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'''Suco''' ({{langx|grc|Σούχος||''Soúchos''}}; {{langx|la|''Suchus''}}) ou '''Sobeque''' (''Sobek'') é uma divindade do [[Antigo Egito]], sendo representado como um [[crocodilo]] (colocado num altar ou santuário) ou então como um homem com cabeça de crocodilo,<ref>{{Citar web |url=https://antigoegito.org/deussobek/ |titulo=Sobek |data=2010-08-23 |acessodata=2021-04-04 |website=Antigo Egito |lingua=pt-BR}}</ref> muitas vezes, neste caso, ostentando uma coroa com duas grandes plumas, o disco solar e uma ou mais [[ureu]]s (serpentes sagradas).

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Os seus principais centros de culto no Antigo Egito eram dois: [[Faium]] e [[Com Ombo]]. Faium, antes Xejete, ficou até conhecida como Crocodilópolis ("cidade do crocodilo", em grego, junto a Medina de Faium), junto ao lago com o mesmo nome a Oeste do [[Nilo]], numa região onde aqueles répteis eram extremamente abundantes no Egito faraónico. Como o eram em Com Ombo e em todo o Alto Egito, surgindo vários santuários dedicados ao culto de Suco. Além daqueles dois centros principais, recordemos também Esna, Gebeleim e Jabal Silsila. Nestes templos existia anexamente, muitas vezes, um tanque com crocodilos sagrados, além de mumificações dos mesmos, como ainda hoje se pode ver em Com Ombo, por exemplo.
Os seus principais centros de culto no Antigo Egito eram dois: [[Faium]] e [[Com Ombo]]. Faium, antes Xejete, ficou até conhecida como Crocodilópolis ("cidade do crocodilo", em grego, junto a Medina de Faium), junto ao lago com o mesmo nome a Oeste do [[Nilo]], numa região onde aqueles répteis eram extremamente abundantes no Egito faraónico. Como o eram em Com Ombo e em todo o Alto Egito, surgindo vários santuários dedicados ao culto de Suco. Além daqueles dois centros principais, recordemos também Esna, Gebeleim e Jabal Silsila. Nestes templos existia anexamente, muitas vezes, um tanque com crocodilos sagrados, além de mumificações dos mesmos, como ainda hoje se pode ver em Com Ombo, por exemplo.


Sobek estava ligado ao culto do rio Nilo, da divinização da água, tendo por isso clero e rituais próprios. O seu culto foi particularmente ativo e predominante nas XII e XIII dinastias, na transição do Império Médio para o Segundo Período Intermédio, por volta dos séculos XVIII e {{AC|XVII|x}}, com vários [[faraó]]s com [[onomástica]] dedicada ao deus, como Sobecotepe III e IV ([[XIII dinastia egípcia|XIII dinastia]], c. {{fmtn|1795}}-c. {{AC|1650|x}}) ou Sobeque-neferu. Sobecotepe significa, curiosamente, em antigo egípcio, "Sobek está satisfeito" ou Sobeque-Neferu, "Sobek é belo".
Suco estava ligado ao culto do rio Nilo, da divinização da água, tendo por isso clero e rituais próprios. O seu culto foi particularmente ativo e predominante nas XII e XIII dinastias, na transição do Império Médio para o Segundo Período Intermédio, por volta dos séculos XVIII e {{AC|XVII|x}}, com vários [[faraó]]s com [[onomástica]] dedicada ao deus, como Sobecotepe III e IV ([[XIII dinastia egípcia|XIII dinastia]], c. {{fmtn|1795}}-c. {{AC|1650|x}}) ou Sobeque-neferu. Sobecotepe significa, curiosamente, em antigo egípcio, "Suco está satisfeito" ou Sobeque-Neferu, "É belo Suco".

Sobek foi assimilado a [[Amom (deus)|Amom]] e a [[Rá|Ré]] (Sobk-Rá) a partir do [[Império Médio]], o que revela o seu culto crescente e importância no panteão egípcio e nos cultos mais relevantes na civilização egípcia coeva. Mesmo no período Ptolemaico (332-{{AC|30|x}}) se manteve a tradição do seu culto, assimilando-se Sobek ao deus solar grego Hélios. De referir que foi durante esta época de dinastias helénicas no Egito que se fizeram vários templos dedicados a Sobek, ou melhorados outros antigos, como sucedeu em Com Ombo, edificado no Império Novo mas renovado entre 221 e {{AC|205|x}}, por Ptolemeu IV Filopátor.


