Saltar para o conteúdo

Titã (satélite)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Clima de Titã)
Titã
Satélite Saturno VI

Titã em cor natural, fotografada pela Cassini–Huygens
Características orbitais[1]
Semieixo maior 1 221 870 km
Periastro 1 186 680 km
Apoastro 1 257 060 km
Excentricidade 0,0288
Período orbital 15,945 d
Velocidade orbital média 5,57 km/s
Inclinação 0,348 54 °
Características físicas[2][3][4][5][6]
Diâmetro equatorial 5 151 km
Área da superfície 8,3 × 107 km²
Volume 7,16 × 1010 km³
Massa (1,3452 ± 0.0002) × 1023 kg
Densidade média 1,8798 ± 0,0044 g/cm³
Gravidade superficial 1,352 m/s2
Período de rotação Síncrono
Velocidade de escape 2,639 km/s
Inclinação axial Zero
Albedo 0,22
Temperatura média: −149[7] ºC
Magnitude aparente 8,2 a 9
Composição da atmosfera[8]
Pressão atmosférica 146,7 kPa
Composição Variável
Estratosfera:
98,4% nitrogênio (N2)
1,4% metano (CH4)
0,2% hidrogênio (H2)
Troposfera inferior:
95% nitrogênio (N2)
4,9% metano (CH4)
 Nota: Não confundir com Titânia (satélite). Para outros significados veja Titã (desambiguação).

Titã[9] é o maior satélite natural de Saturno e o segundo maior de todo o Sistema Solar, atrás apenas de Ganímedes de Júpiter. É o único satélite que possui uma atmosfera densa e o único objeto estelar além da Terra onde já foram encontradas evidências concretas da existência de corpos líquidos estáveis na superfície. Ele foi descoberto em 1655 pelo astrônomo Christiaan Huygens, o primeiro satélite natural de Saturno descoberto e o sexto do Sistema Solar.[10]

Titã é o sexto satélite elipsoidal a partir de Saturno, orbitando seu planeta a uma distância de 1,2 milhão de quilômetros. Ele é formado principalmente de gelo e materiais rochosos.[11] Sua atmosfera densa e opaca impediu maior compreensão de sua superfície até a chegada da sonda Cassini–Huygens em 2004.[12] Desde então vários dados já foram descobertos, incluindo a existência de lagos de hidrocarbonetos líquidos nos polos. O satélite tem uma superfície geologicamente jovem com poucas crateras de impacto, porém já foram encontradas várias montanhas e possivelmente criovulcões.[13]

A atmosfera de Titã é composta principalmente de nitrogênio, com componentes menores tendo levado à criação de nuvens de metano e etano, além de névoas orgânicas ricas em nitrogênio. O clima inclui ventos e chuva, criando uma superfície similar a da Terra com a presença de dunas, rios, lagos, oceanos (provavelmente de metano e etano líquidos) e deltas, sendo dominada por padrões climáticos sazonais.[14] Os líquidos de sua superfície junto a enorme abundância de nitrogênio na atmosfera criam um ciclo de metano análogo ao ciclo hidrológico da Terra.[15][16][17]

Christiaan Huygens, o descobridor de Titã

Titã foi descoberto em 25 de março de 1655 pelo astrônomo holandês Christiaan Huygens.[18][19] Este foi inspirado pela descoberta de Galileu Galilei dos quatro maiores satélites de Júpiter em 1610 e por seus próprios melhoramentos na tecnologia de telescópios. Huygens, com o auxílio de seu irmão mais velho Constantijn Huygens Jr., começou a construir telescópios por volta de 1650 e descobriu Titã acidentalmente enquanto observava os anéis de Saturno.[20]

Ele nomeou sua descoberta simplesmente como Saturni Luna (latim para "Lua de Saturno"), publicando no mesmo ano um tratado chamado De Saturni Luna Observatio Nova ("Uma Nova Observação da Lua de Saturno"). Giovanni Domenico Cassini publicou sua descoberta de mais quatro satélites saturnianos entre 1673 e 1686, com os astrônomos depois disso pegando o hábito de chamar esses satélites como Saturno I ao V, com Titã sendo o número quatro.[21] Ele foi redesignado e fixado como Saturno VI em 1789 depois de novas descobertas terem alterado a ordem estabelecida até então.[22] O nome Titã, junto com os nomes de todos os outros sete satélites de Saturno conhecidos até então, foram dados em 1847 por sir John Herschel.[23] Ele sugeriu que os nomes fossem tirados dos Titãs da mitologia grega, irmãos do deus Cronos, o equivalente grego de Saturno.[21][24]

Geologia planetária

[editar | editar código-fonte]

Titã é maior que um dos planetas principais do Sistema Solar: Mercúrio, apesar de ser menos massivo que o mesmo.[25] Pensava-se que era o maior satélite natural do sistema solar até recentemente, mas descobriu-se, em observações mais recentes, que a atmosfera densa reflete uma grande quantidade de luz, o que levou a que se pensasse que seria maior.[26][27]

Titã tem várias semelhanças com as grandes luas de Júpiter (Ganímedes e Calisto) e de Neptuno (Tritão), e é metade gelo (em sua maioria, de água) e metade matéria rochosa.[13][28] Presumivelmente, possui várias camadas com um núcleo rochoso de 3 400 km rodeado por várias camadas de diferentes formas de cristais de gelo.[11][29] Mas ao que tudo indica, o interior da lua pode ainda ser quente. Apesar de semelhante em composição com Reia e com o resto das luas de Saturno, é mais denso devido à compressão gravitacional.

