Português uruguaio
Português uruguaio | ||
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Falado(a) em: | ![]() ![]() | |
Região: | Fronteira da Paz, departamento de Rivera (Uruguai), Santana do Livramento (Brasil) e áreas circunvizinhas. | |
Total de falantes: | aprox. 1.050.000 (nativos: aprox. 875.000 entre 525 000) | |
Posição: | Não se encontra entre os 100 primeiros [1] | |
Família: | Indo-europeia Itálica Românica Ítalo-ocidental Ocidental Galo-ibérica Ibero-românica Ibero-ocidental Dialetos portugueses do Uruguai Português uruguaio | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | sem reconhecimento oficial [nota 1] | |
Regulado por: | sem regulamentação oficial | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | ---
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O português uruguaio, algumas vezes chamado fronteiriço ou misturado, é uma variedade dialetal do que hoje se conhece em meios acadêmicos como Dialetos Portugueses do Uruguai ou Dialectos portugueses del Uruguay (DPU) em espanhol. É falado por cerca de 30% da população uruguaia em geral e 15% como nativo,[2] sendo usado na região fronteiriça entre o Uruguai e o Brasil em cidades como Artigas e Quaraí, mas principalmente na região das cidades gêmeas de Rivera e de Santana do Livramento. Esta região da fronteira é chamada de "Fronteira da Paz". Este nome é resultado da cultura de integração surgida da convivência internacional pacífica de ambos povos.
Características gerais
[editar | editar código-fonte]Como toda língua, o português uruguaio é muito dinâmico e heterogêneo, existindo um contínuo de dialetos que vão desde o português brasileiro (brazilero, em portunhol) padrão até ao espanhol rioplatense (castilhano, em portunhol). Não obstante, possui uma variante que é a mais utilizada, e que pode ser usada como base de estudo: esta localiza-se geograficamente na zona que tem como centro as cidades de Rivera e Santana do Livramento, e estende-se por uma orla de vários quilômetros ao longo da fronteira. E é a esta variante que o artigo tratará de abordar, ainda que daqui em diante seja chamada simplesmente portunhol ou riverense, nomes pelos quais se identificam as pessoas que falam este idioma.
A maioria dos linguistas classificam o riverense como um dialeto da língua portuguesa (mais notoriamente Adolfo Elizaincín [3], que tecnicamente chama-o de DPU - dialeto português do Uruguai), ainda que não haja um consenso. O que se pode dizer com certeza é que, por receber contribuições de dois idiomas, o portunhol é uma língua muito rica, no sentido de que tem uma grande variedade de sinônimos e palavras mais precisas para expressar conotações específicas, além de possuir uma maior riqueza fonética. Por outro lado, o riverense não é uma simples mescla de dois idiomas que não segue regras gramaticais precisas. Também é importante assinalar que, de maneira geral, somente os cidadãos uruguaios utilizam esse dialeto, enquanto o que ocorre no lado brasileiro é um bilinguismo.
Origem
[editar | editar código-fonte]A origem do portunhol se remonta na época da colonização portuguesa na região norte do Uruguai, na qual não estava bem definido a quem pertenciam esses territórios, com a soberania passando de maneira sucessiva de uma coroa a outra. Não somente o português e o espanhol tiveram influência sobre o portunhol, mas também as línguas indígenas, em alguns casos. Como exemplos, podem-se citar: guri (menino), mamboretá (reza ou pedido), caracu (osso de vaca).
Nas canções populares e folclore fronteiriço
[editar | editar código-fonte]Muito frequente em músicas de caráter lúdico nas periferias fronteiriças de ambas cidades, um estilo regional de música surgiu utilizando o Portunhol Riverense como base linguística junto o amplo ritmo latino chamado Cumbia, sendo este estilo denominado a "Cumbia Bagacera".
"Bagacera" denomina algo ou alguém de procedência duvidosa e sugere um baixo calão para "algo/alguém que não presta". Muito comum relacionar o termo a pessoas com desvios de caráter ou que apresentam comportamentos não aceitáveis perante a sociedade como alcoolismo, boemia e a frequente pronúncia de palavrões. Por isto o estilo faz de forma mimética uma estereotipagem narrativa ou prosaica do dia a dia destes "bagaceras", ora como crítica, ora como mera brincadeira.
Decorrente da união dos conceitos de cada povo sobre as pessoas à margem da sociedade e esta convivência mútua, assim como "Bagacera" surgiram alguns arquétipos locais e perfis destas pessoas que são mutuamente reconhecidos e utilizados em ambas cidades, mais especificamente pelos falantes de portunhol, dentre estas figuras:
- "Chinelão" - Pessoa sem habilidades, sem respeito ou bons costumes, semelhante a bagacera.
- "Biticome" - Pessoa que orgulhosa e mentirosa, que se gaba muito de algo que não é.
