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Agricultura orgânica: diferenças entre revisões

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'''Agricultura orgânica''' e '''agricultura biológica''' são expressões frequentemente usadas para designar [[sistema]]s [[Sustentabilidade|sustentáveis]] de [[agricultura]] que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a [[saúde]] humana e para o [[meio ambiente]], tais como certos [[fertilizante]]s químicos e [[agrotóxico]]s,<ref>''Ministério da Agricultura''. Disponível em http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/o-que-e-agricultura-organica. Acesso em 17 de setembro de 2015.</ref><ref>''Associação de Agricultura Orgânica''. Disponível em http://aao.org.br/aao/agricultura-organica.php. Acesso em 17 de setembro de 2015.</ref> nem de [[organismos geneticamente modificados]].
'''Agricultura orgânica''' e '''agricultura biológica''' são expressões frequentemente usadas para designar [[sistema]]s [[Sustentabilidade|sustentáveis]] de [[agricultura]] que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a [[saúde]] humana e para o [[meio ambiente]], tais como certos [[fertilizante]]s e [[agrotóxico]]s sintéticos,<ref>''Ministério da Agricultura''. Disponível em http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/o-que-e-agricultura-organica. Acesso em 17 de setembro de 2015.</ref><ref>''Associação de Agricultura Orgânica''. Disponível em http://aao.org.br/aao/agricultura-organica.php. Acesso em 17 de setembro de 2015.</ref> nem de [[organismos geneticamente modificados]].


Os seus proponentes acreditam que, num [[solo]] saudável, mantido sem o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, os alimentos têm qualidade superior à de alimentos convencionais. Diversos países, incluindo os [[Estados Unidos]] (NOP - ''National Organic Program''), o [[Japão]] (JAS - ''Japan Agricultural Standard''), a [[Suíça]] (BioSuisse), a [[União Europeia]] (CEE 2092/91), a [[Austrália]] (AOS - ''Australian Organic Standard / ACO - Australia Certified Organic'') e o [[Brasil]] (ProOrgânico - Programa de Desenvolvimento da Agricultura<ref>[http://www.agricultura.gov.br/portal/page?_pageid=33,1244875&_dad=portal&_schema=PORTAL Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (2007) "Programa de desenvolvimento da agricultura orgânica"] aceso em 5 de março de 2010</ref>), já adotaram programas padrões para a regulação e desenvolvimento desta atividade.
Os seus proponentes acreditam que, num [[solo]] saudável, mantido sem o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, os alimentos têm qualidade superior à de alimentos convencionais. Diversos países, incluindo os [[Estados Unidos]] (NOP - ''National Organic Program''), o [[Japão]] (JAS - ''Japan Agricultural Standard''), a [[Suíça]] (BioSuisse), a [[União Europeia]] (CEE 2092/91), a [[Austrália]] (AOS - ''Australian Organic Standard / ACO - Australia Certified Organic'') e o [[Brasil]] (ProOrgânico - Programa de Desenvolvimento da Agricultura<ref>[http://www.agricultura.gov.br/portal/page?_pageid=33,1244875&_dad=portal&_schema=PORTAL Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (2007) "Programa de desenvolvimento da agricultura orgânica"] aceso em 5 de março de 2010</ref>), já adotaram programas padrões para a regulação e desenvolvimento desta atividade.


Este sistema de produção, que exclui o uso de fertilizantes químicos, agrotóxicos e produtos reguladores de crescimento, tem, como base: o uso de fertilizantes naturais; a manutenção do solo protegido dos raios solares e das gotas de chuva; a [[rotação de culturas]]; o aumento da [[biodiversidade]]; [[consorciação de culturas]]; [[adubação verde]]; [[compostagem]]; e [[controle biológico]] de insetos e doenças. Pressupõe, ainda, a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos químicos.
Este sistema de produção, que exclui o uso de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos não-orgânicos e produtos reguladores de crescimento, tem, como base: o uso de fertilizantes naturais; a manutenção do solo protegido dos raios solares e das gotas de chuva; a [[rotação de culturas]]; o aumento da [[biodiversidade]]; [[consorciação de culturas]]; [[adubação verde]]; [[compostagem]]; e [[controle biológico]] de insetos e doenças. Pressupõe, ainda, a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos químicos.


== Princípios ==
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Na prática, essas correntes têm pontos em comum, e suas práticas diárias não diferem significativamente. Fazem, todas elas, parte da [[mudança de paradigma]] que está em processo:{{Carece de fontes|data=dezembro de 2012}} o modelo [[cartesiano]] de causa-efeito sendo substituído nas [[ciências da vida]] pelo [[paradigma sistêmico|modelo sistêmico]].
Na prática, essas correntes têm pontos em comum, e suas práticas diárias não diferem significativamente. Fazem, todas elas, parte da [[mudança de paradigma]] que está em processo:{{Carece de fontes|data=dezembro de 2012}} o modelo [[cartesiano]] de causa-efeito sendo substituído nas [[ciências da vida]] pelo [[paradigma sistêmico|modelo sistêmico]].