Topografia geral

[editar | editar código-fonte]

A superfície de Titã mostra grandes regiões claras e terreno escuro, incluindo uma grande área com um grau de reflexão razoável do tamanho da Austrália. Denominou-se esta área como Xanadu, e foi identificada a partir de imagens de infravermelhos do Telescópio Espacial Hubble e da sonda Cassini.[26] Existem em Titã outras áreas semelhantes a Xanadu e especulava-se que seriam mares de metano ou etano, mas as observações da Cassini indicam que não. A Cassini tem tirado fotografias de alta-resolução de todas estas áreas, e encontrou marcas lineares enigmáticas, que alguns cientistas sugerem que indicam actividade tectónica.[30]

De forma a entender melhor as características da superfície de Titã, a sonda Cassini tem usado radares altimétricos e abertura sintética para cartografar parte da superfície durante os encontros com esta lua. As primeiras imagens revelaram uma geologia diversa e complexa com áreas escarpadas e outras planas. Existem características que parecem ter origem vulcânica, que devem libertar água misturada com amónia.[31] Apresenta ainda zonas raiadas que parecem ser causadas por partículas levadas pelo vento. As poucas crateras de impacto aparentam enchimento, provavelmente com chuva de hidrocarbonetos.[32] A área já cartografada parece ser levemente plana com nenhuma variação de altura maior que 50 metros; contudo, o radar altimétrico apenas cobriu parte da região polar norte.

Nas imagens tiradas a partir da superfície pela sonda Huygens, notam-se evidências de erosão na base das rochas, indicando possível actividade fluvial. A superfície é mais escura do que o que se previa, consistindo numa mistura de gelo de água e hidrocarbonetos. Acredita-se que o "solo" visível nas imagens é precipitação do nevoeiro de hidrocarbonetos acima.

O "H de Titã"

Outras das descobertas da sonda refere-se a regiões com material claro cortadas por alinhamentos escuros dentro do terreno escuro.

O "H de Titã" é uma zona composta pelas regiões de Fensal (parte norte) e Aztlan (parte sul). Pensa-se que estas formações de terrenos sejam áreas altas de gelo de água, rodeadas por terreno raso que é preenchido com material escuro proveniente da atmosfera.

Fensal está sobrecarregada de pequenas "ilhas" com tamanhos que variam entre os 5 e os 40 quilómetros de diâmetro. A parte oeste de Fensal é dominada por várias ilhas, algumas grandes como Bazaruto Facula, área que contém no centro uma cratera escura bastante grande. As pequenas ilhas de Fensal são dispersas e circulares, apesar de muitas terem a aparência de ter uma orientação leste-oeste. Por outro lado, Aztlan aparece quase desprovido de pequenas ilhas, mas com três grandes ilhas na zona ocidental. A maior das quais é Sotra Facula que mede 240 por 120 quilómetros de diâmetro.

Há muito que se acredita na existência de lagos e mares de metano e etano em Titã. Contudo, mesmo que muitos aspectos da superfície possam ser explicados como sendo produtos de líquidos, não existiam provas conclusivas para determinar a existência de líquidos na superfície.

Quando a sonda Cassini chegou ao sistema saturniano, esperava-se que lagos ou oceanos de hidrocarbonetos pudessem ser detectados por luz do sol reflectida da superfície. Medições de radar recentes a partir da Terra sugeriam não existir nenhum grande oceano de etano em Titã, mas podia ser que ainda existissem pequenos lagos.[33]

Os achados da Huygens a 14 de Janeiro de 2005 não mostraram nenhuma área com líquidos, apesar de haver uma indicação muito forte disso no passado recente. As imagens da Huygens mostram pequenos montes atravessados por canais escuros de drenagem. Os canais dirigem-se para uma região larga, plana e escura. Pensava-se inicialmente que a região escura fosse um lago de fluidos. Todavia, tornou-se claro que a Huygens pousou na região escura e sólida.

Não foi encontrada nenhuma prova imediata da existência de líquidos no local de pouso da Huygens. A superfície foi imediatamente estudada quando a sonda pousou e verificou-se que o local era semelhante a areia solta ou argila molhada; isto é, uma crosta dura que cobre um material pegajoso. Contudo, análises subsequentes dos dados sugeriram que estes dados foram obtidos porque a sonda ao cair deslocou um seixo grande, e que o terreno seria melhor descrito como uma forma de areia feita por grãos de gelo. As imagens tiradas depois do pouso mostram um terreno plano coberto por seixos. Estes seixos, que podem ser constituídos por gelo de água, são algo redondos, o que indica a acção de fluidos.