- "Tramposo" - Pessoa trapaceira, principalmente em negócios ou jogos.
- "Fronha" / "Mãe" - Pessoa medrosa, que não encara desafios, melindrado.
- "Payaso" - Literalmente palhaço, pessoa que faz graça até do que não deve.
- "Entonado" - Pessoa brigona, que busca motivos para levantar a voz e arranjar briga.
- "Borracheira" / "Querosem" - Pessoa alcoólatra, referência ao estado "mol" devido a ingestão de álcool e ao cheiro desagradável de álcool.
- "Calavera" - Indivíduo de idade avançada e também caloteiro, caborteiro, vagabundo, tratante
A fonologia e ortografia
[editar | editar código-fonte]A língua Riverense formalmente não tem uma ortografia definida, mas neste artigo uma ortografia de Portunhol Riverense será apresentada/indicada para permitir que os seus fonemas sejam representados da mais exata e mais constante maneira possível, enfatizando as características fonológicas desta variedade da língua. Deve-se observar que nem todos os falantes do Portunhol Riverense usam a mesmo pronúncia para as mesmas palavras (que é o caso com a maioria das línguas). Não obstante, escolhe-se a escrita que é mais representativa das características mais frequentes e distintas.
Os fonemas e a sua representação ortográfica
[editar | editar código-fonte]A representação escolhida é a mais próxima da usada se tentarmos transcrever os fonemas à língua espanhola (porque esta é a língua ensinada aos uruguaios, aquela é a nacionalidade da maioria dos usuários deste dialecto), à excepção dos fonemas que não podem ser representados com o alfabeto espanhol, como, por exemplo as vogais nasais.
Vogais espanholas
[editar | editar código-fonte]As vogais espanholas são pronunciadas como as cinco vogais da língua espanhola (existem também no português):
letra | AFI | Fronteiriço | Pronúncia(AFI) | Português Brasileiro | Espanhol (dialeto rioplatense) |
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a | a | papa | ['papa] | batata | papa |
catarata | [kata'ɾata] | cachoeira | catarata | ||
e | e | peshe | ['peʃe] | peixe | pez |
detergente | [deter'χente] | detergente | detergente | ||
i | i, j | cisco | ['sisko] | lixo | basura |
niño | ['niɲo] | ninho | nido | ||
ciá | [sja] | jantar (cear) | cenar | ||
o | o | ontonte | [on'tonte] | anteontem | anteayer |
oio | ['ojo] | olho | ojo | ||
poso | ['poso] | poço | pozo | ||
u | u, w | yururú | [ʒuɾu'ɾu] | jururu | triste, melancólico |
nu | [nu] | no | en el | ||
acuá | [a'kwa] | latir, ladrar | ladrar |
Vogais portuguesas
[editar | editar código-fonte]Estas vogais são encontradas no português, mas não no espanhol.
Vogais Semiabertas
[editar | editar código-fonte]São como as vogais e e o, mas pronunciado de uma maneira mais aberta, próximo de um a.
letra | AFI | Fronteiriço | Pronúncia (AFI) | Português | Espanhol |
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é | ɛ | té | [tɛ] | chá | té |
pél | [pɛl] | pele | piel | ||
véia | ['vɛja] | velha | vieja | ||
ó | ɔ | fófóca | [fɔ'fɔka] | fofoca | chisme |
póso | ['pɔso] | posso | puedo |
É muito importante distinguir as vogais abertas (é, ó), porque podem mudar totalmente o sentido da palavra, como nos seguintes exemplos:
- avó [a'vɔ] (avó) e avô [a'vo] (avô)
- véio ['vɛjo] (velho) e veio ['vejo] (veio, do verbo ir)
- véia ['vɛja] (velha) e veia ['veja] (veia)
- póso ['pɔso] (posso) e poso ['poso] (poço)
Vogais nasais
[editar | editar código-fonte]As vogais nasais são as vogais que são expiradas produzindo o ar através do nariz e em parte através da boca. Não existem no espanhol e consequentemente derivam-se das palavras portuguesas.
