Ricardo Felício: diferenças entre revisões

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| principais_trabalhos = [[Universidade de São Paulo]]
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'''Ricardo Augusto Felício''', conhecido como '''Ricardo Felício''' ([[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[27 de maio]] de [[1970]]) é um [[professor]] de [[geografia]] e [[meteorologista]] [[brasil]]eiro.<ref name=":1">{{Citar web|url=http://comunicacao.fflch.usp.br/node/3539|titulo=Ricardo Augusto Felício {{!}} Comunicação Social|acessodata=2017-07-22|obra=comunicacao.fflch.usp.br}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://lcb.fflch.usp.br/node/36|titulo=Ricardo Augusto Felicio {{!}} Laboratório de Climatologia e Biogeografia|acessodata=2017-07-23|obra=lcb.fflch.usp.br}}</ref><ref name=":0" /> É professor e pesquisador no departamento de geografia da [[Universidade de São Paulo]] e reconhecido como [[Negacionismo climático no Brasil|negacionista do aquecimento global]].<ref>{{Citar web|url=http://amazoniareal.com.br/os-ceticos-de-clima-no-brasil-1-colaboracao-da-midia/|titulo=Os céticos de clima no Brasil 1: colaboração da mídia|data=2015-03-16|acessodata=2017-07-23|obra=Amazônia Real}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Silva|primeiro=Ânderson Jésus da|ultimo2=Araújo|primeiro2=Wanna Santos de|ultimo3=Santos|primeiro3=Wildson L. P.|data=2016-07-04|titulo=A controvérsia científica como catalisadora de engajamento sociopolítico|jornal=Indagatio Didactica|volume=8|numero=1|issn=1647-3582|url=http://revistas.ua.pt/index.php/ID/article/view/3976}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://entrecolchetes.blogfolha.uol.com.br/2012/05/15/esta-aberta-a-temporada-de-ceticos/|titulo=Está aberta a temporada de céticos - Entre Colchetes|acessodata=2017-07-23|obra=Entre Colchetes - Folha de S.Paulo - Blogs}}</ref><ref name=":2">{{Citar web|url=https://uspdigital.usp.br/especialistas/especialistaObter?codpub=67A26AE28266|titulo=Especialistas|acessodata=2017-07-22|obra=uspdigital.usp.br}}</ref>
'''Ricardo Augusto Felício''', conhecido como '''Ricardo Felício''' ([[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[27 de maio]] de [[1970]]) é um [[professor]] de [[geografia]] e [[meteorologista]] [[Brasileiros|brasileiro]].<ref name=":1">{{Citar web|url=http://comunicacao.fflch.usp.br/node/3539|titulo=Ricardo Augusto Felício {{!}} Comunicação Social|acessodata=2017-07-22|obra=comunicacao.fflch.usp.br}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://lcb.fflch.usp.br/node/36|titulo=Ricardo Augusto Felicio {{!}} Laboratório de Climatologia e Biogeografia|acessodata=2017-07-23|obra=lcb.fflch.usp.br}}</ref><ref name=":0" /> É professor e pesquisador no departamento de geografia da [[Universidade de São Paulo]] e reconhecido como [[Negacionismo climático no Brasil|negacionista do aquecimento global]].<ref>{{Citar web|url=http://amazoniareal.com.br/os-ceticos-de-clima-no-brasil-1-colaboracao-da-midia/|titulo=Os céticos de clima no Brasil 1: colaboração da mídia|data=2015-03-16|acessodata=2017-07-23|obra=Amazônia Real}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Silva|primeiro=Ânderson Jésus da|ultimo2=Araújo|primeiro2=Wanna Santos de|ultimo3=Santos|primeiro3=Wildson L. P.|data=2016-07-04|titulo=A controvérsia científica como catalisadora de engajamento sociopolítico|jornal=Indagatio Didactica|volume=8|numero=1|issn=1647-3582|url=http://revistas.ua.pt/index.php/ID/article/view/3976}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://entrecolchetes.blogfolha.uol.com.br/2012/05/15/esta-aberta-a-temporada-de-ceticos/|titulo=Está aberta a temporada de céticos - Entre Colchetes|acessodata=2017-07-23|obra=Entre Colchetes - Folha de S.Paulo - Blogs}}</ref><ref name=":2">{{Citar web|url=https://uspdigital.usp.br/especialistas/especialistaObter?codpub=67A26AE28266|titulo=Especialistas|acessodata=2017-07-22|obra=uspdigital.usp.br}}</ref>


Tornou-se notório por conta de suas declarações controversas nas quais contesta o [[aquecimento global]] e as inferências subjacentes, sendo listado entre os pesquisadores [[Negacionismo climático|céticos]] em torno dessa temática.<ref name=":3">{{Citar periódico|titulo=Céticos do clima na Geografia da USP|jornal=Afra Balazina|url=http://internacional.estadao.com.br/blogs/afra-balazina/ceticos-do-clima-na-usp/}}</ref><ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/climatologista-fala-ao-blog-sobre-mentiras-de-mudanca-climatica/|titulo=Climatologista fala sobre mentiras da mudança climática|data=2 de fevereiro de 2017|acessodata=21 de julho de 2017|publicado=veja.abril.com.br|ultimo=Moura Brasil|primeiro=Felipe}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico|titulo="Rio+20 é mamata e aquecimento, história pra boi dormir", diz professor|jornal=Terra|url=https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/clima/rio20-e-mamata-e-aquecimento-historia-pra-boi-dormir-diz-professor,0a480665632da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html}}</ref><ref name=":5">{{Citar web|url=http://www.dci.com.br/dci-sp/aquecimento-global-e-uma-grande-mentira,-diz-doutor-em-climatologia-da-usp-id294697.html|titulo=Aquecimento global é uma grande mentira, diz doutor em Climatologia da USP|acessodata=2017-07-21|obra=www.dci.com.br}}</ref><ref name=":10">{{Citar web|url=http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/SearchableText/paulo+artaxo/id/2417/n/search/Post_page/3|titulo=Ciência Hoje - Debate aquecido|acessodata=2017-07-22|obra=www.cienciahoje.org.br|ultimo=Hoje|primeiro=Ciência|lingua=en}}</ref>
Tornou-se notório por conta de suas declarações controversas nas quais contesta o [[aquecimento global]] e as inferências subjacentes, sendo listado entre os pesquisadores [[Negacionismo climático|céticos]] em torno dessa temática.<ref name=":3">{{Citar periódico|titulo=Céticos do clima na Geografia da USP|jornal=Afra Balazina|url=http://internacional.estadao.com.br/blogs/afra-balazina/ceticos-do-clima-na-usp/}}</ref><ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/climatologista-fala-ao-blog-sobre-mentiras-de-mudanca-climatica/|titulo=Climatologista fala sobre mentiras da mudança climática|data=2 de fevereiro de 2017|acessodata=21 de julho de 2017|publicado=veja.abril.com.br|ultimo=Moura Brasil|primeiro=Felipe}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico|titulo="Rio+20 é mamata e aquecimento, história pra boi dormir", diz professor|jornal=Terra|url=https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/clima/rio20-e-mamata-e-aquecimento-historia-pra-boi-dormir-diz-professor,0a480665632da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html}}</ref><ref name=":5">{{Citar web|url=http://www.dci.com.br/dci-sp/aquecimento-global-e-uma-grande-mentira,-diz-doutor-em-climatologia-da-usp-id294697.html|titulo=Aquecimento global é uma grande mentira, diz doutor em Climatologia da USP|acessodata=2017-07-21|obra=www.dci.com.br}}</ref><ref name=":10">{{Citar web|url=http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/SearchableText/paulo+artaxo/id/2417/n/search/Post_page/3|titulo=Ciência Hoje - Debate aquecido|acessodata=2017-07-22|obra=www.cienciahoje.org.br|ultimo=Hoje|primeiro=Ciência|lingua=en}}</ref>


