Enel: diferenças entre revisões

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'''Enel SpA''' ([[Borsa Italiana]]: [http://www.borsaitaliana.it/borsa/azioni/scheda/IT0003128367.html?lang=it ''ENEL'']) é uma empresa [[Itália|italiana]] com sede em [[Roma]] que atua na geração e distribuição de [[energia elétrica]] e na distribuição de [[gás natural]]. A Enel, cujo nome é um [[acrónimo]] de "'''E'''nte '''n'''azionale per l''''e'''nergia e'''l'''ettrica", foi fundada em [[1962]] por lei, reunindo diversas pequenas empresas do ramo.
'''Enel S.p.A.''' é uma [[:en:Multinational_corporation|multinacional]] italiana que trabalha na geração e distribuição de eletricidade e gás.


É a maior companhia de energia elétrica da Itália<ref>noticias.uol.com.br, 09/06/2006: [http://noticias.uol.com.br/ultnot/2006/06/09/ult29u48512.jhtm ''Empresa italiana compra 11 centrais hidrelétricas no Brasil por R$ 450 milhões''], acessado em 14 de dezembro de 2009</ref> e a quinta maior companhia de energia do mundo.<ref name="clip1">clippingmp.planejamento.gov.br, 11/11/2009:[http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/11/11/enel-descarta-vender-ativos-no-pais-e-quer-investir-mais ''Enel descarta vender ativos no país e quer investir mais'']{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}, acessado em 14 de dezembro de 2009</ref> Maior [[acionista]] da empresa é, com 21,10%, o [[Política da Itália|ministério italiano da economia e finanças]].<ref>{{Citar web|titulo=Quem é a Enel, a gigante italiana que acaba de comprar a Eletropaulo|url=https://g1.globo.com/economia/noticia/quem-e-a-enel-a-gigante-estatal-italiana-que-acaba-de-comprar-a-eletropaulo.ghtml|obra=G1|acessodata=2020-02-15|lingua=pt-br}}</ref>
A Enel, que originalmente significava Entidade Nacional de Eletricidade (Ente nazionale per l'energia elettrica), foi inicialmente estabelecida como uma [[:en:Public_body|entidade pública]] no final de 1962, e depois transformada em uma [[:en:Limited_company|sociedade anônima]] em 1992.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20150223164737/http://www.radioradicale.it/storia-di-enel-dal-1962-ai-nostri-giorni|titulo=Storia di Enel dal 1962 ai nostri giorni {{!}} RadioRadicale.it|data=2015-02-23|acessodata=2022-01-07|website=web.archive.org}}</ref> Em 1999, após a liberalização do mercado de eletricidade na Itália, a Enel foi [[:en:Privatization|privatizada]].<ref>{{Citar web|url=https://web.camera.it/cartellecomuni/leg14/RapportoAttivitaCommissioni/testi/05/05_cap10_sch04.htm|titulo=SERVIZIO STUDI|acessodata=2022-01-07|website=web.camera.it}}</ref>


Em [[2007]], a empresa (junto com a construtora Acciona) comprou a empresa [[Endesa]], maior companhia de energia da [[Espanha]]<ref>eletrosul.gov.br, 17/11/2005 [http://www.eletrosul.gov.br/gdi/gdi/index.php?pg=cl_abre&cd=kgofdc0:[Wdh ''Lucro da espanhola Endesa cresce 33%''], acessado em 14 de dezembro de 2009</ref>, e - com a saída de Acciona em [[2009]] - passou a controlar toda a companhia.<ref name="clip1" />
O Estado italiano, através do [[:en:Ministry_of_Economy_and_Finance_(Italy)|Ministério da Economia e Finanças]], ainda é o principal acionista, com 23,6% do capital social em 1 de abril de 2016.<ref>{{Citar web|url=https://www.enel.com/it/investitori/dati-finanziari|titulo=Informazioni finanziarie|acessodata=2022-01-07|website=www.enel.com|lingua=it}}</ref>


O Grupo Enel está presente em 34 países, espalhados por cinco continentes, gerando energia com uma capacidade instalada em torno de 89 GW e distribuindo gás e energia por meio de uma rede que alcança 2,2 milhões de quilômetros.
A Enel é a 73ª maior empresa do mundo em receita, com 65,0 bilhões de euros em 2020.<ref>{{Citar web|ultimo=Volonté|primeiro=Chiara|url=https://www.industriaitaliana.it/enel-energia-economia-enel-green-power/|titulo=Risultati preliminari Enel: nel 2020 ricavi per 65 miliardi (-19,1%). Ebitda ordinario a 17,9 miliardi, come nel 2019|data=2021-02-04|acessodata=2022-01-07|website=Industria Italiana|lingua=it-IT}}</ref> Em 2020, a Enel tinha uma capitalização na bolsa de valores de 82 bilhões de euros, o que a torna a maior utilidade da Europa por capitalização.<ref>{{Citar web|url=https://www.spglobal.com/marketintelligence/en/news-insights/trending/sgSxFo7P69ByGX1pBy4mvg2|titulo=Italy's Enel tops list of 20 largest European utilities by market cap|acessodata=2022-01-07|website=www.spglobal.com|lingua=en-us}}</ref> Em 2018, a Enel também era a segunda maior empresa de energia do mundo em receita depois da State Grid, a [[:en:State_Grid_Corporation_of_China|Companhia Nacional da Rede Elétrica da China]].<ref>{{Citar web|url=https://www.power-technology.com/features/top-10-power-companies-in-the-world/|titulo=The ten biggest power companies in 2018|data=2019-03-19|acessodata=2022-01-07|website=Power Technology|lingua=en-US}}</ref>


A Enel Brasil é a maior empresa privada do setor elétrico brasileiro e atua nos segmentos de distribuição, geração, transmissão, comercialização, além de soluções de energia. Após a aquisição da Enel Distribuição São Paulo (antiga Eletropaulo), em 2018, a empresa se tornou o maior grupo em distribuição de energia do país, com 17 milhões de clientes atendidos no Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e São Paulo.
A empresa está cotada no índice [[:en:FTSE_MIB|FTSE MIB]] na [[:en:Italian_Bourse|Bolsa de Milão]].<ref>{{Citar web|url=https://www.enel.com/it/investitori/dati-finanziari|titulo=Informazioni finanziarie|acessodata=2022-01-07|website=www.enel.com|lingua=it}}</ref>