AFI | letras | Fronteiriço | Pronúncia (AFI) | Português | Espanhol |
---|---|---|---|---|---|
ã | ã | masã | [ma'sã] | maçã | manzana |
lã | [lã] | lã | lana | ||
sã | [sã] | sã | sana (adj.) | ||
an (*) | cansha | ['kãʃa] | cancha | cancha | |
ẽ | en (*) | pênsaũ | ['pẽsaw̃] | pensam | piensan |
ĩ | in (**) | intonce | [ĩ'tõse] | então | entonces |
õ | õ | garsõ | [gar'sõ] | garçom | mozo (de bar o restaurante) |
tõ | [tõ] | tom | tono | ||
on (*) | intonce | [ĩ'tõse] | então | entonces | |
ũ, w̃ | ũ | ũ | [ũ] | um | uno |
cũtigo | [kũ'tiɣo] | contigo | contigo | ||
niñũa | [ni'ɲũa] | nenhuma | ninguna | ||
maũ | [maw̃] | mão | mano | ||
(*) antes de s, sh, y, z, ce, ci. |
Distinguir vogais nasais é muito importante, porque podem mudar completamente o significado da palavra, como nos seguintes exemplos:
- paũ [paw̃ (pão) e pau [paw] (pau)
- nũ [nũ] (num) e nu [nu] (no)
- nũa ['nũa] (numa) e núa ['nua] (nua)
- ũ [ũ] (um) e u [u] (o)
- cũ [kũ] (com) e cu [ku] (cu, ânus)
- ũs [ũs] (uns) e us [us] (os)
Consoantes
[editar | editar código-fonte]No quadro seguinte, quando se referir ao português, está-se a referir ao português brasileiro e em particular ao português gaúcho (do estado do sul do Brasil o Rio Grande do Sul) ou aos da mídia brasileira, e quando se referir ao espanhol, na realidade está-se a referir à variante do espanhol tal como é falada no Uruguai.
letra | AFI | nome | descrição | exemplos e contraexemplos (PT=português, ES=espanhol) |
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b | [b, β] | be | Representa o mesmo fonema que em português e espanhol, ou seja, é sempre bilabial. | brabo ['bɾaβo] (PT: zangado/bravo, ES: enojado/bravo). |
c | [k, s] | ce | Quando precede a uma vogal ou a uma consoante, exce(p)to o h, pronuncia-se como em português e espanhol. Isto é, representa o fonema /k/ quando se segue pelas vogais a, o, u, ã, õ, ũ, á, ó, ú, ou por uma consoante, de novo excepto o h; e representa o fonema /s/ quando precede às vogais e, i, é, í. | cacimba [ka'simba] (PT: cacimba, ES: cachimba). |
ch | [ʧ] | ce hache, che | Pronuncia-se como ch espanhol, ou seja, o equivalente ao fonema representado por tch em português. | che [ʧe] (PT: tchê, ES: che), bombacha [bom'baʧa] (cuecas), bombasha [bom'baʃa] (peça de roupa típica gaúcha). |
d | [d, ð, dʒ] | de | Representa as oclusivas dentais, no entanto, devido a influência da mídia brasileira, a assibilação deste fonema ao anteceder vogais anteriores altas /i/, /ĩ/ está cada vez mais difundida, assim como também ocorre nos dialetos brasileiros em geral.[4][5] | diploide [dʒi'plɔjðe]. |
f | [f] | efe | Representa o mesmo fonema que como em português e espanhol. | |
g | [g, ɣ, χ] | ge | Quando precede às vogais a, o, u, ã, õ, ũ, á, ó, ú, ou a uma consoante, representa o mesmo som que em português e espanhol. Quando precede às vogais e, i, é, í, representa o mesmo som que o j espanhol, igual ao fonema grafado rr em português. | gagueyá [gaɣe'ʒa] (PT: gaguejar, ES: tartamudear), geología [χeolo'χia] (PT: geologia, ES: geología, ). |
h | hache | É mudo, exce(p)to apenas quando este é precedido por um c ou um s. Em portunhol, apenas as palavras derivantes do português e do espanhol nas quais existem o h grafam-se com h. | hoye ['oʒe] (PT: hoje, ES: hoy), oso ['oso] (PT: osso, ES: hueso). | |
j | [χ] | jota | Representa o mesmo fonema que em espanhol, correspondendo em português ao rr. | jirafa [χi'ɾɑfɑ] soa como em espanhol (rr); e [ʒi'ɾafa] como em português (PT: girafa, ES: jirafa). |
k | [k] | ka | Representa o mesmo fonema que em português e espanhol. | |
l | [l] | ele | Representa o mesmo fonema que em espanhol. Note-se que no português do Brasil, o l final ou anterior a uma consoante pode pronunciar-se como [u] ou [w]. No portunhol riverense isso nunca acontece. | Brazil [bɾa'zil] (PT e ES: Brasil). |
m | [m] | eme | Representa o mesmo fonema que em espanhol. Note-se que em português um m no final de uma palavra, por exemplo, pode pronunciar-se de várias maneiras distintas, dependendo das letras que o antecedem. | |
n | [n, ŋ] | ene | Representa o mesmo fonema que em espanhol, excepto nos casos assinalados no aparte sobre vogais nasalizadas. | amên [a'men] (PT. amém, ES: amén); amêñ [a'meɲ] (PT: amém, ES: amén); inté [ĩ'tɛ] (PT: até mais, ES: hasta luego); sanga ['saŋga] (PT: trincheira, ES: zanja). |
