uma grande porcentagem de seus educadores deixar o país.

De acordo com um relatório de 2014 que Iván de la Vega escreveu, cerca de 1 milhão de venezuelanos haviam emigrado durante a presidência de Chávez, mas o número de acadêmicos era desconhecido;[81] A UCV perdeu mais de 700 de seus 4.000 professores entre 2011 e 2015.[82] Cerca de 240 professores deixaram a USB entre 2009 e 2014,[81][82] com outros 430 membros do corpo docente saindo de 2015 a 2017.[83]

Motivos para Emigração

As principais razões para a emigração de profissionais da educação incluem a taxa de criminalidade na Venezuela e a baixa remuneração do governo.[81][82] De acordo com o Presidente da Academia Venezuelana de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais, Claudio Bifano, a maior parte da "capacidade tecnológica e científica da Venezuela, construída ao longo de meio século", foi perdida durante a presidência de Hugo Chávez. Apesar de 2% do PIB do país ser investido em ciência e tecnologia, o número de artigos publicados em periódicos internacionais caiu de cerca de 1.600 para 1.000 (o valor de 1997, quando o orçamento tecnológico da Venezuela era de 0,3% do PIB) de 2008 a 2012.[84]

Mariano Herrera, diretor do Centro de Pesquisa e Educação Cultural, estimou em 2014 uma escassez de cerca de 40% do necessário para professores de matemática e ciências. O governo venezuelano tentou aliviar a falta de professores criando a Micromissão Simón Rodríguez, reduzindo os requisitos de graduação para profissionais da educação para dois anos de estudos.[85] De janeiro a março de 2018, 102 das 120 vagas na USB permaneceram desocupadas.[86]

O estudo Comunidade Venezuelana no Exterior: Um Novo Método de Exílio relatou que mais de 90 por cento dos mais de 1,5 milhão de emigrantes da Venezuela possuíam graduação universitária; 40 por cento possuíam um mestrado, e 12 por cento possuíam doutorado ou graus pós-doutorado.[5][52] O estudo utilizou dados oficiais verificados no exterior e pesquisas de venezuelanos que decidiram emigrar.[5]

Economia

Empresários emigraram da Venezuela devido aos controle de preços do governo e corrupção, escassez e controles de câmbio estrangeiro. Contadores e administradores partiram para países com crescimento econômico, como Argentina, Chile, México, Peru e os EUA.[1] Um estudo do Sistema Econômico da América Latina relatou que a emigração de trabalhadores altamente qualificados com 25 anos ou mais da Venezuela para os países da OECD aumentou 216 por cento entre 1990 e 2007.[2]

Estima-se que 75 por cento dos cerca de 20.000 trabalhadores da PDVSA (Petróleos de Venezuela) que deixaram a empresa emigraram para outros países em busca de trabalho.[7] Ex-engenheiros de petróleo começaram a trabalhar em plataformas de petróleo no Mar do Norte e nas areias betuminosas do oeste do Canadá;[2] o número de venezuelanos em Alberta aumentou de 465 em 2001 para 3.860 em 2011.[87] Ex-funcionários da PDVSA também se juntaram à indústria petrolífera mais bem-sucedida na vizinha Colômbia.[87] De acordo com o El Universal, "milhares de engenheiros e técnicos de petróleo, totalizando centenas de milhares de horas-homem em treinamento e experiência na indústria petrolífera (mais significativo do que diplomas acadêmicos)", e a maioria dos ex-executivos da PDVSA, estão trabalhando no exterior.[1] Após o êxodo da PDVSA, a produção de petróleo venezuelano diminuiu e os acidentes de trabalho aumentaram.[87] Até 2019, mais de 50.000 engenheiros e arquitetos haviam deixado a Venezuela nos seis anos anteriores, com parte da força de trabalho venezuelana sendo substituída por trabalhadores estrangeiros, incluindo contrapartes chinesas.[88]

