Rua Norte (Belém)

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Rua Norte
Características
Classificação via pública
Data/Ano 1620s
Criador/Fabricante Bento Maciel Parente Edit this on Wikidata
Parte de Rua Siqueira Mendes Edit this on Wikidata
Localização
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Rua Norte, também chamado rua Ladeira do Castelo,[1] é a primeira via pública de trânsito aberta no então município de "Santa Maria de Belém do Pará", também chamado de "Nossa Senhora de Belém do Grão Pará" (atual município de Belém do Pará),[2][3][4][5] dando origem ao bairro Cidade (atual bairro da Cidade Velha),[1] durante a criação da Capitania do Grão-Pará na década de 1620 no governo do capitão-mor Bento Maciel Parente, na era do Brasil Colônia (1500–1815).[6]

A Rua Norte foi integrada a rua Siqueira Mendes (no atual bairro da Cidade Velha), denominação em homenagem ao então presidente da Província em 1868, Manuel José de Siqueira Mendes.[7][8]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1616, quando os portugueses criaram o novo povoado colonial (villa) Feliz Lusitânia (atual Belém do Pará) na então Conquista do Para,[2][9][10] iniciou um período de batalhas contra os estrangeiros (holandeses, ingleses, franceses) e contra os habitantes iniciais (indígenas) buscando assegurar o domínio português na Conquista, em um processo de colonização e escravização tentando implantar um modelo econômico baseado na exploração do trabalho indígena e dos recursos primários.[11][12][13] Resultando na Revolta Tupinambá, que em janeiro de 1619 tomaram o Forte do Castelo, mas Gaspar Cardoso mudou o curso da guerra ao assassinar o cacique-guerreiro Guamiaba Tupinambá.[13]

Outras revoltas indígenas ocorreram até julho de 1620, quando em 1621 Bento Maciel Parente, sargento-mor da capitania do Cabo Norte, investiu sobre os índios Tapajós, dizimando-os e dominando a Conquista do Pará.[14][15] Com a vitória este foi nomeado Capitão-Mor do Grão-Pará, a Conquista foi transformada na então Capitania do Grão-Pará (junto a criação do Estado do Maranhão, com sede em São Luiz),[16][17] e o povoado foi elevado à categoria de município com a denominação de "Santa Maria de Belém do Pará" ou "Nossa Senhora de Belém do Grão Pará" (posteriormente "Santa Maria de Belém do Grão Pará" até à atual Belém)[18][19][20][21] quando foram abertas as primeiras ruas da região,[14] originando o histórico bairro Cidade (atual bairro da Cidade Velha). Bento Maciel durante seu governo fortificou o Forte do Presépio, rebatizado-o como "Forte Castelo do Senhor Santo Cristo".[15] E, posteriormente ordenou outras investidas contra os invasores holandeses, expulsando-os da colônia.

A primeira rua, criada na década de 1620, iniciava no Forte do Presépio, foi chamada Rua do Norte e Ladeira do Castelo, sendo modernamente rebatizada como rua Siqueira Mendes, em homenagem ao então presidente da Província do Pará em 1868, o cônego Manuel José de Siqueira Mendes[7][8] (ex-senador imperial).[22]