Suco foi assimilado a [[Amom (deus)|Amom]] e a [[Rá|Ré]] (Suco-Rá) a partir do [[Império Médio]], o que revela o seu culto crescente e importância no panteão egípcio e nos cultos mais relevantes na civilização egípcia coeva. Mesmo no período Ptolemaico (332-{{AC|30|x}}) se manteve a tradição do seu culto, assimilando-se Suco ao deus solar grego Hélios. De referir que foi durante esta época de dinastias helénicas no Egito que se fizeram vários templos dedicados a Suco, ou melhorados outros antigos, como sucedeu em Com Ombo, edificado no Império Novo mas renovado entre 221 e {{AC|205|x}}, por Ptolemeu IV Filopátor.
A Sobek, do ponto vista religioso, prestava-se um culto associado aos seus poderes de fertilidade (por representar um animal da água, do Nilo, logo da criação do [[Egito]] e do mundo) e proteção da gravidez, embora também com relação com a morte e o enterramento, por ser um necrófago. A sua faceta negativa reportava-o, porém, a [[Set (deus)|Sete]], irmão traidor de [[Osíris]] e assassino deste. Acreditavam, alguns Egípcios que Sobek, em forma de crocodilo, foi o devorador do coração de Osíris, ligando o deus réptil a uma ideia de terror e aniquilamento. Mas como o Sol que todos os dias saía da terra e se elevava no céu, também todos os dias o crocodilo saia da água, relatavam os egípcios, logo associando Sobek ao deus primordial [[Rá|Ré]], como ao ressuscitado Osíris.


A Suco, do ponto vista religioso, prestava-se um culto associado aos seus poderes de fertilidade (por representar um animal da água, do Nilo, logo da criação do [[Egito]] e do mundo) e proteção da gravidez, embora também com relação com a morte e o enterramento, por ser um necrófago. A sua faceta negativa reportava-o, porém, a [[Set (deus)|Sete]], irmão traidor de [[Osíris]] e assassino deste. Acreditavam, alguns Egípcios que Suco, em forma de crocodilo, foi o devorador do coração de Osíris, ligando o deus réptil a uma ideia de terror e aniquilamento. Mas como o Sol que todos os dias saía da terra e se elevava no céu, também todos os dias o crocodilo saia da água, relatavam os egípcios, logo associando Suco ao deus primordial [[Rá|Ré]], como ao ressuscitado Osíris.
= Origem do nome =
A origem de seu nome, ''Sbk''  em egípcio , é debatida entre os estudiosos, embora muitos estudiosos acreditem que o nome de Sobek, ''Sbk'' , é derivado de ''s-bAk'' , "impregnar", outros postulam que é uma forma participial do verbo ''sbq'',  uma escrita alternativa de ''sAq'' , "unir", significando assim ''Sbk'' poderia ser traduzido aproximadamente como "aquele que une (os membros desmembrados de Osíris)".<ref>Bresciani, 2005, p.200</ref>


== Homenagens ==
== Homenagens ==


O nome genérico do dinossauro [[Sucomimo]] (lit. "imitação de crocodilo") deriva do nome grego antigo do deus Sobek, Sucho (σοῦχος), e de μῖμος (mimos), "imitação", devido ao formato da cabeça do animal.<ref name="Sereno1998">{{citar periódico|último=Sereno |primeiro=P.C. |autorlink=Paul Sereno |autor2=Beck, A.L. |autor3=Dutheil, D.B. |autor4=Gado, B. |autor5=Larsson, H.C.E. |autor6=Lyon, G.H. |autor7=Marcot, J.D. |autor8=Rauhut, O.W.M. |autor9=Sadleir, R.W. |autorlink10=Christian Sidor|autor10=Sidor, C.A. |autor11=Varricchio, D.D. |autor12=Wilson, G.P |autor13=Wilson, J.A. |ano=1998 |título=A long-snouted predatory dinosaur from Africa and the evolution of spinosaurids |periódico=Science |volume=282 |páginas=1298–1302 |doi=10.1126/science.282.5392.1298 |pmid=9812890 |número=5392 |bibcode=1998Sci...282.1298S}}</ref>
O nome genérico do dinossauro [[Sucomimo]] (lit. "imitação de crocodilo") deriva do nome grego antigo do deus Suco (σοῦχος), e de μῖμος (mimos), "imitação", devido ao formato da cabeça do animal.<ref name="Sereno1998">{{citar periódico|último=Sereno |primeiro=P.C. |autorlink=Paul Sereno |autor2=Beck, A.L. |autor3=Dutheil, D.B. |autor4=Gado, B. |autor5=Larsson, H.C.E. |autor6=Lyon, G.H. |autor7=Marcot, J.D. |autor8=Rauhut, O.W.M. |autor9=Sadleir, R.W. |autorlink10=Christian Sidor|autor10=Sidor, C.A. |autor11=Varricchio, D.D. |autor12=Wilson, G.P |autor13=Wilson, J.A. |ano=1998 |título=A long-snouted predatory dinosaur from Africa and the evolution of spinosaurids |periódico=Science |volume=282 |páginas=1298–1302 |doi=10.1126/science.282.5392.1298 |pmid=9812890 |número=5392 |bibcode=1998Sci...282.1298S}}</ref>


