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Como ler uma infocaixa de taxonomiaJacaré-anão

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodylia
Família: Alligatoridae
Género: Paleosuchus
Espécie: P. palpebrosus
Nome binomial
Paleosuchus palpebrosus
Cuvier, 1807
Distribuição geográfica

O jacaré-anão, jacaré-paguá ou jacaré-mirim (nome científico Paleosuchus palpebrosus) é, um jacaré do norte da América do Sul. É encontrado em diversos países da América Latina, como a Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Vive principalmente próximo de correntes rápidas, mas vive também em águas com baixas concentrações em nutrientes. No Brasil ele se encontra em diversos biomas dentre eles a Caatinga, Mata atlântica, Cerrado, Amazônia e no Pantanal. Recentemente novos registros de ocorrência vêm sendo documentados no estado de Goiás.[2] É a menor espécie da família dos aligatores, o tamanho máximo para a espécie é em torno de 150 cm de comprimento total para machos e 120 cm para as fêmeas. Os jacarés-anões quando filhotes alimentam-se de invertebrados, e durante seu crescimento há mudança em seus hábitos alimentares, quando adultos se alimentam de peixes e invertebrados. Abriga-se em tocas durante no período da manhã e tarde . Põe ovos num ninho de terra que eclodem em meses, geralmente em 3 meses. A dieta do Paleosuchus Palpebrosus é basicamente constituída por invertebrados correspondendo a 79% do conteúdo estomacal. O mesmo, geralmente se alimenta de presas pequena.[3]

Os crocodilianos tendem a atingir sua maturidade sexual ainda quando filhotes, essa é uma das principais características que difere o crocodiliano de outras espécies, já que outras espécies de crocodilos tendem a amadurecer já na idade adulta. Há relação entre maturidade sexual, idade do indivíduo e o sexo, além disso, existe influência de muitos hormônios nesse processo . A determinação da sexualidade do animal ocorre pela interferência do calor , ou seja, em temperaturas mais altas, entre 32°C e 34° C, há nascimento de animais do sexo feminino, enquanto nas temperaturas mais baixas 28°C e 30°C, há um nascimento de animais do sexo masculino. Na diferençá de ambas temperaturas pode nascer fêmeas ou machos.[4]

Dieta[editar | editar código-fonte]

A dieta desses animais é bem ampla, possuem hábitos alimentares específicos dependendo da sua idade. Animais mais novos costumam se alimentar de animais invertebrados, enquanto animais mais velhos se alimentam de diversos outros animais, como mamíferos, serpentes, animais aquáticos e uma gama de vertebrados terrestres. Esses animais são considerados predadores oportunistas e podem se alimentar até mesmo de animais da mesma espécie. Os mesmos não possuem uma alimentação muito restrita, apesar de seus hábitos mudarem ao decorrer da vida.[5]

Habitat e Conservação[editar | editar código-fonte]

Paleosuchus palpebrosus é encontrado com abundância nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco. O mesmo faz parte das espécies de crocodilos neotropicais mais abundantes. Os jacaré-mirim geralmente possuem hábito solitário, dificilmente será encontrado pares. Quando há diversos tipos dessa espécie agregadas pode haver uma forte competição entre esses animais, denominada de interação intra-específica. Existem diversos fatores que podem alterar o habitat desses animais já que possuem distribuição geográfica vasta, como por exemplo:[6][2]

Tais ameaças tem proporções catastróficas para a conservação desses animais, como de qualquer outro. Grande parte de estudos populacionais dessa espécie são de dimensões locais, pela dificuldade em acessar os seus habitats e pelo seu comportamento críptico.[6]

A qualidade dos habitats e o grau de ameaças antrópicas refletem diretamente nas populações de P. Palpebrosus e podem indicar o estado de conservação da espécie. Porém, acredita-se que a espécie não tem sofrido redução populacional significativa no Brasil. Nos locais com maior ocorrência de P. palpebrosus existem unidades de conservação (UC), tanto federal e estadual, quanto particular e Terras Indígenas (TI).  As UC auxiliam na conservação desses animais, já que fora dessas áreas protegidas, próximo de vilas, cidades e estradas, a pressão de caça e fragmentação de habitats tem aumentado ao longo dos anos. Apesar da ampla distribuição geográfica no Brasil, Paleosuchus palpebrosus é uma das espécies de crocodilianos mais desconhecida para a ciência. A falta de informações populacionais, anatômicas, biológicas, limitam propostas e medidas para a conservação dessa espécie.[6]

