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Branca de Castela

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 Nota: Para a nobre esposada mas não casada com Pedro I de Portugal, veja Branca de Castela (1319–1375).
Branca de Castela
Branca de Castela
Rainha Consorte de França
Reinado 14 de julho de 12239 de novembro de 1226
Coroação 6 de agosto de 1223 na Catedral de Notre-Dame de Reims
Antecessor(a) Ingeborg da Dinamarca
Sucessor(a) Margarida da Provença
Rainha Regente da França
Período 9 de novembro de 1226
a 25 de abril de 1234
Monarca Luís IX
 
Nascimento 4 de março de 1188
  Palência, Castela e Leão, Espanha
Morte 27 de novembro de 1252 (64 anos)
  Paris, França
Sepultado em Abadia de Maubuisson, Val-d'Oise, França
Cônjuge Luís VIII de França
Descendência Luís IX de França
Roberto I de Artésia
Afonso III de Poitiers
Carlos I da Sicília
Isabel, Abadessa de Longchamp
Casa Anscáridas (por nascimento)
Capeto (por casamento)
Pai Afonso VIII de Castela
Mãe Leonor de Inglaterra
Religião Catolicismo

Branca de Castela (em espanhol: Blanca, em francês: Blanche; Palência, 4 de março de 1188Paris, 27 de novembro de 1252), foi rainha consorte da França como esposa de Luís VIII de França e depois regente do seu filho São Luís. Era filha do rei Afonso VIII de Castela e Leonor de Inglaterra, e portanto também neta dos monarcas Leonor da Aquitânia e Henrique II de Inglaterra.

Consorte de Luís VIII

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Depois de um longo conflito, Filipe II de França e João de Inglaterra pretendiam assinar um tratado de paz entre os seus dois países. Nos termos deste tratado, era suposto que a princesa Urraca ficasse noiva do príncipe Luís de França. Mas ao visitar as suas netas em Castela, Leonor da Aquitânia foi de opinião de que a personalidade de Branca era mais adequada para ser rainha da França, e assim foi esta quem acompanhou a avó na Primavera de 1200. Urraca casar-se-ia oito anos depois com o infante Afonso de Portugal.

Coroação de Luís VIII de França e Branca de Castela, iluminura de Jean Fouquet, Grandes Chroniques de France

Em 22 de maio de 1200, Filipe Augusto e João Sem Terra assinaram finalmente o tratado de Goulet. João cedeu à sua sobrinha os feudos de Issoudun e Gracay, juntamente com os de André de Chauvigny, senhor de Châteauroux, em Berry. O casamento foi celebrado no dia seguinte em Portmort, na margem direita do rio Sena, território de João, uma vez que os de Filipe estavam sobre um interdicto (sanção equivalente a uma excomunhão, aplicada a um território, com a proibição da celebração de ritos religiosos).

Branca começou a mostrar as suas qualidades de estadista em 1216, quando Luís reclamou a coroa inglesa para a sua esposa, invadindo a Inglaterra a pedido da nobreza inglesa, revoltada contra João Sem Terra. Mas o apoio dos rebeldes cessou com a morte de João, poucos meses depois. Aliados em torno de Henrique III de Inglaterra, filho do falecido rei, os ingleses uniram-se contra o agora invasor francês. Filipe Augusto não quis se envolver e Branca foi um importante apoio para Luís. Estabeleceu-se em Calais e organizou duas frotas e um exército sob o comando de Roberto de Courtenay, que acabariam por serem derrotados pelos ingleses.

Quando Filipe II de França morreu, Luís VIII sucedeu-o e foi coroado em 6 de agosto de 1223, juntamente com Branca, na catedral de Reims. A maioria dos monarcas capetianos enfrentou crises dinásticas ao ter dificuldades em gerar um herdeiro. Branca de Castela foi uma rainha particularmente bem-sucedida nesta questão, dando à luz mais de uma dezena de crianças. Ao educar os seus filhos nos mais rígidos princípios morais e religiosos, ganhou também a aprovação do clero.

