Tubarão-martelo-recortado
Tubarão-martelo-recortado | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
![]() Em perigo [1][2] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Sphyrna lewini Griffith & Hamilton Smith, 1834 | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
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O tubarão-martelo-recortado (nome científico: Sphyrna lewini) é uma espécie de tubarão da família Sphyrnidae. Encontra-se entre as dez espécies aparentadas de tubarões-martelo presentes nos mares tropicais e temperados de todo o planeta. A grande extensão plana de sua cabeça dá a esse tubarão a aparência de um hidroplano e permite que ele faça voltas mais curtas que os outros tubarões. Como seus olhos e narinas são dispostos nas extremidades de sua cabeça, o tubarão-martelo tem mais capacidade de rastrear a presa. Seu olfato é tão aguçado que ele pode detectar até mesmo uma minúscula quantidade (um milionésimo) de sangue na água do mar. Embora algumas das pequenas espécies de tubarão-martelo não sejam consideradas perigosas para o homem, esta muito provavelmente o é. O tubarão-martelo-recortado encontra-se hoje ameaçado de extinção.[3][4]
Índice
Características Biológicas[editar | editar código-fonte]
Taxonomia[editar | editar código-fonte]
O tubarão-martelo foi primeiro chamado Zena lewiniyga e depois renomeado Sphyrna lewini por Edward Griffith e Hamilton Smith em 1834. Também foi nomeado Cestración leeuwenii por Day em 1865, Zygaena erythraea por Klunzinger em 1871, Cestracion oceanica por Garman em 1913, e Sphyrna diplana por Springer em 1941. Sphyrna vem do grego e se traduz em martelo.[5]
É uma espécie irmã de Sphyrna gilberti, diferindo pelo número de vértebras.[6] Embora uma vez considerada uma espécie distinta, McEachran e Serret sinonimizaram Sphyrna couardi com Sphyrna lewini em 1986.[7]
Coloração[editar | editar código-fonte]
A coloração do tubarão-martelo-recortado é marrom-acinzentado a bronze ou oliva no topo do corpo, com um lado amarelo pálido ou branco. Os tubarões-martelo-recortado jovens têm pontas peitorais, caudal inferior e segunda barbatana dorsal escuras, enquanto os adultos têm pontas de barbatana peitoral escuras sem outras marcas distintivas.[5]
Reprodução[editar | editar código-fonte]
Tal como acontece com todos os tubarões-martelo, o tubarão-martelo-recortado é vivíparo com os ovos eclodindo no interior do corpo e a nutrição proporcionada por uma placenta de saco vitelino. Esta placenta também transporta oxigênio para o embrião e remove os resíduos. Após um período de gestação de 9 a 10 meses, os tubarões-martelo-recortado aproximam-se das águas rasas para dar à luz, durante os meses de verão. Grandes ninhadas nascem, variando de 12 a 38 filhotes. Filhotes medem aproximadamente 38-45 cm de comprimento.[5]
Predadores[editar | editar código-fonte]
Os tubarões maiores atacam os tubarões-martelo-recortado pequenos ou feridos, enquanto não há grandes predadores dos adultos dessa espécie.[5]
Parasitas[editar | editar código-fonte]
Os tubarões-martelo recortados visitam frequentemente as estações de limpeza, permitindo que os agentes de limpeza removam os parasitas da pele e do interior da boca. Sanguessugas externas (Stilarobdella macrotheca) e copépodes (Alebion carchariae, A. elegans, Nesippus crypturus, Kroyerina escotterum) frequentemente parasitam os tubarões-martelo-recortado.[5]
Características distintivas[editar | editar código-fonte]
- Cabeça amplamente arqueada, em forma de martelo e marcada por um entalhe proeminente na linha média (“recortado”)
- Barbatanas pélvicas com margens traseiras retas.[5]
Distribuição e hábitat[editar | editar código-fonte]
O tubarão-martelo-recortado é uma espécie pelágica costeira; ocorre em plataformas continentais e insulares e próximos às profundezas. É encontrado em águas temperadas e tropicais quentes, em todo o mundo (46°N a 36°S). Ele pode ser encontrado em profundidades acima de 500 m, mas é mais freqüentemente encontrado acima de 25 m.[8] Durante o dia, eles são mais freqüentemente encontrados perto da costa e, à noite, eles caçam mais longe da costa. Os adultos são encontrados sozinhos, em pares ou em cardumes pequenos, enquanto os tubarões jovens ocorrem em cardumes maiores.[5]
Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]
