Embraer EMB-110

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 Nota: Para o termo Bandeirantes, veja Bandeirantes (desambiguação).
EMB-110 Bandeirante
Avião
Embraer EMB-110
Protótipo nº 1, de três produzidos, cuja denominação era EMB-100 ou FAB YC-95 (Musal)
Descrição
Tipo / Missão Aeronave de transporte civil e militar(a), com motores turboélice, bimotor monoplano
País de origem  Brasil
Fabricante Embraer
Período de produção 1973-1991
Quantidade produzida 498
Desenvolvido de Embraer EMB-100
Primeiro voo em 22 de outubro de 1968 (55 anos)
Introduzido em 9 de fevereiro de 1973
Tripulação 2 ou 3
Passageiros 15/21
Especificações
Dimensões
Comprimento 15,08 m (49,5 ft)
Envergadura 15,32 m (50,3 ft)
Altura 4,73 m (15,5 ft)
Área das asas 29  (312 ft²)
Alongamento 8.1
Peso(s)
Peso máx. de decolagem 5 670 kg (12 500 lb)
Propulsão
Motor(es) 2 x turboélices Pratt&Whitney PT6A-34
Performance
Velocidade máxima 426 km/h (230 kn)
Alcance (MTOW) 1 900 km (1 180 mi)
Teto máximo 8 260 m (27 100 ft)
Notas
(a)Os três protótipos eram de oito lugares. A partir da primeira aeronave de série, passou a ter doze lugares.

O Embraer EMB-110 Bandeirante é um avião turboélice com capacidade de 15 a 21 passageiros, para uso civil ou militar, desenvolvido pela fabricante brasileira Embraer.

Histórico

No final da década de 1960 o governo brasileiro desencadeou uma política de expansão da indústria nacional, época em que havia a necessidade de se obter um avião de propósito geral, para uso civil e militar, a ser utilizado no transporte de cargas e passageiros. Desta forma promoveu o desenvolvimento de uma nova aeronave, que viesse a operar com baixo custo operacional e fosse capaz de ligar regiões remotas e dotadas de pouca infra-estrutura.

3º protótipo, ainda denominado EMB-100. Exposto em São José dos Campos

Coube a uma equipe do Centro Técnico Aeroespacial, liderada inicialmente pelo projetista francês Max Holste, com a supervisão do engenheiro aeronáutico Ozires Silva, a missão de desenvolver o produto. O projeto, que foi chamado de IPD-6504, teve início em 1965 e se desenvolveu durante três anos, até o primeiro voo, em 22 de outubro de 1968. A Embraer ainda não havia sido criada, o que aconteceria no ano seguinte, em 19 de agosto de 1969, tendo como primeiro presidente, Ozires Silva. A partir de maio de 1971, teve início a produção em série do avião e, em 9 de fevereiro de 1973, a Força Aérea Brasileira recebeu a primeira aeronave, de uma encomenda de oitenta. Até o encerramento da produção, no final de 1991, foram construídas 498 unidades, vendidas para diversos países, incluindo forças armadas, das quais 253 para o Brasil e 245 para o exterior.[1][2]

Usado para o transporte de passageiros, carga, busca e salvamento, reconhecimento fotográfico, originou também uma versão de patrulha marítima, o Bandeirante Patrulha, que recebeu o apelido de Bandeirulha.

Atualmente o protótipo de N° 1, se encontra em exposição no Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos (MUSAL), na base aérea que tem o mesmo nome, no bairro de Guadalupe, Estado do Rio de Janeiro.