==Carreira==
== Carreira ==
Ricardo Augusto Felício é natural de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], nascido em 27 de maio de 1970. Graduado em Ciências Atmosféricas na área de Meteorologia pela [[Universidade de São Paulo]] em 1998, em 2003 adquiriu o seu título de mestre em Meteorologia pelo [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]], e em 2007 obteve o seu doutorado em Geografia, na área de Geografia Física, pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor Doutor da Universidade de São Paulo, lotado no Departamento de Geografia.<ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref name=":7">{{Citar web|url=http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2018/2022802018/SP/250000613374|titulo=Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais|data=2018-08-15|acessodata=2018-08-29|obra=divulgacandcontas.tse.jus.br|publicado=Tribunal Superior Eleitoral|ultimo=|primeiro=}}</ref>


Felício tem participado regularmente de simpósios, palestras e exposições em geral pelo país, além de regularmente dar entrevistas na mídia, em que apresenta os seus posicionamentos em torno das mudanças climáticas. Nesse sentido, tem promovido discussões voltadas ao questionamento crítico da ciência das mudanças climáticas.<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=FQSzDAAAQBAJ&pg=PA30&lpg=PA30&dq=ricardo+augusto+felicio&source=bl&ots=vfEYRdGjBK&sig=vEkUCxSesZMtCi1xSAXGWixZgsw&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjBp9_p15TVAhXEgpAKHVKnCOY4ZBDoAQhRMAg#v=onepage&q=ricardo%20augusto%20felicio&f=false|título=ConsciÊncia EccolÓgica|ultimo=Barbosa|primeiro=Carlos Alves|data=2016-07-20|editora=Clube de Autores}}</ref><ref name=":4" /><ref name=":10" /><ref name=":8">{{Citar web|url=http://espacodemocratico.org.br/noticia/aquecimento-global-e-o-tema-de-encontro-democratico/|titulo=Aquecimento global é o tema de Encontro Democrático – Espaço Democrático|acessodata=2017-07-21|obra=espacodemocratico.org.br}}</ref> Mantém com colegas céticos dois websites, o FakeClimate e o Mudanças Climáticas, em que procuram apresentar os seus pontos de vista sobre o tema.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/convencao-sobre-o-clima-abre-cercada-de-polemicas-na-comunidade-cientifica-20091207.html|titulo=Convenção sobre o clima abre cercada de polêmicas na comunidade científica - Tecnologia e Ciência - R7|acessodata=2017-07-23|obra=noticias.r7.com}}</ref>
Ricardo Augusto Felício é natural de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], nascido em 27 de maio de 1970. Graduado em Ciências Atmosféricas na área de Meteorologia pela [[Universidade de São Paulo]] em 1998, em 2003 adquiriu o seu título de mestre em Meteorologia pelo [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]], e em 2007 obteve o seu [[doutorado]] em Geografia, na área de [[Geografia física]], pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor Doutor da Universidade de São Paulo, lotado no Departamento de Geografia.<ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref name=":7">{{Citar web|url=http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2018/2022802018/SP/250000613374|titulo=Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais|data=2018-08-15|acessodata=2018-08-29|obra=divulgacandcontas.tse.jus.br|publicado=Tribunal Superior Eleitoral|ultimo=|primeiro=}}</ref>
Felício tem participado regularmente de [[simpósio]]s, [[palestra]]s e exposições em geral pelo país, além de regularmente dar entrevistas na mídia, em que apresenta os seus posicionamentos em torno das [[mudanças climáticas]]. Nesse sentido, tem promovido discussões voltadas ao questionamento crítico da ciência das mudanças climáticas.<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=FQSzDAAAQBAJ&pg=PA30&lpg=PA30&dq=ricardo+augusto+felicio&source=bl&ots=vfEYRdGjBK&sig=vEkUCxSesZMtCi1xSAXGWixZgsw&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjBp9_p15TVAhXEgpAKHVKnCOY4ZBDoAQhRMAg#v=onepage&q=ricardo%20augusto%20felicio&f=false|título=ConsciÊncia EccolÓgica|ultimo=Barbosa|primeiro=Carlos Alves|data=2016-07-20|editora=Clube de Autores}}</ref><ref name=":4" /><ref name=":10" /><ref name=":8">{{Citar web|url=http://espacodemocratico.org.br/noticia/aquecimento-global-e-o-tema-de-encontro-democratico/|titulo=Aquecimento global é o tema de Encontro Democrático – Espaço Democrático|acessodata=2017-07-21|obra=espacodemocratico.org.br}}</ref> Mantém com colegas céticos dois websites, o <span class="plainlinks">[https://fakeclimate.wordpress.com/ FakeClimate]</span> e o Mudanças Climáticas, em que procuram apresentar os seus pontos de vista sobre o tema.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/convencao-sobre-o-clima-abre-cercada-de-polemicas-na-comunidade-cientifica-20091207.html|titulo=Convenção sobre o clima abre cercada de polêmicas na comunidade científica - Tecnologia e Ciência - R7|acessodata=2017-07-23|obra=noticias.r7.com}}</ref>


Em abril de 2018, filiou-se no [[Partido Social Liberal|Partido Social Liberal (PSL)]] e comunicou nas suas redes sociais a sua pré-candidatura a uma vaga na [[Câmara dos Deputados do Brasil]]. Em agosto daquele ano, registrou oficialmente a sua candidatura a deputado federal representando o estado de São Paulo.<ref name=":7" /><ref>{{citar web|url=http://www.tse.jus.br/partidos/filiacao-partidaria/relacao-de-filiados|título=Relação de filiados - PSL - São Paulo|publicado=tse.jus.br|data=2018-04-27|acessodata=2018-04-28|idioma=pt}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.instagram.com/p/BiGEczagsmz/?taken-by=profdrfelicio|título=Ricardo Augusto Felício|publicado=Instagram|acessodata=2018-04-28|data=2018-04-27|idioma=pt}}</ref> Não foi eleito; recebeu apenas 11.163 votos (0,05% do total de votos válidos em São Paulo).
Em abril de 2018, filiou-se no [[Partido Social Liberal|Partido Social Liberal (PSL)]] e comunicou nas suas redes sociais a sua pré-candidatura a uma vaga na [[Câmara dos Deputados do Brasil]]. Em agosto daquele ano, registrou oficialmente a sua candidatura a deputado federal representando o estado de São Paulo.<ref name=":7" /><ref>{{citar web|url=http://www.tse.jus.br/partidos/filiacao-partidaria/relacao-de-filiados|título=Relação de filiados - PSL - São Paulo|publicado=tse.jus.br|data=2018-04-27|acessodata=2018-04-28|idioma=pt}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.instagram.com/p/BiGEczagsmz/?taken-by=profdrfelicio|título=Ricardo Augusto Felício|publicado=Instagram|acessodata=2018-04-28|data=2018-04-27|idioma=pt}}</ref> Não foi eleito; recebeu apenas 11.163 votos (0,05% do total de votos válidos em São Paulo).


