Saltar para o conteúdo

Morte de Ayrton Senna: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
m
Linha 1: Linha 1:
{{mais notas|Este artigo|data=novembro de 2014}}
{{mais notas|Este artigo|data=novembro de 2014}}
{{Info/Evento histórico
[[Imagem:Senna accident.jpg|thumb|280px|Momento do acidente que matou Senna durante o [[Grande Prêmio de San Marino de 1994 (Fórmula 1)|GP de San Marino]], em [[Ímola]]]]
|nome = Morte de Ayrton Senna
'''[[Ayrton Senna]]''', o tri-campeão mundial de [[Fórmula Um]], morreu em 1 de maio de 1994, como resultado de uma colisão entre seu carro e uma barreira de concreto, enquanto participava do [[Grande Prêmio de San Marino de 1994 (Fórmula 1)|Grande Prêmio de San Marino]], no [[Autódromo Enzo e Dino Ferrari]], em [[Ímola]], na [[Itália]]. No dia anterior, [[Roland Ratzenberger]] morreu quando seu carro bateu durante a qualificação para a corrida. Seu acidente e o de Senna foram os piores entre os [[Lista de acidentes fatais na Fórmula 1|vários acidentes]] ocorridos naquele fim de semana e foram os primeiros acidentes fatais de ocorrer durante uma corrida oficial de Fórmula Um em 12 anos. Eles se tornaram um divisor de águas na segurança do esporte, o que levou a implementação de novas medidas de segurança e reformulação da [[Grand Prix Drivers' Association]].
|imagem = Senna accident.jpg
|legenda = Momento do acidente que matou Senna durante o [[Grande Prêmio de San Marino de 1994 (Fórmula 1)|GP de San Marino]], em [[Ímola]]
|outros_nomes =
|participantes =
|localização = {{ITA}}
|data = {{dtlink|1|5|1994|idade}}
|resultado = Implementação de novas medidas de segurança e reformulação da [[Grand Prix Drivers' Association]]
}}
'''[[Ayrton Senna]]''', o tri-campeão mundial de [[Fórmula Um]], morreu em 1 de maio de 1994, como resultado de uma colisão entre seu carro e uma barreira de concreto, enquanto participava do [[Grande Prêmio de San Marino de 1994 (Fórmula 1)|Grande Prêmio de San Marino]], no [[Autódromo Enzo e Dino Ferrari]], em [[Ímola]], na [[Itália]].

No dia anterior, [[Roland Ratzenberger]] morreu quando seu carro bateu durante a qualificação para a corrida. Seu acidente e o de Senna foram os piores entre os [[Lista de acidentes fatais na Fórmula 1|vários acidentes]] ocorridos naquele fim de semana e foram os primeiros acidentes fatais de ocorrer durante uma corrida oficial de Fórmula Um em 12 anos. Eles se tornaram um divisor de águas na segurança do esporte, o que levou a implementação de novas medidas de segurança e reformulação da [[Grand Prix Drivers' Association]].


Embora o acidente de Senna continue sendo o mais recente a tirar a vida de um piloto de Fórmula em uma corrida oficial, três acidentes, desde então, tiraram a vida de pilotos, como [[María de Villota]] em 2013, que acabou sucumbindo aos ferimentos sofridos em um em linha reta sessão de testes do ano anterior.
Embora o acidente de Senna continue sendo o mais recente a tirar a vida de um piloto de Fórmula em uma corrida oficial, três acidentes, desde então, tiraram a vida de pilotos, como [[María de Villota]] em 2013, que acabou sucumbindo aos ferimentos sofridos em um em linha reta sessão de testes do ano anterior.
Linha 82: Linha 93:


