Relações entre Espanha e México

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Relações entre Espanha e México
Bandeira da Espanha   Bandeira do México
Mapa indicando localização da Espanha e do México.
Mapa indicando localização da Espanha e do México.


As relações entre Espanha e México são as relações diplomáticas bilaterais estabelecidas entre os Estados Unidos Mexicanos e o Reino de Espanha. Assim como os demais países da América Latina, o México estabeleceu sua independência da Espanha no século XIX, mantendo relações cooperativas, fortes e positivas entre si, no entanto. Ambas as nações integram o G20, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento, a Organização dos Estados Ibero-americanos e a Organização das Nações Unidas, dentre outros organismos internacionais.

Comparações entre os países[editar | editar código-fonte]

Espanha Reino de Espanha México Estados Unidos Mexicanos
Data de formação 20 de janeiro de 1469 (Unificação dinástica) 16 de setembro de 1810 (Independência)
População 46 439 864 habitantes (29º) 121 005 815 habitantes (11º)
Área 505 990 km² 1 964 375 km²
Densidade populacional 92 hab/km² 57 hab/km²
Capital Madrid Cidade do México
Maiores cidades Madrid (4 213 669 hab.)
Barcelona (1 621 537 hab.)
Valência (814 208 hab.)
Cidade do México (8 851 080 hab.)
Ecatepec de Morelos (1 655 015 hab.)
Guadalajara (1 495 182 hab.)
Tipo de Estado Monarquia constitucional parlamentarista unitária República constitucional federal presidencialista
Chefe de Estado atual Rei Filipe VI Presidente Andrés Manuel López Obrador
Chefe de governo atual Presidente Pedro Sánchez
Legislatura Cortes Gerais
(Senado; Congresso)
Congresso da União
(Senado da República; Câmara de Deputados)
Idioma oficial Espanhol (Oficial)
PIB (nominal) 1,1 trilhão (14º) 1,1 trilhão (15º)
Moeda Euro Peso mexicano

História[editar | editar código-fonte]

Conquista[editar | editar código-fonte]

A partir de 1518, o explorador espanhol Hernán Cortés liderou uma expedição ao que hoje é o território mexicano, fundando cidades como Veracruz ao longo de seu trajeto. Tenochtitlán, então capital do Império Asteca, foi conquistada pelos espanhóis e tlaxcaltecas em 1521.[1] A cidade foi reconstruída sucessivamente para apresentar Cidade do México como capital do novo Vice-Reino da Nova Espanha. O vice-reino possuía uma hierarquia social baseada em raça, com os crioulos no topo e com maiores direitos civis, até que as "Leis das Índias" foram estabelecidas em todo o território americano do Império Espanhol. Da mesma forma, foram reconhecidos os direitos da nobreza asteca, que viveu e co-governou com os espanhóis durante o vice-reino.[2]

Independência do México[editar | editar código-fonte]

O fim do século XVIII e início do século XIX testemunhou a ascensão do sentimento de resolução política e social entre os colonos mexicanos em meio ao grande movimento de independência vivenciado por todas as colônias europeias na América. Após a ocupação do México pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte em 1808, o discurso separatista mexicano ganhou força diante da imagem propagada de um Reino de Espanha enfraquecido. Em 1810, o padre Miguel Hidalgo preferiu o notório "Grito de Dolores" e sua subsequente execução por tropas espanholas deflagraram o movimento de independência mexicana. Após mais de uma década de intenso conflito armado, a Espanha reconheceu a independência do México através do Tratado de Córdoba de 1821, dando início ao Primeiro Império Mexicano.

Pós-independência[editar | editar código-fonte]

Somente através do Tratado de Santa María-Calatrava (1836), a Espanha reconheceu a "soberania e independência" dos mexicanos.

Espanha e México formalizaram suas relações bilaterais em 26 de dezembro de 1836, quinze anos após a declaração de independência mexicana. Durante as primeiras décadas, as relações entre os países foram tensas devido à não aceitação da independência mexicana por camadas da política espanhola e pelas eventuais tentativas de "Reconquista" do território mexicano.