===Posicionamentos===
=== Posicionamentos ===
Em seu trabalho na área de climatologia, bem como em suas declarações a mídia, tem buscado contestar a existência do [[aquecimento global]] e as inferências subjacentes.<ref name=":4" /><ref name=":5" /><ref name=":6">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/42540-cetico-fica-sem-clima-para-financiamento.shtml|titulo=Folha de S.Paulo - Ciência + Saúde - Cético fica 'sem clima' para financiamento - 13/05/2012|acessodata=2017-07-21|obra=www1.folha.uol.com.br}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo=SBPC - Cientistas divergem sobre o papel do homem no aquecimento global|jornal=Site Inovação Tecnológica|url=http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=cientistas-visoes-opostas-papel-homem-aquecimento-global&id=020175100729#.WXNX7xXyuM9}}</ref> Segundo ele, historicamente no planeta houve períodos cíclicos quentes e frios, e que hoje se vive em um período inter-glacial quente. Porém, ameno, pois, segundo alega, houve períodos em que a temperatura global chegou a 10º acima da média atual e não chegou a representar ameaça a humanidade. Ainda nesse raciocínio, afirma que no último século os anos mais quentes transcorreram nas décadas de 1930 e 1940, e no fim do século XX a temperatura ficou abaixo desses auges. Por fim, considera que hoje a Terra está a entrar em uma fase do ciclo climático em que as temperaturas médias serão mais baixas.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/record-news/jornal-da-record-news/videos/cientista-brasileiro-contesta-hipotese-do-aquecimento-global-20102015|titulo=Cientista brasileiro contesta hipótese do aquecimento global|publicado=Record News - R7 Jornal da Record News|acessodata=2017-07-22|obra=noticias.r7.com}}</ref>


Em seu trabalho na área de [[climatologia]], bem como em suas declarações a mídia, tem buscado contestar a existência do [[aquecimento global]] e as inferências subjacentes.<ref name=":4" /><ref name=":5" /><ref name=":6">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/42540-cetico-fica-sem-clima-para-financiamento.shtml|titulo=Folha de S.Paulo - Ciência + Saúde - Cético fica 'sem clima' para financiamento - 13/05/2012|acessodata=2017-07-21|obra=www1.folha.uol.com.br}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo=SBPC - Cientistas divergem sobre o papel do homem no aquecimento global|jornal=Site Inovação Tecnológica|url=http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=cientistas-visoes-opostas-papel-homem-aquecimento-global&id=020175100729#.WXNX7xXyuM9}}</ref> Segundo ele, historicamente no planeta houve períodos cíclicos quentes e frios, e que hoje se vive em um período inter-glacial quente. Porém, ameno, pois, segundo alega, houve períodos em que a temperatura global chegou a 10º acima da média atual e não chegou a representar ameaça a humanidade. Ainda nesse raciocínio, afirma que no último século os anos mais quentes transcorreram nas décadas de 1930 e 1940, e no fim do século XX a temperatura ficou abaixo desses auges. Por fim, considera que hoje a [[Terra]] está a entrar em uma fase do ciclo climático em que as temperaturas médias serão mais baixas.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/record-news/jornal-da-record-news/videos/cientista-brasileiro-contesta-hipotese-do-aquecimento-global-20102015|titulo=Cientista brasileiro contesta hipótese do aquecimento global|publicado=Record News - R7 Jornal da Record News|acessodata=2017-07-22|obra=noticias.r7.com}}</ref>
Conforme Felício: “(...) dizer que os seres humanos conseguem mudar o clima do planeta continua a ser um enorme embuste, só sendo possível de ser provado nos modelos falaciosos de computador que só sabem simular o falso ‘efeito estufa´ e não os reais controladores do clima terrestre. Culpar o homem por qualquer coisa que aconteça no tempo e clima terrestres virou obsessão”.<ref name=":8" />


Conforme Felício: “(...) dizer que os seres humanos conseguem mudar o clima do planeta continua a ser um enorme embuste, só sendo possível de ser provado nos modelos falaciosos de computador que só sabem simular o falso ‘[[efeito estufa]]´ e não os reais controladores do clima terrestre. Culpar o homem por qualquer coisa que aconteça no tempo e clima terrestres virou obsessão”.<ref name=":8" />
Questionado sobre a realização [[Rio+20|Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio20+]], Felício afirmou em entrevista para o Portal Terra que o aquecimento global é "história para boi dormir", que o [[Protocolo de Quioto|protocolo de Kyoto]] "é uma grande besteira" e que [[Al Gore]], o ex-vice-presidente americano autor do documentário "[[Uma Verdade Inconveniente]]" sobre os perigos da elevação das temperaturas no planeta, não passa de um "sem-vergonha". Na mesma entrevista alega que o filme e o livro foram proibidos no Reino Unido pela Alta Corte Britânica.<ref name=":4" />


Questionado sobre a realização [[Rio+20|Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio20+]], Felício afirmou em entrevista para o Portal Terra que o aquecimento global é "história para boi dormir", que o [[Protocolo de Quioto|protocolo de Kyoto]] "é uma grande besteira" e que [[Al Gore]], o ex-vice-presidente americano autor do documentário "[[Uma Verdade Inconveniente]]" sobre os perigos da elevação das temperaturas no planeta, não passa de um "sem-vergonha". Na mesma entrevista alega que o filme e o livro foram proibidos no [[Reino Unido]] pela Alta Corte Britânica.<ref name=":4" />
Felício ganhou notoriedade e despertou polêmica em torno do tema das mudanças climáticas a partir de uma entrevista em que concedeu ao ''[[programa do Jô]]'' em 2012, na ocasião da realização da conferência Rio+20. Na entrevista, teceu críticas fortes à ciência do aquecimento global, afirmando que “o efeito estufa é a maior falácia científica que existe na história” e atribuiu a sua origem à pseudociência e a uma suposta conspiração entre técnicos militares que estavam subempregados com o fim da Guerra Fria.<ref name=":3" /><ref>{{Citar web|url=https://www.ecodebate.com.br/2015/04/01/os-ceticos-de-clima-no-brasil-1-colaboracao-da-midia-artigo-de-philip-m-fearnside/|titulo=Os céticos de clima no Brasil 1: Colaboração da Mídia, artigo de Philip M. Fearnside|data=2015-04-01|acessodata=2017-07-22|obra=EcoDebate|ultimo=Redação}}</ref> Contudo, não tem sido o único no Brasil a fazê-lo de forma pública, a exemplo dos também professores e pesquisadores José Bueno Conti, José Carlos Parente de Oliveira, [[Luiz Carlos Molion]], entre outros.<ref>{{Citar periódico|titulo=Não existe aquecimento global, diz representante da OMM na América do Sul - Notícias - Ciência|jornal=Ciência|url=https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2009/12/11/nao-existe-aquecimento-global-diz-representante-da-omm-na-america-do-sul.htm}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/meio-ambiente/60350-o-meteorologista-luiz-carlos-molion-volta-a-falar-sobre-resfriamento-global-em-programa-de-tv.html|titulo=O meteorologista Luiz Carlos Molion volta a falar sobre resfriamento global... - Notícias Agrícolas|acessodata=2017-07-22|obra=www.noticiasagricolas.com.br}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://revistacafeicultura.com.br/?mat=58737|titulo=LIVRO LANÇAMENTO: CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando? - Revista Cafeicultura|acessodata=2017-07-23|obra=Revista Cafeicultura|ultimo=Impacto|primeiro=Antonio Sergio Souza, Agência}}</ref><ref>{{Citar periódico|data=2012-06-19|titulo=Grupo de cientistas não vê motivo de alarme para mudanças climáticas|jornal=Jornal Nacional|url=http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/06/grupo-de-cientistas-nao-ve-motivo-de-alarme-em-mudancas-climaticas.html}}</ref>