Mídia e artes

Atores, produtores, apresentadores de TV, âncoras de notícias e jornalistas teriam deixado para a Colômbia, Flórida e Espanha após o fechamento de meios de comunicação pelo governo venezuelano, ou sua compra por simpatizantes do governo. Músicos emigraram para lugares receptivos ao seu estilo de música.[1]

Saúde

Linha de médicos bloqueando uma rua
Médicos venezuelanos protestando em Caracas 2017

Médicos e equipe médica, particularmente aqueles em instalações privadas, emigraram devido a baixos salários e falta de reconhecimento após a oposição do governo venezuelano aos tradicionais programas de 6 anos. O governo bolivariano, por sua vez, apoia a formação de "médicos comunitários" em Cuba. O governo teria restringido o acesso a instalações e financiamento para a formação de médicos, o que levou ao fechamento de programas médicos em todo o país.[1]

O presidente da Federação Médica da Venezuela, Douglas León Natera, afirmou em abril de 2015 que mais de 13.000 médicos (mais de 50 por cento do total do país) haviam emigrado. De acordo com Natera, a consequente escassez de médicos afetou tanto hospitais públicos quanto privados.[89] Em março de 2018 (após 22.000 médicos terem fugido da Venezuela), o salário de muitos médicos era inferior a [[Predefinição:Dollar sign/name|Predefinição:Dollar sign/symbol]]10 por mês.[90]

Em países da América Latina, as credenciais médicas dos médicos venezuelanos são geralmente aceitas. No entanto, as oportunidades para venezuelanos nos Estados Unidos são limitadas, com médicos frequentemente se tornando assistentes médicos ou trabalhando em áreas não médicas.[90]

Estatísticas

Números de migrantes

De acordo com Iván de la Vega, o número de venezuelanos vivendo no exterior aumentou em mais de 2.000 por cento do meio dos anos 1990 até 2013 (de 50.000 para 1.200.000).[91] A idade média do emigrante é 32 anos.[77]

A porcentagem de venezuelanos que afirmaram ter familiares no exterior aumentou de 10 por cento em 2004 para quase 30 por cento em 2014.[3] Em 2014, cerca de 10 por cento afirmaram que estavam se preparando para emigrar.[3] Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, "entre 2003 e 2004, o número de refugiados (venezuelanos) dobrou de 598 para 1.256, e entre 2004 e 2009, o número de refugiados venezuelanos foi cinco vezes maior, chegando a 6.221. Até essa data, há também um registro de 1.580 venezuelanos solicitando refúgio."[25]

Uma pesquisa realizada no final de 2017 pela Consultores 21 descobriu que mais de quatro milhões de venezuelanos haviam deixado o país devido à Revolução Bolivariana, e 51 por cento dos jovens adultos disseram que queriam emigrar.[92] Em 2018, estimava-se que mais de um milhão de venezuelanos tinham planos de emigrar.[4] Os emigrantes são principalmente profissionais entre 18 e 35 anos.[3]

Características dos migrantes

Compreender as características dos migrantes é importante porque estas influenciam e afetam as vulnerabilidades e os padrões de migração. De acordo com uma pesquisa da OIM sobre migrantes venezuelanos no Brasil, Colômbia e Peru em 2018, os entrevistados no Brasil tinham uma idade média de 32 anos, os entrevistados na Colômbia e no Peru tinham uma idade média de 30 anos, 58% da população pesquisada eram homens, 5% das mulheres pesquisadas na Colômbia estavam grávidas, 3% no Brasil e 1% no Peru, 31% dos entrevistados no Brasil e 39% dos entrevistados na Colômbia relataram não ter um status de migração regular e 41% dos entrevistados no Brasil viajavam sozinhos, 37% na Colômbia e 31% no Peru.[93] Em um estudo de vulnerabilidade para migrantes na América Central e no Caribe em 2019, a OIM descobriu que 4% dos entrevistados no estudo eram mulheres grávidas, 32% das mulheres afirmaram ter sido afetadas por discriminação e 5% destas mulheres estavam grávidas, 58% das mulheres relataram falta de acesso à saúde e 57% dos homens também, e 65% dos entrevistados viajavam sozinhos vs 35% viajavam em grupo.[94]