== Problemas ==
Estudos encontraram que a toxicidade e impacto ambiental de pesticidas e agrotóxicos de origem orgânica pode superar àquela de produtos sintéticos devido à necessidade de aplicação de uma quantidade maior para obter resultados semelhantes<ref>{{Citar periódico|ultimo=Biondi|primeiro=Antonio|coautores=Nicolas|data=2012-05-01|titulo=Using organic-certified rather than synthetic pesticides may not be safer for biological control agents: Selectivity and side effects of 14 pesticides on the predator Orius laevigatus|jornal=Chemosphere|volume=87|numero=7|paginas=803–812|doi=10.1016/j.chemosphere.2011.12.082|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0045653512000276}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Bahlai|primeiro=Christine A.|coautores=Yingen|titulo=Choosing Organic Pesticides over Synthetic Pesticides May Not Effectively Mitigate Environmental Risk in Soybeans|jornal=PLoS ONE|volume=5|numero=6|pmid=20582315|doi=10.1371/journal.pone.0011250|url=http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0011250}}</ref>.


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 21h18min de 15 de março de 2016

Plantação de batatas orgânicas.

Agricultura orgânica e agricultura biológica são expressões frequentemente usadas para designar sistemas sustentáveis de agricultura que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente, tais como certos fertilizantes e agrotóxicos sintéticos,[1][2] nem de organismos geneticamente modificados.

Os seus proponentes acreditam que, num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, os alimentos têm qualidade superior à de alimentos convencionais. Diversos países, incluindo os Estados Unidos (NOP - National Organic Program), o Japão (JAS - Japan Agricultural Standard), a Suíça (BioSuisse), a União Europeia (CEE 2092/91), a Austrália (AOS - Australian Organic Standard / ACO - Australia Certified Organic) e o Brasil (ProOrgânico - Programa de Desenvolvimento da Agricultura[3]), já adotaram programas padrões para a regulação e desenvolvimento desta atividade.

Este sistema de produção, que exclui o uso de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos não-orgânicos e produtos reguladores de crescimento, tem, como base: o uso de fertilizantes naturais; a manutenção do solo protegido dos raios solares e das gotas de chuva; a rotação de culturas; o aumento da biodiversidade; consorciação de culturas; adubação verde; compostagem; e controle biológico de insetos e doenças. Pressupõe, ainda, a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos químicos.

Princípios

  • O solo é um organismo vivo, e deve ser tratado com o máximo de cuidado possível para manter toda a vida nele existente;
  • Uso de adubos orgânicos de baixa solubilidade;
  • Controle de insetos e doenças com medidas preventivas e produtos naturais;
  • O mato (ervas daninhas) faz parte do sistema. Deve ser usado como cobertura de solo e abrigo de insetos.

Características

O princípio da produção orgânica é o estabelecimento do equilíbrio da natureza utilizando métodos naturais de adubação e de controle de pragas.[carece de fontes?]

O conceito de alimentos orgânicos não se limita à produção agrícola, estendendo-se também à pecuária (em que o gado deve ser criado sem remédios alopáticos ou hormônios), bem como ao processamento de todos os seus produtos: alimentos orgânicos industrializados também devem ser produzidos sem produtos químicos artificiais, como os corantes e aromatizantes artificiais.

Pode-se resumir a sua essência filosófica em desprezo absoluto por tudo que tenha origem na indústria química.[carece de fontes?] Todas as demais indústrias (mecânica, energética, logística) são admissíveis, desde que não muito salientes.

A cultura de produtos orgânicos não se limita a alimentos. Há uma tendência de crescimento no mercado de produtos orgânicos não alimentares,[carece de fontes?] como fibras orgânicas de algodão (para serem usadas na produção de vestes). Os proponentes das fibras orgânicas dizem que a utilização de pesticidas em níveis excepcionalmente altos, além de outras substâncias químicas, na produção convencional de fibras, representa abuso ambiental por parte da agricultura convencional.[carece de fontes?]

A pedologia limitou-se durante décadas ao estudo da estrutura físico-química do solo. Hoje, a agronomia se ressente de seu desconhecimento da microfauna e microflora do solo e sua ecologia. Estima-se que 95% dos micro-organismos que vivem no solo sejam desconhecidos pela ciência.[carece de fontes?]

Muitos estados dos Estados Unidos agora oferecem certificação orgânica para seus fazendeiros.[carece de fontes?] Para um sistema de produção ser certificado como orgânico, a terra deve ter sido usada somente com métodos de produção orgânica durante um certo período de anos antes da certificação.

