Língua friulana
Friulano furlan | ||
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Falado(a) em: | Itália | |
Região: | Friuli-Venezia Giulia | |
Total de falantes: | 600.000 | |
Família: | Indo-europeia Itálica Românica Ítalo-ocidental Ocidental Galo-ibérica Galo-romance Galo-rética Rética Friulano | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | Oficialmente reconhecida na Itália (Lei 482/1999) | |
Regulado por: | Osservatori Regjonâl de Lenghe e de Culture Furlanis | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | fur | |
ISO 639-3: | fur
| |
A língua friulana é um idioma da família linguística reto-românica falado na região do Friul-Veneza Júlia, na Itália.
História
[editar | editar código-fonte]A língua friulana (furlan) possui literatura florescente desde o século XVI e a comunicação entre as variedades dialetais é compreensível.
As primeiras evidências do friulano, que remonta ao século XIV, são exercícios de tradução do latim e procedem da escola de Cividale. Também de Cividale, ainda que do final do século XIV, procedem os primeiros textos poéticos, duas canções marcadas pela tradição da lírica cortesã provençal. Talvez a mais antiga seja a lírica Piruç myó doç inculurit, escrita no anverso de uma ata datada de 14 de abril de 1380, provavelmente pela mesma mão que escreveu a ata. A primeira estrofe diz:
“Piruç myó doç inculurit
quant yo chi vyot dut stoy ardit,
Per vo mi ven tant ardiment
e sì furç soy di grant vigor
ch'io no crot fa dipartiment
mai del to doç lial amor
per manaço ni per timor
çi chu nul si metto a strit.
Piruç myo doç… ”
Outro documento dos finais do século XIV é uma canção no dialeto das planícies entre Udine e Isonzo, na qual uma moça (dumlo, do latim domn(u)la, dominola, diminutivo de domina) relata, em forma de diálogo, seu amor com um rapaz (infant, do latim infante(m) ). Começa assim:
“E la fuor del nuestri chiamp
Spes jo me chiat un biel infant…
(“E ali, fora de nosso campo
frequentemente me encontro com um belo rapaz…”)
O uso literário do dialeto começa no século XVI, quando Udine se converteu no principal centro cultural e promoveu sua língua vernácula convertendo-a no modelo da língua literária.
Há uma comunidade de falantes friulanos que vive na Romênia na região do delta do Danúbio desde o século XIX. Como a relação com outras variedades do reto-romance é fraca, muitos lingüistas negam essa conexão e o situam entre os dialetos do vêneto.
Dados
[editar | editar código-fonte]Atualmente falam friulano um pouco mais de 700 mil pessoas em sua região natal. Quase todos conhecem também a língua italiana, assim como o vêneto, nas cidades e na parte ocidental desta região. De acordo com estudos de 1988, o uso do friulano não se reduz exclusivamente ao âmbito familiar (55% utilizam unicamente o friulano, enquanto 18% o alterna com o italiano) e a grupos de amigos (46% e 28% respectivamente), como também em outra situações (47% utilizam apenas o italiano, 22% só o friulano e 31% ambas as línguas).
Fora das fronteiras italianas, existem comunidades de língua friulana na Romênia, Austrália, Estados Unidos e África do Sul, totalizando cerca de 300.000 falantes. O Brasil recebeu imigração italiana, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde é possível encontrar falantes desta língua.
Dialetos
[editar | editar código-fonte]Podem-se identificar três sub-variedades, mesmo todas compartilhando as mesmas características lingüísticas:
- Friulano central, a variedade mais difundida, usada na região que inclui a capital, Udine.
- Friulano ocidental, a oeste do rio Tagliamento, a variante mais inovadora, devido ao seu contato tão próximo com o veneziano.
- Friulano cárnico, a variante mais conservadora, localizada na região setentrional (alpina) de Friuli.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Paola Benincà, Laura Vanelli, Linguistica friulana, Unipress, Padova, 2005.
- Franc Fari (cur.), Manuâl di lenghistiche furlane, Forum, Udine, 2005.
- Giuseppe Francescato, Dialettologia friulana, Società Filologica Friulana, Udine, 1966.
- Giovanni Frau, I dialetti del Friuli, Società Filologica Friulana, Udine, 1984.
- Sabine Heinemann, Studi di linguistica friulana, Società Filologica Friulana, Udine, 2007.
- Carla Marcato, Friuli-Venezia Giulia, Laterza, Roma - Bari, 2001.
- Piera Rizzolati, Elementi di linguistica friulana, Società Filologica Friulana, Udine, 1981.
- Paolo Roseano, La pronuncia del friulano standard: proposte, problemi, prospettive, Ce Fastu?, LXXXVI (2010), n. 1, p. 7-34.
- Federico Vicario (cur.), Lezioni di lingua e cultura friulana, Società Filologica Friulana, Udine, 2005.
- Federico Vicario, Lezioni di linguistica friulana, Forum, Udine, 2005.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- http://www.proel.org/ Em falta ou vazio
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(ajuda) - http://www.ethnologue.com/ Em falta ou vazio
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(ajuda)