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Como ler uma infocaixa de taxonomiaMorcego-pescador

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 2.3)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Chiroptera
Subordem: Microchiroptera
Família: Noctilionidae
Género: Noctilio
Espécie: N. leporinus
Nome binomial
Noctilio leporinus
(Linnaeus, 1758)

O morcego-pescador (Noctilio leporinus) é um morcego da família Noctilionidae, com distribuição neotropical desde a costa sul do México até à Argentina. É uma espécie piscívora.

Ocorre nas margens de corpos de água doce e estuários marinhos, em terras baixas não áridas, áreas costeiras e bacias hidrográficas, associados a áreas úmidas como lagoas e riachos tranquilos, estuários, baías e lagoas.[1]

Na lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN de 2015, o Noctilio Leporinus está classificado como animal de menor preocupação.[2]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

O morcego-pescador é uma das poucas espécies da ordem Chiroptera adeptas da piscivoria, com crustáceos e insetos inclusos. Para uma melhor eficiência na captura, ganhou adaptações como garras e pernas longas com grande compressão lateral (mesmo sendo um dos menores morcegos), além de um sistema de ecolocalização sensível em que os indivíduos utilizam diferentes frequências sonoras para localizar as presas sobrevoando a superfície da água, além de lembrar onde teve melhores resultados de caça. No entanto, sendo carnívoro, o morcego-pescador pode consumir invertebrados e frutas para completar sua dieta.[3]

A captura de peixes é feita normalmente durante a noite, sobrevoando próximos da superfície da água e aguardando o momento certo em que os peixes produzam ondas na superfície com seu movimento para poder atacá-los. O morcego captura o animal, armazena em suas bochechas e ao retornar ao seu abrigo, termina a mastigação e engole a presa. O morcego-pescador costuma consumir mais peixes das espécies sardinha, manjuba e peixe-rei, enquanto crustáceos são camarões e siris. Já os insetos, consome muitas mariposas e besouros, além de ectoparasitas.[4]

Habitat[editar | editar código-fonte]

O morcego-pescador utiliza ocos de árvores, costões rochosos e cavernas próximos a corpos de água como abrigo, por vezes, criando uma comunidade de centenas de indivíduos da espécie, uma vez que são animais sociáveis. Costumam repousar em galhos altos das árvores, mas podem também ocupar o telhado de residências e estruturas de concreto, tais como pontes e viadutos.[5]

A média diária sazonal destes animais avistados por hora variou durante as épocas do ano. A maior média de avistagem foi durante o inverno, enquanto a menor foi durante a primavera. Durante o inverno há uma maior avistagem de morcegos em geral, graças a sua atividade de forrageio. [4]

Sociabilidade[editar | editar código-fonte]

A águia pesqueira é geralmente uma espécie gregária que vive em pequenos grupos descansando nos galhos altos das árvores. Eles quase nunca são encontrados nas cavernas ou tocas que tendemos a associar com abrigos de morcegos. No entanto, algumas pessoas podem manter o hábito de ficar sozinhas. Durante a época de reprodução, o morcego-pescador pode ser facilmente visto longe do grupo.[5]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Possuem lábios inchados e o lábio superior fendido e coloração de amarelo-avermelhada a cinza, além de uma listra clara da nuca até a cauda. Medem cerca de 12cm de comprimento, pesando em volta de 80g. Seu queixo tem dobras de pele frouxa e suas bochechas têm sacos de armazenamento de alimentos. As orelhas são pontudas, com um grande espaço entre ambas. Seu pequeno corpo é coberto por pelos curtos, com barriga mais clara que as costas e cauda e membrana das asas bege. O morcego-pescador possui três subespécies catalogadas atualmente: Noctilio leporinus leporinus, Noctilio leporinus mastivus e Noctilio leporinus rufescens.[6]

Possui uma pelagem que vai do amarelo-claro até o marrom-escuro, variando a coloração de acordo com o sexo. As fêmeas da espécie costumam ter a pelagem em cores mais suaves, entre amarelo-claro e cinza-escuro. Já os machos tendem a ter a coloração mais intensa, variando de amarelo-escuro a marrom-escuro.[7]