A maioria dos pilotos de Fórmula 1 esteve presente no [[funeral]] de Senna. Porém o então presidente da FIA, Max Mosley, não compareceu, alegando que estava nos funerais de Ratzenberger no dia [[7 de maio]], em [[Salzburgo]], na [[Áustria]]. Mosley disse à imprensa, dez anos depois: ''"Fui a esse funeral porque todos estavam no de Senna. Achei que era importante alguém ir a esse."''<ref>{{Citar web |url=http://f1.gpupdate.net/en/news/2004/04/23/max-went-to-roland-s-funeral/ |título= Max Wento to Roland’s funeral, GP Update.net. |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Na corrida seguinte, em Mônaco, a FIA decidiu deixar vazias as duas primeiras posições no grid de largada, e elas foram pintadas com as cores das [[Bandeira brasileira|bandeiras brasileira]] e [[Bandeira austríaca|austríaca]], em homenagem a Senna e Ratzenberger. O corpo de Senna está sepultado no jazigo 11, quadra 15, setor 7, do [[Cemitério do Morumbi]], em São Paulo na quinta-feira.
A maioria dos pilotos de Fórmula 1 esteve presente no [[funeral]] de Senna. Porém o então presidente da FIA, Max Mosley, não compareceu, alegando que estava nos funerais de Ratzenberger no dia [[7 de maio]], em [[Salzburgo]], na [[Áustria]]. Mosley disse à imprensa, dez anos depois: ''"Fui a esse funeral porque todos estavam no de Senna. Achei que era importante alguém ir a esse."''<ref>{{Citar web |url=http://f1.gpupdate.net/en/news/2004/04/23/max-went-to-roland-s-funeral/ |título= Max Wento to Roland’s funeral, GP Update.net. |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Na corrida seguinte, em Mônaco, a FIA decidiu deixar vazias as duas primeiras posições no grid de largada, e elas foram pintadas com as cores das [[Bandeira brasileira|bandeiras brasileira]] e [[Bandeira austríaca|austríaca]], em homenagem a Senna e Ratzenberger. O corpo de Senna está sepultado no jazigo 11, quadra 15, setor 7, do [[Cemitério do Morumbi]], em São Paulo na quinta-feira.

== Legado ==
{{Vertambém|Senna (filme)}}
[[Imagem:Ayrton Senna Statue - Donington Park.JPG|thumb|upright|esquerda|Memorial no local do [[Grande Prêmio da Europa de 1993 (Fórmula 1)|Grande Prêmio da Europa de 1993]], em [[Donington Park]].]]

A reforma do autódromo de Interlagos em 1990 teve uma mudança radical no traçado, foi proposta para seguir as regras de limites de distância de um circuito da FIA, e uma grande curva inclinada foi sugerida para ligar a reta dos boxes à curva do sol. Ayrton propôs um "S" que ligasse as duas retas, daí o nome de "S do Senna", pelo design do tricampeão, e não somente uma homenagem dada a ele. Com a morte de Ayrton Senna, novas normas de segurança foram implementadas para a F1. Novas barreiras, curvas redesenhadas, altas medidas de segurança e o próprio ''[[cockpit]]'' dos pilotos foram mudanças feitas na F1, ligadas diretamente à sua morte.

Em dezembro de 2009 a revista inglesa ''[[Autosport]]'' publicou uma matéria onde fez uma eleição para a escolha do melhor piloto de [[Fórmula 1]] de todos os tempos. A revista consultou 217 pilotos que passaram pela categoria, e Ayrton Senna venceu tal votação.<ref>{{cite news |title=Formula 1's Greatest Drivers: 1. AYRTON SENNA |url=http://f1greatestdrivers.autosport.com/?driver=1 |work=autosport.com |publisher=[[Haymarket Group|Haymarket Publications]] |date=10 dezembro 2009 |accessdate=10 dezembro 2009}}</ref><ref>UOL Esporte. [http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2009/12/10/pilotos-elegem-ayrton-senna-o-melhor-da-historia-da-formula-1.jhtm ''Pilotos elegem Ayrton Senna o melhor da história da Fórmula 1]''</ref>

A rede de comunicação estatal britânica, a [[BBC]], elegeu o brasileiro Ayrton Senna como o melhor piloto de Fórmula 1 da história.
“Provavelmente nenhum piloto da Fórmula 1 tenha se dedicado mais ao esporte e dado mais de si mesmo em sua rígida busca pelo sucesso. Ele era uma força da natureza, uma combinação incrível de muito talento e, em alguns casos, uma determinação espantosa”, aponta o texto publicado no site da BBC.<ref>http://www.espn.com.br/noticia/294084_tv-britanica-elege-ayrton-senna-como-melhor-piloto-da-historia-da-f-1{{cite news |url=http://espn.estadao.com.br/noticia/294084_tv-britanica-elege-ayrton-senna-como-melhor-piloto-da-historia-da-f-1|title=TV britânica elege Ayrton Senna como melhor piloto da história da F-1|publisher=Por ESPN.com.br com Agência Gazeta Press.|location=|date=20 novembro 2012|accessdate=08 dezembro 2012}}</ref>