Além disso, por meio da Enel Green Power, a companhia é um dos líderes em geração de energia eólica e solar no Brasil. A Enel possui ainda a usina térmica Enel Geração Fortaleza (CE), a rede de transmissão Enel Cien (RS), conversora de energia para interconexão entre o Brasil e a Argentina, e uma empresa de soluções em energia, a Enel X.{{Referências}}
== História ==

=== 1898-1962: Em direção a uma política nacional para a eletricidade ===
A central hidrelétrica de Rocchetta a Volturno

Em 1898, a produção de eletricidade na Itália era de 100 [[:en:Kilowatt-hour#Multiples|GWh]],<ref>{{citar livro|título=Storia d'Italia (1861-2001)|ultimo=Vottari|primeiro=Giuseppe|editora=Gli Spilli Alpha|página=Test p|páginas=73|isbn=9788848315555}}</ref> e tinha um valor de mais de 56 bilhões de dólares em 1960.<ref>{{citar livro|título="Appendice 3: L'energia elettrica in Italia".|ultimo=Vestrucci (2013).|página=L'Italia e l'energia. 150 anni di postvisioni energetiche. FrancoAngeli|páginas=225|isbn=9788820405618}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20150205152018/http://www.milanocittadellescienze.it/contents/cantieri/pdf/intervista_spegiorin.pdf|titulo=Wayback Machine|acessodata=2022-01-07|website=web.archive.org}}</ref> A maior parte da eletricidade foi produzida por empresas privadas regionais,<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20150923215136/http://www.dis.uniroma1.it/~catalano/materiale%20didattico/Fraccascia.pdf|titulo=Wayback Machine|acessodata=2022-01-07|website=web.archive.org}}</ref> ou por empresas ligadas a outros órgãos industriais,<ref>{{citar livro|título="Economia e sviluppo industriale" Terra d'Ossola. Grossi Edizioni.|ultimo=Sergio Lucchini|primeiro=Umberto Chiaramonte|ano=2005|isbn=9788889751022}}</ref><ref>{{citar livro|título=Storia delle aziende elettriche municipalizzate Laterza|ultimo=Bolchini|primeiro=Pietro|ano=1999|isbn=9788842058311}}</ref><ref>{{citar livro|título=Economia delle fonti di energia|ano=1980|página=23|páginas=95}}</ref> tanto locais quanto regionais, explorando as características específicas do território: seus recursos [[:en:Hydrogeology|hidrogeológicos]].<ref>{{Citar web|url=https://www.museoenergia.it/museo.php?stanza=13&ppost=943|titulo=Museo energia|acessodata=2022-01-07|website=www.museoenergia.it}}</ref>

O Estado subsidiou a construção de [[:en:Power_station|centrais elétricas]] e outras obras necessárias em um território para aumentar a produção de [[:en:Electricity_generation|eletricidade]].<ref>{{citar livro|título=L'Industrializzazione in Italia: 1861-1900 Società editrice il Mulino|ultimo=Mori|primeiro=Giorgio|ano=1977}}</ref><ref>{{citar livro|título=Repertorio generale annuale della Giurisprudenza italiana 1|editora=Unione tipografico-editrice|ano=1960|página=p 60}}</ref><ref>{{citar livro|título=Storia dell'industria elettrica in Italia|ultimo=Giorgio Mori|primeiro=Giovanni Zanetti|editora=Laterza|ano=1994|isbn=9788842045588}}</ref> In 1961, o Estado regulou a distribuição com tarifas nacionais unificadas estabelecidas com base em classes de consumo iguais (através do Fundo de Compensação do Setor Elétrico:<ref>{{citar livro|título=Storia delle aziende elettriche municipalizzate|ultimo=Pietro Bolchini|primeiro=ed|editora=Laterza|ano=1999|isbn=9788842058311}}</ref>137<ref>{{Citar web|url=https://www.treccani.it/enciclopedia/il-servizio-elettrico-dai-sistemi-regionali-alla-liberalizzazione_(Il-Contributo-italiano-alla-storia-del-Pensiero:-Tecnica)|titulo=Il servizio elettrico dai sistemi regionali alla liberalizzazione in "Il Contributo italiano alla storia del Pensiero: Tecnica"|acessodata=2022-01-07|website=www.treccani.it|lingua=it-IT}}</ref>), e exigiu que as empresas de eletricidade fornecessem acesso à eletricidade para todos.<ref>{{citar livro|título="Economia e sviluppo industriale"|ultimo=Umberto Chiaramonte|primeiro=Sergio Lucchini|editora=Terra d'Ossola. Grossi Edizioni|ano=2005|isbn=9788889751022}}</ref><ref>{{citar livro|título=Economia delle fonti di energia|ano=1980|página=23|páginas=p 95}}</ref><ref>{{citar livro|título="Per l'irizzazione dell'energia elettrica"|ultimo=di Capua|primeiro=Giovanni|editora=Tommaso Zerbi e i federalismi. Rubbettino Editore|ano=2004|isbn=9788849808964}}</ref><ref>{{citar livro|título=Economia internazionale delle fonti di energia|ultimo=|primeiro=|editora=6 Istituto di economia delle fonte di energia Università commerciale L Bocconi|ano=1962}}</ref>

Em 1962, o governo institucionalizou a Entidade para eletricidade com o objetivo de fazer da eletricidade um meio para o desenvolvimento do país, e para definir uma política nacional para a eletricidade com base nas experiências de outros países, tais como a [[:en:France|França]] e o [[:en:United_Kingdom|Reino Unido]].<ref>{{citar livro|título="Per l'irizzazione dell'energia elettrica"|ultimo=di Capua|primeiro=Giovanni|editora=Tommaso Zerbi e i federalismi. Rubbettino Editore|ano=2004|isbn=9788849808964}}</ref><ref>{{citar livro|título=Economia internazionale delle fonti di energia|editora=6 Istituto di economia delle fonte di energia, Università commerciale L. Bocconi|ano=1962}}</ref>

=== 1962: Estabelecendo a Entidade Nacional de Eletricidade ===
No início de 1962, o [[:en:Fanfani_IV_Cabinet|Gabinete Fanfani IV]] comprometeu o governo a elaborar uma proposta para a unificação do sistema elétrico nacional no prazo de três meses após a aprovação pelo parlamento de uma moção de confiança.<ref>{{citar livro|título=La Nazionalizzazione dell'energia elettrica: l'esperienza italiana e di altri paesi europei : atti del convegno internazionale di studi del 9-10 novembre 1988 per il XXV anniversario dell'istituzione dell'Enel|ultimo=Piero Bolchini|primeiro=ed|editora=Laterza|ano=1989|páginas=264|isbn=9788842035114}}</ref><ref>{{citar livro|título=Intervento pubblico e crescita economica: un equilibrio da ricostruire|ultimo=Giancarlo Morcaldo|editora=FrancoAngeli|ano=2007|página=156|páginas=9788846489746}}</ref>

