Malasartes e o Duelo com a Morte

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Malasartes e o Duelo com a Morte
Malasartes e o Duelo com a Morte
Pôster oficial do filme.
 Brasil
2017 •  cor •  107 min 
Gênero aventura
comédia
fantasia[1]
Direção Paulo Morelli
Produção
Coprodução Globo Filmes
O2 Filmes
Universal Pictures
Roteiro Paulo Morelli
Narração Lima Duarte
Elenco
Música Beto Villares
Diretor de fotografia Adrian Teijido
Figurino Verônica Julian
Distribuição Paris Filmes
Lançamento
  • 10 de agosto de 2017 (2017-08-10) (Brasil)[1]
Idioma português
Orçamento R$ 9,5 milhões

Malasartes e o Duelo com a Morte é um filme de aventura e fantasia brasileiro de 2017 dirigido e escrito por Paulo Morelli. Inspirado nas histórias de Pedro Malasartes, o filme traz Jesuíta Barbosa no papel-título, um personagem que vive de pequenas trapaças e está presente nos folclores português e brasileiro. O elenco do filme conta ainda com Isis Valverde, Júlio Andrade, Leandro Hassum, Milhem Cortaz e Vera Holtz nos demais papeis principais.

Malasartes e o Duelo com a Morte foi lançado nos cinemas do Brasil em 10 de agosto de 2017 pela Downtown e Paris Filmes. O filme alcançou um público de cerca de 114 mil espectadores, gerando uma receita de R$ 1,5 milhão, não suprindo as expectativas de bilheteria. Malasartes foi recebido com avaliações mistas por parte da crítica especializada, que em geral elogiou o desempenho carismático de Jesuíta Barbosa no papel protagonista e os efeitos visuais, no entanto apontaram que a obra não atingiu o potencial que tinha.

Na 17ª cerimônia de entrega do Grande Otelo, prêmio da Academia Brasileira de Cinema, o filme foi laureado com o prêmio de Melhor Efeitos Visuais para Ricardo Bardal, além de ter recebido indicações nas categorias de Melhor Filme de Comédia, Melhor Ator para Jesuíta Barbosa, Melhor Maquiagem e Melhor Trilha Sonora. Bardal também foi premiado na categoria de Efeitos Visuais pelo Prêmio Guarani de Cinema. O filme foi transformado em minissérie de três episódios exibidos pela TV Globo em dezembro de 2017.[2]

Enredo[editar | editar código-fonte]

No interior do Brasil, o malandro Pedro Malasartes (Jesuíta Barbosa) vive de pequenas trapaças e está sempre se safando das situações, mesmo as criadas por ele. Mas terá que enfrentar dois grandes inimigos: o temido Próspero (Milhem Cortaz), que fará de tudo para impedir que sua irmã Áurea (Isis Valverde) namore um sujeito como ele, e a própria Morte encarnada (Júlio Andrade), que quer tirar férias e enganar Malasartes. Ele ainda terá que lidar com a bruxa Cortadeira (Vera Holtz), que é responsável por tecer os fios da vida, e Esculápio (Leandro Hassum), o atrapalhado assistente da Morte. Agora, com personagens deste e do outro mundo se unindo contra ele, Malasartes terá que usar de toda a sua esperteza para sair ileso dessa confusão.[3]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Produção[editar | editar código-fonte]

Originalmente concebido como roteiro para uma série de televisão no final dos anos 1980, o projeto foi arquivado devido à falta de tecnologia na época. Posteriormente, a história foi adaptada e lançada como filme em 2017.[1] Destacando-se como o filme brasileiro com maior quantidade de efeitos especiais na história, até então, quase metade da produção contou com o auxílio da computação. Cerca de R$ 4,5 milhões dos R$ 9,5 milhões de orçamento total foram destinados aos efeitos especiais.[4] As filmagens ocorreram em 2015, abrangendo locações em Jaguariúna, no interior de São Paulo, e nos estúdios da produtora O2 Filmes, na capital paulista. A conclusão do filme exigiu dois anos de pós-produção, envolvendo mais de 100 profissionais.[5]

Leandro Hassum e Vera Holtz desempenham os papéis do assistente da Morte e de uma bruxa responsável por tecer os "fios da vida", sendo dois dos personagens que mais interagem com a computação gráfica no filme e que protagonizaram situações cômicas durante as filmagens com o uso de chroma key.[5] Holtz compartilha que o cenário era desafiador, escorregadio, enquanto Hassum destaca a superação inicial das dificuldades, afirmando que, uma vez que o ator se adapta ao ambiente, tudo flui mais naturalmente.[5]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