Uma intrigante marca escura que pode ser o local de um lago presente ou antigo de hidrocarbonetos líquidos

Hipoteticamente, a Huygens pode ter pousado durante uma estação seca em Titã, e que os períodos de chuva de metano no passado recente podem ter formado lagos que subsequentemente evaporaram. O tempo desses intervalos de períodos de chuva são desconhecidos, e os cientistas relembram que a Huygens pousou apenas num pequeno local numa lua do tamanho de um planeta, o que é insuficiente para avaliar todo o globo.

Mas uma história diferente foi revelada pela sexta passagem de radar feita pela Cassini em Titã, em 22 de julho de 2006.[34][28] O grupo liderado por Ellen Stofan, do University College de Londres, anunciou os detalhes da descoberta. O radar fez o mapeamento de uma pequena região nos arredores do pólo norte de Titã. Naquela área, eles encontraram mais de 75 lagos, alguns deles tão grandes quanto o Mar Morto, na Terra, com mais de 70 quilômetros de extensão. A diferença, claro, é que os corpos líquidos na superfície terrestre são compostos de água. Em Titã, que fica muito mais longe do Sol e é muito mais frio, a água existe apenas em forma congelada e se apresenta como rocha sólida. O que é líquido por lá é o metano, um composto orgânico relativamente simples que, aqui na Terra, é conhecido por ser o resultado do metabolismo de formas de vida. Ao que parece, e contrariando o que antes imaginavam os cientistas, a umidade do ar só atinge um nível que permite a permanência de corpos líquidos em Titã perto dos pólos, daí a dificuldade inicial em localizar os lagos. Os pesquisadores esperam que existam mudanças sazonais ao longo do ano, e que lá, em razão da grande órbita de Saturno ao redor do Sol, deve durar o equivalente a cerca de 29 anos terrestres.[35] Por isso, a equipe quer continuar observando as mesmas regiões ao longo do tempo, para ver se os lagos no pólo norte começam a secar e outros no pólo sul começam a aparecer. Na verdade, há evidência de lagos secos no pólo norte, então não é nada improvável que isso aconteça.

A confirmação

Imagem de reflexão proveniente do Jingpo Lacus, no norte de Titã.

A sonda Cassini da NASA capturou em 2009 o primeiro raio de luz solar refletido em um lago do satélite de Saturno, Titã confirmando com isso a presença de líquido na parte do satélite que é coberta por muitas bacias que possuem a forma de lagos gigantescos.[35] Os cientistas da Cassini estavam procurando por esse brilho, também conhecido como reflexão especular, desde que a sonda começou a orbitar Saturno em 2004. Mas o hemisfério norte de Titã, que possui a maior parte dos lagos, estava sempre mergulhado na escuridão do inverno. O Sol só começou a iluminar diretamente os lagos do norte recentemente com a aproximação do equinócio de Agosto de 2009, quando se inicia a primavera no hemisfério norte do satélite. A atmosfera muito nebulosa do satélite também contribuía para bloquear os reflexos solares na maior parte dos comprimentos de onda. A imagem foi capturada em 8 de julho de 2009, usando o espectrômetro visual e infravermelho a bordo da Cassini. A imagem foi apresentada no dia 18 de dezembro no encontro de inverno da União Geofísica Americana em São Francisco. “Essa é uma imagem que nos diz muito sobre Titã – espessa atmosfera, lagos na superfície e outras características semelhantes ao planeta Terra”, disse Bob Pappalardo, cientista do projeto Cassini, localizado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena na Califórnia. “É uma estranha combinação de fatores e de semelhanças com a Terra. Essa pode ser considerada uma das principais imagens já feitas pela Cassini”. Em 2008, os cientistas da Cassini usaram os dados infravermelhos para confirmar a presença de líquido no Lago Ontário, o maior lago de Titã localizado no seu hemisfério sul. Mas eles ainda estavam procurando por evidências para confirmar a presença de líquido no hemisfério norte onde os lagos são maiores.[36][37]

Os dados analisados de agosto de 2014, quando a Cassini observou Kraken Mare, o maior mar do norte da lua, em comprimentos de onda de radar e infravermelho. As imagens de radar mostraram uma "ilha mágica", e os infravermelhos mostraram um pico em brilho no mesmo ponto.[38] Os dados sugerem que a cintilação pode ser o brilho da luz do sol refletindo diretamente das ondas gigantes no lago. Simulações da atmosfera de Titã sugerem que essas ondas poderiam ser elevadas por ventos tão lentos quanto 0,5 metros por segundo, o que mal movimentaria um cata-vento na Terra.[39][40]

Vulcões gelados

[editar | editar código-fonte]
Criovulcões em Titã em cores falsas, observado pela sonda Cassini

Durante a aproximação a Titã pela Cassini a 26 de outubro de 2004, observou-se uma superfície global lisa com poucas crateras de impacto.[41] Isto sugere que a lua tem uma superfície que se renova constantemente. As imagens da Cassini revelaram uma área vasta escura chamada Ganesa Macula que é uma estrutura com 180 km que se assemelha às abobadas de chapas vulcânicas observadas em Vénus pela sonda Magellan.[29]