Durante a assembleia da [[:en:Chamber_of_Deputies|Câmara de Deputados]] de 26 de junho de 1962, o governo apresentou um projeto de lei que sancionava os princípios e procedimentos para o estabelecimento da Ente Nazionale per l'energia Elettrica (Entidade Nacional de Eletricidade, E.N.EL., ou Enel).<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20150923215136/http://www.dis.uniroma1.it/~catalano/materiale%20didattico/Fraccascia.pdf|titulo=Wayback Machine|acessodata=2022-01-07|website=web.archive.org}}</ref>

De acordo com a lei, a Enel iria adquirir todos os ativos de empresas produtoras, processadoras, transmissoras e distribuidoras de eletricidade, com exceção dos autoprodutores—empresas que produziam mais de 70% de sua eletricidade para outros processos de produção—(a mesma exceção foi aplicada posteriormente às autoridades municipais), e de pequenas empresas que não produziam mais de 10 milhões de [[:en:Kilowatt-hour|quilowatts-hora]] por ano.<ref>{{citar livro|título=Manuale breve di diritto dell'Energia|ultimo=Eugenio Grippo|primeiro=Filippo Manca|editora=Wolters Kluwer Italia|ano=2008|página=33|páginas=64|isbn=9788813274382}}</ref><ref>{{citar livro|título=Codice dell'ambiente|ultimo=Stefano Nespor|primeiro=Ada Lucia De Cesaris|editora=Giuffrè Editore|ano=2009|página=1166–1174|isbn=9788814137976}}</ref>

Foram definidos os procedimentos de avaliação do valor das empresas adquiridas, tendo sido estabelecido que uma [[:en:Nationalization|compensação]] deveria ser paga aos credores em 10 anos a uma taxa de juros de 5,5%<ref>{{citar livro|título=Manuale breve di diritto dell'Energia|ultimo=Eugenio Grippo|primeiro=Filippo Manca|editora=Wolters Kluwer Italia|ano=2008|página=33-64|isbn=9788813274382}}</ref><ref>{{citar livro|título=Le società quotate alla Borsa valori di Milano dal 1861 al 2000: profili storici e titoli azionari|ultimo=De Luca|primeiro=Giuseppe|editora=Libri Scheiwiller|ano=2002}}</ref>. Dentro desse quadro, 1962 deveria ser considerado um ano de transição, no qual todas as receitas e despesas das empresas adquiridas seriam transferidas para a Enel. 1963 foi, portanto, o primeiro ano operacional da empresa recém-formada.<ref>{{citar livro|título=Sentenze e ordinanze della Corte costituzionale 5|editora=Giuffrè|ano=1966}}</ref>

As primeiras empresas a serem adquiridas foram:<ref>{{citar livro|título=National Monopoly to Successful Multinational: the case of Enel|ultimo=Massimo Bergami|primeiro=Pier Luigi Celli|ultimo2=Giuseppe Soda|editora=Palgrave Macmillan|ano=2012|página=p. 13.|isbn=9781137033918}}</ref>[[:en:Gruppo_TIM#1964%E2%80%931994:_SIP_-_Societ%C3%A0_Italiana_per_l'Esercizio_Telefonico|SIP]] ([[:en:Piedmont|Piemonte]])<ref>{{citar livro|título=Giurisprudenza costituzionale|editora=Giuffrè|ano=1963}}</ref>, Edison Volta ([[:en:Lombardy|Lombardia]])<ref>{{citar livro|título=L'intervento esterno nello sviluppo industriale del Mezzogiorno: analisi della situazione attuale e delle tendenze recenti|ultimo=Raffaele Cercola|editora=Guida Editori|ano=1984|página=122|isbn=9788870428612}}</ref>, [[:en:Edison_(company)|SADE]] ([[:en:Veneto|Vêneto]]),<ref>{{citar livro|título=Commissione parlamentare d'inchiesta sul disastro del Vajont: inventario e documenti|editora=Rubbettino Editore|ano=2003|página=23|isbn=9788849806557}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=|url=https://www.senato.it/documenti/repository/relazioni/archiviostorico/vajont/inventario_vajont.pdf|titulo=Inventario della commissione d'inchiesta sul disastro del Vajont|data=1 Fevereiro 2015|website=Senato della Repubblica}}</ref> SELT-Valdarno ([[:en:Tuscany|Toscana]]), SRE ([[:en:Lazio|Lazio]]), SME ([[:en:Campania|Campânia]]), SGES ([[:en:Sicily|Sicília]]), e Carbosarda ([[:en:Sardinia|Sardenha]]).

=== 1963–1970: Modernização e desenvolvimento da rede ===
Os primeiros objetivos da Enel foram a modernização e desenvolvimento da [[:en:Electrical_grid|rede elétrica]] com a construção de um alicerce de [[:en:Electric_power_transmission|linhas de alta tensão]], conexões internacionais, conexões com as ilhas, [[:en:Rural_electrification|eletrificação rural]], e a criação de um centro nacional de distribuição. Estes projetos deveriam ser co-financiados pelo Estado através da emissão, em 1965, de títulos avaliados em mais de 200 mil milhões [[:en:Italian_lira|liras italianas]]. Em 1967, a Enel, que originalmente era supervisionada pelo Comitê de Ministros, começou a ser supervisionada pelo Comitê Interministerial de Planejamento Econômico (CIPE), sob a tutela do Ministério da Indústria. Durante este período, a produção de [[:en:Thermal_power_station|usinas termoelétricas]] ultrapassou, pela primeira vez, a de [[:en:Hydroelectricity|energia hidrelétrica]]...

Em 1963, foi criado o Centro Nacional de Distribuição de [[:en:Rome|Roma]] para gerir a rede energética, coordenando as instalações de produção, a [[:en:Electric_power_transmission|rede de transmissão]], a [[:en:Electric_power_distribution|distribuição]], bem como a interconexão do sistema elétrico italiano com o de países estrangeiros, ajustando em tempo real a produção e a transmissão de energia com base na demanda real.

Em termos de eletrificação rural, os assentamentos que não estavam ligados à rede elétrica diminuíram de 1,27% em 1960 para 0,46% em 1964, com mais de 320.000 novos residentes conectados. No período de cinco anos entre 1966 e 1970, foram feitos mais investimentos para a eletrificação rural, onde 80% dos custos foram cobertos pelo Estado e 20% pela Enel, sendo parte desses custos incorridos pela redução de algumas taxas como incentivo ao desenvolvimento agrícola.

