Dialetos da língua portuguesa
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A língua portuguesa possui uma relevante variedade de dialetos, com uma acentuada diferença lexical entre suas duas principais vertentes, europeia e brasileira. Tais diferenças, entretanto, geralmente não prejudicam a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialetos.
O português europeu padrão é também conhecido como estremenho ou português de Portugal. Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialetos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialeto no Brasil. O português africano, em especial o português santomense tem muitas semelhanças com o português de algumas regiões do Brasil. Também os dialetos do sul de Portugal apresentam muitas semelhanças, especialmente o uso intensivo do gerúndio. No Norte, o alto-minhoto e o transmontano são muito semelhantes ao galego.
Mesmo com a independência das antigas colônias africanas, o português padrão de Portugal é o padrão preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português apenas tem dois dialetos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note que, no português europeu há três dialetos mais prestigiados: o do Porto, o de Coimbra e o de Lisboa. No Brasil, o dialeto do Rio de Janeiro e o de São Paulo são dominantes nos meios de comunicação; a língua escrita padrão é quase idêntica à de Portugal, com diferenças pontuais (como o abandono quase completo da mesóclise).
Principais divisões[editar | editar código-fonte]
Europa[editar | editar código-fonte]

- Açoriano (ouvir) - Açores
- Alentejano (ouvir) - Alentejo
- Algarvio (ouvir) - Algarve (há um pequeno dialeto na parte ocidental)
- Alto-minhoto (ouvir) - Norte de Braga (interior)
- Baixo-beirão; alto-alentejano (ouvir) - Centro de Portugal (interior)
- Beirão (ouvir) - centro de Portugal
- Estremenho (ouvir) - Regiões de Coimbra e Lisboa (pode ser subdividido em lisboeta e coimbrão)
- Madeirense
- Dialecto Baixo Minhoto-Duriense (ouvir) - Regiões de Braga e Porto
- Transmontano (ouvir) Trás-os-Montes
- Português oliventino – Olivença e Táliga, Espanha (em desuso; não protegido)
América do Sul[editar | editar código-fonte]


2 - Costa norte
3 - Baiano
4 - Fluminense
5 - Gaúcho
6 - Mineiro
7 - Nordestino
8 - Nortista
9 - Paulistano
10 - Sertanejo
11 - Sulista
12 - Florianopolitano
13 - Carioca
14 - Brasiliense
15 - Serra amazônica
16 - Recifense
- Baiano - falado predominantemente na Bahia, mas utilizado em regiões de Sergipe e de Minas Gerais.[1] Possui duas variantes principais, que são o soteropolitano-litorâneo (mais ao leste, norte e oeste) e o catinguês (mais ao centro e sul);[2]
- Brasiliense - dialeto utilizado em Brasília e em sua área metropolitana.[3]
- Caipira - falado na região que compreende o interior de São Paulo, sul de Goiás, o extremo norte do Paraná, parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro;[1]
- Costa Norte ou cearensês, falado basicamente no Ceará, no Piauí e em partes do Maranhão;[1]
- Carioca - na cidade do Rio de Janeiro, e em sua região metropolitana;[1]
- Florianopolitano ou manezês - é um dialeto, derivado do sulista e do gaúcho e com características do dialeto açoriano, utilizado na Região Metropolitana de Florianópolis e em regiões do litoral catarinense.[1]
- Fluminense ou sudestino (ouvir) - dialeto usado principalmente no Espírito Santo, na região serrana e no norte do estado do Rio de Janeiro, com falantes no sudeste de Minas Gerais;[1]
- Gaúcho ou guasca - predominantemente no Rio Grande do Sul, contudo falado em regiões de Santa Catarina;[1]
- Mineiro ou montanhês - utilizado principalmente nas regiões central e leste de Minas Gerais;[1]
