Zé Ramalho (álbum)
Zé Ramalho | |||||
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Álbum de estúdio de Zé Ramalho | |||||
Lançamento | 1978 | ||||
Gravação | Novembro e Dezembro de 1977 Estúdios CBS, Rio de Janeiro | ||||
Gênero(s) | Folk Rock, Folk, Rock Psicodélico, MPB, Rock Progressivo, Boemia, Blues, Forró | ||||
Duração | 37:37 56:36 (reedição de 2003) | ||||
Idioma(s) | Português | ||||
Formato(s) | LP, CD (reedição de 2003) | ||||
Gravadora(s) | Epic (CBS - Sony Music) | ||||
Produção | Carlos Alberto Sion[1] | ||||
Cronologia de Zé Ramalho | |||||
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Zé Ramalho é o álbum de estreia solo do cantor brasileiro Zé Ramalho, lançado em 1978.[1]
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]As músicas que figuram no álbum foram criadas em viagens pelos estados da Paraíba e Pernambuco entre 1975 e 1976, quando Zé ainda cursava medicina na Universidade Federal da Paraíba.[1]
Com essas faixas na bagagem, Zé deixou a faculdade e viajou para o Rio de Janeiro, onde contatou diversos produtores e executivos para tentar emplacar seu primeiro disco. Contudo, a maioria não gostava do material que ouvia ("Avôhai", "Vila do Sossego" e "Chão de Giz") e dispensava o cantor.[1] Foi só na CBS que Zé encontrou uma porta aberta, na pessoa do então presidente Jairo Pires.[1]
Produção, "Avôhai" e repercussão
[editar | editar código-fonte]O bom foi que o artista permitiu que trabalhássemos em equipe por uma linguagem diferente do que havia na música brasileira. Usamos as percussões regionais, dando ênfase às partes das violas, porque o Zé tem uma veia country rock muito forte, e o regional nordestino.[1]
Carlos Alberto Sion, produtor
O álbum conta com a participação de vários artistas, como Sérgio Dias, Dominguinhos, Altamiro Carrilho, Bezerra da Silva, Paulo Moura e o tecladista Patrick Moraz (com passagem na banda inglesa Yes), na faixa "Avôhai".[2] O produtor Carlos Sion mantinha contato com Moraz, e foi daí que surgiu a oportunidade do tecladista fazer a participação especial. Ele tocou em um teclado que Carlos alugou de Lincoln Olivetti.[1]
"Avôhai" foi composta em homenagem ao avô de Zé, que o adotou após o pai morrer afogado dois anos depois de seu nascimento.[3][4] Zé diz que a inspiração para a música veio após uma experiência com cogumelos alucinógenos na fazenda de uns amigos. Ele olhou para o céu e viu a "sombra de uma gigantesca nave espacial", e uma voz disse "Avôhai" em seu ouvido.[3][5] Ele estava na fazenda para realizar um estudo para a faculdade.[4] "Avôhai" é uma junção das palavras "Avô" e "Pai".[3][4] Esta foi a primeira das suas canções que Zé ouviu no rádio, quando estava em um táxi[4] indo para o Aeroporto do Galeão para pegar um avião para mais uma etapa da divulgação da obra.[1]
O álbum não repercutiu muito na época e recebeu críticas negativas da imprensa. Zé acredita que isso se deu por puro preconceito contra sua origem nordestina.[1][5] Uma matéria da Folha de S.Paulo publicada em 1980, contudo, diz que os críticos "comentaram com bons olhos" o disco, e que alguns estabeleceram na época comparações de Zé com Bob Dylan. Sobre isso, na mesma matéria, Zé comentou que eles o fizeram porque "não conheciam Otacílio Batista" - um dos melhores repentistas do Brasil, segundo ele.[6]
Faixas
[editar | editar código-fonte]Todas as músicas escritas por Zé Ramalho, exceto onde indicado.
Lado A | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
1. | "Avôhai" | 4:57 | ||||||||
2. | "Vila do Sossego" | 3:54 | ||||||||
3. | "Chão de Giz" | 4:45 | ||||||||
4. | "A Noite Preta" | Alceu Valença, Lula Côrtes, Zé Ramalho | 3:33 |
Lado B | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
5. | "A Dança das Borboletas" | Alceu Valença, Zé Ramalho | 5:23 | |||||||
6. | "Bicho de 7 Cabeças" | 2:24 | ||||||||
7. | "Adeus Segunda-Feira Cinzenta" | 4:43 | ||||||||
8. | "Meninas de Albarã" | 4:34 | ||||||||
9. | "Voa, Voa" | 3:10 | ||||||||
Duração total: |
37:37 |
Faixas bônus da reedição de 2003 | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
10. | "Avôhai (Voz e Violão)" | 5:02 | ||||||||
11. | "Chão de Giz (Voz e Violão)" | 4:55 | ||||||||
12. | "Bicho de 7 Cabeças (Voz e Violão)" | 4:55 | ||||||||
13. | "Vila do Sossego (Voz e Violão)" | 3:54 | ||||||||
14. | "Rato do Porto (Voz e Violão)" | 2:40 |
Créditos
[editar | editar código-fonte]- Patrick Moraz — sintetizador em "Avôhai"
- Sérgio Dias — guitarras
- Chico Julien — baixo[1]
- Chico Batera — bateria[1]
- Jairo Pires — direção artística
- Carlos Alberto Sion — direção de produção
- Zé Ramalho — arranjos de base
- Manoel Magalhães e Eugênio de Carvalho — técnicos de gravação
- Eugênio de Carvalho — técnico de mixagem
- Amelinha e Elba Ramalho — côro em "Chão de Giz"
Reedição de 2003
[editar | editar código-fonte]- Marcelo Fróes: produção
- Joselha Teles: coordenação geral
- Daniela Conolly: coordenação gráfica
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k Souza, Henrique Inglez de (5 de outubro de 2018). «Especial Zé Ramalho Parte I: Quando o brejo cruzou a poeira». Rolling Stone Brasil. Grupo Perfil. Consultado em 25 de janeiro de 2021
- ↑ Viagens Esotéricas no Sertão Arquivado em 14 de setembro de 2008, no Wayback Machine. Artigo no site da UFBA
- ↑ a b c Küchler, Adriana (24 de junho de 2012). «Zé e o fim do mundo». Rio de Janeiro. Folha de S.Paulo. Serafina. 26 páginas
- ↑ a b c d Huck, Angelica (20 de junho de 2015). «Zé Ramalho relembra infância em passeio no Parque das Ruínas». Rede Globo. Rio de Janeiro: Grupo Globo. Consultado em 23 de junho de 2015. Arquivado do original em 23 de junho de 2015
- ↑ a b Souza, Henrique Inglez de (5 de outubro de 2018). «Especial Zé Ramalho Parte II: Profundamente real e verdadeiro». Rolling Stone Brasil. Grupo Perfil. Consultado em 25 de janeiro de 2021
- ↑ Almeida, Miguel de (31 de maio de 1980). «Amelinha e Zé Ramalho no parque, com "Frevo Mulher"». Grupo Folha. Folha de S.Paulo. 18686: 30. Consultado em 10 de abril de 2021