Em 1968, iniciou-se a construção da ligação de alta tensão de 380 kV entre [[:en:Florence|Florença]] e [[:en:Rome|Roma]] com o objetivo de unir o sistema elétrico de alta tensão do norte com o do centro e do sul. Por volta da mesma época, conexões internacionais de alta tensão com [[:en:France|França]] (380 kV Venaus-Villarodin, 1969) e [[:en:Switzerland|Suíça]] também foram postas em prática. No mesmo ano, foram colocados cabos elétricos submarinos para ligar a península e as ilhas de [[:en:Elba|Elba]] (1966), [[:en:Ischia|Ísquia]] (1967), e [[:en:Sardinia|Sardenha]] através da [[:en:Corsica|Córsega]] (1967).

Em 1963, a Enel esteve envolvida no desastre da [[:en:Vajont_Dam|Barragem de Vajont]]. Em 9 de outubro de 1963, um enorme deslizamento de 260 milhões de metros cúbicos caiu no reservatório formado pela barragem. A barragem e a usina haviam sido construídas pela Società Adriatica di Elettricità (a Companhia de Eletricidade do Adriático, ou SADE) e depois vendidas à [[:en:Edison_(company)|Edison]], e haviam acabado de ser transferidas como parte do processo de nacionalização para a recém-criada Enel. O deslizamento criou enormes ondas na barragem de Vajont, que inundaram parcialmente as aldeias de [[:en:Erto_e_Casso|Erto e Casso]] e varreram a barragem, arrasando completamente as aldeias do vale abaixo: [[:en:Longarone|Longarone]], Pirago, Rivalta, Villanova e Faè. Aproximadamente duas mil pessoas morreram no desastre. A Enel e a Montedison foram acusadas no julgamento subsequente como as empresas responsáveis pelo desastre, uma responsabilidade considerada ainda mais grave devido à previsibilidade do evento. As duas empresas foram forçadas a pagar danos às comunidades envolvidas na catástrofe.

=== 1970–1989: A crise energética e a procura por novas fontes ===
''Ver também: [[:en:1987_Italian_referendums|Referendos italianos de 1987]]''<blockquote>Anúncio da Enel "Para um melhor e mais econômico uso de energia" durante os anos da crise energética (1976–1977)</blockquote>A década de 1970 foi caracterizada por uma grande [[:en:1970s_energy_crisis|crise energética]] que levou a empresa a implementar medidas drásticas de [[:en:Austerity|austeridade]], e o estabelecimento de um plano energético nacional que definiu os objetivos tanto da construção de novas centrais eléctricas como da procura de novas [[:en:Energy_development|fontes de energia]].

Em 1975, como resultado da [[:en:1973_oil_crisis|crise do petróleo de 1973]] e das medidas de austeridade, e após o estabelecimento do primeiro Plano Nacional de Energia (PEN), o objetivo da empresa passou a ser o de reduzir a dependência da Enel em [[:en:Hydrocarbon|hidrocarbonetos]], que deveria ser alcançado com a utilização de outras fontes de energia, incluindo a hidráulica, geotérmica, carvão, redução de resíduos e, em particular, a utilização de [[:en:Nuclear_power|energia nuclear]].

Várias plantas novas foram construídas no decorrer da década. No início dos anos 70, a construção da central nuclear [[:en:Caorso|Caorso]] (Emília-Romanha), a primeira grande [[:en:Nuclear_power_plant|central nuclear]] na Itália (para gerar 840-860 [[:en:Watt#Megawatt|MW]]), teve início. A estação tornou-se operacional em 1978. Entre 1972 e 1978, a central hidrelétrica de Taloro foi construída na província de [[:en:Nuoro|Nuoro]] ([[:en:Sardinia|Sardenha]]). Em 1973, a central hidrelétrica de [[:en:San_Fiorano|San Fiorano]] entrou em operação. Em 1977, foi inaugurada uma central termoelétrica em Torre del Sale, perto de [[:en:Piombino|Piombino]] (Toscana). No final dos anos 70, iniciou-se a construção da central térmica de Porto Tolle (Veneto), cuja primeira seção concluída ficou ativa em 1980.

Entre 1971 e 1977, as instalações piloto de transmissão de 1000 kV em [[:en:Suvereto|Suvereto]] ([[:en:Tuscany|Toscana]]) foram testadas. Em 1974 foi concluída a construção da “espinha dorsal” elétrica de alta tensão do Adriático.

Entre 1973 e 1977, foram perfurados poços para a produção de energia geotérmica em Torre Alfina, na província de [[:en:Viterbo|Viterbo]] ([[:en:Lazio|Lazio]]). A barragem do Alto Gesso ([[:en:Piedmont|Piemonte]]) foi concluída em 1982 como parte da central hidrelétrica Luigi Einaudi "[[:en:Entracque_Power_Plant|Entracque]]".

Os anos 80 se caracterizaram pela construção de novas centrais e pelo teste de formas alternativas de energia, a eliminação da [[:en:Nuclear_power|energia nuclear]] italiana, bem como pela redução gradual da dependência do petróleo, que diminuiu de 75.3% em 1973 para 58,5% em 1985. Várias grandes centrais elétricas tornaram-se ativas durante este período. Entre elas, a [[:en:Fossil_fuel_power_station|usina de combustível fóssil]] de Fiumesanto ([[:en:Sardinia|Sardenha]]) em 1983–84; a [[:en:Pumped-storage_hydroelectricity|usina hidrelétrica de armazenamento por bombeamento]] de [[:en:Edolo|Edolo]] ([[:en:Lombardy|Lombardia]]) em 1984–85, uma das maiores do gênero na [[:en:Europe|Europa]]; e a [[:en:Coal-fired_power_station|central eléctrica a carvão]] da Torrevaldiagia Nord ([[:en:Lazio|Lazio]]) em 1984.

Em 1981, com a ajuda da [[:en:European_Economic_Community|Comunidade Econômica Europeia]], a Enel construiu a primeira [[:en:Compact_linear_Fresnel_reflector|usina de energia solar concentrada]] em grande escala utilizando um [[:en:Concentrated_solar_power_plant|refletor linear compacto Fresnel]], a usina Eurelios de 1 [[:en:Watt#MWe|MWe]] em [[:en:Adrano|Adrano]] ([[:en:Sicily|Sicília]]). A planta foi fechada em 1987. Em 1984, a [[:en:Photovoltaic_power_station|central fotovoltaica]] de [[:en:Vulcano|Vulcano]] ([[:en:Sicily|Sicília]]) entrou em atividade. No mesmo ano, o primeiro [[:en:Wind_farm|parque eólico]] do país tornou-se operacional em Alta Nurra ([[:en:Sardinia|Sardenha]]).