Malasartes e o Duelo com a Morte foi lançado nos cinemas do Brasil em 10 de agosto de 2017 pela Downtown e Paris Filmes.[6] Ao todo, o filme foi distribuído em 352 salas de cinema espalhadas pelo território nacional. O filme teve um público estimado em 114.382 espectadores. Ao fim de sua exibição, o filme teve uma renda bruta de R$ 1.540.238,22, ocupando a 21ª posição no ranking de público de filmes nacionais lançados em 2017.[7] A tabela abaixo contempla a distribuição de ingressos nos dois primeiros finais de semana de lançamento nos cinemas brasileiros.[carece de fontes?]

BILHETERIA NO BRASIL
Data Ingressos Total
11 a 13 de agosto de 2017 50.755 99.936
18 a 20 de agosto de 2017 14.435

Recepção[editar | editar código-fonte]

Resposta da crítica[editar | editar código-fonte]

A performance de Jesuíta Barbosa como Malasartes gerou aclamação da crítica e indicação ao Grande Otelo de Melhor Ator pela Academia de Cinema.

Malasartes e o Duelo com a Morte gerou críticas positivas e mistas em geral por parte dos críticos especializados. Escrevendo para o website AdoroCinema, Francisco Russo pontua que apesar das oscilações entre os mundos real e fantástico, Malasartes oferece um entretenimento agradável, proporcionando momentos memoráveis. Isso se deve em grande parte à qualidade do elenco, especialmente à habilidade de Jesuíta Barbosa em alternar expressões faciais rapidamente, contribuindo significativamente para a construção do personagem que precisa equilibrar ingenuidade e esperteza.[8] Por outro lado, há uma caracterização excessivamente infantil de Leandro Hassum e uma didática exagerada, evidenciada pela repetição constante do mantra em torno do duelo entre Malasartes e a Morte.[8] Para Russo, apesar de não atingir todo o potencial devido a excessos visuais que afetam a coesão, o filme é considerado uma obra sólida, que valida a possibilidade de um cinema comercial no Brasil baseado na cultura popular, independente de contar com figuras conhecidas da televisão ou da música.[8]

O crítico Pablo Bazarello, em sua resenha para o website CinePOP, escreveu que a obra é um filme de natureza doce e inocente, aparentemente imune às adversidades do mundo.[9] Para ele, o filme parece habitar um universo à parte, sem adotar o tom mais cáustico presente, por exemplo, nas obras mencionadas de Suassuna ou nos primeiros filmes dos Trapalhões (que, ao longo do tempo, passaram a adotar uma abordagem mais politicamente correta).[9] Bazarello conclui que Malasartes é pura ingenuidade, destinado a toda a família e quase se aproximando do gênero infantil. É uma produção adequada para os dias atuais, na qual se pode tranquilamente levar os filhos pequenos sem restrições de idade. As únicas nuances mais astutas presentes na persona do protagonista são os olhares e paqueras que ele tenta com a morena que aparece sempre nos momentos inoportunos.[9]

Bazarello também pontua que os efeitos especiais são um destaque e parecem ser o ponto forte do filme. Sem dúvida, representa uma conquista para o cinema nacional, ao criar pela primeira vez algo dentro dos padrões e impulsionar o cinema de gênero, abrindo a possibilidade de sua aplicação em outros tipos de filmes.[9] É verdadeiramente impressionante, especialmente a representação do além-mundo, com as velas que contam os anos de vida de cada pessoa na Terra.[9]

João Victor Barros, escrevendo para o site Cinema com Rapadura, aponta que o filme apresenta conceitos que poderiam ter sido melhor explorados, porém, acabam se perdendo no roteiro, prejudicando também o desempenho do talentoso elenco. A obra adquire uma atmosfera excessivamente novela, talvez encontrando uma melhor ressonância na televisão, como evidenciado ao tornar-se uma minissérie em três capítulos. Apesar de contar com potencial para se tornar um notável filme nacional e popular, acaba seguindo uma fórmula convencional demais no cenário cinematográfico brasileiro. No duelo com a morte, o tédio emerge como vencedor.[10]

