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Conflito no sul do Líbano (1985–2000)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conflito no sul do Líbano
Conflito Israel-Líbano

Um posto do Exército israelense, em 1998, no sul do Líbano.
Data 14 de julho de 198525 de maio de 2000
Local Sul do Líbano
Desfecho
Beligerantes
Hezbollah
Amal
Jammoul
Partido Comunista Libanês
Apoio:
Irã Irão
Síria Síria
Israel
Líbano Exército do Sul do Líbano (ESL)
Forças
Desconhecidas Israel: 1 000 – 1 500 soldados
ESL: 2 500 combatentes
Baixas
1 276 mortos (1982–2000)
~ 1 000 feridos (1982–1999)
Israel: 256 mortos
840 feridos
ESL: 621 - 1 050 mortos

Conflito no Sul do Líbano é um termo que se refere ao conflito armado que durou cerca de 20 anos entre as Forças de Defesa de Israel e as milícias libanesas, aliadas a grupos islâmicos de guerrilha liderado pelo Hizbollah, e ocorrido dentro da região do Sul do Líbano descrita pelos israelenses como "Zona de Segurança".[3][4] Também pode se referir à história mais longa de conflito na região, desde que a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) transferiu suas operações para o Líbano meridional, após os eventos ocorridos durante o Setembro Negro de 1971, no reino da Jordânia. Historicamente, a tensão entre os refugiados palestinos e as diversas facções libanesas fomentaram a disputa política interna no Líbano entre essas diferentes facções; por este motivo, o conflito no sul do Líbano pode ser visto como parte da Guerra Civil Libanesa.

Entre os conflitos anteriores à invasão israelense de 1982, destaca-se a 'Operação Litani', que visava erradicar as bases da OLP do Líbano e deu apoio às milícias maronitas cristãs como retaliação aos constantes ataques da OLP à população civil da Galileia (norte de Israel). A invasão de 1982 resultou na saída da OLP do Líbano e a criação da "Zona de Segurança", no sul do país, para evitar que a população civil israelense continuasse a sofrer ataques dos militantes do outro lado da fronteira. As tropas israelenses obtiveram sucesso na erradicação das bases da OLP, e abandonaram parcialmente o território em 1985. A invasão, no entanto, agravou a intensidade do conflito com as milícias libanesas locais, e resultou na consolidação de diversos movimentos xiitas locais no Líbano, incluindo o Hizbollah e o Amal, a partir do que até então era um desorganizado movimento de guerrilha. Ao longo dos anos, o número de vítimas militares dos dois lados aumentou, à medida que ambos os lados passaram a usar armamentos mais modernos, e o Hizbollah avançou em suas táticas. Até o final dos anos 1980, Israel e seu aliado, o Exército do Sul do Líbano (SLA), enfrentariam resistência de muitas facções libanesas desorganizadas. Entre as primeiras organizações de resistência estavam a Frente de Resistência Nacional Libanesa, liderada pelo Movimento Amal e o Partido Comunista Libanês; ao longo da década de 1990 a organização, com o apoio da Síria e do Irã, assumiu o posto de potência militar e principal grupo da região, monopolizando a administração da atividade de guerrilha no Sul do Líbano.

No ano 2000, cumprindo promessa de sua campanha eleitoral, Ehud Barak, o recém-eleito primeiro-ministro de Israel, retirou as tropas israelenses do sul do Líbano,[3] de acordo com a Resolução 425 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, aprovada em 1978; este recuo resultou, consequentemente, no colapso total do Exército do Sul do Líbano, principal aliado de Israel na região.[5] Apesar dos gestos israelenses, o governo libanês e o Hizbollah consideraram a retirada incompleta até que as tropas israelenses saíssem das Fazendas de Shebaa. Após a retirada, o Hizbollah passou a controlar, civil e militarmente, a parte sul do Líbano.

A Linha Azul abrange a fronteira israelo-libanesa, uma extensão abrange a Colinas de Golã libanesa.

Referências

  1. «2000: Hezbollah celebrates Israeli retreat». BBC News. 26 de maio de 2000 
  2. a b Online NewsHour: Final Pullout - 24 de maio de 2000 (transcrição). "Israelis evacuate southern Lebanon after 22 years of occupation." Acessado em 15 de agosto de 2009.
  3. Hizbollah makes explosive return: Israel's proxy militia under fire in south Lebanon. Charles Richards, The Independent. 18 de agosto de 1993. Acessado em 15 de agosto de 2009.
  4. UN Press Release SC/6878. (18 de junho de 2000). Security Council Endorses Secretary-General's Conclusion On Israeli Withdrawal From Lebanon As Of 16 June.