Estes vulcões funcionam a baixas temperaturas, pelo que se denominam criovulcões. Foi possível obter imagens que sugerem criovulcões activos. A detecção de Árgon 40 na atmosfera indica que os vulcões lançam plumas de água e amónia. A evidência de actividade vulcânica da última missão da Cassini sugere que as temperaturas são provavelmente mais altas nos viveiros de criovulcões.[42]

Dado que a existência de lagos em Titã permanece por confirmar, alguns cientistas acreditam que as características escuras na lua são causados por criovulcanismo que por fluidos à superfície.[43][44]

Atmosfera e clima

[editar | editar código-fonte]
Imagem da atmosfera de Titã com o polo sul do planeta Saturno ao fundo

Titã é a única lua do sistema solar com uma atmosfera completamente desenvolvida que consiste em bem mais que vestígios de gases. A presença de uma atmosfera foi primeiro vista por Gerard Kuiper em 1944. Desde então, as observações das sondas Voyager mostraram que a atmosfera titânica é mais densa que a da Terra, com uma pressão à superfície de uma vez e meia a do nosso planeta e suporta uma camada de nuvens opacas que ocultam aspectos da superfície de Titã.[45][46]

A atmosfera é composta por 95% de Azoto, a atmosfera mais densa e rica em azoto do sistema solar, a par da Terra - com vestígios significativos de vários hidrocarbonetos (incluindo metano, etano, diacetileno, metilacetileno, cianoacetileno, acetileno, propano, além de dióxido de carbono, monóxido de carbono, cianogênio, cianeto de hidrogênio e hélio).[38] Ela apresenta química atmosférica rica e morfologia dinâmica da superfície, que é impulsionada por chuvas sazonais e ciclagem predominantemente de metano e etano.[14]

Titã não tem um campo magnético e, por vezes, orbita à volta da magnetosfera de Saturno, expondo-a directamente ao vento solar.[47] Isto pode ionizar e levar algumas moléculas do topo da atmosfera para o espaço. A alta densidade da atmosfera deve-se essencialmente à baixa temperatura, já que as colisões entre as moléculas dos gases não são suficientes para as acelerar até à velocidade de escape. E o calor gerado dentro do planeta pode lançar material para a atmosfera através dos criovulcões, tornando assim a atmosfera mais espessa.[48]

Animação de um intervalo de duas horas que mostra nuvens no pólo sul de Titã

Pensa-se que os hidrocarbonetos na alta atmosfera de Titã e em reacções resultem da quebra do metano pela luz ultravioleta do Sol, produzindo uma camada opaca de neblina. Esta neblina impediu que as primeiras sondas que observaram Titã pudessem ver a superfície, estimulando cientistas e curiosos.

Nuvens variadas dispersas pontuam numa neblina quase completa na atmosfera de Titã. Essas nuvens são provavelmente compostas de metano, etano e outros compostos orgânicos simples. Outros compostos químicos mais complexos em pequena quantidade produzem a cor alaranjada que é visível do espaço.

A atmosfera muito espessa bloqueia a luz do sol, que demora 8 dias terrestres até atravessar o céu de Titã. A sonda Huygens não conseguiu detectar a posição do sol durante a sua descida, e apesar de ser capaz de tirar imagens da superfície, os cientistas dizem que o processo foi como fotografar asfalto em poeira. Logo, é improvável que Saturno seja visível a partir da superfície de Titã.

A Cassini também detectou nuvens altas no pólo Sul de Titã, mas que não aparentam ser de metano, como seria esperado. A descoberta tem surpreendido os cientistas, e estão a decorrer estudos para determinar a composição das nuvens e decidir se a atmosfera de Titã precisa de ser reavaliada. A Cassini indicou que Titã, tal como Vénus, é um "super rodador", ou seja, a atmosfera roda à volta do eixo da lua mais rápido que a superfície. Ao invés da Terra, onde a atmosfera é mais lenta. A velocidade de rotação no equador é cerca de 1 670 km/hora.

Ciclo do metano

[editar | editar código-fonte]

O metano nas temperaturas comuns de Titã encontra-se no estado gasoso, mas a atmosfera de Titã destrói gradualmente o metano que vai para a atmosfera superior num processo conhecido como o ciclo do metano. Contudo, os compostos mais complexos de carbono, formados a partir de metano são líquidos a essas temperaturas. Estes compostos caem sob a forma de chuva e formam lagos com alguns metros de profundidade, talvez cobertos por blocos de gelo de amoníaco.[49] Os lagos aparentemente evaporam-se, mas nenhum processo químico ou físico nas condições de Titã permite a nova transformação destes compostos novamente em metano. A maior parte do metano deve ter origem na superfície ou através de criovulcões que alimentam novamente a atmosfera e que depois condensam-se voltando a cair em forma de chuva de metano, completando o ciclo. A Huygens também indicou que periodicamente chove metano líquido e outros compostos orgânicos na superfície.

Este provável ciclo do metano em Titã, em parte, assemelha-se ao ciclo da água na Terra.[50] Apesar disso, Titã é um mundo impróprio para ser visitado já que o metano é mortal para o homem e a temperatura é extremamente baixa.