ñ | [ɲ] | eñe | Representa o mesmo fonema que em português nh (grafado em espanhol por ñ). | niño ['niɲo] (PT: ninho, ES: nido); carpiñ [kaɾ'piɲ] (PT: meia, ES: calcetín); muñto ['muɲto] (PT: muito, ES: mucho); ruñ [ruɲ] (PT: ruim, ES: malo). |
p | [p] | pe | Representa o mesmo fonema que em português e espanhol. | |
qu | [k, kw] | cu | Representa o mesmo fonema que em português e espanhol. | |
r | [r, ɾ] | erre, ere | Representa o mesmo par de fonemas que em espanhol. | |
s | [s, z] | ese | Representa o mesmo fonema que em espanhol, exce(p)to se se encontrar no fim de uma palavra e a palavra seguinte começar com vogal, ou se se encontrar antes de uma consoante sonora. Nestes dois últimos casos transforma-se foneticamente equivalente ao z português. Articula-se com a ponta da língua dirigida para os dentes superiores. | asesino [ase'sino] (PT: assassino, ES: asesino), lido como em português seria azezino [aze'zino], palavra que não existe em portunhol; más flaco [mas'flako] (PT: mais magro, ES: más flaco), más gordo [maz'ɣordo] (PT: mais gordo, ES: más gordo). |
sh | [ʃ] | ese hache, she | Representa o mesmo fonema que é grafado em português por ch (igual sh inglês). | shuva ['ʃuva] (PT: chuva, ES: lluvia); aflósha [a'flɔʃa] (PT: não perturbe, ES: no molestes). |
t | [t] | te | Representa as oclusivas dentais, no entanto, devido a influência da mídia brasileira, a assibilação deste fonema ao anteceder vogais anteriores altas /i/, /ĩ/ está cada vez mais difundida, assim como também ocorre nos dialetos brasileiros em geral.[4][5] | timidamente [ˌtʃimiðaˈmẽte]. |
v | [v] | ve | Representa o mesmo fonema que em português. A sua articulação é labiodental, ou mais raramente, levemente bilabial, aproximando os lábios mas sem que estes toquem como no caso do b. | vaso ['vaso] (PT: copo, ES: vaso), se se pronunciasse como em espanhol, ficaria baso ['baso] (PT: baço, ES: bazo). |
w | [w] | doblevê | Utiliza-se nas palavras que provêm do inglês, e pronuncia-se u, ainda que convém utilizar a norma ortográfica do portunhol para as palavras estrangeiras que já formam parte desta linguagem. | whisky ou uísqui ['wiski] (PT: uísque, ES: güisqui ou whisky), show ou shou [ʃow] (PT: espetáculo, concerto ou show, ES: espectáculo). |
x | [ks] | equis, shis | Representa sempre o fonema /ks/. | exelente [ekse'lente] (PT e ES: excelente). |
y | [ʒ], j | ye, í-griega | É como em espanhol rioplatense (o y lê-se como o j português); sendo consoante, excepto no fim de uma palavra que termina com ditongo o tritongo, onde adquire o mesmo som que a vogal i. | yurá [ʒu'ɾa] (PT: jurar, ES: jurar); Uruguay [uɾu'ɣwaj] (PT: Uruguai); yacaré [ʒaka'ɾɛ] (PT: jacaré, ES: yacaré). |
z | [z] | ceta | Representa o mesmo fonema que em português. | caza ['kaza] (PT e ES: casa); casa ['kasa] (PT: caça, ES: caza). |
zy | [z, zʒ, ʒ] | ceta ye | Usa-se em palavras que têm um fonema que varia continuamente entre z e y (segundo o interlocutor). | cuazye ['kwazʒe] (PT: quase, ES: casi); ezyemplo [e'zʒemplo] (PT: exemplo, ES: ejemplo). |
As regras de acentuação ortográfica
[editar | editar código-fonte]O acento tônico denota, a tonicidade, ou seja, a ênfase dada a determinadas sílabas das palavras durante a fala. A sílaba acentuada denomina-se tónica, e as restantes de átonas. Pelo seu acento as palavras dividem-se em:
- Oxítonas: as que estão acentuadas na última sílaba: asador, cantá (cantar), sabê (saber), numerô (numerou), algũ (algum).
- Paroxítonas: as acentuadas na penúltima sílaba: caza (casa), canta, sabe, numéro (número).
- Proparoxítonas: as acentuadas na antepenúltima sílaba: esplêndido, helicôptero (helicóptero), número.
- Sobresdrúxulas: as acentuadas nalguma sílaba anterior à antepenúltima: dêbilmente (debilmente), pacíficamente (pacificamente), insínemelo (mostra-mo).
O acento ortográfico é a forma de representar o acento tônico, e em riverense consiste num acento agudo (´) ou um acento circunflexo (^). O acento circunflexo usa-se quando a vogal da sílaba tônica é a letra "e" fechada ou a letra "o" fechada, como em português. Nos restantes casos usa-se o acento agudo.
