Saltar para o conteúdo

Os Paralamas do Sucesso: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
César Nogueira (discussão | contribs)
Linha 163: Linha 163:
* ''O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília'' (2001, Conrad Editora)
* ''O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília'' (2001, Conrad Editora)
*{{citar livro|autor=França, Jamari|título=Os Paralamas do Sucesso: Vamo Batê Lata|editora=34|ano=2003|ISBN=85-7326-275-3}}
*{{citar livro|autor=França, Jamari|título=Os Paralamas do Sucesso: Vamo Batê Lata|editora=34|ano=2003|ISBN=85-7326-275-3}}

== {{Ver também}} ==
* [[Lista de recordistas de vendas de discos no Brasil]]


== {{Ligações externas}} ==
== {{Ligações externas}} ==

Revisão das 10h32min de 30 de setembro de 2012

Os Paralamas do Sucesso
Os Paralamas do Sucesso
A banda durante apresentação em Brasília.
Informação geral
Origem Rio de Janeiro, RJ
País  Brasil
Gênero(s) Rock brasileiro, ska, pop rock
Período em atividade 1977 - atualmente
Gravadora(s) EMI
Integrantes Herbert Vianna
Bi Ribeiro
João Barone
Página oficial www2.uol.com.br/paralamas

Os Paralamas do Sucesso (também conhecida somente por Paralamas) é uma banda de ska e pop rock, formada no Rio de Janeiro no final dos anos 70. Seus integrantes desde 1982 são Herbert Vianna (guitarra e vocal), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria). No início a banda misturava rock com reggae, posteriormente passaram a agregar instrumentos de sopro e ritmos latinos. A banda faz parte do chamado quarteto sagrado do rock brasileiro, juntamente com o Barão Vermelho, Titãs e Legião Urbana.[1]

História

O começo (1977-1983)

Apesar dos Paralamas serem considerados parte da "Turma de Brasília", por terem vivido e criado amizade com as bandas locais, é uma banda formada no Rio. Herbert e Bi se conheceram crianças em Brasília, por serem vizinhos (o pai de Herbert era militar, e o de Bi, diplomata). Em 1977, Herbert foi para o Rio fazer o colégio militar, e reencontrou Bi, que foi fazer o 3º ano. Os dois resolveram formar uma banda, Herbert com sua guitarra Gibson e Bi um baixo comprado em uma viagem à Inglaterra. Aos dois depois se juntaria o baterista Vital. O grupo se separou em 1979 para fazerem o vestibular, e em 1981 se reuniram. O grupo ensaiava em um sítio em Mendes, interior fluminense, e na casa da avó de Bi, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Esses ensaios lhe renderam a música "Vovó Ondina é Gente Fina". O repertório não era sério (com canções como "Pinguins já não os vejo pois não está na estação", "Mandingas de Amor" e "Reis do 49"), e tentaram criar um nome no mesmo estilo, a primeira sugestão sendo "As Cadeirinhas da Vovó". O nome "Paralamas do Sucesso" foi invenção de Bi, e adotado porque todos acharam engraçado. Inicialmente, o grupo tinha dois cantores (Herbert só tocava), Ronel e Naldo, que saíram em 1982. Em 1982, Vital faltou a uma apresentação na Universidade Rural do Rio e foi substituído por João Barone, que assumiu de vez o lugar na banda. Escreveram, tendo como "protagonista" seu ex-baterista, "Vital e sua Moto", e mandaram uma fita com essa e mais 3 músicas para Rádio Fluminense. "Vital" foi muito tocada durante o verão de 83, e os Paralamas tiveram a primeira grande apresentação, ao abrir para Lulu Santos no Circo Voador. Também assinariam contrato com a EMI, gravando o álbum Cinema Mudo (definido por Herbert como "manipulado pelo pessoal da gravadora"), e um sucesso moderado.

Subida para a fama (1984-1990)

Em 1984, lançaram o álbum O Passo do Lui, que teve enorme sequência de sucessos ("Óculos", "Me Liga", "Meu Erro", "Romance Ideal", "Ska") e aclamação crítica, levando o grupo a tocar no Rock in Rio, no qual o show dos Paralamas foi considerado um dos melhores. Depois de grande turnê, lançaram em 1986, Selvagem?, o mais politizado. O álbum contrapunha a "manipulação" desde sua capa (com o irmão de Bi no meio do mato apenas com uma camiseta em torno da cintura), e misturava novas influências, principalmente da MPB. Com sucessos como "Alagados", "A Novidade" (a primeira com participação de Gilberto Gil, e a segunda co-escrita com ele), "Melô do Marinheiro" e "Você" (de Tim Maia), Selvagem? vendeu 700.000 cópias e credenciou os Paralamas a tocar no cultuado Festival de Montreux, em 1987.