Em palestra ministrada na USP, em 2011, afirmou que as questões ambientais são alvo de [[sensacionalismo]] e [[alarmismo]].<ref name="Canalalertatotal">{{citar web|url=https://www.youtube.com/watch?v=RUKOFzxh-g0|titulo=Aquecimento Global A FARSA - Palestra do Prof. Ricardo Augusto Felício 2011 - USP|data=28 de maio de 2012|acessodata=6 de setembro de 2019|publicado=[[YouTube]]|ultimo=Canalalertatotal|primeiro=}}</ref> E, que esta é uma estratégia dos [[País desenvolvido|países desenvolvidos]] para impedir o [[desenvolvimento econômico]] dos [[País subdesenvolvido|países pobres]], sob o pretexto da preservação do meio ambiente.<ref name="Canalalertatotal"/>
Por conta de seus trabalhos e posicionamentos em torno da temática das mudanças climáticas, Felício alegou numa entrevista que vem sofrendo cerceamento de seu trabalho e perseguições veladas, por exemplo, no embaraço a realização ou publicação de trabalhos, impedimento na progressão da carreira de docente, inclusive com corte em 85% de seu salário.<ref name=":6" /> Alegou também que, embora existam céticos da tese das mudanças climáticas espalhados por todas as universidades e instituições, estes se mantém reservados e relutam a expor os seus posicionamentos pelos riscos de perder o emprego e financiamentos para pesquisas futuras e de terem sua credibilidade questionada, a exemplo de sua própria situação.<ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/planeta_clima/2011/11/ceticos_do_clima_sem_espaco_na.shtml|titulo=BBC Brasil - Planeta e Clima - Céticos do clima sem voz na imprensa brasileira|acessodata=2017-07-22}}</ref>

Felício ganhou notoriedade e despertou [[polêmica]] em torno do tema das mudanças climáticas a partir de uma entrevista em que concedeu ao ''[[programa do Jô]]'' em 2012, na ocasião da realização da conferência Rio+20. Na entrevista, teceu críticas fortes à ciência do aquecimento global, afirmando que “o efeito estufa é a maior [[falácia]] científica que existe na história” e atribuiu a sua origem à [[pseudociência]] e a uma suposta [[conspiração (política)|conspiração]] entre técnicos militares que estavam subempregados com o fim da [[Guerra Fria]].<ref name=":3" /><ref>{{Citar web|url=https://www.ecodebate.com.br/2015/04/01/os-ceticos-de-clima-no-brasil-1-colaboracao-da-midia-artigo-de-philip-m-fearnside/|titulo=Os céticos de clima no Brasil 1: Colaboração da Mídia, artigo de Philip M. Fearnside|data=2015-04-01|acessodata=2017-07-22|obra=EcoDebate|ultimo=Redação}}</ref> Contudo, não tem sido o único no Brasil a fazê-lo de forma pública, a exemplo dos também professores e pesquisadores José Bueno Conti, José Carlos Parente de Oliveira, [[Luiz Carlos Molion]], entre outros.<ref>{{Citar periódico|titulo=Não existe aquecimento global, diz representante da OMM na América do Sul - Notícias - Ciência|jornal=Ciência|url=https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2009/12/11/nao-existe-aquecimento-global-diz-representante-da-omm-na-america-do-sul.htm}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/meio-ambiente/60350-o-meteorologista-luiz-carlos-molion-volta-a-falar-sobre-resfriamento-global-em-programa-de-tv.html|titulo=O meteorologista Luiz Carlos Molion volta a falar sobre resfriamento global... - Notícias Agrícolas|acessodata=2017-07-22|obra=www.noticiasagricolas.com.br}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://revistacafeicultura.com.br/?mat=58737|titulo=LIVRO LANÇAMENTO: CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando? - Revista Cafeicultura|acessodata=2017-07-23|obra=Revista Cafeicultura|ultimo=Impacto|primeiro=Antonio Sergio Souza, Agência}}</ref><ref>{{Citar periódico|data=2012-06-19|titulo=Grupo de cientistas não vê motivo de alarme para mudanças climáticas|jornal=Jornal Nacional|url=http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/06/grupo-de-cientistas-nao-ve-motivo-de-alarme-em-mudancas-climaticas.html}}</ref>

Em [[Artigo científico|artigo]], publicado em 2014 pelo jornal ''Ciência e Natura'' <ref>{{citar web|url=https://periodicos.ufsm.br/cienciaenatura/index|titulo=Ciência e Natura|data=|acessodata=6 de setembro de 2019|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> da [[Universidade Federal de Santa Maria]], afirmou: "(...) sobre o [[Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas|IPCC]], desde a sua fundação, foi a comissão da [[ONU]] que mais apresentou evasão de cientistas. Só em 2008, 650 saíram de lá, brigando e denunciando todas as coisas que aconteciam, desde censuras de seus comentários até alteração de textos [[Revisão por pares|revisados]]. A maioria agora é dissidente e combate a ideologia desta comissão. Temos até mesmo o NIPCC ([[Painel Não Governamental Internacional sobre Mudanças Climáticas]]), com fortes correntes no [[Canadá]], [[Japão]] e [[Estados Unidos]] e que é muito divulgada no exterior, mas nem um pouco aqui no [[Brasil]], cuja [[censura]] pela imprensa a estas informações chega a 97%. Não foi à toa que o IPCC veio recrutar gente do mundo subdesenvolvido."<ref>{{citar web|url=https://periodicos.ufsm.br/cienciaenatura/article/download/13221/pdf|titulo=“Mudanças Climáticas” e “Aquecimento Global” – Nova Formatação e Paradigma para o Pensamento Contemporâneo?|data=2014|acessodata=6 de setembro de 2019|publicado=Ciência e Natura, Universidade Federal de Santa Maria, página 260|ultimo=Augusto Felício|primeiro=Ricardo}}</ref>

Por conta de seus trabalhos e posicionamentos em torno da temática das mudanças climáticas, Felício alegou numa entrevista que vem sofrendo cerceamento de seu trabalho e perseguições veladas, por exemplo, no embaraço a realização ou publicação de trabalhos, impedimento na progressão da carreira de [[docente]], inclusive com corte em 85% de seu salário.<ref name=":6" /> Alegou também que, embora existam céticos da tese das mudanças climáticas espalhados por todas as universidades e instituições, estes se mantém reservados e relutam a expor os seus posicionamentos pelos riscos de perder o emprego e financiamentos para pesquisas futuras e de terem sua credibilidade questionada, a exemplo de sua própria situação.<ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/planeta_clima/2011/11/ceticos_do_clima_sem_espaco_na.shtml|titulo=BBC Brasil - Planeta e Clima - Céticos do clima sem voz na imprensa brasileira|acessodata=2017-07-22}}</ref>


Ricardo Felício é simpático a restauração do [[Monarquismo no Brasil|regime monárquico]] no Brasil. Em suas redes sociais tem feito referenciais positivas às teses defendidas por [[Bertrand Maria José de Orléans e Bragança|Dom Bertrand]], que é o porta voz do movimento monárquico brasileiro e trineto de [[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]].<ref>{{Citation|title=Estão com Medo da Monarquia?|last=Ricardo Felicio - Oficial|date=2018-05-21|url=https://www.youtube.com/watch?v=L21Lhg_nKJ8&feature=youtu.be|accessdate=2018-06-26}}</ref>
Ricardo Felício é simpático a restauração do [[Monarquismo no Brasil|regime monárquico]] no Brasil. Em suas redes sociais tem feito referenciais positivas às teses defendidas por [[Bertrand Maria José de Orléans e Bragança|Dom Bertrand]], que é o porta voz do movimento monárquico brasileiro e trineto de [[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]].<ref>{{Citation|title=Estão com Medo da Monarquia?|last=Ricardo Felicio - Oficial|date=2018-05-21|url=https://www.youtube.com/watch?v=L21Lhg_nKJ8&feature=youtu.be|accessdate=2018-06-26}}</ref>