Senna é considerado um dos maiores ídolos do esporte no [[Brasil]], ganhando inclusive a alcunha de herói nacional por parte da mídia especializada.<ref>{{citar web|título=SE ESTIVESSE VIVO, AYRTON SENNA COMPLETARIA 53 ANOS|url=http://www.esporteessencial.com.br/noticias/se-estivesse-vivo-ayrton-senna-completaria-53-anos/|acessodata=28 de março de 2013}}</ref><ref>{{citar web|título=A. Silva nega rótulo de superstar e não se vê "como Senna e Pelé"|url=http://www.espbr.com/noticias/silva-nega-rotulo-superstar-ve-senna-pele-25-agosto-2011-16h32|acessodata=28 de março de 2013}}</ref><ref>{{citar web|título=Para especialistas, Senna pode ser considerado o 'último herói nacional'|url=http://sportv.globo.com/site/programas/linha-de-chegada/noticia/2012/05/para-especialistas-senna-pode-ser-considerado-o-ultimo-heroi-nacional.html|acessodata=28 de março de 2013}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==
*[[Lista de acidentes fatais na Fórmula 1]]
*[[Lista de acidentes fatais na Fórmula 1]]


{{referências}}
{{referências|col=2}}


{{Ayrton Senna}}
{{Ayrton Senna}}

Revisão das 12h59min de 3 de novembro de 2014

Morte de Ayrton Senna
Morte de Ayrton Senna
Momento do acidente que matou Senna durante o GP de San Marino, em Ímola
Localização  Itália
Data 1 de maio de 1994 (30 anos)
Resultado Implementação de novas medidas de segurança e reformulação da Grand Prix Drivers' Association

Ayrton Senna, o tri-campeão mundial de Fórmula Um, morreu em 1 de maio de 1994, como resultado de uma colisão entre seu carro e uma barreira de concreto, enquanto participava do Grande Prêmio de San Marino, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália.

No dia anterior, Roland Ratzenberger morreu quando seu carro bateu durante a qualificação para a corrida. Seu acidente e o de Senna foram os piores entre os vários acidentes ocorridos naquele fim de semana e foram os primeiros acidentes fatais de ocorrer durante uma corrida oficial de Fórmula Um em 12 anos. Eles se tornaram um divisor de águas na segurança do esporte, o que levou a implementação de novas medidas de segurança e reformulação da Grand Prix Drivers' Association.

Embora o acidente de Senna continue sendo o mais recente a tirar a vida de um piloto de Fórmula em uma corrida oficial, três acidentes, desde então, tiraram a vida de pilotos, como María de Villota em 2013, que acabou sucumbindo aos ferimentos sofridos em um em linha reta sessão de testes do ano anterior.

Antecedentes

Na terceira corrida da temporada, o GP de San Marino, em Ímola, Senna declarou que esta deveria ser a corrida de início da temporada para ele, pois não havia terminado as anteriores e agora faltavam apenas quatorze corridas. Senna mais uma vez conquistou a pole, mas o fim de semana não seria tão fácil. Ele estava particularmente preocupado com dois eventos. Um deles, na sexta-feira, durante a sessão de qualificação da tarde, o piloto brasileiro Rubens Barrichello, envolveu-se em um grave acidente perdendo o controle de sua Jordan nº14, passou por cima de uma zebra e voou da pista, chocando-se violentamente contra uma barreira de pneus. Felizmente, Barrichello saiu desse acidente com pequenas escoriações e o nariz quebrado, ferimento suficiente para impedi-lo de correr no domingo. Senna visitou seu amigo no hospital - ele pulou o muro depois que foi impedido de visitá-lo pelos médicos - e ficou convencido de que as normas de segurança deveriam ser revisadas.