Durante 1985, o centro nacional de distribuição e controle da rede elétrica foi gradualmente transferido do centro de Roma para Settebagni, e fez parte de uma rede europeia mais ampla para a sincronização da produção de eletricidade.

Em 1986, a Enel teve seu primeiro saldo positivo, com um lucro de 14,1 bilhões de [[:en:Italian_lira|liras italianas]].

Em 1987, na sequência do [[:en:Chernobyl_disaster|desastre de Chernobyl]], realizou-se o primeiro referendo sobre energia nuclear, ganho por aqueles que se opõem à energia nuclear. Este resultado marcou o fim da energia nuclear na [[:en:Italy|Itália]], o encerramento e suspensão de toda a construção de centrais nucleares, e o estabelecimento de um novo plano energético nacional. A [[:en:Caorso_Nuclear_Power_Plant|Usina Nuclear Caorso]] na [[:en:Emilia-Romagna|Emília-Romanha]], que estava inativa desde 1986 para reabastecimento, nunca foi reativada e foi finalmente fechada em 1990. A [[:en:Enrico_Fermi_Nuclear_Generating_Station|Central Nuclear Enrico Fermi]] em [[:en:Piedmont|Piemonte]] foi desativada em 1987 e encerrada em 1990. Os trabalhos de construção da  [[:en:Montalto_di_Castro_Nuclear_Power_Station|Usina Nuclear Montalto di Castro]], iniciados em 1982, foram interrompidos em 1988. A planta foi convertida no ano seguinte em uma usina multi-combustível. A [[:en:Latina_Nuclear_Power_Plant|Central Nuclear de Latina]] foi fechada em 1988. A [[:en:Garigliano_Nuclear_Power_Plant|Usina Nuclear Garigliano]] estava encerrada desde 1978.

Em 1988, o novo Plano Nacional de Energia (PEN) estabeleceu os seus principais objetivos: aumento da eficiência energética, proteção ambiental, exploração dos recursos nacionais, diversificação das fontes de abastecimento do exterior e a competitividade global do sistema produtivo.

=== 1990–presente: liberalização e privatização ===
Entre 1990 e 2000, o mercado italiano de eletricidade foi progressivamente liberalizado. Em 1991, a Lei n. 9/1991 sancionou uma primeira liberalização parcial da produção de eletricidade gerada a partir de fontes convencionais e fontes de [[:en:Renewable_energy|energia renovável]]; as empresas foram autorizadas a produzir eletricidade para uso próprio com a obrigação de entregar a quantidade excedente à Enel. Em julho de 1992, o [[:en:Amato_I_Cabinet|Gabinete Amato]] I transformou a Enel em um [[:en:Joint-stock_company|sociedade anônima]] com o [[:en:Treasury|Tesouro Nacional]] como único acionista.

Em 1999, o [[:en:D'Alema_I_Cabinet|Gabinete D'Alema I]] emitiu o Decreto Legislativo nº. 79 de 16 de março de 1999 (conhecido como o Decreto Bersani) para liberalizar o setor elétrico. Isso abriu a possibilidade de outros atores operarem no mercado de energia. A Enel—que até então tinha sido o único ator na produção, distribuição e venda de energia elétrica na Itália—mudou sua estrutura corporativa, distinguindo as três fases e se constituindo como três empresas diferentes: Enel Produzione, Enel Distribuzione e [[:en:Terna_Group|Terna]], respectivamente, para produção, distribuição e transmissão de energia. Além disso, a Enel poderia produzir apenas 50% da produção nacional de acordo com a nova lei.

Em 1999, 31,7% da empresa, na sua nova estrutura, foi privatizada. Após a privatização, a Enel foi colocada na bolsa; suas ações foram listadas na Bolsa de Valores Italiana com um valor de 4,30 euros por ação; o número total foi de 4.183 milhões de ações para um valor total de 18 bilhões de euros

Nesse período, a Enel esteve envolvida em vários projetos novos. Em 1993, a empresa construiu a central fotovoltaica [[:en:Serre,_Campania|Serre]]. Na época, esta era a maior do gênero na Europa, com uma capacidade instalada de 3,3 megawatts.[89] Em 1997, Enel, [[:en:Orange_S.A.|Orange S.A]]., e [[:en:Deutsche_Telekom|Deutsche Telekom]] financiaram a [[:en:Wind_(Italy)|Wind Telecomunicazioni]] como uma [[:en:Joint_venture|joint venture]], uma operadora de telecomunicações móveis e fixas.[90] Em 2000, a Enel lançou um projeto para conectar as redes elétricas da Itália e da [[:en:Greece|Grécia]], colocando uma linha elétrica subaquática de 160 km, capaz de transportar 600 megawatts, para conectar [[:en:Otranto|Otranto]] ([[:en:Apulia|Apúlia]]) com a cidade grega de [[:en:Aetos,_Messenia|Aetos]]. O projeto, concluído em 2002, teve um custo total de 339 milhões de euros.

Durante os anos 2000, a empresa trabalhou para reduzir o impacto ambiental da produção de energia e em uma progressiva internacionalização da Enel através de uma série de fusões e aquisições.

Em 2000, a Enel assinou um acordo com o [[:en:Ministry_of_the_Environment_(Italy)|Ministério do Meio Ambiente]] e o [[:en:Ministry_of_Economic_Development_(Italy)|Ministério do Desenvolvimento Econômico italianos]], no qual a empresa se comprometeu a reduzir emissões de [[:en:Carbon_dioxide|dióxido de carbono]] em 13.5% antes de 2002, e em 20% antes de 2006. Naquele ano, a Enel adquiriu a CHI Energy, uma produtora de energia renovável que opera nos mercados dos EUA e Canadá, por US$ 170 milhões.

Nos anos seguintes, a Enel continuou investindo em energias renováveis e tecnologias limpas. Em 2004, a empresa foi incluída no Índice [[:en:Dow_Jones_Sustainability_Indices|Dow Jones de Sustentabilidade]], um índice do mercado de ações que avalia o desempenho financeiro das empresas com base no desempenho econômico, ambiental e social.