===Críticas===
=== Críticas ===
{{AP|Negacionismo climático|Negacionismo climático no Brasil}}
{{AP|Negacionismo climático|Negacionismo climático no Brasil}}


As polêmicas que desperta se devem ao fato de que para a comunidade científica os argumentos que ele defende não refletem ou distorcem os dados coletados em múltiplas pesquisas, contradizem leis básicas da física e são uma expressão do movimento de [[negacionismo climático]], considerado uma [[pseudociência]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Hansson|primeiro=Sven Ove|data=2017|titulo=Science denial as a form of pseudoscience|jornal=Studies in History and Philosophy of Science Part A|volume=63|paginas=39–47|doi=10.1016/j.shpsa.2017.05.002|url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0039368116300681|formato=requer pagamento|acessadoem=|lingua2=en}}</ref> e um conjunto de ideologias e crenças que se opõem ao conhecimento estabelecido pelo consenso dos especialistas nas ciências do clima.<ref name="Bailão"/><ref name="Costa"/><ref name="Esteves"/><ref name="Oliveira"/> Mais de 97% dos climatologistas do mundo que publicam trabalhos em revistas especializadas concordam que o aquecimento global existe e é largamente causado pelo homem.<ref>NASA. [https://climate.nasa.gov/scientific-consensus/ ''Scientific consensus: Earth's climate is warming''].</ref> Por conta desse esmagador consenso, o discurso de Felício, um dos principais negacionistas do Brasil,<ref>Machado, Ricardo. [http://www.ihu.unisinos.br/566490-o-negacionismo-pueril-contra-as-evidencias-cientificas-e-a-nova-trincheira-da-guerra-cultural-no-brasil "O negacionismo pueril contra as evidências científicas é a nova trincheira da guerra cultural no Brasil"]. ''Revista do Instituto Humanitas — Unisinos'', 04/04/2017</ref> foi contestado por várias autoridades científicas brasileiras especializadas em temas da climatologia e da mudança climática.<ref name="Bailão"/><ref name="Costa"/><ref name="Esteves"/><ref name="Oliveira"/> Durante uma entrevista concedida ao apresentador Jô Soares, apresentou afirmações como: “não há elevação do nível do mar”, “o efeito estufa não existe”, “a camada de ozônio não existe”, “a Floresta Amazônica se reconstituiria em 20 anos após ser desmatada” além de levantar muitos risos do público presente. [[Alexandre Araújo Costa]], professor da [[Universidade Estadual do Ceará]] e membro do [[Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas]],<sup>Ver nota:</sup> <ref>O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas é a maior autoridade sobre o aquecimento global no âmbito dos estudos relacionados especificamente ao Brasil. Já publicou um grande relatório e mantém um fórum permanente de debates.</ref> comentou que tais afirmações são absurdas que não fazem sentido científico algum.<ref name="Costa"/>
As polêmicas que desperta se devem ao fato de que para a comunidade científica os argumentos que ele defende não refletem ou distorcem os dados coletados em múltiplas pesquisas, contradizem leis básicas da [[física]] e são uma expressão do movimento de [[negacionismo climático]], considerado uma [[pseudociência]] <ref>{{Citar periódico|ultimo=Hansson|primeiro=Sven Ove|data=2017|titulo=Science denial as a form of pseudoscience|jornal=Studies in History and Philosophy of Science Part A|volume=63|paginas=39–47|doi=10.1016/j.shpsa.2017.05.002|url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0039368116300681|formato=requer pagamento|acessadoem=|lingua2=en}}</ref> e um conjunto de [[ideologia]]s e crenças que se opõem ao conhecimento estabelecido pelo consenso dos especialistas nas ciências do clima.<ref name="Bailão"/><ref name="Costa"/><ref name="Esteves"/><ref name="Oliveira"/> Mais de 97% dos climatologistas do mundo que publicam trabalhos em revistas especializadas concordam que o aquecimento global existe e é largamente causado pelo homem.<ref>NASA. [https://climate.nasa.gov/scientific-consensus/ ''Scientific consensus: Earth's climate is warming''].</ref> Por conta desse esmagador consenso, o discurso de Felício, um dos principais negacionistas do Brasil,<ref>Machado, Ricardo. [http://www.ihu.unisinos.br/566490-o-negacionismo-pueril-contra-as-evidencias-cientificas-e-a-nova-trincheira-da-guerra-cultural-no-brasil "O negacionismo pueril contra as evidências científicas é a nova trincheira da guerra cultural no Brasil"]. ''Revista do Instituto Humanitas — Unisinos'', 04/04/2017</ref> foi contestado por várias autoridades científicas brasileiras especializadas em temas da climatologia e da mudança climática.<ref name="Bailão"/><ref name="Costa"/><ref name="Esteves"/><ref name="Oliveira"/> Durante uma entrevista concedida ao apresentador [[Jô Soares]], apresentou afirmações como: “não há elevação do nível do mar”, “o efeito estufa não existe”, “a [[camada de ozônio]] não existe”, “a [[Floresta Amazônica]] se reconstituiria em 20 anos após ser desmatada” além de levantar muitos risos do público presente. [[Alexandre Araújo Costa]], professor da [[Universidade Estadual do Ceará]] e membro do [[Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas]],<sup>Ver nota:</sup> <ref>O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas é a maior autoridade sobre o aquecimento global no âmbito dos estudos relacionados especificamente ao Brasil. Já publicou um grande relatório e mantém um fórum permanente de debates.</ref> comentou que tais afirmações são absurdas que não fazem sentido científico algum.<ref name="Costa"/>