A Curva Tamburello em 1994.
Mudanças feitas no autódromo Enzo e Dino Ferrari depois dos acidentes de 1994.

O segundo ocorreu no sábado, durante os treinos livres, quando o austríaco Roland Ratzenberger, correndo pela Simtek, bateu violentamente na curva Villeneuve num acidente que começou a se formar na fatídica curva Tamburello, quando asa dianteira de seu carro se soltou fazendo-o perder o controle do veículo. Levado ao Hospital Maggiore de Bolonha, ele faleceu 8 minutos depois. Essa foi a primeira morte de um piloto na pista em dez anos - desde que a FIA adotara sérias medidas de segurança -. Senna convenceu os oficiais de pista a levá-lo ao local do acidente para ver ele mesmo o que poderia ter acontecido e essa ousadia lhe custou mais uma advertência e algum desgaste na sua atribulada relação com a FIA.

Senna passou o final da manhã reunido com outros pilotos, determinado a recriar a antiga Comissão de Segurança dos Pilotos, a fim de melhorar a segurança na F1. Como um dos pilotos mais velhos, ele se ofereceu para liderar esses esforços. Apesar de tudo, Senna e todos os outros pilotos concordaram em correr. Ele saiu em primeiro, mas J.J. Lehto deixou morrer sua Benetton, fazendo os outros pilotos desviarem dele. Porém Pedro Lamy, da Lotus-Mugen, bateu na parte traseira de Lehto, o que levou o safety car à pista por cinco voltas.

Acidente

Na sexta volta a corrida foi reiniciada, e na abertura da sétima volta Senna rapidamente fez a terceira melhor volta da corrida, seguido por Schumacher. Senna iniciara o que seria a sua última volta na F1; ele entrou na curva Tamburello (a mesma onde bateu Berger com a Ferrari em 1989) e perdeu o controle do carro, seguindo reto e chocando-se violentamente contra o muro de concreto. A telemetria mostrou que Senna, ao notar o descontrole do carro, ainda conseguiu, nessa fração de segundo, reduzir a velocidade de cerca de 300 km/h (195 mph) para cerca de 200 km/h (135 mph).[1] Os oficiais de pista chegaram à cena do acidente e, ao perceber a gravidade, só puderam esperar a equipe médica. Por um momento a cabeça de Senna se mexeu levemente, e o mundo, que assistia pela TV, imaginou que ele estivesse bem, mas esse movimento havia sido causado por um profundo dano cerebral. Senna foi removido de seu carro pelo Professor Sid Watkins, neurocirurgião de renome mundial pertencente aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula e chefe da equipe médica da corrida, e recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado de seu carro destruído, antes de ser levado de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonha onde, poucas horas depois, foi declarado morto.

Mais tarde o Professor Watkins declarou:

Foi encontrado no carro de Senna uma bandeira austríaca que, em caso de uma possível vitória, Ayrton Senna empunharia em homenagem ao austríaco Roland Ratzenberger, morto um dia antes.[2]

Senna em sua McLaren.

Foi um GP trágico. Além do acidente de Barrichello e das mortes de Senna e Ratzenberger, o acidente entre J.J. Lehto e Pedro Lamy fez arremessar dois pneus para a arquibancada, ferindo vários torcedores. O italiano Michele Alboreto, da Minardi, perdeu um pneu na saída dos boxes e se chocou contra os mecânicos da Ferrari, ferindo também um mecânico da Lotus.

Não bastando isso, durante alguns minutos as comunicações no circuito entraram em colapso, permitindo que o piloto Erik Comas, da equipe Larrousse, deixasse o pit-stop e retornasse à corrida quando ela já havia sido interrompida. Comas somente entendeu o que estava acontecendo quando os fiscais de pista mais próximos ao acidente tremularam nervosamente suas bandeiras vermelhas indicando-lhe a situação. Se não fosse por essa atitude, ele poderia ter se chocado com o helicóptero que se encontrava pousado no asfalto da pista aguardando para levar Senna ao hospital.

A imagem de Ayrton apoiado na sua Williams, flagrado pelas tevês, com o olhar distante e perdido, pouco antes do início do GP, ficaria marcada para sempre entre seus fãs.