As estações do ano

[editar | editar código-fonte]

Na superfície, a temperatura de Titã é de cerca de -149 °C. Nesta temperatura o gelo de água não sublima, criando uma atmosfera com praticamente nenhum vapor de água.[51]

As temperaturas variam pouco do equador para os pólos e do dia para a noite, onde a temperatura raramente deverá chegar aos -50 °C ao meio-dia. Tal como a Terra, Titã tem estações do ano, e cada estação do ano equivale a sete anos completos na Terra, já que Saturno demora quase 30 anos a dar uma volta ao Sol.[52] A observação de tempestades na região sul do pólo sul de Titã em Junho de 2005, onde é verão no hemisfério sul, levou a especular que uma área escura poderia ser um reservatório de chuvas de metano em Titã.

Vida em Titã

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Colonização de Titã

Os espectógrafos da Voyager 1 deram a conhecer a existência de moléculas orgânicas, e em particular de hidrocarbonetos já complexos de metano, que já tinham sido detectados a partir da Terra, mas também de acetileno e outros compostos num mundo que se revelou interessante para os exobiologos.[53] Foi também descoberto ácido cianídrico (HCN), uma molécula um tanto simples composta por três átomos, mas que são as bases azotadas do DNA, o código com que se "escreve" a vida e detectado traços de cianeto de vinil na atmosfera de nitrogênio da lua. O cianeto de vinilo é particularmente bom na formação das estruturas estáveis flexíveis necessárias para construir uma membrana celular.[7]

Como existe metano e monóxido de carbono em quantidade suficiente e Titã está suficientemente próximo do Sol, o satélite pode ser afectado pela luz ultravioleta. As radiações mais fortes do Sol, na alta atmosfera de Titã, leva a que as moléculas do Metano (CH4) formem moléculas mais complexas. Os hidrocarbonetos mais pesados aglomeram-se e produzem as opacas camadas de aerossol alaranjado com 200 km de altura, até serem demasiado pesados e, assim, descem à superfície.[54] Lentamente e durante a história desta lua, uma contínua camada orgânica foi cobrindo toda a superfície até, pelo menos, centenas de quilómetros. Devido a isto, Titã tem semelhanças com a Terra primordial. Titã tem sido visto como uma Terra primitiva no congelador, com o embrião da vida congelado.[55]

A existência de criovulcanismo em Titã tem importantes implicações na exobiologia, já que expõe os orgânicos da superfície à água líquida. A química aquosa permite que os hidrocarbonetos formem espécies pré-bióticas mais evoluídas e oxidadas, tais como aminoácidos. Num modelo feito, e como uma abóbada de apenas 1 km de altura levaria 5 x 10³ anos a se congelar com lava feita inteiramente de água líquida, e levaria até 12 x 10³ anos caso fosse de amónia desidratada, permitindo a que a química pré-biótica evolua bem mais do que foi experimentado em laboratórios na Terra.[56]

Assim, Titã tal como a lua Europa e o planeta Marte, está no topo da lista dos corpos celestes onde se pode encontrar formas de vida primitiva.[57][58] Daqui a 5 bilhões de anos quando o Sol ampliar 50 vezes o seu tamanho, Titã vai receber a mesma quantidade de energia solar que a Terra recebe hoje. Hipoteticamente e por um curto período de tempo, o satélite poderia tornar-se num mundo oceânico onde a vida prospera.[59]

Especialistas em busca de indicações de vida em Titã para pensar em tipos eletivos de membranas celulares que podem suportar esses limites. Uma dessas estruturas eletivas é chamada de "azotossoma", proveniente do francês azote ("nitrogênio") e do grego clássico σῶμα (sôma, "corpo"), um "corpo de nitrogênio", formado por analogia com lipossomo.[60] Foi proposto que o azotossoma é formado a partir do composto orgânico acrilonitrila.[61][62]

Utilizando cálculos mecânicos quânticos, cientistas compararam a energia da membrana proposta do azotossoma inserida no metano com a da forma cristalina molecular do acrilonitrila. Eles descobriram que cada componente adicionado ao azotossoma expandia sua vitalidade por completo, tornando sua formação progressivamente menos provável termodinamicamente. Eles terminam subsequentemente que, embora os azotossomas pudessem sobreviver em Titã, eles não se auto-montavam nessas condições.[63] Em vez disso, o acrilonitrila tomaria forma em seu gelo molecular.[64][65][66][67][68][69]

História de observação e exploração

[editar | editar código-fonte]
Titã e Saturno

A 25 de Março de 1655, o astrónomo holandês Christiaan Huygens decide apontar um dos seus novos telescópios para Saturno, com intenção de estudar os anéis. Estes telescópios eram de qualidade superior ao usado por Galileu Galilei na descoberta das grandes luas de Júpiter, as chamadas Luas de Galileu. Huygens ficou surpreso em ver que para além dos anéis, Saturno tinha uma grande lua.[70][71]

Titã mostra-se nos céus da Terra uma magnitude entre +7,9 e +8,7, com um disco de 0,8'' de diâmetro e pode ser observado com pequenos telescópios (de diâmetros maiores que 5 cm) ou binóculos potentes.