[[Carlos Augusto Klink]], ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, ao responder a uma petição assinada por Felício e um grupo de 18 cientistas clamando por uma reorientação da política brasileira quanto ao tema, refutou os argumentos do grupo e afirmou que o país reconhece o consenso científico, permanecendo alinhado à comunidade internacional como signatário da [[Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima|Convenção do Clima]].<ref name="Bailão"/><ref name="Costa2">Costa, Bernardo Esteves Gonçalves da. [http://is.cos.ufrj.br/wp-content/uploads/2015/11/BernardoEsteves-Tese-2014.pdf ''As controvérsias da ciência na Wikipédia em português: o caso do aquecimento global'']. UFRJ, 2014, pp. 146-150</ref> Também rejeitaram o posicionamento negacionista Tércio Ambrizzi, um dos mais renomados meteorologistas brasileiros e membro do [[Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas]] (IPCC),<ref name="Oliveira"/> <sup>Ver nota:</sup> <ref>O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas é a maior autoridade internacional em aquecimento global.</ref> e Paulo Artaxo, coordenador da [[FAPESP]] em pesquisa sobre mudanças climáticas e também membro do IPCC, que contestou Felício em debate realizado na reunião anual da [[SBPC]] de 2010.<ref name="Esteves">Esteves, Bernardo. [http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/SearchableText/paulo+artaxo/id/2417/n/search/Post_page/3 "Debate aquecido"]. ''Ciência Hoje'', 29/07/2010</ref><ref name="Oliveira">Oliveira, Fernando de. [http://citrus.uspnet.usp.br/aun/exibir?id=4620&ed=805&f=10 "Cientistas que creem no Aquecimento Global dizem o pensam sobre os céticos"]. In: ''Boletim da Agência Universitária de Notícias'', 2012; 45 (62)</ref> Para outro secretário do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Assad, um dos coordenadores do maior estudo feito no País sobre o impacto do aquecimento global para a agricultura, "esses céticos da [[USP]] têm pouca credibilidade e têm produtividade baixa";<ref>Balazina, Afra. [https://web.archive.org/web/20171227122222/http://internacional.estadao.com.br/blogs/afra-balazina/ceticos-do-clima-na-usp/ "Céticos do clima na Geografia da USP"]. ''O Estado de São Paulo'', 19/11/2011</ref> opinião que coincide com o resultado de um trabalho do pesquisador Andre Bailão, que em uma revisão do assunto disse: "Em conjunto com os comentários que obtive em minha [[etnografia]] entre cientistas das mudanças climáticas na USP e no [[Inpe]], a opinião geral é que o grupo dos céticos se trata de uma minoria com pouca credibilidade e baixa produtividade, que não produz em revistas científicas e o que eles dizem tem pouca base física".<ref name="Bailão">Bailão, Andre Sicchieri. [http://ocs.ige.unicamp.br/ojs/react/article/view/1215/668 "Ciências e Mundos Aquecidos: Controvérsias e Redes de Mudanças Climáticas em São Paulo"]. In: ''Anais da ReACT - Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia'', 2014; 1 (1)</ref>
[[Carlos Augusto Klink]], ex-secretário-executivo do [[Ministério do Meio Ambiente (Brasil)|Ministério do Meio Ambiente]], ao responder a uma petição assinada por Felício e um grupo de 18 cientistas clamando por uma reorientação da política brasileira quanto ao tema, refutou os argumentos do grupo e afirmou que o país reconhece o consenso científico, permanecendo alinhado à comunidade internacional como signatário da [[Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima|Convenção do Clima]].<ref name="Bailão"/><ref name="Costa2">Costa, Bernardo Esteves Gonçalves da. [http://is.cos.ufrj.br/wp-content/uploads/2015/11/BernardoEsteves-Tese-2014.pdf ''As controvérsias da ciência na Wikipédia em português: o caso do aquecimento global'']. UFRJ, 2014, pp. 146-150</ref> Também rejeitaram o posicionamento negacionista Tércio Ambrizzi, um dos mais renomados meteorologistas brasileiros e membro do [[Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas]] (IPCC),<ref name="Oliveira"/> <sup>Ver nota:</sup> <ref>O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas é a maior autoridade internacional em aquecimento global.</ref> e Paulo Artaxo, coordenador da [[FAPESP]] em pesquisa sobre mudanças climáticas e também membro do IPCC, que contestou Felício em debate realizado na reunião anual da [[SBPC]] de 2010.<ref name="Esteves">Esteves, Bernardo. [http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/SearchableText/paulo+artaxo/id/2417/n/search/Post_page/3 "Debate aquecido"]. ''Ciência Hoje'', 29/07/2010</ref><ref name="Oliveira">Oliveira, Fernando de. [http://citrus.uspnet.usp.br/aun/exibir?id=4620&ed=805&f=10 "Cientistas que creem no Aquecimento Global dizem o pensam sobre os céticos"]. In: ''Boletim da Agência Universitária de Notícias'', 2012; 45 (62)</ref> Para outro secretário do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Assad, um dos coordenadores do maior estudo feito no País sobre o impacto do aquecimento global para a agricultura, "esses céticos da [[USP]] têm pouca credibilidade e têm produtividade baixa";<ref>Balazina, Afra. [https://web.archive.org/web/20171227122222/http://internacional.estadao.com.br/blogs/afra-balazina/ceticos-do-clima-na-usp/ "Céticos do clima na Geografia da USP"]. ''O Estado de São Paulo'', 19/11/2011</ref> opinião que coincide com o resultado de um trabalho do pesquisador Andre Bailão, que em uma revisão do assunto disse: "Em conjunto com os comentários que obtive em minha [[etnografia]] entre cientistas das mudanças climáticas na USP e no [[Inpe]], a opinião geral é que o grupo dos céticos se trata de uma minoria com pouca credibilidade e baixa produtividade, que não produz em [[Revista científica|revistas científicas]] e o que eles dizem tem pouca base física".<ref name="Bailão">Bailão, Andre Sicchieri. [http://ocs.ige.unicamp.br/ojs/react/article/view/1215/668 "Ciências e Mundos Aquecidos: Controvérsias e Redes de Mudanças Climáticas em São Paulo"]. In: ''Anais da ReACT - Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia'', 2014; 1 (1)</ref>


Para Alexandre Costa, o trabalho acadêmico de Felício é uma farsa, e questionou "como alguém seria capaz de, na posição de doutor em geografia, professor da USP e 'climatologista', assassinar não apenas o conhecimento científico recente, mas leis básicas da física, conhecimentos fundamentais de química, [[ecologia]], etc.? O que levaria alguém a insultar de forma tão grosseira a comunidade acadêmica brasileira e internacional, principalmente a nós, cientistas do clima?" <ref name="Costa">Costa, Alexandre. [https://umaincertaantropologia.org/2012/05/14/jo-soares-entrevista-ricardo-augusto-felicio/ "Jô Soares entrevista Ricardo Augusto Felício sobre mudanças climáticas + comentário de Alexandre Costa"]. ''Uma Incerta Antropologia'', 2012</ref> O negacionismo climático tem sido considerado um importante fator de confusão da opinião pública e de atraso na tomada de medidas de combate ao aquecimento global.<ref>Lewandowsky, Stephan et al. "The Subterranean War on Science". In: ''Observer'', 2013; 26 (9)</ref><ref>Begley, Sharon. "The Truth About Denial". ''Newsweek Magazine'', 13/08/2007</ref><ref>Xifra, Jordi. "Climate Change Deniers and Advocacy: A Situational Theory of Publics Approach". In: ''American Behavioral Scientist'', 2016; 60 (3): 276–287</ref><ref>Oreskes, Naomi & Conway, Erik M. ''Merchants of Doubt: How a Handful of Scientists Obscured the Truth on Issues from Tobacco Smoke to Global Warming''. A&C Black, 2011</ref> Neste sentido, [[Philip Fearnside]], pesquisador titular do [[Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia]], identificado pelo projeto Essencial Science Indicators como o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global,<ref>[http://esi-topics.com/gwarm2006/interviews/PhilipFearnside.html "An Interview with Dr. Philip Fearnside"] {{Wayback|url=http://esi-topics.com/gwarm2006/interviews/PhilipFearnside.html |date=20090218052753 }}. ''ESI Special Topics'', set/2006</ref> declarou que a entrevista de Felício no programa de Jô Soares "sem dúvida, foi a mais danosa para o entendimento público no Brasil, devido ao grande alcance da mídia televisiva. O entrevistado declarou que 'o efeito estufa é a maior falácia científica que existe na história', que atribuiu a uma conspiração entre técnicos militares que estavam subempregados após a [[Guerra Fria]]. Quem não conhecia o assunto por outros meios teria tido pouca ideia das dezenas de milhares de trabalhos científicos que documentam o consenso representado pelos relatórios do IPCC de que o aquecimento adicional nos últimos anos é real, é causado pela ação humana, e terá impactos negativos gravíssimos se não for contido rapidamente".<ref>Fearnside, Philip. [http://amazoniareal.com.br/os-ceticos-de-clima-no-brasil-1-colaboracao-da-midia/ "Os céticos de clima no Brasil 1: colaboração da mídia"]. Amazônia Real, 16/03/2015</ref>
Para Alexandre Costa, o trabalho acadêmico de Felício é uma farsa, e questionou "como alguém seria capaz de, na posição de doutor em geografia, professor da USP e 'climatologista', assassinar não apenas o conhecimento científico recente, mas leis básicas da física, conhecimentos fundamentais de [[química]], [[ecologia]], etc.? O que levaria alguém a insultar de forma tão grosseira a comunidade acadêmica brasileira e internacional, principalmente a nós, cientistas do clima?" <ref name="Costa">Costa, Alexandre. [https://umaincertaantropologia.org/2012/05/14/jo-soares-entrevista-ricardo-augusto-felicio/ "Jô Soares entrevista Ricardo Augusto Felício sobre mudanças climáticas + comentário de Alexandre Costa"]. ''Uma Incerta Antropologia'', 2012</ref> O negacionismo climático tem sido considerado um importante fator de confusão da [[opinião pública]] e de atraso na tomada de medidas de combate ao aquecimento global.<ref>Lewandowsky, Stephan et al. "The Subterranean War on Science". In: ''Observer'', 2013; 26 (9)</ref><ref>Begley, Sharon. "The Truth About Denial". ''Newsweek Magazine'', 13/08/2007</ref><ref>Xifra, Jordi. "Climate Change Deniers and Advocacy: A Situational Theory of Publics Approach". In: ''American Behavioral Scientist'', 2016; 60 (3): 276–287</ref><ref>Oreskes, Naomi & Conway, Erik M. ''Merchants of Doubt: How a Handful of Scientists Obscured the Truth on Issues from Tobacco Smoke to Global Warming''. A&C Black, 2011</ref> Neste sentido, [[Philip Fearnside]], pesquisador titular do [[Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia]], identificado pelo projeto Essencial Science Indicators como o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global,<ref>[http://esi-topics.com/gwarm2006/interviews/PhilipFearnside.html "An Interview with Dr. Philip Fearnside"] {{Wayback|url=http://esi-topics.com/gwarm2006/interviews/PhilipFearnside.html |date=20090218052753 }}. ''ESI Special Topics'', set/2006</ref> declarou que a entrevista de Felício no programa de Jô Soares "sem dúvida, foi a mais danosa para o entendimento público no Brasil, devido ao grande alcance da mídia televisiva. O entrevistado declarou que 'o efeito estufa é a maior falácia científica que existe na história', que atribuiu a uma conspiração entre técnicos militares que estavam subempregados após a [[Guerra Fria]]. Quem não conhecia o assunto por outros meios teria tido pouca ideia das dezenas de milhares de trabalhos científicos que documentam o consenso representado pelos relatórios do IPCC de que o aquecimento adicional nos últimos anos é real, é causado pela ação humana, e terá impactos negativos gravíssimos se não for contido rapidamente".<ref>Fearnside, Philip. [http://amazoniareal.com.br/os-ceticos-de-clima-no-brasil-1-colaboracao-da-midia/ "Os céticos de clima no Brasil 1: colaboração da mídia"]. Amazônia Real, 16/03/2015</ref>

