Leonardo Attuch

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Leonardo Attuch
Leonardo Attuch
Nascimento 12 de maio de 1971 (52 anos)
Cidadania Brasil
Ocupação jornalista
Empregador(a) Brasil 247

Leonardo de Rezende Attuch (Brasília, 12 de maio de 1971) é um jornalista brasileiro, que fundou e dirige a Editora 247, responsável pelo site Brasil 247 e pela TV 247.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Iniciou sua carreira em Brasília, tendo atuado em diversos veículos de comunicação, como Correio Braziliense, Veja, Exame, Estado de Minas e IstoÉ Dinheiro.

Em 1993, graduou-se em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e logo depois foi selecionado para participar do programa de jovens talentos do jornal O Estado de S. Paulo. Em seguida, recebeu um convite para trabalhar no Correio Braziliense, principal jornal de Brasília. Seis meses depois, graças ao trabalho no Correio Braziliense, foi convidado para trabalhar na sucursal brasiliense da revista Veja, da Editora Abril. Em 1994, transferiu-se para a cidade de São Paulo, ainda na Editora Abril, para atuar como repórter da revista Exame.[2]

No início de 1997, aos 25 anos, foi convidado para a editar a seção de economia do jornal Estado de Minas, em Belo Horizonte.

Em 2005, publicou uma das principais reportagens investigativas da crise do governo Lula, ao entrevistar a secretária Fernanda Karina Somaggio.[3]

Em 2011, Attuch criou o Brasil 247, um site de viés progressista.[1]

Em 2017, criou a TV 247, que publica os vídeos no Youtube.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Por sua atuação profissional, recebeu os prêmios Citibank de Excelência em Jornalismo e Abril de Jornalismo. Foi finalista, juntamente com Ricardo Grinbaum, para o Prêmio Esso de Jornalismo de 2004, na categoria Informação Econômica, pela cobertura do fusão da AmBev,[4][5] publicada na revista Istoé Dinheiro,[6] e do Prêmio Embratel de Jornalismo.[7]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Operação Satiagraha[editar | editar código-fonte]

Em 19 de abril de 2012, Attuch foi acusado pelo jornalista Mino Pedrosa de usar seu cargo e função na revista IstoÉ Dinheiro, quando trabalhava para ela, para defender o banqueiro Daniel Dantas e o investidor Naji Nahas, durante o caso conhecido como Operação Satiagraha. Segundo Pedrosa, Attuch usava a revista para publicar matérias encomendadas por Dantas, dono do Grupo Opportunity, investigado por corrupção. Por suas reportagens, ele receberia pagamento através de um caixa 2 da empresa.[8][9] Segundo matéria veiculada pelo Jornal do Brasil, Attuch teve gravadas conversas onde instruía Naji Nahas a tomar alguma atitude contra os jornalistas Mino Carta e Paulo Henrique Amorim, por matérias veiculadas contra o investidor, com relação a uma suposta compra de deputados, em que ele teria distribuído dinheiro entre integrantes da Comissão de Ciência da Câmara, para convencê-los a aprovar uma medida que beneficiaria a Telecom Italia, da qual Nahas era consultor.[10] Em 21 de abril, Attuch rebateu o ataque de Pedrosa, em artigo publicado no site Brasil 247.[11]

Operação Lava Jato[editar | editar código-fonte]

Durante a 17.ª fase da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro considerou haver a suspeita de que o jornalista Leonardo Attuch tivesse sido pago por serviços não prestados. Em delação premiada, Milton Pascovitch havia declarado que a Editora 247, representada por Attuch, recebera R$ 120 mil do Partido dos Trabalhadores, em quatro prestações, a título de apoio financeiro ao portal, por solicitação do ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.[12][13] Ainda conforme o delator, esse dinheiro, alegadamente desviado da Petrobras e de outras empresas, teria sido pago pela Jamp Engenheiros, empresa de Pascovitch, à Consist Software, no âmbito de um contrato de prestação de serviços; em seguida, a Consist fazia os repasses à Editora Brasil 247.

Como resposta às declarações do delator, o Brasil 247 divulgou a seguinte nota:

"Em decorrência do noticiário desta segunda-feira 3 sobre a Operação Lava Jato, a Editora 247 esclarece que foi contratada pela Jamp, por meio do senhor José Adolfo Pascowitch, para a produção de conteúdo sobre o setor de engenharia. Os serviços foram efetivamente prestados, as notas fiscais foram emitidas, e os impostos recolhidos como em qualquer transação comercial legal e legítima.