O monitoramento da distribuição, abundância e avaliação da degradação dos seus habitats devem ser motivos de pesquisa no Brasil, em universidades de diversas partes do país, já que o estudo desses animais e de extrema importância para as graduações de Medicina Veterinária, Biologia e áreas afins. A avaliação dos efeitos da perda e modificação dos seus habitats, oriundas do desmatamento de áreas de floresta alagada e matas ripárias de pequenos igarapés e riachos para construção de estradas, usinas hidrelétricas e outros, são temas importantes para futuros estudos ecológicos e biológicos. É necessário a execução e elaboração de projetos de educação ambiental, e fiscalização nos riachos de cada estado. As universidades junto com o legislativo devem criar medidas que auxiliem na conservação desses animais, afim de proteger a fauna aquática e semi-aquática.[6]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

O surgimento dos crocodilianos a aproximadamente 199 milhões de anos, nascendo assim a atual ordem Crocodylia, a mesma também pertence à mesma subclasse dos dinossauros e das aves, a Archeossauria. O jacaré-mirim pertence à classe Repitilia, ordem Crocodylia, família Alligatoridae, gênero Paleosuchus e espécie Paleosuchus palpebrosus. O Paleosuchus Palpebrosus pertence ao reino animália, no qual e constituído por indivíduos heterotróficos, que diferente das plantas (reino plantae), não conseguem produzir seu próprio alimento.[2][6]

Dentro do reino animália, encontra-se diversos filos, como por exemplo: peixes, anfíbios, aves, répteis, etc. O P. Palpebrosus pertence ao filo dos répteis. Os répteis são animais que possuem respiração pulmonar e são coberto por escamas ou carapaça. Esses animais possuem baixa atividade metabólica. Essa característica e determinada pela ectotermia, a mesma auxilia esses animais, que por sua vez necessitam de pequenas quantidades de alimentos para preencher sua necessidade metabólica[7]

Evolução e aspectos da morfologia digestória[editar | editar código-fonte]

A evolução é algo surpreendente e enigmático, a mesma auxilia os seres vivos em diversas forma. O P. Palpebrosus também foi "afetado" pela evolução. Estudos mostram que a morfologia do sistema digestório desses animais foi se adaptando ao longo dos anos, de acordo com as suas necessidades alimentares. O trato gastrointestinal dos crocodilianos é composto pela boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e não apresentam ceco e a sua locomobilidade intestinal é dependente de fatores extrínsecos (se refere a algo exterior, que não faz parte da essência de alguma coisa) e intrínsecos (se refere a algo interior, que faz parte da essência de alguma coisa). É importante ressaltar que esses animais possuem grande facilidade desenvolver doenças do trato gastrointestinal, devido a diversos fatores de sua morfologia. [2][4]

Além disso, na boca desses animais possuem dentes com forma cilíndrica , tendo como principal função a apreensão do seu alimento e não para que ocorra o corte. Algo interessante é que não há mastigação, as presas maiores são dilaceradas através de movimentos laterais da mandíbula, com auxilio do maxilar, e giros corporais, já as presas menores são simplesmente engolidas.

Principais aspectos de órgãos do sistema digestório:

  • Língua: Plana e triangular, são fixadas no assoalho da cavidade da boca;
  • Esôfago: Órgão muscular em forma de tubo;
  • Estômago: É divido em duas câmaras, uma anterior que é mais espessa e a posterior apresenta uma parede mais fina. Possuem grandes quantidades de células secretoras;
  • Intestino delgado: Possui uma parede mais grossa no duodeno e com uma maior quantidade de rugosidades, o que proporciona  uma melhor taxa de absorção.

Outra coisa interessante que é importe ressaltar é que no Paleosuchus palpebrosus existe um sulco que demarca o final do intestino grosso para a cloaca.[4]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Paleosuchus significa “crocodilo antigo", uma vez que paleo tem origem no grego palaios (antigo) e suchus vem de soukhos (crocodilo). Os crocodilianos sofreram poucas alterações em sua morfologia, isso se dá pelo fato de que eles se adaptaram bem ao meio, desde sua origem até os dias atuais.  Além disso, os mesmos são caracterizados pelo grande porte, uma vida extensa e muito produtiva, apresentam longo tempo para maturidade e uma ampla distribuição geográfica. No Sexto Simpan, ocorrido em 2013, foi apresentados alguns aspectos reprodutivos desse animal, os estudos tinha como proposito caracterizar  as populações do crocodiliano, o estudo foi feita e um área sob efeito da mineração. Os estudos foram realizados na fazenda Santo Augusto no Mato Grosso do Sul. As fêmeas dessa espécie possuem um cuidado parental com seus ovos, ficando sempre atentas a qualquer movimento que os pesquisadores pudessem fazer.  Durante 8 anos de estudo foram encontrados vinte e quatro ninhos, na região das matas riparias dos riachos das pedras, Kacupê e Banda Alta. O número médio de ovos encontrados foram de 10,4± 2,16 (6 -13 ovos; N=11). Infelizmente, essa espécie ainda é pouco estudada, acarretando na falta de informações sobre os principais aspectos dessa população. [8][9]

