José Nobre Guimarães
José Nobre Guimarães | |
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Deputado Federal pelo Ceará | |
No cargo | |
Período | 1.º de fevereiro de 2007 até atualidade |
Legislatura | 53.ª, 54.ª, 55.ª, 56.ª, 57.ª |
Líder do Governo na Câmara dos Deputados | |
Período | 1.º de janeiro de 2023 até atualidade |
Presidente | Luiz Inácio Lula da Silva |
Período | 12 de fevereiro de 2015 até 13 de maio de 2016 |
Presidente | Dilma Rousseff |
Deputado Estadual do Ceará | |
Período | 1.º de fevereiro de 2003 até 31 de janeiro de 2007 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 13 de fevereiro de 1959 (66 anos) Quixeramobim, CE |
Partido | PT (1985-presente) |
Profissão | Advogado |
José Nobre Guimarães (Quixeramobim, 13 de fevereiro de 1959) é um advogado e político brasileiro, deputado federal pelo Ceará e líder do terceiro governo Lula na Câmara dos Deputados. No Ceará, exerceu dois mandatos de deputado estadual, tendo sido, na maior parte desse período, líder do PT.[1][2] Antes, presidiu o partido no estado durante oito anos.[2][3][4] Foi reeleito para seu quinto mandato consecutivo como deputado federal em outubro de 2022.[4][5]
Atuação política
[editar | editar código-fonte]Filho de agricultores de Quixeramobim, no sertão central cearense,[6] José Nobre Guimarães começou sua militância política no movimento sindical.[1] Filiou-se ao PT em 1985,[1][3][4] e coordenou a campanha do PT que elegeu Maria Luiza Fontenele prefeita de Fortaleza.[7] Em 1988 concluiu o curso de Direito na Universidade Federal do Ceará.[1][5]
Em 1989 coordenou no Ceará a campanha de Lula para a Presidência da República.[2][3][4]
Em 2000 assumiu mandato de deputado estadual pelo Ceará, sendo posteriormente eleito em 2002.[5] Durante esse período, foi líder da bancada do PT, integrou comissões e foi relator-geral do orçamento do Estado.[2]
Mandatos como deputado federal
[editar | editar código-fonte]Foi eleito deputado federal em 2006, alcançando o maior número de votos pelo PT do Ceará [8] e reeleito em 2010 como o primeiro do PT e o segundo mais votado do Ceará.[2][9]
Eleito para a Câmara Federal pela primeira vez em 2006 com votação expressiva, Guimarães ganhou poder na Câmara. Tornou-se vice-líder do governo e passou a ser amplamente reconhecido como o homem que indicava a diretoria no Banco do Nordeste. No disputado campo de batalha da política nordestina, o BNB foi apontado em 2012 como território de José Guimarães.[10]
Foi reeleito deputado federal em 2014, para a 55.ª legislatura (2015-2019)[11] e escolhido para ser líder do governo na câmara.[12] Votou contra o Processo de impeachment de Dilma Rousseff.[13] Posteriormente, votou contra a PEC do Teto dos Gastos Públicos[13] e contra a Reforma Trabalhista.[13][14] Em agosto de 2017 votou a favor do processo em que se pedia abertura de investigação do então Presidente Michel Temer.[13][15]
Foi reeleito deputado federal em 2018 conquistando a quarta maior votação no estado do Ceará com 173.039 votos.[16]
Caso dos 'dólares na cueca'
[editar | editar código-fonte]Em 2005, em meio a crise do "mensalão", o então assessor de José Nobre Guimarães, José Adalberto Vieira da Silva, foi flagrado com R$ 209.000 numa maleta de mão e US$ 100.000 em espécie, em sua cueca.[17] O assessor parlamentar foi detido pela Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.[18][19][20][21][22]
Nos meses que se seguiram o ocorrido, várias versões da origem do dinheiro foram apresentadas. Primeiramente, Adalberto afirmou que o dinheiro era decorrente da venda de frutas em São Paulo.[21] Depois, o próprio Guimarães diz que ele seria usado por Adalberto e José Vicente Ferreira, outro assessor seu, para a criação de uma locadora de veículos.[18][23] Entretanto, para a justiça e para PF, o dinheiro seria propina recebida por Kennedy Moura, à época assessor especial da presidência do Banco do Nordeste (BNB), e ex-assessor e tesoureiro de José Guimarães, para acelerar empréstimos no banco.[19][24]
Moura, indicado de Guimarães, já tinha envolvido o nome do político cearense no caso de uma licitação fraudulenta para contratação dos serviços da Cobra Tecnologia, subsidiária do Banco do Brasil.[23][25]
Oito parlamentares e assessores foram considerados envolvidos no caso tendo sido denunciados por improbidade administrativa, sendo três condenados: o próprio Adalberto, o então presidente do BNB, Roberto Smith e o ex-assessor especial Kennedy Moura. José Nobre Guimarães teve o nome retirado do processo, pelo STJ, por falta de provas.[19][22] Após 16 anos do caso, a Justiça Federal do Ceará encerrou o processo.[26]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]José Nobre Guimarães é um dos onze filhos de Sebastião Genoíno Guimarães.[6][27] É irmão de José Genoino, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-deputado federal.[27][1]
Condecorações
[editar | editar código-fonte]Insígnia | País | Honra | Data |
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![]() |
Brasil | Grande Oficial da Ordem de Rio Branco | 21 de novembro de 2023[28] |
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e «Leia a transcrição da entrevista de José Guimarães ao UOL». UOL. 6 de fevereiro de 2015. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b c d e «José Guimarães é eleito novo líder do PT na Câmara». câmara dos deputados. 19 de dezembro de 2012. Consultado em 28 de março de 2023. Cópia arquivada em 14 de setembro de 2022
- ↑ a b c Bonfim, Ricardo (31 de outubro de 2022). «Quem é José Guimarães, que está ao lado de Lula no discurso da vitória?»