Mas nem todas as palavras levam acento ortográfico, e nem sempre os acentos agudos utilizam-se para representar o acento tônico, mas sim também para representar uma vogal aberta ("é", "ó"), como mencionou-se na seção anterior (ainda que geralmente ambos os usos coincidem).
As palavras que levam acento ortográfico
[editar | editar código-fonte]- As palavras agudas com mais de uma sílaba terminadas em vogal (exceto as terminadas em "saũ") ou terminadas nas consoantes "n", "s" ou "ñ": gurí (menino), bombiá (olhar), comê (comer), shulé (chulé), Tarzán (Tarzan), tambêñ (também), estrês (estresse), pensaũ (pensão).
- As palavras graves terminadas em "saũ" e as não terminadas em vogal, nem nas consoantes "n", "s" ou "ñ": pênsaũ (pensam), mártir, frágil.
- Todas as palavras proparoxítonas e sobresdrúxulas: aritmêtica (aritmética), fácilmente (facilmente).
- Todos os infinitivos: í (ir), ví (vir), sê (ser), tê (ter), dá (dar), pô (pôr), vê (ver), carpí (carpir), iscuiambá ("bagunçar")
Regras especiais de acentuação ortográfica
[editar | editar código-fonte]- Monossílabos. Em regra geral escrevem-se sem acento agudo (se não são verbos no infinitivo); não obstante, quando dois monossílabos são iguais quanto à forma mas cumprem uma função distinta, um deles (geralmente o tónico) leva acento agudo:
- te (pronome pessoal), té (substantivo), tê (verbo): "Eu vo tê que te dá té da India." [ew vo 'te ke te 'ða 'tɛ ða 'indja] ("Eu vou ter que dar-te chá da Índia.")
- siñ (preposição), síñ (advérbio de afirmação): "Síñ, siñ ele." ['siɲ si'ɲele] ("Sim, sem ele.")
- dê (conjugação do verbo dá [dar]), de (preposição): "Me dê ũ de cada ũ." [me 'ðe 'ũ ðe 'kaða 'ũ] ("Dê-me um de cada um.").
- dá (verbo), da (preposição): "Eu vo tê que te dá té da India." [ew vo 'te ke te 'ða 'tɛ ða 'indja] ("Eu vou ter que dar-te chá da Índia.").
- saũ (conjugação do verbo sê [ser]), sáũ (adjetivo), Saũ (nome, o mesmo que Santo): "Us pensamento de Saũ Francisco saũ sáũ." [us pẽsa'mento ðe 'saw̃ fɾã'sisko saw̃ 'saw̃] ("Os pensamentos de São Francisco são sãos.").
- cũá [kw̃a] (com a; contração de cũ a), cũa ['kũa] (com uma; contração de cũ ũa) "¿Cũá miña o cũa dele?." ("Com a minha ou com uma dele?").
- Acento agudo que indica hiato. Quando numa palavra concorrem uma das vogais fortes ("a", "e" ou "o") e uma das vogais fracas ("i" ou "u") acentuada, não se produz ditongo. Para indicar a falta de ditongo (hiato) coloca-se um acento agudo sobre a vogal "i" ou "u": María [ma'ɾia] (Maria), reúna [re'una], baúl [ba'ul] (baú), fía ['fia] (filha), ladrío [la'ðɾio] (tijolo), garúa [ga'ɾua] (chuvisco), saí [sa'i] (sair).
Gramática
[editar | editar código-fonte]Conjugação verbal
[editar | editar código-fonte]Os verbos classificam-se em quatro tipos segundo a terminação do seu infinitivo:
- 1ª conjugação - verbos terminados em á.
- 2ª conjugação - verbos terminados em ê.
- 3ª conjugação - verbos terminados em í.
- 4ª conjugação - verbos terminados em ô.
O portunhol riverense tem tanto verbos regulares como irregulares.
