Fernando I do Sacro Império Romano-Germânico: diferenças entre revisões

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'''Fernando I''' (em [[língua alemã|alemão]] ''Ferdinand'', em [[língua tcheca|tcheco]]; ''Ferdinánd'', em [[língua húngara|húngaro]]) (*[[Alcalá de Henares]], [[10 de março]] de [[1503]] — †[[Viena]], [[25 de julho]] de [[1564]]) foi [[Lista de imperadores do Sacro Império Romano-Germânico|imperador do Sacro Imperador Romano-Germânico]] de 1556 até a sua morte.
'''Fernando I''' (em [[língua alemã|alemão]] ''Ferdinand'', em [[língua tcheca|tcheco]]; ''Ferdinánd'', em [[língua húngara|húngaro]]) (*[[Alcalá de Henares]], [[10 de março]] de [[1503]] — †[[Viena]], [[25 de julho]] de [[1564]]) foi [[Imperador Romano-Germânico]] de 1556 até a sua morte.


Seus pais foram o [[arquiduque da Áustria]] [[Filipe I de Castela]] (também conhecido como Filipe I de Espanha, apelidado "o Belo") e a rainha [[Joana I de Castela]], apelidada "a Louca". Seu irmão mais velho era [[Carlos I de Espanha]] (e Sacro Imperador como Carlos V).
Seus pais foram o [[arquiduque da Áustria]] [[Filipe I de Castela]] (também conhecido como Filipe I de Espanha, apelidado "o Belo") e a rainha [[Joana I de Castela]], apelidada "a Louca". Seu irmão mais velho era [[Carlos I de Espanha]] (e Imperador Romano-Germânico como Carlos V).


== Dados biográficos ==
== Dados biográficos ==
Em 1531, foi eleito [[Rei dos Romanos]], o que fez dele herdeiro do Sacro Imperador Carlos V, seu irmão; Fernando governava o império nas ausências do irmão. Assumiu a dignidade de Sacro Imperador em 1556 (coroado em 1558).
Em 1531, foi eleito [[Rei dos Romanos]], o que fez dele herdeiro do imperador Carlos V, seu irmão; Fernando governava o império nas ausências do irmão. Assumiu a dignidade de Imperador em 1556 (coroado em 1558).


Educado na Espanha, foi o neto favorito do rei [[Fernando II de Aragão]], que previa para ele uma regência espanhola nas ausências do irmão. Mas seu outro avô, [[Maximiliano I da Germânia|Maximiliano]], obteve para ele a sucessão dupla na Boêmia e Hungria.
Educado na Espanha, foi o neto favorito do rei [[Fernando II de Aragão]], que previa para ele uma regência espanhola nas ausências do irmão. Mas seu outro avô, [[Maximiliano I do Sacro Império Romano-Germânico|Maximiliano]], obteve para ele a sucessão dupla na Boêmia e Hungria.


Carlos V reconhecera ao irmão pelo [[Tratado de Worms]] (1521) a posse e soberania plena dos cinco Estados hereditários dos [[casa de Habsburgo|Habsburgos]]: os arquiducados e ducados da Alta e Baixa Áustria, Caríntia, Estíria, Carníola, logo depois o condado do Tirol e possessões hereditárias de sua Casa no sul da Alemanha. Esta partilha constituiu o patrimônio de Fernando. Foi nomeado para governar o ducado de [[Württemberg|Vurtemberga]] e integrar o conselho de regência que governava a [[Alemanha]] nas ausências do Imperador.
Carlos V reconhecera ao irmão pelo [[Tratado de Worms]] (1521) a posse e soberania plena dos cinco Estados hereditários dos [[casa de Habsburgo|Habsburgos]]: os arquiducados e ducados da Alta e Baixa Áustria, Caríntia, Estíria, Carníola, logo depois o condado do Tirol e possessões hereditárias de sua Casa no sul da Alemanha. Esta partilha constituiu o patrimônio de Fernando. Foi nomeado para governar o ducado de [[Württemberg|Vurtemberga]] e integrar o conselho de regência que governava a [[Alemanha]] nas ausências do Imperador.
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Em [[1538]], pelo [[tratado]] de [[Nagyvárad]], Fernando tornou-se o sucessor de Zápolya, sendo entretanto incapaz de impor o acordo.
Em [[1538]], pelo [[tratado]] de [[Nagyvárad]], Fernando tornou-se o sucessor de Zápolya, sendo entretanto incapaz de impor o acordo.