Em 2008, a Enel formou a [[:en:Enel_Green_Power|Enel Green Power]], uma empresa dedicada a desenvolver e gerenciar a produção de energia a partir de [[:en:Renewable_energy|energia renovável]]. Em 2009, a Enel lançou o projeto Archilede, um novo sistema de iluminação urbana escolhido por 1600 municípios. Esta nova tecnologia de iluminação inteligente resultou em aproximadamente 26 GWh por ano de economia de energia, e reduziu as emissões de [[:en:Carbon_dioxide|dióxido de carbono]] em 18.000 toneladas por ano. Naquele mesmo ano, a empresa abriu uma nova [[:en:Photovoltaic_power_station|central fotovoltaica]] no [[:en:Villa_di_Pratolino|Parque de Villa di Pratolino]], em [[:en:Florence|Florença]]. O projeto – chamado "Diamante" – era construir uma usina capaz de armazenar, como hidrogênio, o suficiente da energia solar acumulada durante o dia para atender às exigências da noite. Em 2010, a [[:en:Archimede_combined_cycle_power_plant|central de ciclo combinado Arquimedes]] tornou-se operacional em [[:en:Priolo_Gargallo|Priolo Gargallo]], perto de [[:en:Syracuse,_Sicily|Siracusa]] na [[:en:Sicily|Sicília]]. Este foi o primeiro campo solar térmico a utilizar tecnologia de [[:en:Molten_salt|sal fundido]] integrada com uma instalação de gás de [[:en:Combined_cycle_power_plant|ciclo combinado]].

A Enel teve várias aquisições e desinvestimentos nesse período.

Em 2001, a empresa ganhou o leilão público de aquisição da Viesgo—uma [[:en:Subsidiary|subsidiária]] da [[:en:Endesa|Endesa]]—uma empresa ativa no mercado espanhol na produção e distribuição de eletricidade, com uma capacidade líquida instalada de 2400 [[:en:Watt#Megawatt|megawatts]]. Em 2002, a Enel alienou a Eurogen SpA, a Elettrogen SpA e a Interpower SpA, em conformidade com as disposições do Decreto Bersani sobre a liberalização da produção de eletricidade. Em 2001, Enel adquiriu a [[:en:Wind_(Italy)#Infostrada|Infostrada]]—anteriormente uma subsidiária da [[:en:Vodafone|Vodafone]]—a um custo de 7.25 bilhões de euros. A Infostrada foi posteriormente fundida com a [[:en:Wind_(Italy)|Wind]], com 17 milhões de clientes. Em 2005, a Enel atribuiu 62.75% de propriedade da Wind à Weather Investments S.a.r.l., uma empresa pertencente ao empresário egípcio [[:en:Naguib_Sawiris|Naguib Sawiris]], na época [[:en:Chief_executive_officer|CEO]] da [[:en:Global_Telecom_Holding|Global Telecom Holding]] (os 37.25% restantes foram alienados em 2006). "Em 2008 e 2009, a Enel Stoccaggi e [[:en:2i_Rete_Gas|Enel Rete Gas]] foram vendidas a investidores, principalmente o [[:en:Fondi_italiani_per_le_infrastrutture_SGR|Primo Fondo Italiano per le Infrastrutture]].

Em 2011, a Enel inaugurou a primeiro instalação-piloto de captura de [[:en:Carbon_dioxide|dióxido de carbono]] na Itália, na área de [[:en:Brindisi|Brindisi]], na usina ENEL Federico II já existente. Naquele ano, a Enel Distribuzione construiu sua primeiro [[:en:Smart_grid|Rede inteligente]] em [[:en:Isernia|Isernia]], uma rede capaz de ajustar eficazmente o fluxo bidirecional de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis. O investimento total para este projeto foi de 10 milhões de euros.

Também em 2011, a Enel se tornou parte do [[:en:United_Nations_Global_Compact|Pacto Global das Nações Unidas]], a iniciativa das [[:en:United_Nations|Nações Unidas]] para incentivar as empresas a adotarem políticas sustentáveis em todo o mundo, e assinou um acordo-quadro de cooperação com o [[:en:World_Food_Programme|Programa Mundial de Alimentos]], para combater a fome no mundo e as alterações climáticas. O custo do projeto foi de 8 milhões de euros, que incluiu a produção e distribuição de fogões de cozinha de alta eficiência, a instalação de [[:en:Photovoltaic_system|sistemas fotovoltaicos]] em todas as instalações logísticas do PMA, e o apoio a intervenções humanitárias. No mesmo ano a empresa foi adicionada ao índice FTSE4Good da [[:en:London_Stock_Exchange|Bolsa de Londres]] que mede o comportamento das empresas em termos de sustentabilidade ambiental, relações com as partes interessadas, os direitos humanos, a qualidade das condições de trabalho e o combate à corrupção.

Em 2012, a Enel vendeu os 5,1% restantes da [[:en:Terna_Group|Terna]] em sua posse, saindo assim completamente do mercado de alta tensão. Em 2013, a Enel assinou um acordo em [[:en:Sochi|Sochi]] para a venda de 40% da Rússia Ártica, uma [[:en:Joint_venture|joint venture]] com a [[:en:Eni|Eni]], que por sua vez controlava 49% da SeverEnergia, por $1.8 bilhões.

Em maio de 2014, [[:en:Maria_Patrizia_Grieco|Maria Patrizia Grieco]] foi eleita presidente do [[:en:Board_of_directors|conselho de administração]]; e [[:en:Francesco_Starace|Francesco Starace]] foi nomeado [[:en:Chief_executive_officer|CEO]]. Os principais objetivos da empresa foram definidos como a reorganização das atividades na [[:en:Iberian_Peninsula|Ibéria]] e [[:en:Latin_America|América Latina]] e a redução da dívida.

Em 2014, a Enel—juntamente com a [[:en:Endesa|Endesa]], a Accelerace e a FundingBox—lançou o programa INCENSe (Internet Cleantech Enablers Spark), co-financiado pela [[:en:European_Commission|Comissão Europeia]], para a promoção da inovação tecnológica em [[:en:Renewable_energy|energias renováveis]], e contou com mais de 250 start-ups de 30 países em 2015.

Em 2014 e 2015, a Enel foi incluída no índice STOXX Global ESG Governance Leaders, um índice que mede as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa.

A Enel participou da [[:en:Expo_2015|Expo 2015]] em [[:en:Milan|Milão]] como [[:en:Expo_2015#Official_global_partners|Parceira Global Oficial]]. Com um investimento de 29 milhões de euros, além de construir seu próprio pavilhão, a Enel construiu uma [[:en:Smart_city|Cidade Inteligente]] em toda a área da Expo, simulando uma cidade de 100.000 habitantes com um consumo total de energia de 1 GWh por dia. A Cidade Inteligente incluiu uma rede inteligente para a distribuição de eletricidade, um centro de operações para o monitoramento e gestão da rede inteligente, um sistema de informação que permitiu aos visitantes visualizar em tempo real o consumo de eletricidade em cada pavilhão, [[:en:Smart_city|estações de recarga]] para [[:en:Electric_vehicles|veículos elétricos]], e iluminação [[:en:LED|LED]] de todo o local da exposição.