No Brasil, ficou muito difundida uma frase dita pelo jornalista Roberto Cabrini ao Plantão da Globo, boletim de notícias extraordinário da Rede Globo. Logo após a confirmação da morte de Ayrton, pelo hospital, Cabrini noticiou dizendo, por telefone:

Investigações

Monumento a Ayrton Senna, de Melinda Garcia, instalado na entrada do túnel sob o Parque Ibirapuera, São Paulo.

De acordo com a perícia, Senna perdeu o controle do carro devido à quebra da coluna de direção[3] do seu Williams. O documento sugere que houve negligência dos técnicos da equipe numa reparação feita na coluna de direção. Em novembro de 1996, a denúncia do promotor Maurizio Passarini foi acolhida pelo juiz Diego Di Marco. Frank Williams, Patrick Head, Adrian Newey, Federico Bondinelli (um dos responsáveis pela empresa que administrava o autódromo de Ímola), Giorgio Poggi (o responsável pela pista), Roland Bruinseraed (o director da prova), e o mecânico que soldou a coluna de direção do Williams foram indiciados por homicídio culposo, por negligência e imprudência. Porém, em dezembro de 97, o juiz Antonio Constanzo absolveu os acusados.

Em 2004, um documentário de televisão da National Geographic chamado "A morte de Ayrton Senna" foi transmitido para o mundo inteiro. O programa considerou os dados disponíveis do carro do Senna para reconstituir a sequência de eventos que o conduziu ao acidente fatal. O programa concluiu que o longo período que o safety-car permaneceu na pista fez reduzir as pressões nos pneus de Senna, abaixando o carro. Com o carro mais baixo, o chassi tocou o solo, fazendo o carro saltar e tornando a direção incontrolável. Senna teria reagido, mas, com os pneus travados, ele foi arremessado para fora da curva. O programa concluiu que se as reações do piloto tivessem sido mais lentas, ele talvez pudesse ter sobrevivido. Pilotos e especialistas em Fórmula 1 consideram parte dessa teoria como improvável, pois os pneus de Fórmula 1 se aquecem até a temperatura ideal depois de percorrer apenas 2 km, meia volta no circuito de San Marino, assim na volta 7 os pneus do carro de Ayrton Senna já estariam aquecidos.

Em abril de 2002, do número do chassi FW16 Senna 02 foi devolvido para a equipe Williams. A equipe informou que o carro estava em avançado estado de deterioração e foi posteriormente destruído. Capacete de Senna foi devolvido à Bell, e foi incinerado. O motor do carro foi devolvido para a Renault, e seu destino é desconhecido.[4] [5]

Discussões

Senna tinha 34 anos quando morreu. Sua morte aconteceu porque com o impacto da batida no muro, um pedaço da suspensão dianteira direita se partiu, transformando-se em uma espécie de lança que penetrou o visor do capacete e adentrou a órbita acima do olho direito, danificando irreversivelmente o lobo frontal.

Na análise dos médicos na pista, no hospital e na autópsia, depois de constatada a morte cerebral, foram percebidos três graves traumas, um grande choque que provocou fraturas na têmpora e rompeu a artéria temporal, uma fratura na base do crânio devido à potência do impacto. Tanto a FIA quanto as autoridades italianas mantiveram a versão de que Senna não morreu instantaneamente, e sim no hospital, para onde fora levado rapidamente de helicóptero. Existe uma interminável discussão entre as autoridades a esse respeito.

Ainda se discute por que Senna não foi declarado morto na pista. Especula-se que isso se deve à lei italiana que diz que, quando uma pessoa morre em um evento desportivo, essa morte deve ser investigada, fazendo com que o evento seja cancelado. O diretor do Instituto de Medicina Legal do Porto (Portugal), o professor José Eduardo Pinto da Costa, informa o seguinte:

O professor José Pratas Vital, diretor do Hospital de Egas Moniz em Lisboa, um neurocirurgião e chefe da equipe médica no GP português, oferece uma opinião diferente:

Rogério Morais Martins:

Dessa forma, eles teriam evitado a morte de Ayrton.