O show no festival da cidade suíça viraria o primeiro disco ao vivo da banda, D. Nele, a novidade, em meio ao show com os sucessos já conhecidos, era a inclusão de um "4º paralama", o tecladista João Fera, que excursiona com a banda até hoje, como músico de apoio. Os Paralamas também fizeram turnê pela América do Sul, ganhando popularidade em Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela. O sucessor de Selvagem?, Bora-Bora (1988) acrescentou metais ao som da banda. O álbum mesclava faixas de cunho político-social como "O Beco" com as introspectivas "Quase Um Segundo" e "Uns Dias" (reflexo talvez do fim do relacionamento com a vocalista da banda Kid Abelha, Paula Toller). Bora-Bora é tão aclamado pela crítica quanto O Passo do Lui. Big Bang (1989) seguia o mesmo estilo, tendo como hits a alegre "Perplexo" e a lírica "Lanterna dos Afogados". Seguiu-se a coletânea Arquivo, com uma regravação de "Vital" e a inédita "Caleidoscópio" (antes gravada por Dulce Quental, do grupo Sempre Livre).

Sucesso, só na Argentina (1991-1994)

O começo da década de 1990 foi dedicado às experimentações. Os Grãos (1991), disco com enfoque nos teclados e menor apelo popular, não foi bem nas paradas (apesar de ter tido 2 sucessos, "Trac-Trac" - versão do argentino Fito Páez - e "Tendo a Lua") e nem vendeu muito, algo que também pode ser atribuído à grave crise econômica pela qual o Brasil passava. Após uma pequena pausa (na qual Herbert lançou seu primeiro disco solo), o trio retorna aos shows, que continuavam cheios, embora a banda passasse por fortes críticas da imprensa. No fim de 1993, a banda viaja para a Inglaterra, onde, sob a produção de Phil Manzanera, gravam Severino. O álbum, lançado em 1994, teve participação do guitarrista Brian May da banda inglesa Queen na música "El Vampiro Bajo El Sol". Este disco era ainda mais experimental, com arranjos muito elaborados, e foi ignorado pelas rádios e grande público, vendendo 55 mil cópias. Mas se no Brasil os Paralamas estavam esquecidos, no resto da América eles eram ídolos. Paralamas (1992), coletânea de versões em espanhol e Dos Margaritas (a versão hispânica de Severino) estouraram principalmente na Argentina.

Volta às paradas (1995-2000)

A despeito das fracas vendagens do CD, a turnê de Severino estava sendo muito bem sucedida, com o público recebendo sempre bem os Paralamas. Uma série de três shows, gravada no fim de 1994, viraria em 1995 o disco ao vivo Vamo Batê Lata. Vamo Batê Lata era acompanhado de um CD com 4 músicas inéditas, e o sucesso de "Uma Brasileira" (parceria de Herbert com Carlinhos Brown e participação de Djavan), "Saber Amar" e a controvertida Luís Inácio (300 Picaretas) (que criticava a política brasileira e os anões do orçamento) atraiu a atenção de público e imprensa de volta aos Paralamas. A volta às canções de fácil compreensão e ao formato pop colaborou definitivamente para o retorno ao sucesso de crítica e público, resultando na maior vendagem da carreira da banda (900 mil cópias). Também começou aí a fase dos videoclipes superproduzidos, que levariam 11 VMB de 1995 a 1999, começando por Uma Brasileira, vencedor nas categorias Clipe Pop e Escolha da Audiência.

Nove Luas, de 1996 e Hey Na Na, de 1998 continuaram o caminho de êxito com faixas como Lourinha Bombril, La Bella Luna e Ela Disse Adeus (Nove Luas vendeu 250.000 cópias em um mês, enquanto Hey Na Na vendeu o mesmo em apenas uma semana). Em 1999 a MTV Brasil chamou os Paralamas para gravar um Acústico MTV. O álbum, com canções menos conhecidas e as participações de Dado Villa-Lobos, ex-Legião Urbana, e da Banda Vitória Régia (que sempre acompanhou Tim Maia em seus shows), vendeu 500.000 cópias, ganhou o Grammy Latino e teve turnê de shows lotados. Em 2000, lançaram uma segunda coletânea, Arquivo II, com músicas de todos os álbuns entre 1991 e 1998 (exceto Severino), uma regravação de "Mensagem de Amor" e a inédita "Aonde Quer Que Eu Vá", parceria de Herbert com Paulo Sérgio Valle (a dupla também escrevera sucessos para Ivete Sangalo).