Taxonomia Noctilio Leporinus

Em um estudo feito para observar a reprodução de Noctilio Leporinus em cativeiro, foi observado que ao nascerem, eram desprovidos de pelos e ficavam agarrados a teta materna até 9-10 dias de idade. Após esta idade permaneciam pendurados pelos membros posteriores, podendo ser encontrado agarrado ao mamilo da reprodutora, principalmente na parte da manhã. Aos 25 dias de idade os pelos se mostravam espaçados, e aos 40 dias já apresentavam o corpo coberto uniformemente por pelos curtos e claros, além dos caninos já estarem visíveis. Com 57 dias um amarelo vivo começa a cobrir os pelos dorsais, sendo mais esbranquiçados ventralmente. Ao 70-75 dias já vocalizava para os alimentadores a qualquer estímulo.[8]

Suas patas traseiras muito longas com grande força e flexibilidade e garras muito curvas são adaptações que facilitam a captura de presas. A propósito, as unhas são pressionadas para o lado, o que reduz significativamente a resistência à água e aumenta sua eficácia no processo de captura.[9]

O corpo do morcego pescador é totalmente adaptado para “pegar” suas presas próximo à superfície da água. Suas pernas são muito mais longas do que a maioria dos morcegos e têm força e flexibilidade incríveis. As garras das patas traseiras são longas e curvas, com notável compressão lateral. Essa forma permite que o morcego reduza significativamente a resistência à água, facilitando a captura de presas.[5]

Técnica de ''pesca''[editar | editar código-fonte]

Na prática, a característica mais marcante do pesqueiro é a sua extraordinária técnica de "captura". À noite, voa habilmente perto de corpos d'água e usa seus sentidos poderosos para detectar a presença de presas em potencial perto da superfície.[5]

Morcegos pescadores capturam suas presas dentro d’água e usam a eco localização durante a pescaria.[10]

No entanto, seus sentidos não podem detectar com precisão o movimento subaquático. Portanto, eles têm que esperar que peixes ou outros animais marinhos criem pequenas ondas na superfície da água. Quando isso acontece, a águia-pescadora sabe que é hora de atacar. No momento certo, ele rapidamente corre para a presa e usa suas longas e fortes patas traseiras com garras para pegá-la. Todas as três espécies conhecidas de morcegos pescadores são anatomicamente adaptadas para esta pesca aquática. Um morcego geralmente pega sua presa rapidamente e a armazena em suas bolsas. Quando chegam a um local seguro ou voltam para sua “toca”, param de mastigar e engolem a presa para continuar a digestão normalmente. A princípio, os cientistas acreditavam que esse método de "pesca" era usado apenas quando havia escassez de alimentos no continente. Observando o comportamento e os hábitos noturnos da águia pesqueira, porém, foi possível afirmar que é uma excelente técnica de caça que é utilizada diariamente.[5]

O pescador voa a uma altura de 50 cm acima da superfície da água a uma velocidade de 26 km/h. Ele publica várias músicas/músicas neste volume. Se detectar pequenas perturbações na superfície da água, desce -10 cm acima da superfície da água. Ele segue distúrbios na superfície da água e fica perto o suficiente para afundar suas garras na água e puxar 2 metros em direção a sua presa. Não consegue detectar presas subaquáticas porque a mudança no ambiente de propagação do som causa uma perda muito alta. Portanto, mesmo que o som entre na água, atinja o peixe e volte para o morcego, o som é muito fraco para ser ouvido. A ecolocalização ajuda a identificar quando a superfície da água é perturbada e quando a tensão superficial da água é quebrada.[11]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Noctilio leporinus (Noctilionidae, Chiroptera), é uma das poucas espécies de morcego que se alimentam de peixes. Distribui-se desde o México até o norte da Argentina e pode ser encontrado próximo a riachos, habitats, grandes massas de água ou outras zonas úmidas.[12]

País Nativo: Anguila; Antígua e Barbuda; Argentina; Aruba; Bahamas; Barbados; Belize; Bolívia, Estados Plurinacionais do Brasil; Colômbia; Costa Rica; Cuba; Domínica; República Dominicana; Equador; El Salvador; Guiana Francesa; Granada; Guadalupe; Guatemala; Guiana; Haiti; Honduras; Jamaica; Martinica; México; Montserrat; Nicarágua; Panamá; Paraguai; Peru; Porto Rico; São Cristóvão e Nevis; Santa Lúcia; São Martinho (parte francesa); São Vicente e Granadinas; Sint Maarten (parte holandesa); Suriname; Trinidad e Tobago; Venezuela, República Bolivariana; Ilhas Virgens Britânicas; Ilhas Virgens.[13]

