Acumulação primitiva: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 191.254.23.189 para a última revisão de Dexbot, de 21h59min de 24 de setembro de 2015 (UTC)
Linha 6: Linha 6:
Segundo Marx, a origem do [[modo de produção]] [[capitalismo | capitalista]] não está ligada a uma pura e simples racionalização da divisão do trabalho social, mas sim a um processo violento de expropriação da produção familiar, artesanal, camponesa, corporativa etc., que separou o produtor direto dos seus [[meios de produção]] e formou enormes massas de indigentes e desocupados, na verdade uma volumosa reserva de força de trabalho livre e disponível para ser comprada, o [[proletariado]]; por outro lado, a exploração das [[colonialismo |colônias]] ultramarinas através de saques, especulação comercial, tráfico de escravos e monopólios mercantis propiciaram enormes oportunidades de enriquecimento para uma parcela da [[burguesia]].<ref name=klick>{{citar web|url=http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcoresp_mostra/0,6674,POR-971-6696,00.html|titulo=Acumulação primitiva|publicado=Banco de Respostas, Klickeducação|acessodata=24 jan 2013}}</ref>. Sendo assim, estes fenômenos históricos geraram as duas classes antagonistas da [[sociedade industrial]] [[capitalismo | capitalista]], a [[burguesia]] e o [[proletariado]].
Segundo Marx, a origem do [[modo de produção]] [[capitalismo | capitalista]] não está ligada a uma pura e simples racionalização da divisão do trabalho social, mas sim a um processo violento de expropriação da produção familiar, artesanal, camponesa, corporativa etc., que separou o produtor direto dos seus [[meios de produção]] e formou enormes massas de indigentes e desocupados, na verdade uma volumosa reserva de força de trabalho livre e disponível para ser comprada, o [[proletariado]]; por outro lado, a exploração das [[colonialismo |colônias]] ultramarinas através de saques, especulação comercial, tráfico de escravos e monopólios mercantis propiciaram enormes oportunidades de enriquecimento para uma parcela da [[burguesia]].<ref name=klick>{{citar web|url=http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcoresp_mostra/0,6674,POR-971-6696,00.html|titulo=Acumulação primitiva|publicado=Banco de Respostas, Klickeducação|acessodata=24 jan 2013}}</ref>. Sendo assim, estes fenômenos históricos geraram as duas classes antagonistas da [[sociedade industrial]] [[capitalismo | capitalista]], a [[burguesia]] e o [[proletariado]].


Os capitalistas foram favorecidos de formas não tipicas do capitalismo. Havia uma legislação que congelava o valor das terras da nobreza (aquela casta dos outrora poderosos que desapareceram) e assim, passado muitas décadas, a nobreza enfraquecia já que subia o preço do que consumiam enquanto que sua renda continuava a mesma. Assim era expropriados os nobres e seus servos (não confundir com classe trabalhadora livre) que se transformavam em burgueses (classe sem títulos de privilégios mas de poder baseado na propriedade sobre os meios de produção) ou proletariados (classe trabalhadora livre para negociar, mas também livre, despossuída dos meios de produção).
Os capitalistas foram favorecidos de formas não tipicas do capitalismo. Havia uma legislação que congelava o valor das terras da nobreza (aquela casta dos outrora poderosos que desapareceram) e assim, passado muitas décadas, a nobreza enfraquecia já que subia o preço do que consumiam enquanto que sua renda continuava a mesma. Assim era expropriados os nobres e seus servos (não confundir com classe trabalhadora livre) que se transformavam em burgueses (classe sem títulos de privilégios mas de poder baseado na propriedade sobre os meios de produção) ou proletariados (classe trabalhadora livre para negociar, mas também livre, despossuída dos meios de produção). Outra maneira de acumulação primitiva era as atividades econômicas exploradas nas colônias mercantilistas europeias, com vistas no metalismo e na balanç comercial favorável.<ref>[http://revcom.us/a/144/BNQ-en.html The Oppression of Black People, The Crimes of This System and the Revolution We Need]</ref>


Essa acumulação primitiva dos capitalistas emergentes se deu inclusive sobre outros que também poderiam se tornar capitalistas: nas intrigas entre os artesãos e suas corporações, uns artesãos se enriqueceram a custa de outros artesãos que perdiam seus meios de trabalho. Assim, os que perdiam ficavam apenas com a força de trabalho e viravam empregados, e os que ganhavam conseguiam acumular recursos para novos investimentos, isso se também não fossem perder seus negócios para capitalistas mais poderosos.
Essa acumulação primitiva dos capitalistas emergentes se deu inclusive sobre outros que também poderiam se tornar capitalistas: nas intrigas entre os artesãos e suas corporações, uns artesãos se enriqueceram a custa de outros artesãos que perdiam seus meios de trabalho. Assim, os que perdiam ficavam apenas com a força de trabalho e viravam empregados, e os que ganhavam conseguiam acumular recursos para novos investimentos, isso se também não fossem perder seus negócios para capitalistas mais poderosos.

Revisão das 14h43min de 4 de junho de 2016

Acumulação primitiva é um conceito criado por Karl Marx para descrever a gênese histórica do capitalismo. Adam Smith chamava o fenomeno de "previous accumulation"

A chamada Acumulação Primitiva é abordada no capítulo 24 (o penúltimo) do Livro 1 d'O Capital.

Segundo Marx, a origem do modo de produção capitalista não está ligada a uma pura e simples racionalização da divisão do trabalho social, mas sim a um processo violento de expropriação da produção familiar, artesanal, camponesa, corporativa etc., que separou o produtor direto dos seus meios de produção e formou enormes massas de indigentes e desocupados, na verdade uma volumosa reserva de força de trabalho livre e disponível para ser comprada, o proletariado; por outro lado, a exploração das colônias ultramarinas através de saques, especulação comercial, tráfico de escravos e monopólios mercantis propiciaram enormes oportunidades de enriquecimento para uma parcela da burguesia.[1]. Sendo assim, estes fenômenos históricos geraram as duas classes antagonistas da sociedade industrial capitalista, a burguesia e o proletariado.

Os capitalistas foram favorecidos de formas não tipicas do capitalismo. Havia uma legislação que congelava o valor das terras da nobreza (aquela casta dos outrora poderosos que desapareceram) e assim, passado muitas décadas, a nobreza enfraquecia já que subia o preço do que consumiam enquanto que sua renda continuava a mesma. Assim era expropriados os nobres e seus servos (não confundir com classe trabalhadora livre) que se transformavam em burgueses (classe sem títulos de privilégios mas de poder baseado na propriedade sobre os meios de produção) ou proletariados (classe trabalhadora livre para negociar, mas também livre, despossuída dos meios de produção). Outra maneira de acumulação primitiva era as atividades econômicas exploradas nas colônias mercantilistas europeias, com vistas no metalismo e na balanç comercial favorável.[2]

Essa acumulação primitiva dos capitalistas emergentes se deu inclusive sobre outros que também poderiam se tornar capitalistas: nas intrigas entre os artesãos e suas corporações, uns artesãos se enriqueceram a custa de outros artesãos que perdiam seus meios de trabalho. Assim, os que perdiam ficavam apenas com a força de trabalho e viravam empregados, e os que ganhavam conseguiam acumular recursos para novos investimentos, isso se também não fossem perder seus negócios para capitalistas mais poderosos.

Com o advento da Revolução Industrial, a acumulação primitiva torna-se acumulação capitalista.[1]

Veja Também

Referências