. Econômico Valor. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b c d Sabóia, Gabriel (29 de dezembro de 2022). «Nome de confiança de Lula, Zé Guimarães é anunciado líder do futuro governo na Câmara»
. Jornal OGlobo. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b c «Biografia do Deputado Federal José Nobre Guimarães». Câmara dos deputados. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b «Deputado vai da guerrilha à vanguarda do PT moderado». Folha de S.Paulo. 8 de julho de 2002. Consultado em 7 de dezembro de 2022
- ↑ Mazza, Carlos (15 de novembro de 2015). «Maria Luiza. Há 30 anos, uma onda vermelha tomava conta de Fortaleza». O Povo. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ «Folha Online - Especial - 2006 - Eleições - Apuração - Ceará - Deputado Federal». eleicoes.folha.uol.com.br. Consultado em 11 de outubro de 2019
- ↑ «Apuração 1º turno». G1. Consultado em 28 de março de 2023. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2022
- ↑ Revista Época (8 de Junho de 2012). «Polícia Federal apura o desvio de mais de R$ 100 milhões do Banco do Nordeste». Consultado em 24 de Junho de 2013. Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2018
- ↑ «Resultado das eleições 2014». TRE Ceará. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ «José Guimarães será líder do governo na Câmara, diz fonte». Revista Exame. 3 de fevereiro de 2015. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b c d G1 (2 de agosto de 2017). «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». Consultado em 11 de outubro de 2017
- ↑ Redação (27 de abril de 2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017
- ↑ Deutsche Welle; Carta Capital (3 de agosto de 2017). «Como votou cada deputado sobre a denúncia contra Temer». Consultado em 18 de setembro de 2017
- ↑ «Resultado da apuração das Eleições 2018 - Ceará para governador, senador, deputado federal e deputado estadual». G1. Consultado em 11 de outubro de 2019
- ↑ Andrea Vianna (28 de junho de 2012). «Justiça livra José Guimarães de investigação dos dólares na cueca». Estadão. Consultado em 21 de agosto de 2015
- ↑ a b Fernandes, Kamila (15 de julho de 2005). «Irmão de Genoino diz não ter relação com o dinheiro». Folha de S.Paulo. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b c Souza, Renato (8 de julho de 2015). «Caso "Dólares na cueca" completa 10 anos e está perto de um desfecho». O Povo. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ «MP denuncia deputado e diretores do Banco». Diário do Nordeste. 3 de dezembro de 2005. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b «Petista preso diz ter obtido dinheiro com verduras». Folha de S.Paulo. 9 de julho de 2005. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b «STJ livra deputado cujo assessor foi flagrado com dólares na cueca». G1. 29 de junho de 2012. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b «Ex-assessor do BNB desmente Guimarães». Folha de S.Paulo. 15 de julho de 2005. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ Macedo, Fausto; Oliveira, Ribamar (22 de julho de 2005). «Dólar na cueca era propina, diz PF». Senado. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ Camarotti, Gerson (13 de julho de 2005). «PF investiga esquema de caixa dois no PT-CE». Senado. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ Macedo, Fausto; Mota, Rayssa (21 de agosto de 2021). «Justiça encerra processo contra petista no caso dos 'dólares na cueca'». CNN. Consultado em 28 de março de 2023
- ↑ a b «Morre pai de José Guimarães e José Genoíno em Fortaleza». Diário do Nordeste. 16 de janeiro de 2016. Consultado em 7 de dezembro de 2022
- ↑ «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 220, terça-feira, 21 de novembro de 2023». Imprensa Nacional. 21 de novembro de 2023. p. 11. Consultado em 23 de janeiro de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Página oficial
- Biografia de José Nobre Guimarães, Portal do PT do Ceará.
- Denúncias de desvio de R$ 100 milhões, no Banco do Nordeste do Brasil, Revista Época
- Entrevista com Robério Gress do Vale, Cidade Urgente
- Entrevista com Kennedy Moura sobre o caso Cobra, Ministério da Fazenda.