== Publicações ==


==Publicações ==
* {{Citar livro |ultimo= Felício |primeiro=Ricardo Augusto|data=2014 |titulo=A Geopolítica do Ozônio|local=São Paulo |editora= Independente|isbn= 9788591472239 }}
* {{Citar livro |ultimo= Felício |primeiro=Ricardo Augusto|data=2014 |titulo=A Geopolítica do Ozônio|local=São Paulo |editora= Independente|isbn= 9788591472239 }}
* {{Citar livro |ultimo= Felício e Oliveira |primeiro=|data=2012 |titulo=Meteorologia para montanhismo|local=São Paulo |editora= |isbn= 9788591472222}}
* {{Citar livro |ultimo= Felício e Oliveira |primeiro=|data=2012 |titulo=Meteorologia para montanhismo|local=São Paulo |editora= |isbn= 9788591472222}}


==Ver também==
== Ver também ==

*[[Luiz Carlos Molion]]
* [[Antiambientalismo]]
* [[Luiz Carlos Molion]]
* [[The Great Global Warming Swindle]]

{{Referências|col=3}}


== Ligações externas ==
{{Referências|col=2}}


==Ligações externas==
* [http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4769802H5 Currículo Lattes]
* [http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4769802H5 Currículo Lattes]
*{{Facebook|ricardofeliciofan}}
*{{Facebook|ricardofeliciofan}}

Revisão das 17h11min de 6 de setembro de 2019

Ricardo Felício
Ricardo Felício
Ricardo Felício em vídeo no Youtube
Nome completo Ricardo Augusto Felício
Conhecido(a) por Negacionismo climático
Nascimento 27 de maio de 1970 (54 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Alma mater Universidade de São Paulo
Ocupação Professor
Meteorologista
Pesquisador
Palestrante
Político
Principais trabalhos Universidade de São Paulo
Filiação PSL (2018–presente)

Ricardo Augusto Felício, conhecido como Ricardo Felício (São Paulo, 27 de maio de 1970) é um professor de geografia e meteorologista brasileiro.[1][2][3] É professor e pesquisador no departamento de geografia da Universidade de São Paulo e reconhecido como negacionista do aquecimento global.[4][5][6][7]

Tornou-se notório por conta de suas declarações controversas nas quais contesta o aquecimento global e as inferências subjacentes, sendo listado entre os pesquisadores céticos em torno dessa temática.[8][9][10][11][12]

Carreira

Ricardo Augusto Felício é natural de São Paulo, nascido em 27 de maio de 1970. Graduado em Ciências Atmosféricas na área de Meteorologia pela Universidade de São Paulo em 1998, em 2003 adquiriu o seu título de mestre em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e em 2007 obteve o seu doutorado em Geografia, na área de Geografia física, pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor Doutor da Universidade de São Paulo, lotado no Departamento de Geografia.[1][7][13]

Felício tem participado regularmente de simpósios, palestras e exposições em geral pelo país, além de regularmente dar entrevistas na mídia, em que apresenta os seus posicionamentos em torno das mudanças climáticas. Nesse sentido, tem promovido discussões voltadas ao questionamento crítico da ciência das mudanças climáticas.[3][10][12][14] Mantém com colegas céticos dois websites, o FakeClimate e o Mudanças Climáticas, em que procuram apresentar os seus pontos de vista sobre o tema.[15]

Em abril de 2018, filiou-se no Partido Social Liberal (PSL) e comunicou nas suas redes sociais a sua pré-candidatura a uma vaga na Câmara dos Deputados do Brasil. Em agosto daquele ano, registrou oficialmente a sua candidatura a deputado federal representando o estado de São Paulo.[13][16][17] Não foi eleito; recebeu apenas 11.163 votos (0,05% do total de votos válidos em São Paulo).

Posicionamentos

Em seu trabalho na área de climatologia, bem como em suas declarações a mídia, tem buscado contestar a existência do aquecimento global e as inferências subjacentes.[10][11][18][19] Segundo ele, historicamente no planeta houve períodos cíclicos quentes e frios, e que hoje se vive em um período inter-glacial quente. Porém, ameno, pois, segundo alega, houve períodos em que a temperatura global chegou a 10º acima da média atual e não chegou a representar ameaça a humanidade. Ainda nesse raciocínio, afirma que no último século os anos mais quentes transcorreram nas décadas de 1930 e 1940, e no fim do século XX a temperatura ficou abaixo desses auges. Por fim, considera que hoje a Terra está a entrar em uma fase do ciclo climático em que as temperaturas médias serão mais baixas.[20]

Conforme Felício: “(...) dizer que os seres humanos conseguem mudar o clima do planeta continua a ser um enorme embuste, só sendo possível de ser provado nos modelos falaciosos de computador que só sabem simular o falso ‘efeito estufa´ e não os reais controladores do clima terrestre. Culpar o homem por qualquer coisa que aconteça no tempo e clima terrestres virou obsessão”.[14]

Questionado sobre a realização Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio20+, Felício afirmou em entrevista para o Portal Terra que o aquecimento global é "história para boi dormir", que o protocolo de Kyoto "é uma grande besteira" e que Al Gore, o ex-vice-presidente americano autor do documentário "Uma Verdade Inconveniente" sobre os perigos da elevação das temperaturas no planeta, não passa de um "sem-vergonha". Na mesma entrevista alega que o filme e o livro foram proibidos no Reino Unido pela Alta Corte Britânica.[10]