== Controvérsias ==

=== '''Osage Wind LLC''' ===
A Osage Wind escavou [[:en:Wind_turbine_design#Foundations|fundações para turbinas eólicas]], esmagou a rocha e devolveu a poeira à terra.

Em 11 de novembro de 2014, o Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Norte de Oklahoma entrou com uma ação contra a subsidiária da Enel, Osage Wind LLC, um projeto eólico industrial de 84 turbinas no Condado de Osage, Oklahoma. Na ação, os Estados Unidos alegam que a Enel e a Osage Wind estão convertendo ilegalmente minerais de propriedade da [[:en:Osage_Nation|Nação Osage]], uma tribo indígena americana que é proprietária de todos os direitos minerais no condado desde 1871. O processo diz que a Osage Wind deveria ter obtido uma licença da [[:en:Bureau_of_Indian_Affairs|Secretaria para Assuntos Indígenas]] antes da mineração de rochas e outros materiais para os fossos em que as bases das turbinas são construídas. Os Estados Unidos pediram que todas as escavações no local de 8.500 acres cessem e que dezenas de turbinas que já estão sendo erguidas sejam removidas. A Osage Wind insistiu que não está minerando e não precisa de licença. A empresa diz que já gastou quase $300 milhões no projeto, que está sendo construído em terrenos de propriedade privada e não em terrenos fiduciários para os índios americanos.

A Osage Wind LLC e um segundo projeto da Enel, Mustang Run, também estão envolvidos em casos pendentes na Suprema Corte de Oklahoma, nos quais a Nação Osage e o [[:en:Osage_County,_Oklahoma|Condado de Osage, Oklahoma]], estão desafiando a legitimidade constitucional das licenças para ambos os projetos.

Em 2020, o caso ainda permanecia em litígio.

=== '''El Salvador''' ===
A Enel teve que sair do mercado de eletricidade de [[:en:El_Salvador|El Salvador]] depois de uma longa disputa com o Governo de El Salvador. O Artigo 109 da [[:en:Constitution_of_El_Salvador|Constituição de El Salvador]] afirma que os recursos naturais subterrâneos são propriedade do país e que o governo não deve permitir que uma empresa estrangeira seja a única proprietária da geração geotérmica. Ambas as partes chegaram a um acordo em 2014, mas nenhum detalhe foi divulgado.

=== '''Eslováquia''' ===
A Enel tinha exigido mais de 94 milhões de euros do Ministério da Economia da Eslováquia em compensação pelos ganhos perdidos que alega ter incorrido, uma vez que as propostas de preços foram rejeitadas pelo Gabinete Regulador Eslovaco para as Indústrias de Redes (URSO).

== Capacidades de produção e serviço ==
A Enel produz eletricidade a partir de várias fontes de energia, incluindo [[:en:Geothermal_gradient|geotérmica]], [[:en:Wind_power|eólica]], [[:en:Solar_power|solar]], [[:en:Enel|hidrelétrica]], teérmica  e [[:en:Nuclear_power|nuclear]].  Em 2020, a Enel gerou um total de 207  [[:en:Kilowatt-hour#Multiples|TWh]] de eletricidade, distribuiu 484,6 TWh e vendeu 298,2 TWh.

A Enel também está envolvida em atividades de pesquisa e desenvolvimento para a produção e transmissão de eletricidade. Estas incluem:

* A concepção e implementação de "plantas híbridas" que combinam o uso de diferentes fontes e tecnologias para o armazenamento de energia, a fim de aumentar a eficiência das plantas.

* O desenvolvimento de redes inteligentes que aumentem a eficiência e sustentabilidade na distribuição de eletricidade, com o apoio da Comunidade Europeia

== Organização corporativa ==
A Enel está sediada em [[:en:Rome|Roma]] e está listada na [[:en:Italian_Bourse|Bolsa de Milão]] desde 1999. A Enel e suas subsidiárias produzem e distribuem eletricidade e gás em 30 países na [[:en:Europe|Europa]], [[:en:North_America|América do Norte]], [[:en:South_America|América do Sul]], [[:en:Asia|Ásia]] e [[:en:Africa|África]].

A empresa emprega cerca de 67.000 pessoas, tem 70 milhões de clientes em todo o mundo (64 milhões no mercado da eletricidade e 6 milhões no mercado do gás) e uma capacidade de geração líquida instalada de mais de 84 GW. A Enel é a maior empresa de energia da Europa por número de clientes e a segunda por capacidade, depois da [[:en:Électricité_de_France|EdF]].

O Grupo Enel está organizado em 4 linhas de negócios:

* Geração Global: geração de eletricidade.
* Infraestrutura e Redes Global: infraestrutura de transporte e distribuição de energia.
* Global Trading: fornece às empresas do Grupo Enel, assim como a terceiros, tanto bens para serem usados em usinas de energia quanto serviços de otimização para produção e distribuição de energia.
* Enel X: fornece serviços de valor agregado.

== Subsidiárias ==
Ver também: [[:en:Enel_Green_Power|Enel Green Power]] e [[:en:Open_Fiber|Open Fiber]].

Para negociação em mercados internacionais, bem como para a aquisição e venda de produtos energéticos, incluindo gás, a Enel possui 100% da Enel Trade, que por sua vez possui 100% da Enel Trade Romênia, Enel Trade Croácia e Enel Trade Sérvia.

Através da Enel Trade, a Enel também é proprietária da Nuove Energie, uma empresa especializada na construção de plantas de [[:en:Regasification|regaseificação]].

Na [[:en:Italy|Itália]], a Enel possui  empresas que produzem, distribuem e revendem eletricidade:

* 100% Enel Energia - que trata da comercialização de energia elétrica e gás natural no mercado livre e para clientes finais. A Enel Energia também detém 100% da Enel.si, empresa que oferece soluções de [[:en:Renewable_energy|energia renovável]] para clientes finais e franquias "Punto Enel Green Power".
* 100% da e-distribuzione - para [[:en:Electric_power_distribution|distribuição de eletricidade]].
* 100% Enel Sole - que trata de iluminação pública e artística.

Na [[:en:France|França]], a Enel detém 5% da bolsa francesa de energia [[:en:Powernext|Powernext]].

