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Livres

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Livres
Livres
Tipo Movimento político e social
Fundação 2016
Estado legal Ativo
Propósito Defesa dos ideais liberais na política[1]
Sede São Paulo
Línguas oficiais Português
Organização Paulo Gontijo Ramos
Fábio Ostermann
Magno Karl
Mano Ferreira
Sítio oficial www.eusoulivres.org

Livres é um movimento político-social brasileiro que defende o liberalismo econômico e social[1], e que afirma ser o "único movimento político brasileiro que defende a liberdade por inteiro"[2][3]. Apoia entre outras pautas, as liberdades individuais, como a legalização da cannabis, a liberdade artística e de expressão e a união homoafetiva; propostas pró-mercado, como mercado livre, desregulamentação e privatização; além de pautas de inclusão social, como vouchers e escolas autônomas. O grupo apoia ainda o federalismo[4], a democracia representativa e entende que os direitos humanos são uma bandeira histórica do liberalismo[5].

Entre os seus membros, o movimento tem nove vereadores, sete deputados estaduais, uma deputada distrital, sete deputados federais e um senador. Reúne ainda diversas lideranças políticas e intelectuais[6].

Paulo Gontijo Ramos é o atual diretor-executivo do Livres.

Inicialmente uma tendência interna do Partido Social Liberal (PSL), o grupo forma uma associação independente, tendo deixado o PSL após a filiação do então deputado federal Jair Bolsonaro ao partido,[7] cujos princípios o grupo classifica como sendo incompatíveis com os seus.[8]

Posições

O Livres afirma defender a "liberdade por inteiro: na economia e nos costumes".[9] O movimento não acredita na dicotomia esquerda e direita, classificando o mundo como "não-binário".[9] O movimento não tem opinião específica sobre a legalização do aborto, havendo uma diversidade de opiniões sobre o assunto dentro do movimento. O movimento se considera contra as drogas, mas a favor da descriminalização de seu uso, comércio e produção.[9] Para seus integrantes, "aquilo que verdadeiramente distingue liberais de não-liberais, é o compromisso em defender a liberdade do outro – mesmo quando a escolha do outro contraria a nossa própria vontade".[9]

No campo econômico, o Livres defende medidas liberais. O movimento defende privatizações, mas afirma que "Isso não significa que qualquer modelo de privatização seja positivo: não apoiamos simples transferências de monopólios, mas processos verdadeiros de abertura de mercado, com competição e dinamismo"[9]. O Livres ainda quer a redução do tamanho do Estado, alegando que este deve prover primariamente os serviços de segurança e justiça, além de promover a emancipação de seus cidadãos facilitando o acesso dos mais pobres a serviços de educação, saúde e previdência.[9]

História

O grupo foi criado como uma tendência liberal e libertária dentro do PSL no final de 2015. O objetivo era "refundar" o partido para as eleições de 2018, modernizando as diretrizes do partido e exigindo coerência ideológica de seus filiados. A reformulação do partido contava com a colaboração de liberais brasileiros famosos, como a economista Elena Landau, o escritor e jornalista Leandro Narloch e o cientista político Fábio Ostermann. Em 2 anos de atuação no PSL, o Livres assumiu o controle da comunicação do partido[10], lançou programa partidário na TV, reformulou a fundação de pesquisas ligada ao partido e ocupou a presidência de 12 diretórios estaduais[11].

Segundo Alfredo Kaefer, deputado pelo PSL que se identifica como liberal na economia, mas conservador nos costumes, o grupo estaria "sequestrando" o partido e confundiria "liberdade com libertinagem".[10][12] Kaefer fez tais acusações após ter sido expulso do partido por votar a favor de uma emenda que afetaria negativamente os aplicativos de transporte como Uber e Cabify, ao enquadrá-los como transporte público. Antes da votação, o Livres havia fechado questão contra a emenda por considerar que a regulamentação restringiria o mercado.[13]

Em janeiro de 2018, com o anúncio da filiação do deputado federal Jair Bolsonaro, feito por Luciano Bivar, então presidente do PSL, o Livres anunciou que iria se desvincular do partido, alegando incompatibilidade ideológica com o deputado federal.[14] Em nota oficial, o grupo afirmou que a filiação de Bolsonaro era "inteiramente incompatível com o projeto do Livres de construir no Brasil uma força partidária moderna, transparente e limpa".[8]

Com a saída do PSL, o Livres anunciou que se tornaria uma associação sem partido,[7] cujos associados teriam liberdade para se filiar aos partidos de sua preferência, desde que suas ações políticas resguardassem os 10 compromissos que todos os associados ao grupo devem assumir. Dos 43 membros do Livres que pretendiam disputar eleições em 2018, 13 foram para o Novo, 8 para o CDN, 7 para o Podemos, 7 para o PMN, 3 para a Rede, 2 para o DEM, 2 para o PV e 1 para o Solidariedade.[15]

Conselho Acadêmico

Em maio de 2018 o Livres anunciou a criação de um Conselho Acadêmico composto por Elena Landau, Leandro Piquet, Persio Arida, Ricardo Paes de Barros, Samuel Pessôa e Sandra Polônia Rios [16][17]. O grupo é responsável por coordenar a formulação de políticas públicas para o movimento.