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Ano Associações Categoria Recipiente(s) Resultado Ref.
2018 Festival Sesc Melhores Filmes Melhor Filme Malasartes e o Duelo com a Morte Indicado [11]
Melhor Direção Paulo Morelli
Melhor Roteiro
Melhor Ator Jesuíta Barbosa
Júlio Andrade
Leandro Hassum
Melhor Atriz Ísis Valverde
Melhor Fotografia Adrian Teijido
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro Melhor Filme de Comédia Malasartes e o Duelo com a Morte [12]
Melhor Ator Jesuíta Barbosa
Melhor Maquiagem Anna Van Steen
Melhor Efeitos Visuais Ricardo Bardal Venceu
Melhor Trilha Sonora Beto Villares Indicado
Prêmio ABC de Cinematografia Melhor Direção de Arte Tulé Peak
Prêmio Guarani de Cinema Melhor Figurino Marlene Moura [13]
Melhor Efeitos Visuais Ricardo Bardal Venceu
Melhor Direção de Arte Tulé Peak Indicado
Prêmio Fiesp/Sesi-SP de Cinema e TV Melhor Série de Ficção para TV Aberta Malasartes e o Duelo com a Morte Venceu [14]
Melhor Ator de Série Jesuíta Barbosa
Melhor Atrz de Série Ísis Valverde Indicado [15]

Série de TV[editar | editar código-fonte]

O filme foi transformado em minissérie pela TV Globo e exibido como especial de fim de ano entre 26 e 28 de dezembro de 2017.

Audiência[editar | editar código-fonte]

Em seu primeiro dia de exibição na TV Aberta, a minissérie marcou 28,2 pontos de audiência na Grande São Paulo. Sendo líder isolado de Audiência em todo Brasil. Um resultado 50% melhor do que o registrado pela série Cidade Proibida, que teve média de 19 pontos ao longo da temporada.

Data Média
26/12/17 28.2 pontos
27/12/17 29.1 pontos
28/12/17 27.4 pontos

Referências

  1. a b c «Malasartes e o Duelo com a Morte». AdoroCinema. Consultado em 18 de Dezembro de 2016 
  2. «Fim de ano na Globo tem novo especial de Roberto Carlos e minissérie Malasartes» 
  3. AdoroCinema, Malasartes e o Duelo com a Morte, consultado em 20 de novembro de 2023 
  4. Prado, Pedro (9 de abril de 2017). «Malasartes e o Duelo Com a Morte Será o Filme Com Mais Efeitos Visuais do Brasil». Pipoca Moderna. Consultado em 12 de agosto de 2017 
  5. a b c «Engavetado há 28 anos, "Harry Potter brasileiro" sai do papel». IG. 13 junho de 2015. Consultado em 25 de novembro de 2015 
  6. Sousa, Camila (30 de junho de 2017). «Malasartes e o Duelo com a Morte | Elenco apresenta personagens em novo vídeo da comédia nacional». Omelete. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  7. bertholdo_adm (25 de outubro de 2018). «Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro da ANCINE apresenta recorde de lançamentos de filmes nacionais em 2017». Academia Internacional de Cinema (AIC). Consultado em 21 de novembro de 2023 
  8. a b c AdoroCinema, Malasartes e o Duelo com a Morte: Críticas AdoroCinema, consultado em 28 de dezembro de 2017 
  9. a b c d e Marafon, Renato. «Crítica | Malasartes e o Duelo com a Morte – superprodução nacional | CinePOP». cinepop.com.br. Consultado em 28 de dezembro de 2017 
  10. «Crítica: Malasartes e o Duelo com a Morte (2017): quem vence é o tédio». Cinema com Rapadura. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  11. «Confira os vencedores do 44° Festival Sesc Melhores Filmes». Papo de Cinema. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  12. Reynaud, Nayara (18 de setembro de 2018). «Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2018 | Veja a lista dos vencedores». nervos. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  13. «23° Prêmio Guarani :: Indicados de 2017». Papo de Cinema. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  14. «Vladimir Brichta e Maria Ribeiro vencem prêmio de cinema - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: cinema,prêmio fiesp,sesi-sp,vladimir brichta,maria ribeiro». Jornal Diário do Grande ABC. 1 de agosto de 2018. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  15. Muller, Tania Bueno (28 de julho de 2018). «12° Prêmio Fiesp/Sesi-SP de Cinema e TV - Blog Tania Muller». blogtaniamuller.com.br. Consultado em 21 de novembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]