Conflitos com psicultura[editar | editar código-fonte]

Por serem adeptas a piscivoria, em unidades de piscicultura esta espécie pode ser um predador que causa um grande prejuízo aos criadores. Na Estação de Piscicultura da CHESF em Paulo Afonso – BA, o Noctilio leporinus vinha trazendo problemas aos técnicos da Estação ao reduzir a produção de alevinos em até 50%. A partir da implantação de um programa, foi designado um esforço para o aumento da produção destes alevinos na estação, porém foi percebido que os resultados não eram condizentes com os valores esperados. Vários morcegos eram avistados sobrevoando os tanques de produção durante o pôr do sol, trazendo uma suspeita que logo foi confirmada: a diminuição era por conta da predação destes morcegos-pescadores.[14]

Subespécies[editar | editar código-fonte]

O morcego-pescador está relacionada ao morcego-buldoque (Noctilio albiventris) que tem o ventre branco e também é nativo das Américas.[5] Atualmente, são conhecidas três subespécies de morcego-pescador:

  •  Noctilio leporinus leporinus
  • Noctilio leporinus mastivus
  •  Noctilio leporinus rufescens

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Morcego pescador (Noctilio leporinus)». FAUNA DIGITAL DO RIO GRANDE DO SUL. Consultado em 10 de novembro de 2022 
  2. BARQUEZ, R.; PEREZ, S.; MILLER, B.; DIAZ, M. (2015). «Noctilio leporinus». A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. Consultado em 13 de Novembro de 2022 
  3. IUCN (20 de julho de 2015). «Noctilio leporinus: Barquez, R., Perez, S., Miller, B. & Diaz, M.: The IUCN Red List of Threatened Species 2015: e.T14830A22019554» (em inglês). doi:10.2305/iucn.uk.2015-4.rlts.t14830a22019554.en. Verifique |doi= (ajuda). Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  4. a b Bordignon, Marcelo O. (março de 2006). «Padrão de atividade e comportamento de forrageamento do morcego-pescador Noctilio leporinus (Linnaeus) (Chiroptera, Noctilionidae) na Baía de Guaratuba, Paraná, Brasil». Revista Brasileira de Zoologia (1): 50–57. ISSN 0101-8175. doi:10.1590/s0101-81752006000100003. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  5. a b c d e f «Você conhece o morcego-pescador?». Meus Animais. 13 de maio de 2020. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  6. Hood, Craig S.; Jones, J. Knox (27 de abril de 1984). «Noctilio leporinus». Mammalian Species (216). 1 páginas. doi:10.2307/3503809. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  7. BORDIGNON, M. FRANÇA , A (2004). «Variações na coloração da pelagem do morcego-pescador Noctilio Leporinus.». Revista Brasileira de Zoociências. Consultado em 13 de Novembro de 2022 
  8. SILVA, Alessandra. PEREIRA, Adriana. ESBÉRARD, Carlos (Julho de 2010). «Reprodução de Noctilio leporinus em cativeiro» (PDF). Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 1 de dezembro de 2022 
  9. «Batman e Drácula não pescam. Já o morcego-pescador… | Fauna News». 23 de fevereiro de 2022. Consultado em 29 de dezembro de 2022 
  10. Ambientebrasil, Redação (5 de fevereiro de 2009). «Fauna - Morcegos». Ambientebrasil - Ambientes. Consultado em 29 de dezembro de 2022 
  11. Schnitzler et al. 1994. Fishing and echolocation behavior of the greater bulldog bat, Noctilio leporinus, in the field. Link: https://www.researchgate.net/publication/226084120_Fishing_and_echolocation_behavior_of_the_greater_bulldog_bat_Noctilio_leporinus_in_the_field Acessado em 29 de Dezembro de 2022.
  12. Aguilar, Adriana Patricia Arias (2021). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PDF) https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/245940/001142800.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Consultado em 26 de dezembro de 2022  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  13. Barquez, R., Perez, S., Miller, B. & Diaz, M. 2015. Noctilio leporinus. The IUCN Red List of Threatened Species 2015: e.T14830A22019554. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2015-4.RLTS.T14830A22019554.en. Accessed on 29 December 2022.
  14. LOPES, J. SANTOS, A. TENÒRIO,R (28 de fevereiro de 2000). «Morcego pescador pode trazer grandes prejuízos aos piscicultores». Revista Panorama da Aqüicultura. Consultado em 17 de dezembro de 2021