A Editora também esclarece que a linha editorial do Brasil 247, veículo de referência na internet brasileira, com alguns dos principais nomes do jornalismo nacional, será mantida, pautando-se sempre pela independência, pela pluralidade e pela defesa das empresas brasileiras e dos interesses nacionais. Até porque a Constituição brasileira assegura o direito à liberdade de expressão como uma de suas cláusulas pétreas."[14]

Durante a Operação Custo Brasil, Attuch teria sido alvo de condução coercitiva.[15][16][17][18] Entretanto o Brasil 247 informou que o jornalista teria ido voluntariamente prestar seu depoimento.[19]

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

Leonardo Attuch publicou cinco livros:

  • Quebra de contrato: o pesadelo dos brasileiros (com Murillo Mendes). Folium, 2009. O livro registra a história da construtora Mendes Júnior e de suas disputas judiciais com o governo federal.
  • A CPI que abalou o Brasil: os bastidores da imprensa e os segredos do PT.[20] Futura, 2006. sobre a crise política ocorrida durante o governo Lula.
  • Saddam, o amigo do Brasil: a história secreta da conexão Bagdá, sobre as ligações geopolíticas entre Brasil e Iraque. Ed Qualitymark, 2003.[21][22][23]
  • Eike, o homem que vendia terrenos na lua.[24]
  • De jornalista a youtuber, como cruzei a ponte. Ed Kotter Editorial.[25]

Referências

  1. a b «Sobre o Brasil 247». Brasil 247. Consultado em 1 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2020 
  2. Entrevista Leonardo Attuch (na íntegra, sem edição) "Brasil 247" #ProgramaDiferente, consultado em 2 de novembro de 2023 
  3. «Literatura: "A CPI que abalou o Brasil: Os bastidores da imprensa e os segredos do PT"». Consultado em 8 de dezembro de 2012. Cópia arquivada em 24 de outubro de 2016 
  4. Leonardo Attuch, Ricardo Grinbaum e Hugo Studart. A guerra das ações da AMBEV. CPI no Congresso, investigação na CVM, reação dos minoritários: o segundo round da fusão das cervejas.[ligação inativa] Istoé Dinheiro, 24 de março de 2004.
  5. Leonardo Attuch. Guerra de Titãs. Nunca houve tantas fusões no Brasil. Na era das megacorporações, gigantes globais avançam sobre seus concorrentes, esbarram nos xerifes antitruste e lançam a questão: até que ponto a concentração econômica é saudável?.[ligação inativa] Istoé Dinheiro, edição n° 239 , 27 de março de 2002.
  6. «Prêmio Esso indica finalistas». Portal da Comunicação. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  7. «Edição 2001-2002 Finalistas». Embratel. Consultado em 24 de janeiro de 2022. Arquivado do original em 20 de setembro de 2011 
  8. Pedrosa, Mino. «A PENA COMPRADA DE LEONARDO ATTUCH». QuidNovi. Consultado em 31 de Maio de 2021. Arquivado do original em 23 de agosto de 2020 
  9. Azevedo, Reinaldo. «EXPERIMENTANDO O PRÓPRIO REMÉDIO: Jornalista diz que Daniel Dantas criou site para atacar adversários». Veja. Consultado em 24 de Abril de 2022. Cópia arquivada em 24 de janeiro de 2022 
  10. Lourenço, Jorge. «Em gravação, Leonardo Attuch manda Naji Nahas processar jornalistas». Jornal do Brasil. Consultado em 31 de Maio de 2021. Cópia arquivada em 2 de junho de 2021 
  11. A verdadeira história da Operação Satiagraha Arquivado em 28 de fevereiro de 2019, no Wayback Machine.. Brasil 247, 21 de abril de 2012
  12. «Dirceu montou esquema na Petrobras enquanto era ministro, diz MPF». Consultado em 3 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 4 de agosto de 2015 
  13. «Editora 247 recebeu propina a pedido de Vaccari, diz Moro em despacho». O Globo. Consultado em 4 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 4 de agosto de 2015 
  14. Site 'Brasil 247' recebeu propina de Vaccari, diz lobista. Carta Capital, 3 de agosto de 2015.
  15. Redação do G1 (23 de junho de 2016). «Saiba quais são os alvos da Operação Custo Brasil». G1. Consultado em 23 de junho de 2016. Cópia arquivada em 24 de junho de 2016 
  16. «PF cumpre mandado de busca na editora que publica o site Brasil 247». Coluna do Estadão 
  17. «Ex-ministro Carlos Gabas e dono do Brasil 247 também são alvos da Operação Custo Brasil». Congresso em Foco 
  18. «Alvo de mandado de condução judicial, Gabas decide decide marcar data para depor». O Globo. 23 de junho de 2016 
  19. Redação do Brasil 247 (23 de junho de 2016). «Esclarecimentos sobre a Operação Custo Brasil». Brasil 247. Consultado em 23 de junho de 2016. Cópia arquivada em 24 de junho de 2016 
  20. Livro sobre CPI entra na lista dos mais vendidos Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.. Folha de S.Paulo, 6 de fevereiro de 2006.
  21. Ivan Martins. Livro desvenda as ótimas relações entre o Brasil dos militares e a ditadura de Saddam Hussein[ligação inativa]. Istoé Dinheiro, edição n° 295, 23 de abril de 2003.
  22. Marcelo Rubens Paiva. Obra revela amizade entre Brasil e Saddam Arquivado em 4 de março de 2016, no Wayback Machine.. Folha de S.Paulo, 19 de abril de 2003.
  23. Maurício Cardoso. Bastidores da CPI - Jornalista conta em livro a história do mensalão Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.. Consultor Jurídico, 16 janeiro 2006
  24. «Eike: o homem que vendia terrenos na lua». Amazon. Consultado em 24 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 21 de dezembro de 2014 
  25. «De jornalista a Youtuber – Como cruzei a ponte». Consultado em 1 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 20 de outubro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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