No ano de 1944, Gerard Kuiper detectou metano no espectro de Titã, evidenciando que tinha atmosfera. Consequentemente, esta lua despertou especial interesse entre os astrónomos, e observações por radares, telescópios e modelos de laboratório mostraram diferentes hipóteses do que seria Titã.[72]

De passagem por Saturno, a Pioneer 11 inaugurou assim os estudos feitos por sondas espaciais em 1979 e confirma a existência de uma atmosfera bastante densa.[73] A 12 de Novembro do ano seguinte chega a sonda Voyager 1 que passa propositadamente a 7 mil km de Titã, de forma a olhar mais de perto. A combinação dos dados obtidos pela Voyager 1 revelaram que Titã teria uma atmosfera semelhante à da Terra primitiva, rica em azoto, árgon, metano e hidrogénio, numa pressão de 1,5 bar, o que implicava que havia dez vezes mais gás na superfície de Titã do que na Terra, mesmo com uma gravidade muito mais fraca (14% a da Terra). As imagens da Voyager 1 não mostraram características da superfície.[74]

Em 1981, a Voyager 2 atinge Titã, mas faz apenas uma visita ao longe, prosseguindo sua viagem para Urano e Neptuno. Todas as imagens obtidas mostraram um mundo envolto em neblina o que tornava a superfície invisível.[75] Carl Sagan demonstrou que Titã poderia ter moléculas orgânicas, incluindo constituintes de proteínas (como os aminoácidos). Devido a estes dois motivos, é criada a missão da sonda Cassini-Huygens (da NASA e ESA), um esforço conjunto entre norte-americanos e europeus para estudar Titã e o resto do sistema saturniano. Depois de quase sete anos de viagem, a sonda chega a Saturno no dia 1 de Julho de 2004, e começa por cartografar a superfície por radar. A Cassini sobrevoou Titã a 26 de Outubro do mesmo ano e tirou imagens de alta-resolução a apenas 1,2 mil km do satélite, discernindo bocados de claridade e escuridão que seriam visíveis ao olho humano. O módulo de Exploração Huygens (da ESA), que se destinava inteiramente ao estudo da atmosfera e superfície de Titã, desceu por entre a neblina e pousou na superfície a 14 de Janeiro de 2005; as imagens mostraram uma superfície alienígena e adversa, moldada por fluidos líquidos, mas a presença de líquidos nas imagens não foram confirmados.[76][77]

Não existem planos ou estudos para missões tripuladas por seres humanos a Titã, ou a colonização deste mundo, pelo menos fora da ficção científica. O que não surpreende, dado o nosso conhecimento muito limitado de Titã. Aparentemente a superfície de Titã é muito jovem e activa, e contém bastante gelo de água e talvez oceanos e canais de compostos orgânicos líquidos.[78]

