Avicultura

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A avicultura é o ramo da Zootecnia dedicado a criação de aves para produção de alimentos, em especial carne e ovos. Entre as espécies criadas na avicultura destaca-se o frango. Em muito menor escala, também são criadas aves como perus, patos, gansos, codornas e avestruzes.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

O interior de uma granja de frangos brasileira. A granja localiza-se em Piraí do Sul, no Estado do Paraná.

Dentro do complexo brasileiro de carnes, a avicultura é considerada por muitos como a atividade mais dinâmica. O desenvolvimento dessa atividade ocorreu a partir do final da década de 1950, nos estados da Região Sudeste, principalmente em São Paulo. As primeiras matrizes foram importadas e desembarcaram no extinto Estado da Guanabara, e em seguida e por ordem, Rio de Janeiro, São Paulo e num segundo momento em Santa Catarina. Na década de 1970, período em que houve profunda reorganização do complexo de carnes no Brasil, a atividade passou a ser liderada pelos estados de Santa Catarina e Mato Grosso, devido a proximidade e como consequência o custo mais baixo dos grãos de milho e soja, principais insumos para a produção de frangos vivos.Os frangos de perna curta são desclassificados.

Além dos alimentos trazidos pelos imigrantes japoneses no Brasil destaca-se também a grande expansão da avicultura brasileira que só cresceu de vez quando foram trazidas aves-matrizes do Japão e com a experiência dos imigrantes japoneses nas granjas.[1] A cidade paulista de Bastos foi fundada por colonos japoneses e sua principal atividade é a avicultura sendo que o município possuí o título de "capital do ovo" e o seu principal evento é a Festa do Ovo,[2] que é um evento de repercussão internacional e oficialmente reconhecido pelo governo do Estado de São Paulo e consta no calendário de eventos agropecuários da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e também no Ministério da Agricultura.[3] A avicultura em Bastos, é uma atividade econômica presente desde a chegada dos imigrantes japoneses,[4] atualmente Bastos é a maior produtora ovos do Brasil[5] e da América Latina, sendo que são produzidos 14 milhões de ovos por dia, o que corresponde a 40% de toda a produção do estado e 20% do país.[3]

Exportar tem sido uma prioridade para o setor que, em 2001, ultrapassou a barreira do bilhão de dólares com as exportações. Somente em 2010 a produção brasileira de carne de frango chegou a 12,23 milhões de toneladas, segundo dados da UBABEF[6].

No mercado consumidor interno, o brasileiro tem mudado seu hábito de consumo de carnes, passando de um país preponderantemente consumidor de carne bovina para consumidor da carne de frango. A qualidade, a imagem de produto saudável e os preços acessíveis auxiliaram na conquista dessa posição. O aumento do consumo per capita demonstra essa mudança de hábito.

Desde o inicio da produção de frangos de corte no Brasil, a cadeia produtiva modernizou-se, devido à necessidade de redução de custos e aumento de produtividade, tentando com isso não perder competitividade em nível mundial. Como consequência, tem sido uma das mais organizadas do mundo, destacando-se das demais criações pelos resultados alcançados não só em produtividade e volume de abate, como também no desempenho econômico, onde têm contribuído de forma significativa para a economia do Brasil. Outro fator favorável à criação de frango no Brasil é a alta produção interna de grãos como o milho, que servem de alimento para o plantel. A atuação da Embrapa em pesquisas de melhoramento genético e na instrução de produtores também é bastante relevante.

Em muitos países do Oriente Médio, o consumo de carne congelada de frango está fortemente associado à exploração desse mercado por empresas brasileiras. Em países como a Arábia Saudita e Israel, utilizam a palavra "Sadia" (marca da maior produtora de frangos congelados do Brasil) para designar frango congelado.

Além da Sadia, destacam-se internacionalmente marcas como Perdigão e Seara. Em 2006 teve início uma forte onda de aquisições de empresas menores por outras maiores do mesmo ramo. Em 2009 as duas maiores empresas do país Sadia e Perdigão fizeram uma fusão o que originou a Brasil Foods. Apesar das compras e fusões, a Avicultura no Brasil possui particularidades regionais e grande fragmentação de sua produção que conta com aproximadamente 350 locais de abate espalhados por todo o país, sendo que 81% do volume produzido para o mercado externo e interno se concentra em 50 locais de abate.

No mundo[editar | editar código-fonte]

A avicultura é uma atividade econômica cada vez mais relevante mundialmente. De acordo com o USDA, os principais exportadores de frango são o Brasil (3 040 000 toneladas)[7], os Estados Unidos (com 2 538 000 toneladas por ano), a União Europeia (780 000 toneladas), a Tailândia (400 000 toneladas) e a República Popular da China (360 000 toneladas).

O Brasil se tornou o maior exportador de aves em 2004.

Raças Autóctones Portuguesas[editar | editar código-fonte]

Portugal conta com a presença de 4 raças autóctones de espécies avícolas[8]:

  • Amarela
  • Branca
  • Pedrês Portuguesa
  • Preta Lusitânica

Referências

  1. «Quais alimentos foram trazidos ao Brasil pelos japoneses? - Superinteressante». Superinteressante. Consultado em 27 de setembro de 2009. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2009 
  2. «Folha de S.Paulo - Fundada por imigrantes japoneses, Bastos vive como "capital do ovo" - 22/06/2008». folha.uol.com.br. Consultado em 26 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2014 
  3. a b «Produtores de ovos de SP reforçam atenção com os custos do negócio». diariodafranca.com.br. Consultado em 26 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2014 
  4. «A CULTURA JAPONESA E A FESTA DO OVO COMO ATRATIVO TURÍSTICO PARA O MUNICÍPIO DE BASTOS – SP». unoeste.br. Consultado em 26 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 26 de dezembro de 2014 
  5. «AviSite Notícias: Maiores municípios produtores de ovos do Brasil segundo o IBGE». ovosite.com.br. Consultado em 26 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2014 
  6. UBABEF. Relatório anual Ubabef 2010-2011. Disponível em: http://www.abef.com.br/ubabef/exibenoticiaubabef.php?notcodigo=2761 . Acesso em: 03/06/2012
  7. Avisite
  8. Portaria n.º 55/2015, Diário da República n.º 41/2015, Série I de 2015-02-27.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]