Os médicos não são capazes de afirmar se Senna morreu instantaneamente. Não obstante, estavam bem cientes de que suas possibilidades de sobrevivência eram mínimas. Se vivesse, o dano no cérebro deixá-lo-ia severamente deficiente. Os acidentes como este são quase sempre fatais. Além disso, existem os efeitos no cérebro da desaceleração brusca, que causa dano estrutural aos tecidos cerebrais.

Estima-se que as forças envolvidas no acidente de Ayrton sugerem uma taxa de desaceleração equivalente a uma queda vertical de 30 metros. A autópsia revelou que o impacto a 208 km/h causou os ferimentos múltiplos na base do crânio, tendo por resultado a insuficiência respiratória. Havia um esmagamento do cérebro (que foi arremessado junto à parede do crânio que causa o edema, a hemorragia e o aumento de pressão intra-cranial) junto com a ruptura da artéria temporal que causou a hemorragia nas vias respiratórias e a consequente parada cardíaca.

Quanto à possibilidade de os pilotos estarem ainda vivos quando foram postos nos helicópteros que os levaram ao hospital, os experts acreditam que os organizadores da corrida atrasaram o anúncio das mortes a fim de evitar o cancelamento e assim proteger seus interesses financeiros. A Sagis, organização que administra o circuito de Ímola, chegou a cancelar a prova mesmo com um prejuízo estimado em US$ 6.5 milhões. A FIA desmente essa informação. Por conta desse e do acidente de Ratzenberger, a curva Tamburello e a curva Villeneuve foram transformadas em chicanes. No ano 2000, Senna foi postumamente incluído no International Motorsports Hall of Fame.

Teorias alternativas

O ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet disse que Senna estava sobre pressão,sofrimento e stress emocional em seus últimos dias.Em 1994,Senna estava namorando a modelo Adriane Galisteu por quase um ano.No fim de semana do GP,ela estava em Portugal e sua antiga namorada,a Xuxa foi até Imola tentar quebrar o relacionamento de Senna com Adriane e convencê-lo a voltar para ela.[6]A fita-cassete dado a Senna por seu irmão Leonardo dias antes do acidente,supostamente continha uma conversa de Adriane com seu ex-namorado.[7]Isto,mais o acidente de Rubens Barrichello e a morte de Roland Ratzenberger poderiam ter estressado Senna,como visto em sua última aparição no grid,minutos antes do acidente.[8]O ex-piloto Alain Prost disse no documentário Senna que havia algo de errado com Senna quando se viram duas semanas antes e no GP.Teorias sobre um possível suicídio também surgiram na imprensa internacional.[9]

Funeral

No Cemitério do Morumbi, em São Paulo, a sepultura de Ayrton Senna. Nada pode me separar do amor de Deus.

A temida curva Eau Rouge[10] no circuito da Bélgica foi temporariamente readequada para a corrida de 1994. Em uma foto divulgada, Damon Hill dirige pela chicane, onde foi escrita uma mensagem em homenagem a Senna. A morte do piloto foi considerada pelos brasileiros como uma tragédia nacional e o governo brasileiro declarou três dias de luto oficial. O governo brasileiro também lhe concedeu honras de chefe de Estado, com a característica salva de tiros. Estima-se que mais de um milhão de pessoas foram às ruas para ver seu ídolo e render-lhe as últimas homenagens, sem contar os milhões que acompanharam pela televisão desde a chegada do avião que trouxe seu corpo no Aeroporto de Guarulhos, às 5h30 da manhã. A cobertura contou com transmissão ao vivo pela TV Brasileira com as emissoras da TV Cultura, SBT, Rede Globo, Rede Record, Rede Manchete, TV Gazeta com a Rede CNT e TV Bandeirantes.

A maioria dos pilotos de Fórmula 1 esteve presente no funeral de Senna. Porém o então presidente da FIA, Max Mosley, não compareceu, alegando que estava nos funerais de Ratzenberger no dia 7 de maio, em Salzburgo, na Áustria. Mosley disse à imprensa, dez anos depois: "Fui a esse funeral porque todos estavam no de Senna. Achei que era importante alguém ir a esse."[11] Na corrida seguinte, em Mônaco, a FIA decidiu deixar vazias as duas primeiras posições no grid de largada, e elas foram pintadas com as cores das bandeiras brasileira e austríaca, em homenagem a Senna e Ratzenberger. O corpo de Senna está sepultado no jazigo 11, quadra 15, setor 7, do Cemitério do Morumbi, em São Paulo na quinta-feira.