Referências

  1. «HORIZONS Web-Interface». Solar System Dynamics. Jet Propulsion Laboratory. Consultado em 8 de janeiro de 2017 
  2. Jacobson, R. A.; Antreasian, P. G.; Bordi, J. J.; Criddle, K. E.; Ionasescu, R.; Jones, J. B.; Mackenzie, R. A.; Meek, M. C.; Parcher, D.; Pelletier, F. J.; Owen, Jr., W. M.; Roth, D. C.; Roundhill, I. M.; Stauch, J. R. (dezembro de 2006). «The Gravity Field of the Saturnian System from Satellite Observations and Spacecraft Tracking Data». The Astronomical Journal. 132 (6): 2520–2526. doi:10.1086/508812 
  3. Iess, L.; Rappaport, N. J.; Jacobson, R. A.; Racioppa, P.; Stevenson, D. J.; Tortora, P.; Armstrong, J. W.; Asmar, S. W. (12 de março de 2010). «Gravity Field, Shape, and Moment of Inertia of Titan». Science. 327 (5971): 1367–1369. doi:10.1126/science.1182583 
  4. Williams, D. R. (22 de fevereiro de 2011). «Saturnian Satellite Fact Sheet». NASA. Consultado em 8 de janeiro de 2017 
  5. Mitri, G.; Showman, Adam P.; Lunine, Jonathan I.; Lorenz, Ralph D. (2007). «Hydrocarbon Lakes on Titan» (PDF). Icarus. 186 (2): 385–394. doi:10.1016/j.icarus.2006.09.004 
  6. «Classic Satellites of the Solar System». Observatorio ARVAL. Consultado em 8 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 25 de agosto de 2011 
  7. a b Building blocks of alien cells found on Saturn’s largest moon por Leah Crane (2017)
  8. Niemann, H. B.; et al. (2005). «The abundances of constituents of Titan's atmosphere from the GCMS instrument on the Huygens probe». Nature. 438 (7069): 779–784. PMID 16319830. doi:10.1038/nature04122 
  9. Infopédia. «Titã | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 3 de maio de 2023 
  10. Overbye, Dennis (3 de dezembro de 2019). «Go Ahead, Take a Spin on Titan». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  11. a b Moore, Jeffrey M.; Pappalardo, Robert T. (1 de abril de 2011). «Titan: An exogenic world?». doi:10.1016/j.icarus.2011.01.019. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  12. https://jpl.nasa.gov. «Cassini-Huygens - Saturn Missions - NASA Jet Propulsion Laboratory». NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL) (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  13. a b «River networks on Titan point to a puzzling geologic history». MIT News | Massachusetts Institute of Technology (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  14. a b «A new contribution to the ongoing search into the possibility of life on Titan». Tech Explorist (em inglês). 2 de março de 2020. Consultado em 2 de março de 2020 
  15. Staff, Space com (13 de fevereiro de 2008). «Titan Has More Oil Than Earth». Space.com (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  16. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 12 de abril de 2020. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de abril de 2020 
  17. «Cassini Equinox Mission: The Way the Wind Blows on Titan». web.archive.org. 27 de abril de 2009. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 27 de abril de 2009 
  18. «APOD: 2005 March 25 - Huygens Discovers Luna Saturni». web.archive.org. 27 de março de 2005. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 27 de março de 2005 
  19. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 22 de fevereiro de 2005. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 22 de fevereiro de 2005 
  20. «Christiaan Huygens: Discoverer of Titan». Agência Espacial Europeia. Consultado em 23 de janeiro de 2017 
  21. a b «Planetary Names: Planet and Satellite Names and Discoverers». planetarynames.wr.usgs.gov. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  22. Williams, Matt (18 de fevereiro de 2016). «Saturn's Moon Titan». Universe Today. Consultado em 23 de janeiro de 2017 
  23. Lassell, W. (12 de novembro de 1847). «Observations of Mimas, the closest and most interior satellite of Saturn». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 8 (42): 42–43 
  24. «Titan». Planetas.org.uk. Consultado em 23 de janeiro de 2017 
  25. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 12 de fevereiro de 2020. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de fevereiro de 2020 
  26. a b «Cassini Reveals Titan's Xanadu Region To Be An Earth-Like Land». ScienceDaily (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  27. Shekhtman, Svetlana (20 de outubro de 2020). «'Weird' Molecule Discovered in Titan's Atmosphere». NASA. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  28. a b Perkins, Sid (28 de junho de 2012). «Tides turn on Titan». Nature (em inglês). ISSN 1476-4687. doi:10.1038/nature.2012.10917. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  29. a b Battersby, Stephen. «Titan's complex and strange world revealed». New Scientist (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  30. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 25 de julho de 2011. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 25 de julho de 2011 
  31. «Titan: Where's the Wet Stuff? :: Saturn Astrobiology Magazine :: Search for Life in the Universe». web.archive.org. 3 de novembro de 2006. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 3 de novembro de 2006 
  32. Dermott, Stanley F.; Sagan, Carl (1 de março de 1995). «Tidal effects of disconnected hydrocarbon seas on Titan». Nature: 238–240. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/374238a0. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  33. «Chuva de hidrocarbonetos na misteriosa lua de Saturno». UOL. Consultado em 17 de janeiro de 2017 
  34. «G1 > Ciência e Saúde - NOTÍCIAS - Cientistas encontram lagos em Titã». g1.globo.com. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  35. a b http://cienctec.com.br/wordpress/?p=241[ligação inativa]
  36. Hadhazy, Adam. «Scientists Confirm Liquid Lake, Beach on Saturn's Moon Titan». Scientific American (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  37. Wye, L. C.; Zebker, H. A.; Lorenz, R. D. (2009). «Smoothness of Titan's Ontario Lacus: Constraints from Cassini RADAR specular reflection data». Geophysical Research Letters (em inglês) (16). ISSN 1944-8007. doi:10.1029/2009GL039588. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  38. a b https://jpl.nasa.gov. «Icy Aquifers on Titan Transform Methane Rainfall». NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL) (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  39. 5 things we’ve learned about Saturn since Cassini died The craft’s last data reveal new details about the gas planet’s clouds and rings por Lisa Grossman (2018)