Verbos regulares
[editar | editar código-fonte]Tempos simples
[editar | editar código-fonte]c o n j |
Modo Indicativo | Conjuntivo | Imperativo | |||||||||
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inf. part. ger. |
pessoa | presente | pretérito imperfeito |
pretérito imperfeito simples |
futuro | condicional | presente | pretérito imperfeito |
futuro | |||
1ª - á | amá (amar) amado amando |
1ªs | eu | amo | amava | amey | amarey | amaría | ame | amase, amara | amá | |
2ªs | tu | ama | amava | amaste | amarás | amaría | ame | amase, amara | amá | ama | ||
3ªs | ele | ama | amava | amô | amará | amaría | ame | amase, amara | amá | ame | ||
1ªp | nós | amamos, amemo | amávamos, amava | amamos, amemo | amaremos | amaríamos, amaría | amemos, ame | amásemos, amáramos, amase, amara | amarmos, amá | amemos | ||
2ªp | vocês | amaũ | amavaũ | amaraũ | amaráũ | amaríaũ | ameñ | amaseñ, amaran | amareñ | ameñ | ||
3ªp | eles | amaũ | amavaũ | amaraũ | amaráũ | amaríaũ | ameñ | amaseñ, amaran | amareñ | ameñ | ||
2ª - ê | temê (temer) temido temendo |
1ªs | eu | temo | temía | temí | temerey | temería | tema | temese, temera | temê | |
2ªs | tu | teme | temía | temiste | temerás | temería | tema | temese, temera | temê | teme | ||
3ªs | ele | teme | temía | temêu | temerá | temería | tema | temese, temera | temê | tema | ||
1ªp | nós | tememos | temíamos, temía | temimos, tememo | temeremos | temeríamos, temería | temamos, tem-a | temêsemos, temêramos, temese, temera | temermos, temê | temamos | ||
2ªp | vocês | temeñ | temíaũ | temeraũ | temeráũ | temeríaũ | temaũ | temeseñ, temieran | temereñ | temaũ | ||
3ªp | eles | temeñ | temíaũ | temeraũ | temeráũ | temeríaũ | temaũ | temeseñ, temieran | temêreñ | temaũ | ||
3ª - í | partí (partir) partido partindo |
1ªs | eu | parto | partía | partí | partirey | partiría | parta | partise, partiera | partí | |
2ªs | tu | parte | partía | partiste | partirás | partiría | parta | partise, partiera | partí | parte | ||
3ªs | ele | parte | partía | partíu | partirá | partiría | parta | partise, partiera | partí | parta | ||
1ªp | nós | partimos | partíamos, partía | partimos | partiremos | partiríamos, partiría | partamos, parta | partísemos, partiéramos, partise, partiera | partirmos, partí | partamos | ||
2ªp | vocês | parteñ | partíaũ | partiraũ | partiráũ | partiríaũ | partaũ | partiseñ, partieran | partireñ | partaũ | ||
3ªp | eles | parteñ | partíaũ | partiraũ | partiráũ | partiríaũ | partaũ | partiseñ, partieran | partireñ | partaũ | ||
4ª - ô | pô (pôr) posto pondo |
1ªs | eu | poño | puña | pús | porey | poría | poña | puzése, puzéra | pô | |
2ªs | tu | poñ | puña | puzéste | porás | poría | poña | puzése, puzéra | pô | poñ | ||
3ªs | ele | poñ | puña | pôs | porá | poría | poña | puzése, puzéra | pô | poña | ||
1ªp | nós | pomos | púñamos, puña | puzemos | poremos | poríamos, poría | poñamos, poña | puzésemos, pusiêramos, puzése, puzéra | pormos, pô | poñamos | ||
2ªp | vocês | poñ | puñaũ | puzéraũ | poráũ | poríaũ | poñaũ | puzéseñ, pusieran | poreñ | poñaũ | ||
3ªp | eles | poñ | puñaũ | puzéraũ | poráũ | poríaũ | poñaũ | puzéseñ, pusieran | poreñ | poñaũ |
- Observações
- Na segunda pessoa do singular dos modos indicativo e conjuntivo, também conjuga-se juntando um "s" ao fim da palavra. Exemplos: tu ama --> tu amas; tu temería --> tu temerías; tu poña --> tu poñas; tu partise --> tu partises.
- Na primeira pessoa do plural (em todos os modos) também conjuga-se tirando o "s" final. Exemplos: nós poremos --> nós poremo; nós temíamos --> nós temíamo; nós amásemos --> nós amásemo; partamos --> partamo (imperativo).
- As observações anteriores também valem para os verbos irregulares.
- O verbo pô (pôr) tem um verbo sinónimo ponê (pôr), que é irregular.
Tempos compostos
[editar | editar código-fonte]- Pretérito perfeito do indicativo
- Forma-se com o pretérito simples do verbo tê (ter) ou do verbo havê (haver), mais o particípio do verbo em questão.
- Exemplos: Eu teño amado. Eu he amado. Tu teñ partido. Nós hemos temido.
- Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
- Forma-se com o pretérito imperfeito do verbo tê ou do verbo havê, mais o particípio do verbo em questão.
- Exemplos: Eu tiña amado. Eu havía amado. Tu tiña partido. Nós havíamo temido.
- Futuro composto
- Forma-se com o presente do verbo í (ir), mais o infinitivo do verbo em questão. Esta forma é mais usada que o futuro simples.
- Exemplos: Eu vo amá. Tu vay partí. Nós vamo temé. Eles vaũ pô.
- Futuro perfeito do indicativo
- Forma-se com o futuro simples do verbo tê ou do verbo havê, mais o particípio do verbo em questão.
