Companhia Nacional de Caminhos de Ferro

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 Nota: Para a companhia que construiu os troços entre o Barreiro, Vendas Novas e Setúbal, veja Companhia Nacional de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo.
Companhia Nacional de Caminhos de Ferro
Atividade Transporte ferroviário
Fundação 1885
Destino Extinta
Encerramento 1 de Janeiro de 1947
Sede Lisboa
Área(s) servida(s) Portugal
Locais Viseu, Santa Comba Dão, Bragança, Mirandela
Sucessora(s) Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses

A Companhia Nacional de Caminhos de Ferro, igualmente conhecida como Companhia Nacional, foi uma empresa ferroviária portuguesa, que construiu as Linhas do Tua e Dão, e geriu as Linhas do Corgo e Sabor, em Portugal.

Caracterização

Em Fevereiro de 1902, o presidente da assembleia geral da Companhia era José Mesquita da Rosa, e a sede situava-se em Lisboa.[1]

O relatório referente ao ano de 1901 apresentou um balanço positivo, com o valor das receitas muito semelhante ao de 1900, mas com um ligeiro aumento nas despesas.[2]

História

Formação

Estação Ferroviária de Mirandela, na Linha do Tua.

O segundo concurso para a construção e exploração do troço entre a Estação Ferroviária do Tua e Mirandela iniciou-se no dia 22 de Novembro de 1883; a única proposta, apresentada pelo Conde da Foz, foi aprovada em 14 de Dezembro de 1884.[3] O trespasse deste projecto para a Companhia Nacional foi autorizado num alvará de 1 de Outubro de 1885, que também publicou os estatutos desta empresa; o mesmo alvará autorizou, igualmente, o trespasse da construção e administração da Linha do Dão para a Companhia.[3]

Construção das Linha do Tua e do Dão e concessão das Linhas do Sabor e Corgo

A linha até Mirandela foi aberta à exploração em 29 de Setembro de 1887.[3] Quando o concurso para a construção do troço entre esta localidade e Bragança foi aberto, a Companhia procurou obter, sem sucesso, apoio financeiro para este empreendimento, motivo pelo qual não se candidatou ao concurso[2]; no entanto, em 1903, obteve a concessão para este projecto, por parte do empresário João Lopes da Cruz, tendo a inauguração da linha até Bragança tido lugar em 31 de Dezembro de 1906.[3] A Linha do Dão foi inaugurada em 25 de Novembro de 1890.[3] A Companhia requereu, em finais de 1901, ao Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, o pagamento da garantia de juro, relativa ao excesso de extensão desta linha, em relação ao previsto.[4]

Em 1927, a Administração dos Caminhos de Ferro do Estado foi integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses; no entanto, devido à falta de capacidade que esta empresa detinha para administrar as linhas de via métrica que passaram para a sua posse[5], celebrou, no dia 11 de Março de 1927, um contrato com a Companhia Nacional, para o arrendamento das Linhas do Corgo e Sabor.[3] Este processo foi confirmado por um novo contrato, assinado em 27 de Janeiro do ano seguinte.[3]

Extinção

Em 1945, foi publicada a Lei 2008, que se destinava a melhorar a coordenação de transportes terrestres, através, entre outras acções, da transferência de todas as concessões ferroviárias para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses; a escritura da transferência da Companhia Nacional foi realizada em 1946[5], e entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 1947.[6]

Ver também

Referências

  1. «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (341). 1 de Março de 1902. 75 páginas 
  2. a b «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (342). 91 páginas. 16 de Março de 1902 
  3. a b c d e f g TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686): 133, 134 
  4. «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (337). 11 páginas. 1 de Janeiro de 1902 
  5. a b Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 62
  6. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 63

Bibliografia

  • Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: Público-Comunicação Social S. A. e CP-Comboios de Portugal. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X