  40. «NASA - Sunlight Glint Confirms Liquid in Titan Lake Zone». www.nasa.gov (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  41. Wood, Charles A.; Radebaugh, Jani (1 de agosto de 2020). «Morphologic Evidence for Volcanic Craters Near Titan's North Polar Region». Journal of Geophysical Research (Planets): e06036. ISSN 0148-0227. doi:10.1029/2019JE006036. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  42. Sotin, C.; Jaumann, R.; Buratti, B. J.; Brown, R. H.; Clark, R. N.; Soderblom, L. A.; Baines, K. H.; Bellucci, G.; Bibring, J. -P. (1 de junho de 2005). «Release of volatiles from a possible cryovolcano from near-infrared imaging of Titan». Nature: 786–789. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/nature03596. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  43. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 15 de fevereiro de 2020. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 15 de fevereiro de 2020 
  44. Lorenz, R. D. (1 de julho de 2010). «Winds of Change on Titan». Science: 519–520. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.1192840. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  45. «Cassini-Huygens: News-Features-the Story of Saturn». web.archive.org. 2 de dezembro de 2005. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2005 
  46. «Super-rotator :: Astrobiology Magazine - earth science - evolution distribution Origin of life universe - life beyond :: Astrobiology is study of earth science evolution distribution Origin of life in universe terrestrial». web.archive.org. 17 de julho de 2007. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 17 de julho de 2007 
  47. Courtland, Rachel. «Saturn magnetises its moon Titan». New Scientist (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  48. «Overview | Science». NASA Solar System Exploration. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  49. Owen, Tobias (1 de dezembro de 2005). «Planetary science: Huygens rediscovers Titan». Nature: 756–757. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/438756a. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  50. Ju, Byanne; University, Cornell. «Life 'not as we know it' possible on Saturn's moon Titan». phys.org (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  51. https://jpl.nasa.gov. «Cassini Tracks Clouds Developing Over a Titan Sea». NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL) (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  52. Francis, Matthew (16 de janeiro de 2012). «Faint sunlight enough to drive weather, clouds on Saturn's moon Titan». Ars Technica (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  53. «What is Consuming Hydrogen and Acetylene on Titan? - NASA Jet Propulsion Laboratory». web.archive.org. 29 de junho de 2011. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 12 de outubro de 2012 
  54. McKay, C. P.; Smith, H. D. (1 de novembro de 2005). «Possibilities for methanogenic life in liquid methane on the surface of Titan». doi:10.1016/j.icarus.2005.05.018. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  55. «Cassini: Making Sense of the News». web.archive.org. 9 de março de 2016. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 20 de abril de 2018 
  56. McKay, C. P.; Smith, H. D. (1 de novembro de 2005). «Possibilities for methanogenic life in liquid methane on the surface of Titan». Icarus: 274–276. ISSN 0019-1035. doi:10.1016/j.icarus.2005.05.018. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  57. Grasset, O.; Sotin, C.; Deschamps, F. (2000). «On the internal structure and dynamic of Titan». Planetary and Space Science. 48 (7–8): 617–636. Bibcode:2000P&SS...48..617G. doi:10.1016/S0032-0633(00)00039- 
  58. Fortes, A. D. (2000). «Exobiological implications of a possible ammonia-water ocean inside Titan». Icarus. 146 (2): 444–452. Bibcode:2000Icar..146..444F. doi:10.1006/icar.2000.6400 
  59. Mckay, Chris (2010). «Have We Discovered Evidence For Life On Titan». SpaceDaily. Consultado em 15 de setembro de 2012  Space.com. 23 de março de 2010.
  60. Stevenson, James; Lunine, Jonathan; Clancy, Paulette (fevereiro de 2015). «Membrane alternatives in worlds without oxygen: Creation of an azotosome». Science Advances. 1 (1): e1400067. ISSN 2375-2548. PMC 4644080Acessível livremente. PMID 26601130. doi:10.1126/sciadv.1400067 
  61. «A new contribution to the ongoing search into the possibility of life on Titan». Tech Explorist (em inglês). 2 de março de 2020. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  62. «On Titan, Acrylonitrile Would Crystallise into Its Molecular Ice instead of An Azotosome». EurekAlert! (em inglês). Consultado em 2 de março de 2020 
  63. Sandström, H.; Rahm, M. (1 de janeiro de 2020). «Can polarity-inverted membranes self-assemble on Titan?». Science Advances (em inglês). 6 (4): eaax0272. ISSN 2375-2548. doi:10.1126/sciadv.aax0272 
  64. Hall, George (1965). Molecular Solid State Physics. Berlin, Germany: Springer-Verlag 
  65. Fahlman, B. D. (2011). Materials Chemistry. Berlin, Germany: Springer 
  66. Schwoerer, M.; Wolf, H. C. (2007). Organic Molecular Solids. Weinheim, Germany: Wiley-VCH 
  67. Omar, M. A. (2002). Elementary Solid State Physics. London, England: Pearson 
  68. Patterson, J.; Bailey, B. (2010). Solid-State Physics. Berlin, Germany: Springer 
  69. Turton, R. (2010). The Physics of Solids. New York, New York: Oxford University Press Inc. 
  70. «APOD: 2005 March 25 - Huygens Discovers Luna Saturni». apod.nasa.gov. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  71. Cassini, Jean Dominique (25 de março de 1673). «A discovery of two new planets about Saturn made in the Royal Parisian Observatory by Signor Cassini, Fellow of both the Royal Societys, of England and France; English't out of French.». Philosophical Transactions of the Royal Society of London (92): 5178–5185. doi:10.1098/rstl.1673.0003. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  72. Kuiper, Gerard P. (1 de novembro de 1944). «Titan: a Satellite with an Atmosphere.». The Astrophysical Journal. 378 páginas. ISSN 0004-637X. doi:10.1086/144679. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  73. Mars, Kelli (27 de agosto de 2019). «40 Years Ago: Pioneer 11 First to Explore Saturn». NASA. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  74. Administrator, NASA Content (3 de março de 2015). «The Pioneer Missions». NASA (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2021 
  75. Bell, Jim (24 de fevereiro de 2015). The Interstellar Age: Inside the Forty-Year Voyager Mission (em inglês). [S.l.]: Penguin 
  76. «Ingenia - How To Land On Titan». www.ingenia.org.uk. Consultado em 10 de outubro de 2021 
  77. «Wayback Machine». web.archive.org. 3 de abril de 2009. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 3 de abril de 2009 
  78. «Climate Change in the Solar System « AirSpace». web.archive.org. 11 de março de 2012. Consultado em 10 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 11 de março de 2012 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Titã (satélite)