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Heinrich Brand
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Revisão das 20h19min de 15 de maio de 2016

Bandoneón
Bandoneón
Um músico de tango tocando Bandoneón.
Informações
Classificação
Classificação Hornbostel-Sachs 412.132
Instrumentos relacionados
Concertina  · Acordeão  · Harmônica · Harmônio
Músicos
Ástor Piazzolla  · Aníbal Troilo
Relacionados
Tango  · Música da América Latina

O bandoneón é um instrumento musical de palhetas livres, semelhante a uma concertina, utilizado principalmente na região do Rio da Prata, Uruguai e Argentina, onde é o principal instrumento da orquestra de tango. O executante do bandoneón é chamado de bandoneonista.

O bandoneón foi inventado pelo músico alemão Heinrich Band (1821-1860). O nome original alemão bandonion refere-se ao sobrenome de Band. Foi criado para ser usado na música religiosa e na música popular alemã, ao contrário da concertina, que era um instrumento mais utilizado na música folclórica. Imigrantes alemães levaram, no início do século XX, o bandoneón para o Rio da Prata, onde foi incorporado à música local.

O bandoneón produz o som a partir da vibração de palhetas de aço rebitadas em chapas de metal que podem ser zinco ou alumínio. Na execução do tango é preferível o instrumento com chapas de zinco pelo peso, que permite versatilidade no staccato típico da marcação do tango, bem como pela doçura tímbrica.

Há vários modelos de bandoneón e disposições de escalas. A extensão do instrumento varia, há desde instrumentos menores, com 52 botões (104 tons), até outros com 78 botões (156 tons). Os modelos mais comumente utilizados na américa latina são os de 71 botões (142 sons). Esse modelo tem 38 botões para a mão direita e 33 botões para a esquerda. [1]. O bandoneon pode ser bissonoro ou unissonoro

Não se deve confundir bissonoro e unissonoro com diatônico e cromático. Não existe bandoneón diatônico, uma vez que o instrumento é, desde sua origem, cromático. Há instrumentos diatônicos semelhantes ao bandoneon, como a concertina. Por outro lado, alguns modelos de bandoneóns unissonoros, que são chamados equivocadamente de concertinas, com vários tipos de disposições dos botões. Por exemplo: Péguri, Kusserov, Manoury e outros. Por fim, há dois modelos bissonoros: o Reinische Tonlage de até 76 botões (152 tons) que se usa no tango e o Einheitsbandonion de até 76 botões ( 152 tons) que se usa na música alemã.

O bandoneón padrão do tango é o modelo Reinische tonlage de 71 botões (142 tons) com apenas duas chapas de zinco e afinação a 442Hz. Apesar disso, existem desde badoneões de estudo com apenas uma chapa por nota até bandoneões com quatro chapas. Os modelos diferentes do de duas chapas não são utilizados no tango por não terem o som característico do instrumento, senão que mais bem soam como um acordeon.

O Brasil teve sua própria fábrica de bandoneões, a Danielson & Goettems, de Santa Rosa - RS. Esta fábrica produziu bandoneões desde meados da década de 50 até começos dos anos 80. Reabrindo posteriormente e continuando com afinação e conserto. Hoje em dia raramente encontra-se banoneón a venda lá, mas não é impossível. Todos os seus modelos são Reinische tonlage, de 71 ou 76 botões, sempre com chapas de alumínio e revestimento de celuloide (salvo raríssimas exceções), por vezes ornamentado com flores. Estes bandoneões não são apropriados para a execução do tango pois seu timbre é muito estridente se comparado aos bandoneões alemães. Mais bem servem para o chamamé ou a música alemã. São instrumentos bastante resistentes e mais novos que os bons instrumentos alemães.

Dentre as fábricas de bandoneón alemãs, destacam-se a ELA (Ernest Louis Arnold), Alfred Arnold (AA ou Doble A), Arno Arnold (não confundir com AA), Meinel & Herold e F. Lange. Esta última não chegou a produzir bandoneões de tamanho padrão (71 botões) porém seus bandoneões pequenos são muito apreciados pelos executantes de música alemã. As fábricas ELA e AA fabricaram instrumentos com inúmeras marcas diferentes. A ELA fabricou dentre muitos outros, os modelos Tango, Cardenal, América, Echo, E.L. Arnold,... A Alfred Arnold fabricou, dentre outros, os Premier, Campo, Alfa,...

Ainda hoje produzem-se bandoneões sob encomenda em partes da Europa sendo os mais renomados os dos luthiers Uwe Hartenhauer (Alemanha), Harry Geuns(Bélgica) e Klaus Gutjahr(Alemanha). Algumas fábricas de acordeon na Itália, como a Victoria e a Pigini, também fabricam instrumentos.


Os materiais que compõem o bandoneón são basicamente madeira, couro, papelão, alpaca, zinco/alumínio, aço e galatita. O fole é confeccionado em papelão, tendo os cantos recobertos por couro (marroquim) e cantoneiras externas de alpaca. Pode também ser enfeitado com outros adornos em alpaca ( que muitos insistem em dizer ser "prata alemã"). O madeiramento dos antigos instrumentos alemães é feito em pinho alemão com lustro a goma-laca (salvo algumas exceções) e pode apresentar incrustações em nácar (madrepérola) Os botões são feitos de galatita com olho de madrepérola. Podem se encontrar também botões de madeira. As chapas com as palhetas são presas aos castelos por pregos e não com cera como no acordeon. Outra diferença é que as chapas são inteiriças, ou seja, trazem várias palhetas rebitadas na mesma chapa enquanto no acordeon há apenas duas palhetas por chapa. Essa característica torna a afinação do instrumento muito trabalhosa e difícil.

É extremamente útil, para um aprofundamento na história deste instrumento, uma visita aos sítios web abaixo: Proyecto Bandomecum Bandoneon's Portal Page (Español) Blog sobre o bandoneón no Brasil http://www.inorg.chem.ethz.ch/tango - página de Christian Mensing sobre tango e bandoneón. http://www.bandoneon-hartenhauer.de/ - Página dos bandoneões Hartenhauer http://www.bandoneon-maker.com/ - Página dos Bandoneões de Harry Geuns http://www.inart.de/gutjahr/ - Página dos bandoneões Gutjahr http://www.bandonion-carlsfeld.de/ - Página da Bandonion und Concertna Fabrik Klingenthal http://www.pigini.com/prodotti/standard.php?language=en - Bandoneões Pigini

Bandoneonistas

Eis uma lista de bandoneonistas importantes em suas respectivas áreas de atuação:

Os três bandoneonistas Greco da lista acima constituem o único caso conhecido de três gerações de bandoneonistas profissionais vivos no mundo. No Brasil, destaca-se o argentino Rufo Herrera, radicado no país desde 1963. Desta relação, pode-se destacar o fato de que Alejandro Barletta, Eduardo Rovira, Roberto Di Filippo, René Marino Rivero e Rufo Herrera atuaram ou atuam como concertistas, tendo deixado registros de música erudita em bandonéon. Outros grandes bandoneonistas brasileiros em atividades, são Doly Costa (Porto Alegre-RS), Rafael Kohler (Porto Alegre/RS).

Ver também


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  1. The musical key to keeping Argentina dancing the tango, BBC News Business 6 de Novembro 2014