População colombiana

Migrantes venezuelanos cruzando um rio, auxiliados pela polícia colombiana
Oficial da Polícia Nacional Colombiana carregando uma mulher idosa através do Rio Táchira para a Colômbia

De acordo com a socióloga Raquel Alvarez da Universidad de los Andes, 77 por cento dos imigrantes para a Venezuela durante a década de 1990 eram da Colômbia. No início dos anos 2010, os imigrantes colombianos estavam desapontados com o colapso econômico da Venezuela e a discriminação pelo governo e seus apoiadores. Entre dezenas de milhares e 200.000 colombianos deixaram a Venezuela nos anos anteriores a 2015.

De acordo com a socióloga Raquel Alvarez da Universidad de los Andes, 77 por cento dos imigrantes para a Venezuela durante a década de 1990 eram da Colômbia. No início dos anos 2010, os imigrantes colombianos estavam desapontados com o colapso econômico da Venezuela e a discriminação pelo governo e seus apoiadores. Entre dezenas de milhares e 200.000 colombianos deixaram a Venezuela nos anos anteriores a 2015. O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia informou que os vistos para a Colômbia aumentaram em 150 por cento entre março de 2014 e março de 2015, e a assistência à repatriação de colombianos-venezuelanos atingiu um número recorde no primeiro trimestre de 2015. Martin Gottwald, vice-chefe da agência de refugiados das Nações Unidas na Colômbia, disse que muitos dos 205.000 refugiados colombianos que fugiram para a Venezuela podem retornar à Colômbia. O número de colombianos repatriados preocupou o governo colombiano, devido ao seu efeito no desemprego e nos serviços públicos.[95]

População judaica

A população judaica na Venezuela, de acordo com várias organizações comunitárias, declinou de uma estimativa de 18.000–22.000 no ano 2000[96] para cerca de 9.000 em 2010.[97] Líderes comunitários citam a economia, a segurança e o aumento do antissemitismo como principais razões para o declínio. Alguns acusaram o governo de se envolver em, ou apoiar, ações e retórica antissemitas.[97][98][99] Em 2015, foi relatado que a população judaica havia declinado para 7.000.[100]

Vida de refugiado

Ajuda

Organizações e eventos foram criados para auxiliar emigrantes venezuelanos. O site MeQuieroIr.com (Espanhol: "Quero ir embora") foi criado por um ex-funcionário de assuntos públicos da PDVSA que se mudou para o Canadá, e rapidamente se tornou popular entre emigrantes venezuelanos.[7][101][102] Em junho de 2015, a primeira Expo Migração anual foi realizada em Caracas; o evento incluiu grupos de apoio, assistência para estudos no exterior e ajuda no processo de emigração.[103] A rede Somos Diáspora, composta por um site e uma estação de rádio em Lima, Peru, foi lançada em maio de 2018 para fornecer entretenimento venezuelano, notícias e informações de migração para a diáspora.[104]

Problemas

Crime

Da mesma forma que abrimos os braços para os irmãos venezuelanos entrarem, que vêm de uma crise muito forte... algumas pessoas que estão ligadas ao crime também saem de lá.