{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 03h13min de 27 de dezembro de 2021

Suco
Sobeque
Nascimento
Adorada em Faium
Parentesco Seti/Quenúbis e Neite
Cônjuge Renenutete ou Mesquenete

Suco (em grego clássico: Σούχος; romaniz.:Soúchos; em latim: Suchus) ou Sobeque (Sobek) é uma divindade do Antigo Egito, sendo representado como um crocodilo (colocado num altar ou santuário) ou então como um homem com cabeça de crocodilo,[1] muitas vezes, neste caso, ostentando uma coroa com duas grandes plumas, o disco solar e uma ou mais ureus (serpentes sagradas).

Os seus principais centros de culto no Antigo Egito eram dois: Faium e Com Ombo. Faium, antes Xejete, ficou até conhecida como Crocodilópolis ("cidade do crocodilo", em grego, junto a Medina de Faium), junto ao lago com o mesmo nome a Oeste do Nilo, numa região onde aqueles répteis eram extremamente abundantes no Egito faraónico. Como o eram em Com Ombo e em todo o Alto Egito, surgindo vários santuários dedicados ao culto de Suco. Além daqueles dois centros principais, recordemos também Esna, Gebeleim e Jabal Silsila. Nestes templos existia anexamente, muitas vezes, um tanque com crocodilos sagrados, além de mumificações dos mesmos, como ainda hoje se pode ver em Com Ombo, por exemplo.

Suco estava ligado ao culto do rio Nilo, da divinização da água, tendo por isso clero e rituais próprios. O seu culto foi particularmente ativo e predominante nas XII e XIII dinastias, na transição do Império Médio para o Segundo Período Intermédio, por volta dos séculos XVIII e XVII a.C., com vários faraós com onomástica dedicada ao deus, como Sobecotepe III e IV (XIII dinastia, c. 1 795-c. 1 650 a.C.) ou Sobeque-neferu. Sobecotepe significa, curiosamente, em antigo egípcio, "Suco está satisfeito" ou Sobeque-Neferu, "É belo Suco".

Suco foi assimilado a Amom e a (Suco-Rá) a partir do Império Médio, o que revela o seu culto crescente e importância no panteão egípcio e nos cultos mais relevantes na civilização egípcia coeva. Mesmo no período Ptolemaico (332-30 a.C.) se manteve a tradição do seu culto, assimilando-se Suco ao deus solar grego Hélios. De referir que foi durante esta época de dinastias helénicas no Egito que se fizeram vários templos dedicados a Suco, ou melhorados outros antigos, como sucedeu em Com Ombo, edificado no Império Novo mas renovado entre 221 e 205 a.C., por Ptolemeu IV Filopátor.

A Suco, do ponto vista religioso, prestava-se um culto associado aos seus poderes de fertilidade (por representar um animal da água, do Nilo, logo da criação do Egito e do mundo) e proteção da gravidez, embora também com relação com a morte e o enterramento, por ser um necrófago. A sua faceta negativa reportava-o, porém, a Sete, irmão traidor de Osíris e assassino deste. Acreditavam, alguns Egípcios que Suco, em forma de crocodilo, foi o devorador do coração de Osíris, ligando o deus réptil a uma ideia de terror e aniquilamento. Mas como o Sol que todos os dias saía da terra e se elevava no céu, também todos os dias o crocodilo saia da água, relatavam os egípcios, logo associando Suco ao deus primordial , como ao ressuscitado Osíris.

Homenagens

O nome genérico do dinossauro Sucomimo (lit. "imitação de crocodilo") deriva do nome grego antigo do deus Suco (σοῦχος), e de μῖμος (mimos), "imitação", devido ao formato da cabeça do animal.[2]

Referências

  1. «Sobek». Antigo Egito. 23 de agosto de 2010. Consultado em 4 de abril de 2021 
  2. Sereno, P.C.; Beck, A.L.; Dutheil, D.B.; Gado, B.; Larsson, H.C.E.; Lyon, G.H.; Marcot, J.D.; Rauhut, O.W.M.; Sadleir, R.W.; Sidor, C.A.; Varricchio, D.D.; Wilson, G.P; Wilson, J.A. (1998). «A long-snouted predatory dinosaur from Africa and the evolution of spinosaurids». Science. 282 (5392): 1298–1302. Bibcode:1998Sci...282.1298S. PMID 9812890. doi:10.1126/science.282.5392.1298 
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