Atualmente esta região é chamada de "Complexo Arquitetônico e Paisagístico Feliz Lusitânia" no bairro Cidade Velha, que cresceu às margens do rio Guamá, desde a fundação da cidade em 1616. Agora possui inúmeros prédios de arquitetura colonial, casarões antigos muitos dos quais tombados como patrimônio pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),[23] que passaram pelo Ciclo da Borracha (1800/1900), com muito dinheiro e luxo europeu em Belém, presente até hoje em suas fachadas e estruturas. São um elo entre a origem da população de Belém e os dias de hoje.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Belém, Agência. «Prefeitura visita casarões da Ladeira da Cidade Velha para revitalizá-los». Agência Belém de Notícias. Consultado em 4 de maio de 2022 
  2. «Pesquisa e exploração dos aromas amazônicos». Com Ciência. Consultado em 21 de abril de 2012 
  3. Brönstrup,, Silvestrin, Celsi; Gisele,, Noll,; Nilda,, Jacks, (2016). Capitais brasileiras : dados históricos, demográficos, culturais e midiáticos. Col: Ciências da comunicação. Curitiba, PR: Appris. ISBN 9788547302917. OCLC 1003295058. Consultado em 30 de abril de 2017. Resumo divulgativo 
  4. «Brasil, Pará, Belém, História». Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Consultado em 8 de março de 2018 
  5. «Histórico Belém do Pará». Ferramenta Cidades. IBGE. 2015. Consultado em 4 de maio de 2016 
  6. «I DECLARAÇÃO AOS POVOS SOBRE O TERRITÓRIO MURUCUTU TUPINAMBÁ». Idade Mídia. 7 de janeiro de 2022 
  7. a b «Siqueira Mendes St». Prefeitura Municipal de Belém. Ver-Belém. Consultado em 4 de maio de 2022 
  8. a b «Belém do Grão-Pará e suas ruas, 1616-1910». História das Cidades. Arquivado do original em 7 de setembro de 2010 
  9. Brönstrup,, Silvestrin, Celsi; Gisele,, Noll,; Nilda,, Jacks, (2016). Capitais brasileiras : dados históricos, demográficos, culturais e midiáticos. Col: Ciências da comunicação. Curitiba, PR: Appris. ISBN 9788547302917. OCLC 1003295058. Consultado em 30 de abril de 2017. Resumo divulgativo 
  10. Bol Listas (8 de janeiro de 2018). «Açaí, jambu e a Amazônia: 10 curiosidades sobre o Pará». Portal UOL. Consultado em 7 de março de 2018 
  11. Brönstrup,, Silvestrin, Celsi; Gisele,, Noll,; Nilda,, Jacks, (2016). Capitais brasileiras : dados históricos, demográficos, culturais e midiáticos. Col: Ciências da comunicação. Curitiba, PR: Appris. ISBN 9788547302917. OCLC 1003295058. Consultado em 30 de abril de 2017. Resumo divulgativo 
  12. «Brasil, Pará, Belém, História». Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Consultado em 8 de março de 2018 
  13. a b «I DECLARAÇÃO AOS POVOS SOBRE O TERRITÓRIO MURUCUTU TUPINAMBÁ». Idade Mídia. 7 de janeiro de 2022 
  14. a b «I DECLARAÇÃO AOS POVOS SOBRE O TERRITÓRIO MURUCUTU TUPINAMBÁ». Idade Mídia. 7 de janeiro de 2022 
  15. a b «Forte do Presépio Belém: História, Endereço e Localização». Encontra Belém. 26 de dezembro de 2019. Consultado em 4 de maio de 2022 
  16. «A formação territorial do espaço paraense: dos fortes à criação de municípios» 
  17. «Capitania do Grão-Pará». Atlas Digital da América Lusa. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  18. «Pesquisa e exploração dos aromas amazônicos». Com Ciência. Consultado em 21 de abril de 2012 
  19. Brönstrup,, Silvestrin, Celsi; Gisele,, Noll,; Nilda,, Jacks, (2016). Capitais brasileiras : dados históricos, demográficos, culturais e midiáticos. Col: Ciências da comunicação. Curitiba, PR: Appris. ISBN 9788547302917. OCLC 1003295058. Consultado em 30 de abril de 2017. Resumo divulgativo 
  20. «Brasil, Pará, Belém, História». Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Consultado em 8 de março de 2018 
  21. «Histórico Belém do Pará». Ferramenta Cidades. IBGE. 2015. Consultado em 4 de maio de 2016 
  22. Coimbra, Oswaldo; Neto, Alfredo Jorge Hesse Garcia (2008). Cidade velha, cidade viva. Col: Oficina Escola de Escritores. Grupo de Memória de Engenharia e Atividades Interdisciplinares da Faculdade de Engenharia Civil - Universidade Federal do Pará (UFPA). [S.l.]: Associação Cidade Velha Cidade Viva (CiVViva). Resumo divulgativo 
  23. Bairros de Belém