Sustentabilidade e consciência ambiental[editar | editar código-fonte]

É mister a preservação desse animal, pois ele constitui um dos indivíduos que dá ao Brasil o título de país com umas das maiores biodiversidades do planeta, é de extrema importância cuidar e zelar dessa diversidade de animais e plantas distribuídos neste imenso território. É importante frisar que o Brasil possui a maior diversidade de crocodilianos do mundo. Apesar do Paleosuchus não se encontrar na zona de extinção, é necessário o cuidado com esse animal, como com qualquer outro. O estado juntamente com ONG´s devem estabelecer medidas que ajude a preservar a vida selvagem no território brasileiro. É necessário criar em cada indivíduo um sentimento de pertencimento ao meio ambiente, seja ele por meio de palestras, grupos de estudos-nas universidades de todo Brasil,afim de conhecer mais sobre sua anatomia e população- e até mesmo eventos de conscientização. O zoológico também pode ter um papel importante nesse aspecto, já que os animais podem procriar em cativeiro, mantendo assim a biodiversidade.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «'Paleosuchus palpebrosus'». Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas da UICN 2024 (em inglês). ISSN 2307-8235. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  2. a b c d ARIAS-BOTERO, ROBINSON (2007). «Padrões de movimento, uso de microhábitat e dieta do Jacaré-pagá, Paleosuchos Palpebrosus(Crocodilia:Alligatoridae), em uma floresta de paleovárzea ao sul do rio Solimões, Amazônia Central, BRASIL.» (PDF). INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. Consultado em 11 de novembro de 2019 
  3. ARIAS-BOTERO, ROBINSON (2007). «Padrões de movimento, uso de microhábitat e dieta do Jacaré-pagá, Paleosuchos Palpebrosus(Crocodilia:Alligatoridae), em uma floresta de paleovárzea ao sul do rio Solimões, Amazônia Central, BRASIL.» (PDF). INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. Consultado em 11 de novembro de 2019 
  4. a b c Silva, Matheus (2019). «ASPECTOS ANÁTOMO-RADIOGRÁFICOS E TEMPO DE TRÂNSITO GASTROINTESTINAL EM JACARÉ-ANÃO Paleosuchus palpebrosus (CUVIER, 1807) (CROCODYLIA,ALLIGATORIDAE)» (PDF). UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. Consultado em 10 de outubro de 2019 
  5. Silva, Matheus (2019). «ASPECTOS ANÁTOMO-RADIOGRÁFICOS E TEMPO DE TRÂNSITO GASTROINTESTINAL EM JACARÉ-ANÃO Paleosuchus palpebrosus (CUVIER, 1807) (CROCODYLIA,ALLIGATORIDAE)» (PDF). UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. Consultado em 10 de outubro de 2019 
  6. a b c d e Campos,Marion,Farias,Verdade,Bassetti,Coutinho, Mendonça,Vieira e Magnusson, Zilca , Boris, Izeni, Luciano, Luiz, Marcos, Sônia, Tiago e Willian (2013). «Avaliação do risco de extinção do jacaré-paguá Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) no Brasil». Seção: Avaliação do Estado de Conservação dos Crocodilianos. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  7. Rocha, Vrcibradic, Araújo, Carlos, Davor, Alexandre (2000). «Ecofisiologia de Répteis de Restingas Brasileiras». ECOLOGiA DE RESTlNGAS E LAGOAS COSTEIRAS. Consultado em 20 de novembro de 2019 
  8. Campos, Coutinho, Abercrombie., Zilca, Marcos,Clarence (2004). «Ecologia e status de conservação do jacaré-paguá nas montanhas do Amolar, Pantanal Sul.» (PDF). Comunicado Técnico. Consultado em 13 de Janeiro de 2020 
  9. Salis, Fernandes, Soriano, Cardoso, Suzana, Ana Helena, Balbina, Evaldo (2013). «6º Simpósio sobre Recursos Naturais e socioeconômicos do Pantanal e 1º Evento de Iniciação Científica do Pantanal: desafios e Soluções para o Pantanal» (PDF). EMBRAPA. Consultado em 10 de Janeiro de 2020 
  10. Jacobi, Pedro (2002). «Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade». SCIELO. Consultado em 23 de Janeiro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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