O tubarão-martelo-recortado é circunglobal, residindo em mares temperados e tropicais. No oeste do Oceano Atlântico, esse tubarão é encontrado em New Jersey (EUA), incluindo o Golfo do México e o Mar do Caribe, e ao sul do Brasil; e no Atlântico leste, do Mar Mediterrâneo à Namíbia. A distribuição no Indo-Pacífico inclui da África do Sul e do Mar Vermelho. Em todo o Oceano Índico, do Japão até a Nova Caledônia, no Havaí e no Taiti. Ao largo das costas do sul da Califórnia até o Equador e talvez ao sul do Peru. O tubarão-martelo-recortado é encontrado também no leste do Oceano Pacífico. Na Austrália, esse tubarão-martelo pode ser encontrado na costa noroeste da Austrália Ocidental.[5]
Hábitos[editar | editar código-fonte]
Possuidor de hábitos reclusos, é comumente encontrado nadando solitário. Porém grandes grupos desse animal já foram observados em montanhas marinhas, aonde os machos desta espécie costumam realizar um tipo de dança do acasalamento, junto a fêmea, localizando-se no centro do círculo.[9]
Perigo para os humanos[editar | editar código-fonte]
Tubarões-martelo são considerados tubarões potencialmente perigosos. De acordo com o Arquivo Internacional de Ataque de Tubarões,[10] houve 21 ataques não provocados com dois deles resultando em fatalidades para todas as espécies do gênero Sphyrna. Foi relatado que os tubarões-martelos-recortados exibem postura ameaçadora quando abordados de perto por mergulhadores em algumas ocasiões, enquanto outras vezes não mostram comportamentos agressivos.[5]
Dieta[editar | editar código-fonte]
Este tubarão se alimenta principalmente de peixes, como sardinha, cavalinha e arenque, e ocasionalmente eles se alimentam de cefalópodes, como lulas e polvos. Espécimes maiores também podem se alimentar de espécies menores de tubarões, como o tubarão-de-pontas-negras-do-recife (Carcharhinus melanopterus.).[5]
Caça[editar | editar código-fonte]
O tubarão-martelo-recortado é pescado tanto como por esporte como para uso comercial. É facilmente acessível para pescadores costeiros, bem como para operações comerciais offshore. Este tubarão pode ser apanhado em espinhéis, redes de fundo e redes de arrasto. Embora a carne seja vendida fresca, seca, defumada e congelada, esta espécie também é altamente procurada pelas suas barbatanas e peles. O restante do tubarão é usado para vitaminas e farinha de peixe. Filhotes do tubarão-martelo-recortado residem em áreas costeiras de reprodução, tornando-os bastante vulneráveis a pressões de pesca.[5]
Conservação[editar | editar código-fonte]
Nos Estados Unidos, os tubarões-martelo são agrupados com grandes espécies costeiras, um grupo que os biólogos consideram mais vulnerável à pesca excessiva. A mortalidade é provavelmente significativa, embora haja poucos dados disponíveis sobre as populações e o impacto da pesca. Diferentes espécies de tubarões-martelo são por vezes difíceis de identificar em pescarias em alto-mar, onde os observadores muitas vezes não estão presentes, resultando em dados de captura acidental insuficientes.[5]
Ao largo da costa norte da Austrália, onde a pesca é bem gerida, o tubarão-martelo-recortado é abundante.[5]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 27 de outubro de 2018
- ↑ «More oceanic sharks added to the IUCN Red List» (Nota de imprensa). IUCN. 22 de fevereiro de 2007. Consultado em 25 de fevereiro de 2007. Cópia arquivada em 6 de julho de 2008.
The status of scalloped hammerhead shark was heightened from Near Threatened to Endangered.
- ↑ «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 15 de agosto de 2019
- ↑ «PEIXES MARINHOS DO ESTADO DA BAHIA - Lista vermelha da Bahia». www.listavermelhabahia.org.br. Consultado em 15 de agosto de 2019
- ↑ a b c d e f g h i j k l m «Sphyrna lewini». Florida Museum (em inglês). 12 de maio de 2017. Consultado em 5 de agosto de 2019
- ↑ Roberts, Mark A.; Ulrich, Glenn F.; Grady, James M.; Driggers, William B. Iii; Quattro, Joseph M. (26 de agosto de 2013). «Sphyrna gilberti sp. nov., a new hammerhead shark (Carcharhiniformes, Sphyrnidae) from the western Atlantic Ocean». Zootaxa (em inglês). 3702 (2): 159–178. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.3702.2.5
- ↑ «Hammerhead Taxonomy». www.elasmo-research.org. Consultado em 5 de agosto de 2019
- ↑ «Sphyrna lewini summary page». FishBase (em inglês). Consultado em 5 de agosto de 2019
- ↑ May 2015, 6. «The sensational world of sharks and rays». www.bbc.com (em inglês). Consultado em 3 de agosto de 2019
- ↑ «Global Shark Atack File». www.sharkattackfile.net. Consultado em 15 de agosto de 2019