Regente de Luís IX

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São Luís pintado por El Greco, Museu do Louvre

Após a morte de Luís VIII em 1226, Branca tornou-se regente em nome do filho Luís IX de França de doze anos de idade. Apesar da grande aceitação como rainha consorte, agora enfrentava a hostilidade da nobreza francesa, provavelmente devido a ser mulher e estrangeira, apoiada em outro estrangeiro, o cardeal Romano Frangipani de Santo-Ângelo, legado papal e preceptor do jovem rei. Mas, acima de tudo, os nobres desejavam aproveitar uma debilidade da autoridade real para retomar as prerrogativas políticas que um século de progresso do poder real lhes tinha retirado.

Branca só conseguiu dissolver esta coligação ao dividir os barões, impressionados pelos seus preparativos bélicos ou conquistados pela hábil diplomacia. Na conclusão do tratado de Meaux-Paris de 1229, conseguiu organizar a tomada dos capetianos sobre o Languedoc. No ano seguinte repeliu um ataque inglês e resistiu aos boatos de ligações ilícitas com o cardeal Frangipani e com Teobaldo IV de Champagne. Paralelamente, apoiou-se na obra reformadora de Bernardo de Claraval para fundar as abadias de Royaumont, em 1228, e de Maubuisson, em 1236.

São Luís reconheceu dever-lhe o seu reino, ele mesmo afetado pela personalidade imperiosa da mãe. Mesmo depois da maioridade em 1234, manteve a grande influência política de Branca. Foi a ela que confiou mais uma vez a regência durante a Sétima Cruzada ao Egito, projeto a que a castelhana se opunha. Na campanha desastrosa que se seguiu, ela manteve a paz, simultaneamente retirando homens e dinheiro do reino para auxiliar o seu filho no Oriente.

A rainha mãe soube triunfar sobre as coligações formadas contra a sua pessoa e contra a monarquia pelos grandes vassalos, governando com inteligência, e pôs fim ao conflito contra os cátaros. Foi celebrada pela sua beleza tanto quanto pela sagacidade, inspirando uma arrebatada paixão ao conde Teobaldo IV de Champagne, que a apoiou politicamente e a cantou na sua poesia. Branca de Castela também pode ter sido compositora: a ela é atribuído Amours ou trop tard me suis pris.[1]

No final da sua vida retirou-se em Melun, onde morreu em 27 de novembro de 1252. Os casamentos dinásticos de sua vasta prole e de seus descendentes fizeram com que Branca de Castela se tornasse ancestral de praticamente todas as casas reais europeias em menos de cem anos após sua morte.

Descendência

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Estátua de 1848 por Auguste Dumont no Jardim de Luxemburgo, em Paris.

Da união de Branca de Castela com Luís VIII nasceram:

Referências

  1. BNF. «Amours ou trop tard me suis pris (mélodie).». data.bnf.fr  Blanche de Castille (reine de France, 1188-1252).
  • «Geneologia dos capetianos» (em francês) 
  • «Reis da dinastia capetiana de França» (em inglês) 
  • Blanche de Castille, Philippe Delorme, Histoire des Reines de France, Ed. Pygmalion, 2002
  • Histoire de Blanche de Castille, reine de France, Bibliothèque des écoles francaises d’Athènes et de Rome, vol. lxx. (Paris, 1895)
  • Vie de Saint Louis, Louis-Sébastien Le Nain de Tillemont, ed. J de Gaulle, Société de l'histoire de France (6 vols., 1847-1851)
  • Nouvelles recherches sur les mteurs de la reine Blanche et de Thibaud, Paulin Paris, Cabinet historique (1858).
  • Blanca De Castilla: La Gran Reina de la Europa Medieval, Régine Pernoud, Belacqua, ISBN 84-95894-18-1
  • Dictionnaire universel d'histoire et de géographie, Bouillet e Chassang
  • Encyclopædia Britannica de 1911


Precedida por
Ingeborg da Dinamarca
Armas da dinastia capetiana
Rainha de França

1223 - 1226
Sucedida por
Margarida de Provença
Precedida por
Luís VIII de França
(como rei)
Armas da dinastia capetiana
Regente de França

1226 - 1234
Sucedida por
Luís IX de França
(como rei)

Ligações externas

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