Em palestra ministrada na USP, em 2011, afirmou que as questões ambientais são alvo de sensacionalismo e alarmismo.[21] E, que esta é uma estratégia dos países desenvolvidos para impedir o desenvolvimento econômico dos países pobres, sob o pretexto da preservação do meio ambiente.[21]

Felício ganhou notoriedade e despertou polêmica em torno do tema das mudanças climáticas a partir de uma entrevista em que concedeu ao programa do Jô em 2012, na ocasião da realização da conferência Rio+20. Na entrevista, teceu críticas fortes à ciência do aquecimento global, afirmando que “o efeito estufa é a maior falácia científica que existe na história” e atribuiu a sua origem à pseudociência e a uma suposta conspiração entre técnicos militares que estavam subempregados com o fim da Guerra Fria.[8][22] Contudo, não tem sido o único no Brasil a fazê-lo de forma pública, a exemplo dos também professores e pesquisadores José Bueno Conti, José Carlos Parente de Oliveira, Luiz Carlos Molion, entre outros.[23][24][25][26]

Em artigo, publicado em 2014 pelo jornal Ciência e Natura [27] da Universidade Federal de Santa Maria, afirmou: "(...) sobre o IPCC, desde a sua fundação, foi a comissão da ONU que mais apresentou evasão de cientistas. Só em 2008, 650 saíram de lá, brigando e denunciando todas as coisas que aconteciam, desde censuras de seus comentários até alteração de textos revisados. A maioria agora é dissidente e combate a ideologia desta comissão. Temos até mesmo o NIPCC (Painel Não Governamental Internacional sobre Mudanças Climáticas), com fortes correntes no Canadá, Japão e Estados Unidos e que é muito divulgada no exterior, mas nem um pouco aqui no Brasil, cuja censura pela imprensa a estas informações chega a 97%. Não foi à toa que o IPCC veio recrutar gente do mundo subdesenvolvido."[28]

Por conta de seus trabalhos e posicionamentos em torno da temática das mudanças climáticas, Felício alegou numa entrevista que vem sofrendo cerceamento de seu trabalho e perseguições veladas, por exemplo, no embaraço a realização ou publicação de trabalhos, impedimento na progressão da carreira de docente, inclusive com corte em 85% de seu salário.[18] Alegou também que, embora existam céticos da tese das mudanças climáticas espalhados por todas as universidades e instituições, estes se mantém reservados e relutam a expor os seus posicionamentos pelos riscos de perder o emprego e financiamentos para pesquisas futuras e de terem sua credibilidade questionada, a exemplo de sua própria situação.[29]

Ricardo Felício é simpático a restauração do regime monárquico no Brasil. Em suas redes sociais tem feito referenciais positivas às teses defendidas por Dom Bertrand, que é o porta voz do movimento monárquico brasileiro e trineto de Dom Pedro II.[30]

Críticas

As polêmicas que desperta se devem ao fato de que para a comunidade científica os argumentos que ele defende não refletem ou distorcem os dados coletados em múltiplas pesquisas, contradizem leis básicas da física e são uma expressão do movimento de negacionismo climático, considerado uma pseudociência [31] e um conjunto de ideologias e crenças que se opõem ao conhecimento estabelecido pelo consenso dos especialistas nas ciências do clima.[32][33][34][35] Mais de 97% dos climatologistas do mundo que publicam trabalhos em revistas especializadas concordam que o aquecimento global existe e é largamente causado pelo homem.[36] Por conta desse esmagador consenso, o discurso de Felício, um dos principais negacionistas do Brasil,[37] foi contestado por várias autoridades científicas brasileiras especializadas em temas da climatologia e da mudança climática.[32][33][34][35] Durante uma entrevista concedida ao apresentador Jô Soares, apresentou afirmações como: “não há elevação do nível do mar”, “o efeito estufa não existe”, “a camada de ozônio não existe”, “a Floresta Amazônica se reconstituiria em 20 anos após ser desmatada” além de levantar muitos risos do público presente. Alexandre Araújo Costa, professor da Universidade Estadual do Ceará e membro do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas,Ver nota: [38] comentou que tais afirmações são absurdas que não fazem sentido científico algum.[33]

Carlos Augusto Klink, ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, ao responder a uma petição assinada por Felício e um grupo de 18 cientistas clamando por uma reorientação da política brasileira quanto ao tema, refutou os argumentos do grupo e afirmou que o país reconhece o consenso científico, permanecendo alinhado à comunidade internacional como signatário da Convenção do Clima.[32][39] Também rejeitaram o posicionamento negacionista Tércio Ambrizzi, um dos mais renomados meteorologistas brasileiros e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC),[35] Ver nota: [40] e Paulo Artaxo, coordenador da FAPESP em pesquisa sobre mudanças climáticas e também membro do IPCC, que contestou Felício em debate realizado na reunião anual da SBPC de 2010.[34][35] Para outro secretário do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Assad, um dos coordenadores do maior estudo feito no País sobre o impacto do aquecimento global para a agricultura, "esses céticos da USP têm pouca credibilidade e têm produtividade baixa";[41] opinião que coincide com o resultado de um trabalho do pesquisador Andre Bailão, que em uma revisão do assunto disse: "Em conjunto com os comentários que obtive em minha etnografia entre cientistas das mudanças climáticas na USP e no Inpe, a opinião geral é que o grupo dos céticos se trata de uma minoria com pouca credibilidade e baixa produtividade, que não produz em revistas científicas e o que eles dizem tem pouca base física".[32]

Para Alexandre Costa, o trabalho acadêmico de Felício é uma farsa, e questionou "como alguém seria capaz de, na posição de doutor em geografia, professor da USP e 'climatologista', assassinar não apenas o conhecimento científico recente, mas leis básicas da física, conhecimentos fundamentais de química, ecologia, etc.? O que levaria alguém a insultar de forma tão grosseira a comunidade acadêmica brasileira e internacional, principalmente a nós, cientistas do clima?" [33] O negacionismo climático tem sido considerado um importante fator de confusão da opinião pública e de atraso na tomada de medidas de combate ao aquecimento global.[42][43][44][45] Neste sentido, Philip Fearnside, pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, identificado pelo projeto Essencial Science Indicators como o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global,[46] declarou que a entrevista de Felício no programa de Jô Soares "sem dúvida, foi a mais danosa para o entendimento público no Brasil, devido ao grande alcance da mídia televisiva. O entrevistado declarou que 'o efeito estufa é a maior falácia científica que existe na história', que atribuiu a uma conspiração entre técnicos militares que estavam subempregados após a Guerra Fria. Quem não conhecia o assunto por outros meios teria tido pouca ideia das dezenas de milhares de trabalhos científicos que documentam o consenso representado pelos relatórios do IPCC de que o aquecimento adicional nos últimos anos é real, é causado pela ação humana, e terá impactos negativos gravíssimos se não for contido rapidamente".[47]

Publicações

  • Felício, Ricardo Augusto (2014). A Geopolítica do Ozônio. São Paulo: Independente. ISBN 9788591472239 
  • Felício e Oliveira (2012). Meteorologia para montanhismo. São Paulo: [s.n.] ISBN 9788591472222 

Ver também

Referências

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  2. «Ricardo Augusto Felicio | Laboratório de Climatologia e Biogeografia». lcb.fflch.usp.br. Consultado em 23 de julho de 2017 
  3. a b Barbosa, Carlos Alves (20 de julho de 2016). ConsciÊncia EccolÓgica. [S.l.]: Clube de Autores 
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Ligações externas