Na primeira década seguinte à independência, a Espanha se recusou a reconhecer a vitória mexicana na Guerra da Independência, o que foi visto como uma potencial ameaça de novos conflitos pelo governo de Guadalupe Victoria. A Coroa espanhola, de fato, buscou retomar o controle do México nas batalhas de Mariel e Tampico em 1828 e 1829, respectivamente. Nesta última, a Espanha sofreu severas derrotas e acabou por reconhecer a independência mexicana através do Tratado de Santa María–Calatrava em 29 de dezembro de 1836.

Em 1862, num ponto alto de tensão diplomática, o general Juan Prim comandou um exército expedicionário ao México quando Espanha, Grã-Bretanha e França exigiram indenizações ao governo de Benito Juárez. Prim, no entanto, era simpático ao governo liberal mexicano e recusou colaborar com os interesses franceses e acabou por recuar suas tropas.

Era moderna[editar | editar código-fonte]

Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), o México forneceu armamentos e abrigo para refugiados políticos espanhóis. Ao longo do conflito que devastou a Espanha, voluntários mexicanos se uniram ao lado republicano contra Francisco Franco. Em 1939, quando Franco decisivamente tomou o poder, o México reduziu as relações diplomáticas entre os dois países. Após a guerra, milhares de refugiados espanhóis e o antigo cônsul em Marselha, Gilberto Bosques Saldívar, emitiu diversos vistos aos refugiados espanhóis.

Visitas diplomáticas[editar | editar código-fonte]

O então Presidente mexicano José López Portillo é recebido pelo Rei João Carlos I e a Rainha Sofia, em 1977.
O Rei Filipe VI e a Rainha Letícia participam de jantar oficial em sua honra oferecido pelo Presidente Enrique Peña Nieto no Palácio Nacional, 2015.
Visitas de Estado da Presidência do México
Visitas de Estado da Espanha

Relações comerciais[editar | editar código-fonte]

Em 1997, o México assinou um acordo comercial com a União Europeia, da qual a Espanha é membro. Em 2014, o fluxo comercial derivado do tratado entre ambas as nações ultrapassou a marca de 10 bilhões de dólares.[4][5] As principais exportações mexicanas à Espanha são: petróleo, medicamentos, álcool, pesca e eletrônicos portáteis, entre outros; enquanto a Espanha exporta principalmente: veículos, peças automotivas e vinho.[6] O México é atualmente o maior parceiro comercial da Espanha na América Latina e figura entre os vinte maiores em todo o globo.[7]

Algumas empresas proeminentes espanholas operam em território mexicano, como: Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, Grupo Santander, Telefónica e Zara.[8] As empresas mexicanas com atividade na Espanha são: ALFA, Cemex e Grupo Bimbo.

Missões diplomáticas[editar | editar código-fonte]

Embaixada da Espanha na Cidade do México.
Embaixada do México em Madrid.
da Espanha no México
do México na Espanha

Referências

  1. «Los conquistadores tlaxcaltecas». Letras Libres 
  2. Ots Capdequí, José María (1968). Historia del Derecho español en América y del Derecho indiano. Madrid: Aguilar. ISBN 978-84-03-25044-4.
  3. «Visita de los Reyes de España». Sistema Internet de la Presidencia. 1997 
  4. «Ministério da Fazenda dos Estados Unidos Mexicanos: Espanha». Consultado em 13 de agosto de 2016. Arquivado do original em 25 de abril de 2016 
  5. «Comercio España-México, de 11 mil mdd en 2012». Azteca Notícias. 17 de maio de 2013 
  6. «España» (PDF). Ministério da Fazenda dos Estados Unidos Mexicanos 
  7. Pinedo, Manuel Moreno; Calvete, Amparo Pérez (2005). «Relaciones económicas e comerciales entre España y México» (PDF). Revista ICE 
  8. Foman, Simone (7 de julho de 2011). «Meet The 25 Huge Spanish Companies That Aren't In The Banking Sector». Business Insider 
  9. «Embaixada dos Estados Unidos Mexicanos em Madrid» 
  10. «Consulado-Geral dos Estados Unidos Mexicanos em Barcelona» 
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