Um acidente, mas não o fim (2001-presente)

Herbert Vianna e João Barone (no fundo).

Em 4 de Fevereiro de 2001, um ultraleve pilotado por Herbert Vianna teve um acidente em Mangaratiba. A mulher de Herbert, Lucy, estava a bordo e morreu. Herbert fora resgatado e levado para a capital. As sequelas foram duras (Herbert fora entubado e acabara preso a uma cadeira de rodas), mas assim que Herbert mostrou que podia tocar, Bi e João resolveram voltar aos ensaios e gravar um disco cujas canções já estavam preparadas antes do acidente. Longo Caminho foi lançado em 2002. O som voltava ao principio, sem metais, em busca de um som mais "cru". Uma apresentação no programa Fantástico, da TV Globo, serviu como a reestreia da banda, pós-acidente. A volta às turnês teve muito êxito, com shows lotados, até pela curiosidade do público em saber das reais condições de Herbert e da ansiedade em ver a banda reunida novamente. Tudo isso, aliado aos novos sucessos radiofônicos ("O Calibre", "Seguindo Estrelas", "Cuide Bem do Seu Amor" - esta última incluída na trilha sonora da novela Sabor da Paixão), impulsionou as vendas de Longo Caminho, que chegaram a 300 mil cópias. Aproveitando o caráter fortemente emocional e emocionado dos shows da turnê, a banda grava Uns Dias Ao Vivo (2004), cheio de participações especiais (Dado Villa-Lobos, Andreas Kisser, Edgard Scandurra, Djavan, Nando Reis, Paulo Miklos, George Israel e Roberto Frejat).

O disco mostrou uma banda pesada como quase nunca havia se visto. Velhos sucessos, como "Meu Erro", ganhavam versões turbinadas. As novas músicas soavam ainda mais cruas. Além de tudo, a banda decidira fazer a primeira parte da apresentação num pequeno palco armado no meio da pista. A proximidade com o público colaborou para que o resultado final ficasse caloroso e captasse fielmente a emoção dos shows. Em 2005, os Paralamas lançam Hoje, o primeiro com músicas totalmente inéditas. A recepção foi boa e músicas como "2A", "Na Pista" e "De Perto" fizeram sucesso, embora não tenham sido grandes hits. Embora o disco voltasse a trazer um som mais solar, com a volta do uso de metais, não esquecia a parte pesada que havia sido abordada em Longo Caminho, em canções como "220 Desencapado", "Ponto de Vista" - que contou com o auxílio de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura - e "Fora de Lugar". Ainda havia uma regravação de "Deus lhe Pague", de Chico Buarque, escolhida numa votação no site oficial da banda. No início de 2006, foi lançado o DVD Hoje Ao Vivo, contendo um show da banda (feito sem plateia, no Pólo de Cinema e Vídeo, no Rio de Janeiro), com as músicas do disco, além de duas versões para "O Muro", música que Herbert gravara em O Som do Sim, disco solo de 2000, e Busca Vida.

Ainda em 2006, é lançado documentário sobre Herbert Vianna, Herbert de Perto. A direção é de Roberto Berliner, que também dirigiu o DVD. Em 2008, os Paralamas completam 25 anos de carreira, comemorados com uma série de shows junto com os Titãs, também há 25 anos na estrada. A série de shows culminou em um espetáculo realizado na Marina da Glória, Rio de Janeiro, lançado em CD e DVD e intitulado Paralamas e Titãs: Juntos e Ao Vivo. Em 2009, os Paralamas lançam seu mais recente disco, Brasil Afora, que ficou primeiramente disponível para download (com uma música à mais) e pouco depois foi lançado em CD. O disco conta com as participações de Carlinhos Brown e Zé Ramalho, fora uma versão de uma música de Fito Paez. Em dezembro de 2010, os Paralamas gravam no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro o CD e DVD Multishow Ao Vivo Brasil Afora que contou com as participações de Pitty no classico " Tendo a Lua " de Zé Ramalho no hit " Mormaço " . O lançamento do DVD ocorreu em Abril de 2011 em um especial do canal Multishow.