O governo Maduro frequentemente permitiu a emigração de criminosos venezuelanos e crime organizado para países da região, com nações como Aruba, Colômbia, Panamá, Peru e Estados Unidos experimentando um aumento da criminalidade como resultado.[105][106]

Em junho de 2018, um grupo de venezuelanos roubou uma joalheria no Jockey Plaza, Peru, e fugiu do país.[107] Em 27 de julho de 2018, quatro venezuelanos atiraram e feriram um policial durante um assalto a uma loja no país, embora tenham sido capturados posteriormente.[108][109] A gangue "Tren de Aragua" (Trem de Aragua) da Venezuela - que prosperou na impunidade de seu país natal, onde dirigiam operações de roubo, sequestro e assassinato - viu cinco de seus membros serem presos em agosto de 2018 por planejar um roubo a banco em um shopping peruano.[105][110][111] Os membros da gangue venezuelana foram encontrados pela Polícia Nacional do Peru equipados com armas de fogo, uma granada e um mapa do banco.[110] Pelo menos setenta e dois venezuelanos foram presos no Peru em meados de 2018.[105] Em 19 de fevereiro de 2019, um grupo de migrantes venezuelanos e colombianos mascarados tentou invadir o lodge Inkaterra Amazon Reserve na região de Madre de Dios no Peru, resultando na morte de um guia turístico local. Um total de 53 hóspedes, incluindo turistas americanos e chineses, estavam seguros.[112][113]

Quatro venezuelanos foram colocados sob detenção preventiva em 2021 após evidências indicarem que eles haviam se envolvido em tráfico de drogas e agredido a polícia chilena em Iquique.[114] O presidente eleito Gabriel Boric condenou a agressão contra a polícia e o Ministro do Interior Rodrigo Delgado anunciou que os quatro serão expulsos do Chile, independentemente do resultado do julgamento.[115][116]

Discriminação

Refugiados venezuelanos ocasionalmente enfrentaram xenofobia e discriminação nos países de destino.[117] A Organização Internacional para as Migrações tem aumentado a conscientização de que os refugiados são vulneráveis ao tráfico e à prostituição.[117] Venezuelanos no Panamá enfrentam xenofobia devido à concorrência com residentes locais, e movimentos nacionalistas panamenhos têm usado a retórica anti-refugiados venezuelanos para ganhar apoio.[118]

A discriminação contra venezuelanos ocasionalmente foi um problema no Equador,[119] e em uma pesquisa de 2019 com venezuelanos e outros grupos de migrantes na capital Quito, cerca de metade dos venezuelanos relatou que havia sofrido discriminação desde que chegaram ao Equador (comparado a 62% dos migrantes colombianos pesquisados em Quito que disseram a mesma coisa).[120]

No Brasil, pelo menos 1.200 venezuelanos foram forçados a sair de campos de refugiados pelos residentes de Pacaraima em 18 de agosto de 2018, após a família de um comerciante local informar às autoridades que ele havia sido agredido por um grupo de venezuelanos. No entanto, dois dias depois, as autoridades disseram que a identidade e nacionalidade dos agressores não haviam sido confirmadas.[121] Os residentes da cidade destruíram os campos de migrantes.[122][123][124]

Prostituição

Muitas mulheres venezuelanas na Colômbia recorrem à prostituição para ganhar a vida.[125] Em "La Chama", uma popular canção panamenha de Mr. Saik, o cantor zomba de uma mulher venezuelana que recorre à prostituição; o cantor recebeu ameaças de morte de migrantes ofendidos.[118] Emigrantes venezuelanos instruídos também recorreram à prostituição porque não podem mais continuar as carreiras que seguiram.[126]

Saúde

Doenças infecciosas

O ressurgimento de sarampo e outras doenças transmissíveis como resultado da escassez de médicos na Venezuela gerou preocupações nos países de destino de que os refugiados poderiam espalhar doenças pela região. Surtos de sarampo ocorreram no Brasil, Colômbia e Equador em áreas onde refugiados venezuelanos viviam; a maioria dos infectados eram refugiados.[127] Aumentos em malária e difteria na Venezuela também geraram preocupações nos países vizinhos.[78] Em agosto de 2019, os migrantes venezuelanos receberão cartões de vacinação regionais para garantir que recebam vacinas e não recebam doses duplas. Esta medida foi acordada por autoridades de saúde dos Estados Unidos, Colômbia, Equador, Panamá, Canadá, Haiti, República Dominicana, Argentina, Peru e Paraguai.[128]