Na [[:en:Spain|Espanha]], através da sua subsidiária Enel Iberia Srl (anteriormente conhecida como Enel Energy Europe), a Enel detém 70,1% da [[:en:Endesa|Endesa]], adquirida em 2009 com uma participação inicial de 92%. A aquisição rendeu à Enel o prêmio Platts Global Energy Award 2009 pelo "Negócio do Ano". Em 2016, a Endesa adquiriu a Enel Green Power España da Enel por 1,207 bilhões de euros.

A Enel opera na [[:en:Russia|Rússia]] desde 2004. É proprietária de 56,4% da [[:en:Enel_Russia|Enel Rússia]] (antiga OGK-5) e 49,5% do fornecedor de eletricidade RusEnergoSbyt, através da Enel Investment Holding BV. In 2013, a [[:en:Rosneft|Rosneft]], através da NGK Itera, comprou 40% da participação da Enel na Arctic Russia BV, uma empresa que possuía 19,6% da SeverEnergia.

Na [[:en:Argentina|Argentina]], a Enel detém 41% do capital da Empresa Distribuidora Sur SA.

No [[:en:Chile|Chile]], a Enel controla 61,99% da Empresa Electrica Panguipulli SA, 56,80% da [[:en:Enel_Américas|Enel Américas]] SA, 61,4% da Distribución Chile SA, 57,9% da Generación Chile SA, 61.9% da Enel Green Power Chile Ltd, 61,9% da Enel Green Power del Sur SpA, e 58,0% da Gas Atacama Chile SA.

No [[:en:Peru|Peru]], através da Enel Perù SAC, a Enel controla 47,2% da Enel Distribución Perù SAA e 47,5% da [[:en:Enel_Generación_Perú|Enel Generación Perú]] SA.

A Enel possui 50% da Open Fiber. De acordo com o plano aprovado em 23 de março de 2016, operando nos chamados clusters A e B para "sucesso de mercado", conforme discutido pelo Conselho de Ministros italiano em 3 de março de 2015, Open Fiber (Fibra Aberta) é tornar serviços [[:en:Fiber_to_the_x|FTTH]] de banda larga disponíveis para 9,5 milhões de lares italianos, em 282 comunidades em grandes áreas urbanas, até 2022. As áreas escolhidas para o projeto são um subconjunto de 641 comunidades que o governo classifica como Clusters A e B. A lista completa das 282 comunidades ainda não foi tornada pública, exceto para as 13 cidades de Bari, [[:en:Cagliari|Cagliari]], Catânia, Florença, Gênova, Nápoles, Pádua, [[:en:Palermo|Palermo]], Perugia, Veneza, [[:en:Bologna|Bolonha]], Milão e [[:en:Turin|Turim]]. A Infratel selecionou a Open Fiber para disponibilizar redes de fibra ótica nas chamadas áreas "brancas" de Abruzzo, Molise, Emilia Romanha, Lombardia, Toscana, Veneto, Piemonte, Vale de Aosta, Ligúria, Friuli Venezia Giulia, província autônoma de Trento, Campânia, Basilicata, Marche, Umbria, Lazio e Sicília. Elisabetta Ripa assumiu o cargo de CEO em janeiro de 2018.{{Referências}}
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Revisão das 18h37min de 11 de janeiro de 2022

Enel
Enel
Razão social Enel SpA.
Empresa de capital aberto
Cotação Borsa Italiana: ENEL
Atividade Energia
Fundação 1962
Fundador(es) Governo da Itália
Sede Roma, Província de Roma, Lácio,  Itália
Área(s) servida(s) Mundo
Pessoas-chave Maria Patrizia Grieco (Presidente)

Francesco Starace (CEO)

Empregados 69,272
Produtos Geração e distribuição de Energia elétrica, gás natural
Subsidiárias Endesa
Enel Green Power
Enel Brasil
Ativos Aumento EUR165.4 bilhões (2018)
Receita Aumento EUR 73.1 bilhões (2018)
Renda líquida Aumento EUR 6.3 bilhões (2018)
Website oficial www.enel.com
  • Notas de rodapé / referências
  • Presença de Enel no mundo

Enel SpA (Borsa Italiana: ENEL) é uma empresa italiana com sede em Roma que atua na geração e distribuição de energia elétrica e na distribuição de gás natural. A Enel, cujo nome é um acrónimo de "Ente nazionale per l'energia elettrica", foi fundada em 1962 por lei, reunindo diversas pequenas empresas do ramo.

É a maior companhia de energia elétrica da Itália[1] e a quinta maior companhia de energia do mundo.[2] Maior acionista da empresa é, com 21,10%, o ministério italiano da economia e finanças.[3]

Em 2007, a empresa (junto com a construtora Acciona) comprou a empresa Endesa, maior companhia de energia da Espanha[4], e - com a saída de Acciona em 2009 - passou a controlar toda a companhia.[2]

O Grupo Enel está presente em 34 países, espalhados por cinco continentes, gerando energia com uma capacidade instalada em torno de 89 GW e distribuindo gás e energia por meio de uma rede que alcança 2,2 milhões de quilômetros.

A Enel Brasil é a maior empresa privada do setor elétrico brasileiro e atua nos segmentos de distribuição, geração, transmissão, comercialização, além de soluções de energia. Após a aquisição da Enel Distribuição São Paulo (antiga Eletropaulo), em 2018, a empresa se tornou o maior grupo em distribuição de energia do país, com 17 milhões de clientes atendidos no Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e São Paulo.

Além disso, por meio da Enel Green Power, a companhia é um dos líderes em geração de energia eólica e solar no Brasil. A Enel possui ainda a usina térmica Enel Geração Fortaleza (CE), a rede de transmissão Enel Cien (RS), conversora de energia para interconexão entre o Brasil e a Argentina, e uma empresa de soluções em energia, a Enel X.

Referências

  1. noticias.uol.com.br, 09/06/2006: Empresa italiana compra 11 centrais hidrelétricas no Brasil por R$ 450 milhões, acessado em 14 de dezembro de 2009
  2. a b clippingmp.planejamento.gov.br, 11/11/2009:Enel descarta vender ativos no país e quer investir mais[ligação inativa], acessado em 14 de dezembro de 2009
  3. «Quem é a Enel, a gigante italiana que acaba de comprar a Eletropaulo». G1. Consultado em 15 de fevereiro de 2020 
  4. eletrosul.gov.br, 17/11/2005 [Wdh Lucro da espanhola Endesa cresce 33%, acessado em 14 de dezembro de 2009
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