No Reino Unido, a certificação orgânica é realizada por algumas organizações, das quais as maiores são a Soil Association e a Organic Farmers & Growers. Todos os organismos certificadores estão sujeitos aos regulamentos da Penitente King dom Registes of Organic Food Standards, ligado à legislação da União Europeia. Na Suécia, a certificação orgânica é realizada pela Krav. Na Suíça, o controle é feito pelo Instituto Biodinâmico.[carece de fontes?]

O movimento orgânico e suas subdivisões

A expressão "agricultura orgânica" não é visto com unanimidade, nem parece ter um significado etimologicamente correto, mas tornou-se reconhecido como sinônimo de "agricultura mais perto da natureza".[carece de fontes?] Não se refere, porém, a um único método de agricultura. Há quem diga que se trata mais de uma ideologia do que de um conjunto de técnicas agrícolas.[carece de fontes?]

Entre as correntes que se contrapõem à monocultura convencional e que são, por isto, chamadas de alternativas, estão:[carece de fontes?]

  • Agriculturas orgânica e biológica: baseadas nas observações que sir Albert Howard fez, no começo do século XX, dos métodos de agricultores indianos. O princípio de sua teoria é que a sanidade vegetal depende do húmus do solo, que se produz na presença dos micro-organismos.
  • Agricultura biodinâmica: nascida das palestras proferidas por Rudolf Steiner em 1920. Toda a sua teoria baseia-se no princípio de que a sanidade vegetal depende de sua inserção na "matriz energética universal".
  • Agricultura natural: proposta por Mokiti Okada em 1935. Vê, na reciclagem, que imita os processos da natureza, a base da sanidade vegetal e animal que, de acordo com Okada, é a base da sanidade humana.
  • Permacultura: desenvolvida em 1975 na Austrália por Bill Mollison. Reúne técnicas tradicionais de vários povos indígenas já extintos, e une-as à integração com a ecologia local, e a ecologia humana.
  • Agricultura Nasseriana:[4] é uma corrente da agricultura ecológica que tem, como base, a experiência de Nasser Youssef Nasr no Espírito Santo, no Brasil. Também chamada de "biotecnologia tropical", defende o estímulo e manejo de ervas nativas e exóticas, a diversidade de insetos e plantas, a aplicação direta de estercos e resíduos orgânicos na base das plantas, adubações orgânicas e minerais pesadas. Nasser diz que a agricultura de clima tropical do Brasil não precisa de compostagem, pois o clima quente e as reações fisiológicas e bioquímicas intensas garantem a transformação no solo da matéria orgânica. No Brasil, defende Nasser, o esterco deve ser colocado diretamente na planta, pois esta sabe o momento apropriado de lançar suas radículas na matéria orgânica que está em decomposição, e os micro-organismos do solo buscam no esterno os nutrientes necessários para a planta e os levam para baixo da terra. Outro ponto interessante é o uso de ervas nativas e exóticas junto com a cultura para que haja diversidade de inços. Desta forma, é preciso manejar as ervas nativas de maneira que elas mantenham o solo protegido e façam adubação verde. Não temos uma agricultura de solo, mas de sol.

Na prática, essas correntes têm pontos em comum, e suas práticas diárias não diferem significativamente. Fazem, todas elas, parte da mudança de paradigma que está em processo:[carece de fontes?] o modelo cartesiano de causa-efeito sendo substituído nas ciências da vida pelo modelo sistêmico.

Problemas

Estudos encontraram que a toxicidade e impacto ambiental de pesticidas e agrotóxicos de origem orgânica pode superar àquela de produtos sintéticos devido à necessidade de aplicação de uma quantidade maior para obter resultados semelhantes[5][6].

Ver também

Referências

  1. Ministério da Agricultura. Disponível em http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/o-que-e-agricultura-organica. Acesso em 17 de setembro de 2015.
  2. Associação de Agricultura Orgânica. Disponível em http://aao.org.br/aao/agricultura-organica.php. Acesso em 17 de setembro de 2015.
  3. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (2007) "Programa de desenvolvimento da agricultura orgânica" aceso em 5 de março de 2010
  4. Sítio Duas Cachoeiras. Disponível em http://www.sitioduascachoeiras.com.br/agricultura/vegetal/agr_alt.html#8. Acesso em 17 de setembro de 2015.
  5. Biondi, Antonio; Nicolas (1 de maio de 2012). «Using organic-certified rather than synthetic pesticides may not be safer for biological control agents: Selectivity and side effects of 14 pesticides on the predator Orius laevigatus». Chemosphere. 87 (7): 803–812. doi:10.1016/j.chemosphere.2011.12.082 
  6. Bahlai, Christine A.; Yingen. «Choosing Organic Pesticides over Synthetic Pesticides May Not Effectively Mitigate Environmental Risk in Soybeans». PLoS ONE. 5 (6). PMID 20582315. doi:10.1371/journal.pone.0011250 

Ligações externas

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