Legado

Memorial no local do Grande Prêmio da Europa de 1993, em Donington Park.

A reforma do autódromo de Interlagos em 1990 teve uma mudança radical no traçado, foi proposta para seguir as regras de limites de distância de um circuito da FIA, e uma grande curva inclinada foi sugerida para ligar a reta dos boxes à curva do sol. Ayrton propôs um "S" que ligasse as duas retas, daí o nome de "S do Senna", pelo design do tricampeão, e não somente uma homenagem dada a ele. Com a morte de Ayrton Senna, novas normas de segurança foram implementadas para a F1. Novas barreiras, curvas redesenhadas, altas medidas de segurança e o próprio cockpit dos pilotos foram mudanças feitas na F1, ligadas diretamente à sua morte.

Em dezembro de 2009 a revista inglesa Autosport publicou uma matéria onde fez uma eleição para a escolha do melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. A revista consultou 217 pilotos que passaram pela categoria, e Ayrton Senna venceu tal votação.[12][13]

A rede de comunicação estatal britânica, a BBC, elegeu o brasileiro Ayrton Senna como o melhor piloto de Fórmula 1 da história. “Provavelmente nenhum piloto da Fórmula 1 tenha se dedicado mais ao esporte e dado mais de si mesmo em sua rígida busca pelo sucesso. Ele era uma força da natureza, uma combinação incrível de muito talento e, em alguns casos, uma determinação espantosa”, aponta o texto publicado no site da BBC.[14]

Senna é considerado um dos maiores ídolos do esporte no Brasil, ganhando inclusive a alcunha de herói nacional por parte da mídia especializada.[15][16][17]

Ver também

Referências

  1. «BBC Brasil.com». 1 de  Verifique data em: |data= (ajuda)
  2. Longmore, Andrew (31 de Outubro de 1994). «Ayrton Senna: The Last Hours» (em inglês). The Times. Consultado em 28 de fevereiro de 2008 
  3. «Veja Online». 19 de  Verifique data em: |data= (ajuda)
  4. http://www.autosport.com/news/atlasf1-report.php/id/7092/
  5. Tom Rubython, "Life of Senna", chapter 33, "The Trial", p. 473.
  6. «F5 - Celebridades - Xuxa diz que tentou reatar com Senna e revolta Galisteu - 31/08/2012». F5.folha.uol.com.br. Consultado em 1 de maio de 2014 
  7. «VEJA on-line». Veja.abril.com.br. Consultado em 1 de maio de 2014 
  8. «VEJA . 35 anos | Edições Extras». Veja.abril.com.br. Consultado em 1 de maio de 2014 
  9. Mossop, James (25 April 2004). «Senna's legend lives on». The Daily Telegraph. London  Verifique data em: |data= (ajuda)
  10. «Grande atrativo de Spa, Eau Rouge é uma das curvas mais temidas pelos pilotos». Consultado em 21 de novembro de 2013 
  11. «Max Wento to Roland's funeral, GP Update.net.» 
  12. «Formula 1's Greatest Drivers: 1. AYRTON SENNA». autosport.com. Haymarket Publications. 10 dezembro 2009. Consultado em 10 dezembro 2009 
  13. UOL Esporte. Pilotos elegem Ayrton Senna o melhor da história da Fórmula 1
  14. http://www.espn.com.br/noticia/294084_tv-britanica-elege-ayrton-senna-como-melhor-piloto-da-historia-da-f-1«TV britânica elege Ayrton Senna como melhor piloto da história da F-1». Por ESPN.com.br com Agência Gazeta Press. 20 novembro 2012. Consultado em 08 dezembro 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  15. «SE ESTIVESSE VIVO, AYRTON SENNA COMPLETARIA 53 ANOS». Consultado em 28 de março de 2013 
  16. «A. Silva nega rótulo de superstar e não se vê "como Senna e Pelé"». Consultado em 28 de março de 2013 
  17. «Para especialistas, Senna pode ser considerado o 'último herói nacional'». Consultado em 28 de março de 2013