- Exemplos: Eu terey amado. Eu havrey amado. Tu terá partido. Nós havremos temido.
- Condicional perfeito
- Forma-se com o condicional simples do verbo tê ou do verbo havê, mais o particípio do verbo em questão.
- Exemplos: Eu tería amado. Eu havría amado. Tu tería partido. Nós havríamos temido. Vocês havríaũ posto.
- Pretérito perfeito do conjuntivo
- Forma-se com o pretérito simples do verbo tê (ter) ou do verbo havê (haver), mais o particípio do verbo em questão.
- Exemplos: Eu teña amado. Eu haya amado. Tu teña partido. Nós hayamos temido.
- Pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo
- Forma-se com o pretérito imperfeito do verbo tê ou do verbo havê, mais o particípio do verbo em questão.
- Exemplos: Eu tivése amado. Eu huvése amado. Tu tivése partido. Nós huvésemos temido.
- Futuro perfeito do conjuntivo
- Forma-se com o futuro simples do verbo tê ou do verbo havê, mais o particípio do verbo em questão.
- Exemplos: Eu tivé amado. Eu huvé amado. Tu tivé partido. Nós havermos temido.
Verbos irregulares
[editar | editar código-fonte]São os verbos que não seguem as regras de conjugação anteriores, que foram dadas para os verbos regulares.
Alguns verbos irregulares:
Tê (ter)
[editar | editar código-fonte]Modo Indicativo | Conjuntivo | Imperativo | |||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
inf. part. ger. |
pessoa | presente | pretérito imperfeito |
pretérito imperfeito simples |
futuro | condicional | presente | pretérito imperfeito |
futuro | ||
tê (ter) tido tendo |
1ªs | eu | teño | tiña | tive | terey | tería | teña | tivése, tivéra | tivé | |
2ªs | tu | teñ | tiña | tivéste | terás | tería | teña | tivése, tivéra | tivé | teñ | |
3ªs | ele | teñ | tiña | teve | terá | tería | teña | tivése, tivéra | tivé | teña | |
1ªp | nós | temos | tíñamos, tiña | tivemos | teremos | teríamos, tería | teñamos, teña | tivésemos, tivéramos, tivése, tivéra | tivérmos, tivé | teñamos | |
2ªp | vocês | teñ | tiñaũ | tivéraũ | teráũ | teríaũ | teñaũ | tivéseñ, tuvieran | tivéreñ | teñaũ | |
3ªp | eles | teñ | tiñaũ | tivéraũ | teráũ | teríaũ | teñaũ | tivéseñ, tuvieran | tivéreñ | teñaũ |
Sê (ser)
[editar | editar código-fonte]Modo Indicativo | Conjuntivo | Imperativo | |||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
inf. part. ger. |
pessona | presente | pretérito imperfeito |
pretérito imperfeito simples |
futuro | condicional | presente | pretérito imperfeito |
futuro | ||
sê (ser) sido sendo |
1ªs | eu | so | éra | fuy | serey | sería | seya | fose | sê | |
2ªs | tu | é | éra | foste | serás | sería | seya | fose | sê, for | sê | |
3ªs | ele | é | éra | foy | será | sería | seya | fose | sê, for | seya | |
1ªp | nós | somos, semos | éramos, éra | fomos, fumos | seremos | seríamos, sería | seyamos, seya | fôsemos, fose | sermos | seyamos | |
2ªp | vocês | saũ | éraũ | foraũ | seráũ | seríaũ | seyaũ | foseñ | sereñ | seyaũ | |
3ªp | eles | saũ | éraũ | foraũ | seráũ | seríaũ | seyaũ | foseñ | sereñ | seyaũ |
Í (ir)
[editar | editar código-fonte]Modo Indicativo | Conjuntivo | Imperativo | |||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
inf. part. ger. |
pessoa | presente | pretérito imperfeito |
pretérito imperfeito simples |
futuro | condicional | presente | pretérito imperfeito |
futuro | ||
í (ir) ido indo |
1ªs | eu | vo | ía | fuy | irey | iría | vaya | fose, ise | í | |
2ªs | tu | vay | ía | foste | irás | iría | vaya | fose, ise | í, for | vay | |
3ªs | ele | vay | ía | foy | irá | iría | vaya | fose, ise | í, for | vaya | |
1ªp | nós | vamos | íamos, ía | fomos, fumos | iremos | iríamos, iría | vayamos, vaya | fôsemos, fose, isemos, ise | irmos | vayamos, vamos | |
2ªp | vocês | vaũ | íaũ | foraũ | iráũ | iríaũ | vayaũ | foseñ, iseñ | ireñ | vayaũ | |
3ªp | eles | vaũ | íaũ | foraũ | iráũ | iríaũ | vayaũ | foseñ, iseñ | ireñ | vayaũ |
Tá (estar)
[editar | editar código-fonte]Modo Indicativo | Conjuntivo | Imperativo | |||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
inf. part. ger. |