Integrantes

Linha do tempo

Formação

Ex-Integrantes

  • Vital Dias - "Bateria"
  • Demétrio Bezerra - trompete
  • Senô Bezerra - "Trombone"
  • Eduardo Lyra - "Percurssão"
  • Mattos Nascimento - "trombone"

Membros não-oficiais

Banda de apoio

Teclados

Em O Passo do Lui, os Paralamas tiveram como tecladista Jotinha (da banda de Roberto Carlos). Em 1987 , João Fera se tornou o "quarto paralama". Tocou em todos os álbuns seguintes, exceto Severino. Além disso, os Paralamas já tiveram dois argentinos em participações especiais, Fito Paez (autor de "Trac-Trac") e Charly Garcia.

Metais

Os Paralamas flertam com o sopro desde "Volúpia", em Cinema Mudo. "Ska", de O Passo do Lui, contava com Leo Gandelman no saxofone (no show de Montreux, George Israel, do Kid Abelha, tocou a música). Em Bora-Bora, tiveram pela primeira vez um trio de metais (sax, trompete e trombone). Em 2002, pouco depois da recuperação de Herbert e da volta aos shows, o trompetista Demétrio Bezerra decidiu abandonar o trabalho com a banda. Desde então, a formação desse setor de apoio à banda é Monteiro Jr. (sax) e Bidu Cordeiro (trombone).

Percussão

A necessidade de percussão no som dos Paralamas exigiu a entrada de Eduardo Lyra (o "quinto paralama"), presente de 1993 a 2007.

Discografia

Prêmios

Grammy Latino

Prêmio Multishow de Música Brasileira

Video Music Brasil

São os maiores vencedores da história do VMB da MTV Brasil, com 15 prêmios.

  • 1995: "Uma Brasileira": Escolha da Audiência, Clipe Pop
  • 1996: "Loirinha Bombril": Clipe do Ano, Direção e Edição
  • 1997: "Busca Vida": Clipe do Ano
  • 1998: "Ela Disse Adeus": Clipe do Ano, Clipe Pop, Direção, Direção de Arte e Fotografia.
  • 1999: "Depois da Queda o Coice": Edição
  • 2008: João Barone: Baterista
  • 2008: Bi Ribeiro: Baixista
  • 2009: Melhor show

Troféu Imprensa

  • 1984: Revelação do ano
  • 1989: Melhor conjunto

Curiosidades

  • O anúncio do primeiro show oficial da banda era: "Western Club vergonhosamente apresenta Os Paralamas do Sucesso. Rock".[carece de fontes?]
  • Os Paralamas do Sucesso são considerados os padrinhos da banda Legião Urbana. Bi Ribeiro, que era ex-aluno de inglês de Renato Russo, foi quem apresentou a banda a sua futura gravadora: a EMI.[2]
  • Pode-se observar, no encarte do álbum da Legião Urbana "Como É que Se Diz Eu Te Amo" uma homenagem a mulher de Herbert, Lucy Needham Vianna, com a inscrição "In memoriam Lucy Needham Vianna".
  • A banda sofreu censura pela música "Luiz Inácio (300 Picaretas)" pelo então deputado federal Bonifácio Andrada (PPB-MG).[3]
  • Herbert, Bi e Barone receberam, em abril de 2003 o título de Cidadão Honorário de Brasília, sendo recebidos pessoalmente pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda que com a Câmara cheia, Herbert, ao som de seu violão, cantou trechos de "Luiz Inácio (300 picaretas)" (canção que em 1995 ocasionou polêmica no Congresso, motivando um processo contra a banda, que não foi levado adiante), "Alagados", "O Calibre", "Assaltaram a Gramática" e "Meu Erro".[3]
  • A musica "O Calibre" fez parte da trilha sonora do filme Tropa de Elite 2: o Inimigo agora É Outro a musica tocou no inicio dos créditos.

Referências

  • O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília (2001, Conrad Editora)
  • França, Jamari (2003). Os Paralamas do Sucesso: Vamo Batê Lata. [S.l.]: 34. ISBN 85-7326-275-3 

Ligações externas

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Os Paralamas do Sucesso

Predefinição:Troféu Imprensa de melhor conjunto musical 1986-2000