Economia de São Tomé e Príncipe

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Economia de São Tomé e Príncipe
Moeda Dobra de São Tomé e Príncipe (STD)
Organizações comerciais de que faz parte UA, OMC(como observador)
Dados estatísticos
PIB (ranking)
Valor do PIB US$ 214 milhões (2011)
% cresc. PIB 5% (2004)
PIB per capita US$ 1.000.000.000 (2002)
Composição do PIB agricultura (23%), indústria (19%), comércio e serviços (58%) (2004)
Taxa anual de inflação 10.5% (2004)
População abaixo da Linha da pobreza N/D% (2000)
Total da força de trabalho N/D
% trabalhadores por setor N/D
Desemprego 43% setor das manufaturas (2010)
Indústrias principais alimentos e bebidas, pesca, calçados e roupas, sal mineração, reparo de navios
Parcerias comerciais
Exportações US$18,5 milhões (2011)
Exportação - Commodities cacau 90%, copra, café, óleo de palma (1997)
Principais mercados Países Baixos 51%, Alemanha 6%, Portugal 6% (1997)
Importações US$19,5 milhões (2004)
Principais importações alimentos, equipamentos de eléctrial e produtos de petróleo
Principais parceiros Portugal 26%, França 18%, Angola, Bélgica, Japão
Finanças públicas
Dívida pública US$256 milhões (2010)
Receitas US$82 milhões 2010)
Despesas US$106 milhões (2010)
Ajuda econômica US$75,5 milhões (recebida) (est. 1999)

A economia de São Tomé e Príncipe assentou, historicamente, nas plantações agrícolas. Mais recentemente, tem-se baseado na aposta no turismo para o seu desenvolvimento, mas a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas perspectivas para o futuro.

Agricultura[editar | editar código-fonte]

A cultura da cana-de-açúcar trouxe grande prosperidade a São Tomé e Príncipe e aos seus habitantes, desde o século XVI até XVII.[1] Em meados do século XVI os portugueses transformaram São Tomé no maior exportador de açúcar de África.

No período colonial a estrutura económica de São Tomé e Príncipe baseou-se em grandes projetos agrícolas (roças). Em 1950 trabalhavam 19.800 pessoas nas roças.

Após a independência, a gestão das roças passou a ser um objetivo central da administração. A 30 de Setembro de 1975, 23 das maiores roças foram nacionalizadas.[2]

A 31 de Agosto de 1983, o ministro da pesca Aurelio do Espírito Santo finalizou um acordo com a Comunidade Europeia que permite aos navios europeus pescar na zona económica exclusiva do país.[3][4]

Cacau[editar | editar código-fonte]

Nas primeiras décadas do século XX, São Tomé e Príncipe era o maior produtor de cacau de toda a África subsariana, tendo atingido um máximo no início do século X, com mais de 35.000 toneladas. Verificou-se algum declínio significativo a partir do período entre guerras. Na década de 1960, a posição dominante de São Tomé e Príncipe foi ameaçada por outras economias coloniais, tais como a Costa do Ouro (atual Gana) e em menor proporção, Togo e Costa do Marfim pós-colonial. A economia agrícola do arquipélago foi também afetada por doenças que atacaram as espécies de cacau existentes nas roças e por alguma má gestão e baixa inovação nas roças. Ainda assim, nas décadas de 1950 e 1960 a região tinha uma posição sólida na exportação do cacau, apesar da volatilidade dos preços do cacau no mercado mundial.

Após a independência, em 1975, a produção estava reduzida a 12 toneladas; em 1988, não ultrapassou as 3 toneladas. A partir de 2005 voltou a recuperar, com 70 toneladas e 600 no final de 2012. A certificação biológica do cacau está generalizada pelo país.[5]

Desafios[editar | editar código-fonte]

Enquanto microestado, a economia de São Tomé enfrenta os seguintes desafios:

  • custos de funcionamento elevados per capita;
  • base económica fraca;
  • baixos investimentos estrangeiros;
  • falta de infraestruturas;
  • poucas ligações aéreas.

São Tomé é um dos maiores exportadores de capital humano per capita do mundo.

Transportes e logística[editar | editar código-fonte]

Dado a insularidade do país e a instabilidade da costa africana, muito suscetível à ataques de pirataria (mais especificamente a pirataria no Golfo da Guiné),[6][7] São Tomé e Príncipe tornou-se local preferencial de paragem e reabastecimento de embarcações. A economia da logística foi o grande sustentáculo do orçamento nacional durante a década de 2000, tendo como principal contribuidora a Enaport.[8]

Turismo[editar | editar código-fonte]

O país apresenta um conjunto de características bastante atractivas para o turismo: tempo ameno todo o ano, locais atractivos de mergulho e snorkelling e um ritmo de vida calmo. Os maiores desafios que enfrenta são o grande desconhecimento do país nos mercados turísticos e as ligações aéreas muito limitadas ao resto do mundo.[9]

O Grupo Pestana é o maior investidor privado em São Tomé e Príncipe. Estando presente no território desde 2004, através das suas unidades hoteleiras no Ilhéu das Rolas e na cidade de São Tomé, onde também tem o casino, discoteca e um empreendimento imobiliário.[10]

Referências

  1. Silva, Teresa (2012). A cidade africana contemporânea de origem portuguesa: São Tomé pré e pós-independência, urbe, Rev. Bras. Gest. Urbana vol.4 no.2 Curitiba July/Dec. 2012
  2. Keese, Alexander (2011). Early limits of local decolonization in Sao Tome and Principe: from colonial abuses to postcolonial disappointment, 1945-1976, International Journal of African Historical Studies, Summer, 2011, Vol.44(3), p.373-392
  3. «Signing of a fisheries agreement between the EEC and São Tomé and Príncipe». audiovisual.ec.europa.eu. Consultado em 6 de maio de 2022 
  4. National Foreign Assessment Center (U.S.) (Agosto 1983). Chiefs of State and Cabinet members of foreign governments. Washington, D.C.: National Technical Information Service distributor 
  5. Prazeres, Ibrahim (2019). Estratégia de marketing e criação de valor do cacau biológico de São Tomé e Príncipe no mercado internacional, Universidade de Évora.
  6. Baldauf, Scott (28 de fevereiro de 2012). «Next pirate hot spot: the Gulf of Guinea». The Christian Science Monitor. Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  7. The Washington Post (27 de fevereiro de 2012). «UN says piracy off Africa's west coast is increasing, becoming more violent». Associated Press. Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  8. «Porto de Ana Chaves está hipotecado». Téla Nón. 7 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 12 de maio de 2020 
  9. Ford, Neil (2016). Microstate Sao Tome looks to tourism: Sao Tome and Principe can learn the tourist lessons--both good and bad--of fellow Portuguese-speaking island nation Cabo Verde.(Countryfiles:Sao Tome and Principe & Cabo Verde), African Business, 2016, Issue 429, p.80(2)
  10. Grupo Pestana, Anuário de Sustentabilidade 2014. 10 anos de comunicar sustentabilidade.
Ícone de esboço Este artigo sobre economia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]