pessoa | presente | pretérito imperfeito |
pretérito imperfeito simples |
futuro | condicional | presente | pretérito imperfeito |
futuro | ||
tá (estar) tado tando |
1ªs | eu | to | tava | tive | tarey | taría | teya | tivése | tê | |
2ªs | tu | ta | tava | tivéste | tarás | taría | teya | tivése | tê | tate | |
3ªs | ele | ta | tava | teve | tará | taría | teya | tivése | tê | teya | |
1ªp | nós | tamos, temo | távamos, tava | tivemos | taremos | taríamos, taría | teyamos, teya | tivésemos, tivése | tarmos | teyamos | |
2ªp | vocês | taũ | tavaũ | tivéraũ | taráũ | taríaũ | teyaũ | tivéseñ | tareñ | teyaũ | |
3ªp | eles | taũ | tavaũ | tivéraũ | taráũ | taríaũ | teyaũ | tivéseñ | tareñ | teyaũ |
Referências
- ↑ «davidpbrown». Top 100 languages by population (Ethnologue 1996) (em inglês)
- ↑ «Centenas de milhares de uruguaios têm português como língua materna». Diário de Notícias. Consultado em 14 de dezembro de 2016
- ↑ «FHUCE» (em espanhol). Consultado em 13 de dezembro de 2007. Arquivado do original em 24 de setembro de 2006
- ↑ a b Carvalho, p. 648-650, p. 7-9 do arquivo anexo
- ↑ a b Carvalho (2004), Documento sobre a patalização (e assibilação) de /t/, /d/ antes de /i/, /ĩ/
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ↑ CARVALHO, Ana Maria. «Variation and difussion of Uruguayan Portuguese in a bilingual border town.» (PDF). University of California at Berkeley USA. (em inglês)
- ↑ CARVALHO, Ana Maria. (2004). «I speak like the guys on TV: Palatalization and the urbanization of Uruguayan Portuguese». University of Arizona (em inglês)
- LIPSKI, John M. (2006). «Too close for comfort? the genesis of "portuñol/portunhol"» (PDF). ed. Timothy L. Face and Carol A. Klee, 1-22. Somerville, MA: Cascadilla Proceedings Project. Selected Proceedings of the 8th Hispanic Linguistics Symposium (em inglês)
- Nicolás Brian, Claudia Brovetto, Javier Geymonat. «Portugués del Uruguay y educación bilingüe» (PDF)[ligação inativa]
- PENNY, Ralph (2001). «Variation and Change in Spanish». Cambridge University Press (em inglês)
- GUTIÉRREZ BOTTARO, Silvia Etel. (2002). «El fenómeno del bilingüismo en la comunidad fronteriza uruguayo-brasileña de Rivera. En Proceedings of the 2. Congresso Brasileiro de Hispanistas, 2002, São Paulo, São Paulo (SPSPSP, Brazil) [online].» (em espanhol). Consultado em 6 de fevereiro de 2006
- BEHARES, Luis Ernesto; DÍAZ, Carlos Ernesto. Os som de nossa terra. Asociación de Universidades Grupo Montevideo. Universidad de la República. [S.l.: s.n.] 119 páginas. ISBN 9974000904 [1] (em português)
- ROSA STURZA, Eliana. «Línguas de fronteira: o desconhecido território das práticas lingüísticas nas fronteiras brasileiras» (PDF) (em português)
- ELIZAINCIN, Adolfo; BEHARES, Luis Ernesto; BARRIOS, Graciela. (1987). Nos falemo brasilero. Dialectos portugueses del Uruguay. Montevideo: Amesur: [s.n.] ISBN B0000D650N Verifique
|isbn=
(ajuda) (em português) - CHAREILLE, Samantha (Julho de 2004). «Aspectos de la situación lingüística de Uruguay: El caso del portuñol.» (PDF) (em francês). GLOTTOPOL. Revue de sociolinguistique en ligne, Numéro 4
- PACHECO, Cíntia da Silva. Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá). 2014. 311 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Políticas lingüísticas no Uruguai: Estândares vs. dialetos na região fronteiriça uruguaio-brasileira. (em português)
- Página sobre o Portunhol Uruguaio na Unicamp - Universidade de Campinas, em São Paulo (em português)
- Dialeto fronterês. Página com uma lista de palavras próprias da fronteira. (em português)
- fhuce (em castelhano)
- O fenômeno do bilingüismo na comunidade fronteiriça uruguaio-brasileira de Rivera. (em castelhano)
- Por detrás da movimentação da língua há atitudes de discriminação. (em castelhano)
- Portunhol de Rivera passou de estigma a riqueza lingüística. Artigo do diário El País, de Montevidéu. (em castelhano)
- Voces de origen portugués en el español de Uruguay (em castelhano)
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