Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães

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Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães
Atividade Transporte ferroviário
Destino Fusão com a Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão
Encerramento 14 de Janeiro de 1927
Sede Rua de Cedofeita, no Porto
Portugal Portugal
Área(s) servida(s) Distritos do Porto e Braga
Locais Porto, Guimarães, Vizela, Lordelo, Negrelos, Caniços, Santo Tirso, Lousado e Trofa
Presidente António de Moura Soares Velloso (Dezembro de 1901)
Sucessora(s) Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal

A Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, foi uma empresa portuguesa, que construiu e explorou o troço entre Trofa e Fafe da Linha de Guimarães, em Portugal; fundiu-se com a Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão, formando a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, em 14 de Janeiro de 1927.[1]

História

Antecedentes e formação

Em 11 de Julho de 1871, o empresário Simão Gattai foi autorizado a construir um caminho de ferro, em sistema de carros americanos, utilizando vias sobre a estrada, ligando o Porto a Braga, passando por Santo Tirso e Guimarães; no entanto, em 1874, a concessão transitou para uma companhia inglesa, que, em 1879, entrou em falência, tendo sido construídos apenas alguns quilómetros de via.[1] No dia 16 de Abril do mesmo ano, foi concedida, a António de Moura Soares Velloso e ao Visconde da Ermida, que representavam uma nova empresa, a construção de uma ligação ferroviária, em via larga, entre Bougado e Guimarães, sem apoios do Estado.[1]

Construção da Linha de Guimarães e expansão até à Senhora da Hora e Fafe

Antiga Estação Ferroviária de Guimarães.

No dia 5 de Agosto de 1880, foi aceite o pedido desta empresa para que a linha fosse construída em via métrica.[1] As obras começaram a partir da Trofa, tendo o primeiro troço, até Vizela, entrado ao serviço em 31 de Dezembro de 1883; o troço entre esta estação e Guimarães abriu em 14 de Abril do ano seguinte.[1] No dia 12 de Julho de 1897, esta Companhia pediu autorização, ao estado português, para construir e explorar o prolongamento da linha até Fafe, a partir de Guimarães; apesar do estado ter autorizado este projecto, segundo um alvará de 2 de Julho de 1898, a empresa alterou o seu pedido em 14 de Julho do mesmo ano, de forma a ficar apenas com uma concessão provisória.[2] Em 1 de Agosto do ano seguinte, no entanto, o estado tornou definitiva a concessão, e, em 2 de Maio de 1900, a empresa pediu que fossem aplicadas várias vantagens previstas numa lei de 14 de Julho de 1899, pois o troço em questão tinha sido inserido no Plano da Rede Complementar ao Norte do Mondego; este pedido foi aceite em 23 de Junho de 1900, tendo um novo contracto, de carácter definitivo, entrado em vigor em 22 de Novembro de 1901.[2] O troço entre Boavista e a Senhora da Hora, em conjunto com a Linha do Porto à Póvoa, abriu em 1 de Outubro de 1875, e linha até Fafe entrou ao serviço em 21 de Julho de 1907.[1]

Fusão com a Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão

Desde o princípio do Século XX que esta empresa se queria fundir com a Porto à Póvoa e Famalicão, uma vez que explorava a Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, que constituía, junto com a Linha de Guimarães, a rede secundária do Minho; a fusão esteve quase a efectuar-se no ano de 1908[1], tendo uma lei de 20 de Junho de 1912 estabelecido que a fusão entre entre estas duas empresas e a concessionária para construir as Linhas do Alto Minho, de Braga a Guimarães, e de Viana a Ponte da Barca, só seria autorizada se a via na Linha do Porto à Póvoa e Famalicão fosse alterada para a bitola métrica, e se fosse construída uma ligação ferroviária, também com bitola de 1 metro, entre a estação de Mindelo, nesta Linha, e Lousado, na Linha de Guimarães; após a fusão, seria lavrado um novo contrato, com a duração de 80 anos, no qual a empresa resultante da fusão seria responsável pelas linhas já construídas ou projectadas das 3 companhias que a procederam.[3] Apesar do início das negociações, principalmente em termos financeiros, a fusão foi cancelada devido ao princípio da Primeira Guerra Mundial, embora as duas empresas principais continuassem a encetar esforços neste sentido.[1] A fusão foi concretizada, com publicação dos novos estatutos, em 14 de Janeiro de 1927, que foram aprovados por uma portaria, datada do dia 25 do mesmo mês; a nova empresa denominou-se de Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal.[1]

Caracterização

Sediada na Rua de Cedofeita, no Porto, esta empresa detinha filiais nas estações de Guimarães, Vizela, Lordelo, Vila das Aves-Negrelos, Caniços, Santo Tirso, Lousado, e Trofa.[4] Em Dezembro de 1901, o gerente desta companhia era António de Moura Soares Velloso.[4]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686): 136, 137 
  2. a b «Parte Official». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (337). 1 de Janeiro de 1902. pp. 3, 5 
  3. PORTUGAL. Lei sem número, de 20 de Junho de 1912. Ministério do Fomento - Secretaria Geral. Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 149, Série I, de 27 de Junho de 1912
  4. a b «Parte Financeira». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (337). 1 de Janeiro de 1902. 8 páginas