Participação nas eleições de 2018 e ingressantes após 2019

Nas eleições gerais de 2018, o movimento elegeu um senador, dois deputados federais e quatro deputados estaduais.[18]

Eleições gerais de 2018
Eleito Cargo Partido UF
Rodrigo Cunha Senador PSDB AL
Tiago Mitraud Deputado federal NOVO MG
Marcelo Calero Deputado federal CDN RJ
Fábio Ostermann Deputado estadual NOVO RS
Davi Maia Deputado estadual DEM AL
Guilherme da Cunha Deputado estadual NOVO MG
Daniel José Deputado estadual NOVO SP


Ingressante após 2019
Eleito Cargo Partido UF
Daniel Coelho Deputado federal CDN PE
Pedro Cunha Lima Deputado federal PSDB PB
Franco Cartafina Deputado federal PROG MG
Gilson Marques Deputado federal NOVO RS
Alex Manente Deputado federal CDN SP
Julia Lucy Deputada estadual NOVO DF
Laura Serrano Deputado estadual NOVO MG
Chicão Bulhões Deputado estuadual NOVO RJ
Giuseppi Riesgo Deputado estadual NOVO RS

Ver também

Referências

  1. a b Marcelo Osakabe (16 de janeiro de 2018). «Após deixar PSL, Livres decide na próxima 2ª por qual partido disputa a eleição». Estadão. Consultado em 18 de janeiro de 2018 
  2. «'Não basta privatizar para ser liberal; o amor à diversidade é a base', diz Elena Landau, presidente do Livres». Boletim da Liberdade. 25 de novembro de 2018. Consultado em 10 de fevereiro de 2019 
  3. «"O que a gente oferece é uma coisa diferente", garante o Livres». Mario Vitor Rodrigues. 17 de janeiro de 2019. Consultado em 10 de fevereiro de 2019 
  4. «Nossas ideias». Livres. Consultado em 18 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 19 de janeiro de 2018 
  5. Minas, Estado de; Minas, Estado de (22 de janeiro de 2018). [https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/01/22/interna_politica,932683/lider-do-livres-critica-bolsonaro-e-diz-que-direitos-humanos-e-uma-age.shtml «L�der do Livres critica Bolsonaro e diz que direitos humanos � uma agenda liberal»]. Estado de Minas. Consultado em 10 de fevereiro de 2019  replacement character character in |titulo= at position 2 (ajuda)
  6. «Lideranças». Livres. Consultado em 18 de janeiro de 2018 
  7. a b «Depois de sair do PSL, Livres cria associação ainda sem partido». Folha de S.Paulo. 22 de janeiro de 2018 
  8. a b Matheus Schuch (5 de janeiro de 2018). «Bolsonaro decide concorrer à Presidência pelo PSL». Zero Hora. Consultado em 18 de janeiro de 2018 
  9. a b c d e f «FAQ • LIVRES» 
  10. a b José Fucs (17 de dezembro de 2017). «Livres ganha espaço e pode assumir o comando do PSL». Estadão. Consultado em 18 de janeiro de 2018 
  11. Minas, Estado de; Minas, Estado de (22 de janeiro de 2018). [https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/01/22/interna_politica,932683/lider-do-livres-critica-bolsonaro-e-diz-que-direitos-humanos-e-uma-age.shtml «L�der do Livres critica Bolsonaro e diz que direitos humanos � uma agenda liberal»]. Estado de Minas. Consultado em 10 de fevereiro de 2019  replacement character character in |titulo= at position 2 (ajuda)
  12. Catarina Scortecci (24 de maio de 2017). «Kaefer diz lamentar "sequestro do PSL": "O Livres mistura liberdade com libertinagem"». Gazeta do Povo. Consultado em 18 de janeiro de 2018 
  13. Euclides Lucas Garcia (5 de abril de 2017). «Votação sobre o Uber faz deputado federal ser expulso do partido». Gazeta do Povo. Consultado em 18 de janeiro de 2018 
  14. José Fucs (5 de janeiro de 2018). «Com chegada de Bolsonaro, Livres anuncia saída do PSL». Estadão. Consultado em 18 de janeiro de 2018 
  15. Lydia Medeiros (17 de Abril de 2018). «Identidade liberal». O Globo 
  16. Medeiros, Lydia. «Time do Livres». Poder em jogo - O Globo. Consultado em 10 de fevereiro de 2019 
  17. Em vídeo, Livres apresenta time de acadêmicos, 3 de maio de 2018, consultado em 10 de fevereiro de 2019 
  18. «Muito obrigado pelos 2,5 milhões de votos! • LIVRES». LIVRES (em inglês) 

Ligações externas