Afonso II de Portugal

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Afonso II

Rei de Portugal
Afonso II de Portugal
Reinado 26 de março de 1211
25 de março de 1223
Consorte D. Urraca de Castela
Coroação 1211, Coimbra
Antecessor(a) D. Sancho I
Sucessor(a) D. Sancho II
Nascimento 23 de abril de 1185
  Coimbra, Portugal
Morte 25 de março de 1223 (37 anos)
  Santarém, Portugal
Sepultado em Mosteiro de Alcobaça, Alcobaça
Herdeiro(a) Sancho II (filho)
Dinastia Borgonha
Pai D. Sancho I
Mãe D. Dulce de Aragão
Título(s) O Gordo
Filho(s) D. Sancho II, D. Afonso III, D. Leonor, D. Fernando, D. Vicente, D. João Afonso, D. Pedro Afonso

Afonso II de Portugal (cognominado o Gordo, o Crasso ou o Gafo, em virtude da doença que o teria afectado; Coimbra, 23 de abril de 1185 - Santarém, 25 de março de 1223), terceiro rei de Portugal, era filho do rei Sancho I de Portugal e da sua mulher, D. Dulce de Aragão, mais conhecida como Dulce de Aragão, infanta de Aragão. Afonso sucedeu ao seu pai em 1211.

Reinado

Os primeiros anos do seu reinado foram marcados por violentos conflitos internos (1211-1216) entre Afonso II e as suas irmãs Mafalda, Teresa e Santa Sancha de Portugal (a quem seu pai legara em testamento, sob o título de rainhas, a posse de alguns castelos no centro do país - Montemor-o-Velho, Seia e Alenquer -, com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos), numa tentativa de centralizar o poder régio. Este conflito foi resolvido com intervenção do papa Inocêncio III. O rei indemnizou as infantas com muito dinheiro, a guarnição dos castelos foi confiada a cavaleiros templários, mas era o rei que exercia as funções soberanas sobre as terras e não as infantas como julgavam ter e que levou à guerra.

No seu reinado foram criadas as primeiras leis escritas e pela primeira vez reunidas cortes com representantes do clero e nobreza, em 1211 na cidade de Coimbra, na altura capital. Foram realizadas inquirições em 1220, inquéritos feitos por funcionários régios com vista a determinar a situação jurídica das propriedades e em que se baseavam os privilégios e imunidades dos proprietários. As confirmações validavam as doações e privilégios concedidos nos anteriores reinados, após analisados os documentos comprovativos ou por mercê real. Todo o seu reinado foi um combate constante contra as classes privilegiadas, isto porque seu pai e avô deram grandes privilégios ao clero e nobreza e Afonso II entendia que o poder real devia ser fortalecido.

O reinado de Afonso II caracterizou um novo estilo de governação, contrário à tendência belicista dos seus antecessores. Afonso II não contestou as suas fronteiras com Galiza e Leão, nem procurou a expansão para Sul (não obstante no seu reinado ter sido tomada aos Mouros as cidades de Alcácer do Sal, Borba, Vila Viçosa, Veiros, em 1217, e, possivelmente também Monforte e Moura, mas por iniciativa de um grupo de nobres liderados pelo bispo de Lisboa), preferindo sim consolidar a estrutura económica e social do país. O primeiro conjunto de leis portuguesas é de sua autoria e visam principalmente temas como a propriedade privada, direito civil e cunhagem de moeda. Foram ainda enviadas embaixadas a diversos países europeus, com o objectivo de estabelecer tratados comerciais. Apesar de, como já dissemos, não ter tido preocupações militares, enviou tropas portuguesas que, ao lado de castelhanas, aragonesas e francesas, combateram bravamente na célebre batalha de Navas de Tolosa na defesa da Península Ibérica contra os muçulmanos.

Outras reformas de Afonso II tocaram na relação da coroa Portuguesa com o Papa. Com vista à obtenção do reconhecimento da independência de Portugal, Afonso Henriques, seu avô, foi obrigado a legislar vários privilégios para a Igreja. Anos depois, estas medidas começaram a ser um peso para Portugal, que via a Igreja desenvolver-se como um estado dentro do estado. Com a existência de Portugal firmemente estabelecida, Afonso II procurou minar o poder clerical dentro do país e aplicar parte das receitas das igrejas em propósitos de utilidade nacional. Esta atitude deu origem a um conflito diplomático entre o Papado e Portugal. Depois de ter sido excomungado pelo Papa Honório III, Afonso II prometeu rectificar os seus erros contra a Igreja, mas morreu em 1223 excomungado, sem fazer nenhum esforço sério para mudar a sua política.

Só após a resolução do conflito com a Igreja, logo nos primeiros meses de reinado do seu sucessor Sancho II, pôde finalmente Afonso II descansar em paz no Mosteiro de Alcobaça (foi o primeiro monarca a fazer da abadia cisterciense o panteão real).

Diz-se que D. Afonso II possa ter morrido de lepra (isso poderá ter justificado um dos seus cognomes, o Gafo, bem como uma célebre e depreciativa frase dita por alguns elementos do povo: Fora Gaffo!), mas a enorme gordura que o rei possuía teria sido a sua causa de morte.

Títulos, estilos, e honrarias

Predefinição:Info/Estilos reais

Títulos e estilos

  • 23 de Abril de 1185 – 26 de Março de 1211: O Infante Afonso de Portugal
  • 26 de Março de 1211 – 25 de Março de 1223: Sua Mercê, El-Rei de Portugal

O estilo oficial de D. Afonso II enquanto Rei de Portugal:

Pela Graça de Deus, Afonso II, Rei de Portugal

Genealogia

Descendência

Com a sua mulher, Urraca de Castela (1186-1220):

Filhos naturais:

  • João Afonso (m. 9 de Outubro de 1234), enterrado no mosteiro de Alcobaça
  • Pedro Afonso (n. 1210), que acompanhou seu irmão na conquista de Faro (1249)[1]

Ver também

Referências

Bibliografia

Ligações externas

Realeza Portuguesa
Casa de Borgonha
Descendência
Commons
Commons
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Afonso II de Portugal
Nascimento: 23 de abril de 1185, Coimbra Morte: 25 de março de 1223, Santarém
Precedido por
Sancho I

Rei de Portugal

1211-1223
Sucedido por
Sancho II