Saúde mental

Muitos refugiados venezuelanos sofrem de transtorno de estresse pós-traumático devido aos eventos traumáticos que vivenciaram em seu país natal.[129] Migrantes experimentam sintomas físicos e psicológicos de seus traumas, causados pela violência na Venezuela, deixando familiares para trás e adaptando-se à cultura de seus países anfitriões.[129] Algumas das principais causas de hospitalização entre refugiados venezuelanos no Peru estão relacionadas à saúde mental.[130]

Viagem

Mulheres e crianças dormindo no chão
Refugiados venezuelanos dormindo nas ruas de Cúcuta, Colômbia

Os venezuelanos emigraram de várias maneiras, e imagens de migrantes fugindo por mar foram comparadas aos exilados cubanos.[29] Muitos refugiados viajam a pé por milhares de quilômetros devido à incapacidade de pagar outros métodos de viagem, percorrendo cordilheiras, caminhando em rodovias puxando malas, pegando caronas quando possível e atravessando rios para escapar da crise.[25][131] A maioria inicia suas viagens na cidade fronteiriça de Cucuta, Colômbia e depois parte para seus destinos individuais.[131] Refugiados também são suscetíveis a guias de viagem falsos e roubos ao longo de sua jornada.[25]

Aqueles que partem a pé são conhecidos como los caminantes (os caminhantes); a caminhada até Bogotá, Colômbia é de 350 milhas, e alguns caminham centenas de milhas mais, até o Equador ou Peru.[132] Alba Pereira, que ajuda a alimentar e vestir cerca de 800 caminhantes diariamente no norte da Colômbia, disse em 2019 que está vendo mais doentes, idosos e grávidas entre os caminhantes.[132] A Cruz Vermelha colombiana montou tendas de descanso com comida e água à beira das estradas para os venezuelanos.[133] Os venezuelanos também cruzam para o norte do Brasil, onde o ACNUR montou 10 abrigos para acomodar milhares de venezuelanos.[133] Imagens de venezuelanos fugindo do país por mar têm levantado comparações simbólicas às imagens vistas da diáspora cubana.[29]

Migrantes venezuelanos entraram no Chile a partir da Bolívia pela localidade de Altiplano de Colchane. A rota percorrida pelos migrantes é árida, fria e situa-se a 3.600 metros acima do nível do mar.[134] Esta rota é escolhida já que a rota mais direta e menos rigorosa através da fronteira Chile-Peru é melhor vigiada.[135] Os migrantes são auxiliados na travessia por contrabandistas de pessoas.[135] Em fevereiro de 2021, o custo para uma família atravessar da Bolívia para o Chile era entre US$200 e US$500.[135] Migrantes foram acusados pelo alcaide de Colchane e moradores locais de agir violentamente, forçando-se a entrar em casas habitadas de Colchane, cometendo roubos e ocupando espaços públicos.[135][136]

Destinos

O número e as características das pessoas que deixam a Venezuela podem ser difíceis de rastrear. Estimativas gerais foram feitas para capturar a escala da migração. O fluxo migratório da Venezuela para destinos significativos (que incluem a maioria dos países da América Latina, América do Norte e partes da Europa) aumentou de 380.790 em 2005 para 1.580.022 em 2017 (IOM, 2018a), onde as estimativas são baseadas em cada estimativa do governo receptor.[137] Muitos migrantes entram em um país receptor com status regular, mas muitos não o fazem. O número daqueles que entram irregularmente é difícil de estimar devido ao seu status de imigração.