- Neutro - geralmente usado nos meios de comunicação em massa pelos seus profissionais, mas também usado em algumas regiões urbanas brasileiras e em cursos de português para estrangeiros;[4][5]
- Nordestino (ouvir) - falado em boa parte dos interiores da Região Nordeste do Brasil,[1] como em Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, parte de Sergipe, parte do Piauí, parte do Maranhão, sul do Ceará e norte da Bahia.[6] Possui diferenças linguísticas - subdialetos, sendo os três principais: litorâneo, ou oriental, se estendendo desde Aracaju até Natal; do interior, falado nas regiões do agreste e da caatinga; e dos cocais (ocidental), falado em partes do Piauí e do Maranhão;
- Nortista - utilizado em todos os estados da bacia do rio Amazonas (exceptuando-se somente a região do arco do desflorestamento).[1] Considera-se que tenha até seis variantes internas: o cametaês, utilizado na região de Cametá e em algumas regiões da Ilha do Marajó; o bragantinês, falado na microrregião Bragantina; o metropolitano amazônico, falado nas capitais Belém, Manaus e Porto Velho e em suas regiões metropolitanas, e; as três zonas de contato fronteiriço oiapoquês,[7] roraimês[8] e acreanês.[9]
- Paulistano - utilizado basicamente na Macrometrópole de São Paulo (com exceção dos municípios falantes do dialeto caipira);[1]
- Recifense ou mateiro - utilizado na Região Metropolitana do Recife, e em áreas próximas;[1]
- Serra amazônica[10] ou do arco do desflorestamento - utilizado no sul e leste da região Amazônica (nas regiões montanhosas, por isso Serra Amazônica): centro e sul de Rondônia, norte de Mato Grosso, oeste, centro e norte do Tocantins, sudoeste do Maranhão e sudeste do Pará. São marcantes as diferenças entre o dialeto desta região e o da bacia amazônica;
- Sertanejo - utilizado nos estados de Goiás, sul de Mato Grosso, em parte do Tocantins, e em parte do Mato Grosso do Sul;[1]
- Sulista - utilizado em todo o Paraná, com exceção da região norte, praticamente todo o estado de Santa Catarina e no extremo sul do estado de São Paulo.[1]
África e Ásia[editar | editar código-fonte]
- Angolano
- Cabo-verdiano (ouvir) - Cabo Verde
- Guineense (ouvir) - Guiné-Bissau
- Moçambicano (ouvir) - Moçambique
- Santomense (ouvir) - São Tomé e Príncipe
- Timorense (ouvir) - Timor-Leste
- Macaense (ouvir) - Macau, China
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Zonas dialetais do português brasileiro. The Fools. 2022.
- ↑ «A linguagem: dialeto sertanezo»
- ↑ «Sotaque branco». Meia Maratona Internacional CAIXA de Brasília. Consultado em 24 de setembro de 2012. Arquivado do original em 17 de maio de 2016
- ↑ Hamburger, Esther (23 de janeiro de 1995). «'Jornal Nacional' precisa se reinventar». Folha de S.Paulo. Consultado em 21 de junho de 2018. Cópia arquivada em 21 de junho de 2018
- ↑ DE SOUSA, Socorro Cláudia Tavares; DE ANDRADE, Rafaela Cristina Oliveira; DIONÍSIO, Cynthia Israelly Barbalho (2012). Sotaque do telejornalismo brasileiro: Uma questão de política semântica. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba
- ↑ «Diferentes "dialetos": as expressões regionais brasileiras». Portal Educar Brasil. Consultado em 3 de março de 2017
- ↑ Professores lançam o Atlas Linguístico do Amapá nesta sexta-feira, dia 4. UFPA. 1 de agosto de 2017.
- ↑ Dialeto roraimense vai ganhar dicionário próprio com expressões típicas. Bom Dia Amazônia – RR. 5 de outubro de 2021.
- ↑ Karlberg, Luísa Galvão Lessa. Atlas etnolinguístico do Acre – ALAC: fronteiras léxicas. Rio Branco: Edufac, 2018.
- ↑ BRITO, Heloíde Lima de; SANTOS, Mayra Suany Ferreira dos. (et. all.). Os Dialetos Paraenses. I Colóquio de Letras da FPA: Do Dialeto à Literatura Paraense: Conhecendo o Universo Linguístico-Literário Regional. Capanema: Faculdade Pan-Americana, 2010.