Operadores Militares

Principais Operadores Civis

Versões

Equipe de salto do exército em Avaré.
  • EMB-110A - versão de calibragem de auxílios à navegação com capacidade para até seis passageiros/operadores. Designação na Força Aérea Brasileira: EC-95
  • EMB-110B - versão de aerofotogrametria com câmaras Zeiss e aviônicos adicionais com capacidade para até cinco passageiros/operadores. Designação na Força Aérea Brasileira: R-95
  • EMB-110B1 - versão especial do EMB-110B com alternativa de conversão rápida para transporte de até catorze passageiros. Duas unidades construídas, uma para a Força Aérea do Uruguai e outra civil.
  • EMB-110C - versão de transporte civil com quinze (às vezes doze ou dezesseis) lugares, desenvolvido especialmente para atender o transporte aéreo regional. Cinco exemplares foram fornecidos para a Força Aérea do Uruguai.
  • EMB-110C (N) - versão especial do EMB-110C com dispositivos anti-gelo fornecido para a Marinha do Chile.
  • EMB-110E - versão de transporte executivo do EMB-110C com seis/oito lugares.
  • EMB-110E (J) - versão do EMB-110E com equipamento especial.
  • EMB-110K1 - versão de transporte militar com capacidade para 1.650 kg entregue a partir de maio de 1977. Equipado com motores Pratt & Whitney Canada PT6A-34 de 750HP, deriva ventral, comprimento da fuselagem de 14,60 m, porta de carga traseira e porta extra de passageiros/tripulação. Designação na Força Aérea Brasileira: C-95A
  • EMB-110P - versão de transporte civil do EMB-110K1 com dezoito lugares. Equipado com motores Pratt & Whitney Canada PT6A-27 ou PT6A-34. Primeiro voo: janeiro de 1976.
  • EMB-110P1 - modelo de conversão rápida passageiros/carga do EMB-110P
  • EMB-110P2 - modelo de conversão rápida passageiros/carga do EMB-110P com até 21 lugares, sem porta de carga e com peso máximo de 5.670 kg.
  • EMB-110P1 (K) - versão de conversão rápida passageiros/carga do EMB-110K1 com carga útil semelhante. Designação na Força Aérea Brasileira: C-95B
  • EMB-110P1SAR - versão SAR do EMB-110P1 (K) com acomodações para seis macas e peso máximo de 6.000 kg. Designação na Força Aérea Brasileira: SC-95B
  • EMB-110P1A - versão civil, com as sub-variantes EMB-110P2A, 110P1A/41 e 110P2A/41 iguais a P1 etc, mas com diedro dos estabilizadores horizontais de 10°, melhor isolamento acústico e outras alterações. Entregue a partir de dezembro de 1983. Designação na Força Aérea Brasileira: C-95C
  • EMB-11OS1 - versão de pesquisa geofísica do EMB-110C com maior volume de tanque interno da asa, haste de magnetômetro na cauda, dois operadores de equipamentos e motores Pratt & Whitney Canada PT6A-34 de 750HP. Um modelo civil vendido.
  • EMB-110M - versão modernizada da aeronave militar brasileira, em operação desde 2012.

Outros dados

  • Bandeirante da Air Rarotonga.
    A aeronave é conhecida no exterior como bandit (bandido).
  • Teve 29 acidentes fatais na sua carreira.[carece de fontes?]
  • O último acidente aconteceu em Cascavel, no estado do Paraná, no dia 19 de maio de 2010, quando o Bandeirante prefixo PT-GKQ,[3] da empresa Taxi Aéreo Weiss, pousou fora da pista do Aeroporto de Cascavel, que se encontrava fechado devido à neblina. Os dois tripulantes, mesmo tendo sido avisados sobre a condição do aeroporto, insistiram na manobra e tentaram um pouso por instrumentos, colidindo contra o solo a 700 metros da pista. Não houve lesões nos tripulantes e a aeronave sofreu danos graves.[4]

Fim do projeto

A produção em série do Bandeirante terminou no final de 1991. Entretanto, uma última aeronave com nº de série 498 foi fabricado sob encomenda para o Governo da Amazônia em 1995.[2]

Além das 498 unidades de série, foram construídos três protótipos, totalizando 501 unidades fabricadas. Até 2012, havia cerca de 320 unidades em operação.[2]

O conhecimento agregado com o Bandeirante levou a então EMBRAER a criar uma nova aeronave, maior, mais rápida e com cabine pressurizada, o EMB-120 Brasília.

Ver também

Referências

Bibliografia

DRUMOND, Cosme Degenar. Asas do Brasil. São Paulo: Mirian Paglia Editora de Cultura, 2004. ISBN 85-293-0069-6.

Ligações externas

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