Os dez principais destinos (destinos significativos) para emigrantes venezuelanos são Colômbia, Peru, Estados Unidos, Espanha, Itália, Portugal, Argentina, Canadá, França e Panamá.[138] Dezenas de milhares de venezuelanos também se mudaram para outros locais, incluindo Trinidad e Tobago[139] e outros países nas Américas e Europa.[5][140]

Venezuelanos fugiram para mais de 90 países em busca de uma vida melhor.[141] Entre 2015 e 2017, a imigração venezuelana aumentou em 1.388% no Chile, 1.132% na Colômbia, 1.016% no Peru, 922% no Brasil, 344% na Argentina e Equador, 268% no Panamá, 225% no Uruguai, 104% no México, 38% na Costa Rica, 26% na Espanha e 14% nos Estados Unidos.[23]

Estados Unidos

Número de venezuelanos concedidos residência permanente nos Estados Unidos por ano (pelo presidente venezuelano), com pedidos de asilo (por Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos)[142][143][144]

Os Estados Unidos são um dos principais destinos para emigrantes venezuelanos.[53][5][25] O número de residentes nos EUA que se identificaram como venezuelanos aumentou 135% entre 2000 e 2010, de 91.507 para 215.023.[145] Em 2015, estimava-se que cerca de 260.000 venezuelanos haviam emigrado para os Estados Unidos.[77] De acordo com o pesquisador Carlos Subero, "[a] grande maioria dos venezuelanos tentando emigrar entra no país com um visto de turista ou de negócios não imigrante", estatísticas mostrando que 527.907 venezuelanos permanecem nos Estados Unidos com vistos não imigrantes.[3] O Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe (SELA) relatou que em 2007, 14% dos venezuelanos com 25 anos ou mais nos Estados Unidos possuíam um doutorado; acima da média dos EUA de nove por cento.[25]

Antes de outubro de 2022, os venezuelanos que buscavam asilo podiam entrar nos Estados Unidos através das fronteiras terrestres e poderiam residir nos Estados Unidos enquanto seus casos eram avaliados. No entanto, por volta de 12 de outubro de 2022, os Estados Unidos anunciaram que os venezuelanos que entravam "entre os portos de entrada, sem autorização, seriam devolvidos ao México". Os Estados Unidos também anunciaram que os venezuelanos que entrassem legalmente seriam elegíveis para um novo programa humanitário, se tivessem um patrocinador nos Estados Unidos, com o novo programa limitado a até 24.000 venezuelanos.[146]

A maior comunidade de venezuelanos nos Estados Unidos vive em South Florida.[5] Entre os anos 2000 e 2012, o número de residentes venezuelanos legais na Flórida aumentou de 91.500 para 259.000.[147]

América Latina e Caribe

Países latino-americanos, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e Panamá, são destinos populares para emigrantes venezuelanos.[33]

Argentina

Uma mulher sorrindo segurando uma faixa
Comemorando o Dia do Imigrante em Buenos Aires
Venezuelanos em um protesto contra a Revolução Bolivariana em São Paulo, Brasil

A imigração venezuelana aumentou significativamente desde 2005, de 148 pessoas por ano para 12.859 em 2016. Mais de 15.000 venezuelanos emigraram para a Argentina de 2004 a 2014, dos quais 4.781 obtiveram residência permanente.[148][138] O número de imigrantes venezuelanos aumentou 500% de 2014 a 2016, para 600 por semana. Entre 2014 e meados de 2017, 38.540 venezuelanos apresentaram pedidos de residência na Argentina.[138][149]

Os venezuelanos que emigram para a Argentina enfrentam vários obstáculos, como o custo da passagem aérea, devido à distância entre os países em comparação com os vizinhos Colômbia e Brasil. Atraídos por melhores condições de vida, muitos arriscam a viagem por terra; Marjorie Campos, uma venezuelana que estava grávida de oito meses, viajou de ônibus por 11 dias através da Colômbia, Equador, Peru e Chile para chegar à cidade argentina de Córdoba.[150]

Referências

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Referências

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