A vida de Fernando ficou marcada por uma luta dupla: contra o [[Islão]], no [[Danúbio]], onde, após a morte de seu cunhado Luís II em 1526, foi eleito rei da Boêmia e Hungria, devendo conter o avanço otomano sobre Viena. Não conseguiu tomar [[Buda]] em 1541 e teria que assinar uma trégua de oito anos (1562) pagando tributo anual ao sultão e reconhecimento, na Transilvânia, da dinastia rival de João Zápolya. Sua segunda luta foi contra os [[protestantismo|protestantes]], com uma relativa indiferença. Fernando, aluno e amigo dos [[jesuítas]], deixara-se influenciar em sua estada em [[Flandres]] pelos humanistas, sobretudo [[Erasmo]]. Participara da Assembleia de [[Ratisbona]] em 1524, que decidiu a reforma católica na Alemanha, constituiu com os cinco cantões católicos primitivos da Suíça uma União Cristã, em 1529, para combater a heresia protestante, assinou com a [[Liga de Esmalcalda]] o Tratado de Kadan e esmagou revolta dos senhores tchecos na Boêmia. Mas desejava sinceramente reformas na Igreja: tentou obter de Roma a comunhão sob duas espécies em 1554 e esforçou-se por atenuar o conflito religioso, negociando a [[Paz de Augsburgo]] em 1555.
A vida de Fernando ficou marcada por uma luta dupla: contra o [[Islão]], no [[Danúbio]], onde, após a morte de seu cunhado Luís II em 1526, foi eleito rei da Boêmia e Hungria, devendo conter o avanço otomano sobre Viena. Não conseguiu tomar [[Buda]] em 1541 e teria que assinar uma trégua de oito anos (1562) pagando tributo anual ao sultão e reconhecimento, na Transilvânia, da dinastia rival de João Zápolya. Sua segunda luta foi contra os [[protestantismo|protestantes]], com uma relativa indiferença. Fernando, aluno e amigo dos [[jesuítas]], deixara-se influenciar em sua estada em [[Flandres]] pelos humanistas, sobretudo [[Erasmo de Roterdão]]. Participara da Assembleia de [[Ratisbona]] em 1524, que decidiu a reforma católica na Alemanha, constituiu com os cinco cantões católicos primitivos da Suíça uma União Cristã, em 1529, para combater a heresia protestante, assinou com a [[Liga de Esmalcalda]] o Tratado de Kadan e esmagou revolta dos senhores tchecos na Boêmia. Mas desejava sinceramente reformas na Igreja: tentou obter de Roma a comunhão sob duas espécies em 1554 e esforçou-se por atenuar o conflito religioso, negociando a [[Paz de Augsburgo]] em 1555.


Em [[1540]], [[João Sigismundo Zápolya]], filho de João com [[Isabel Jagelão]], foi eleito rei da Hungria, inicialmente apoiado pelo rei seu tio, [[Sigismundo II da Polônia]] e [[Lituânia]], irmão de Isabel. Em [[1549]] um tratado foi assinado entre os Habsburgos e o soberano polonês: a Polónia ficou neutra no conflito com os Habsburgos e Sigismundo II se casou com Isabel de Habsburgo, filha de Fernando I.
Em [[1540]], [[João Sigismundo Zápolya]], filho de João com [[Isabel Jagelão]], foi eleito rei da Hungria, inicialmente apoiado pelo rei seu tio, [[Sigismundo II da Polônia]] e [[Lituânia]], irmão de Isabel. Em [[1549]] um tratado foi assinado entre os Habsburgos e o soberano polonês: a Polónia ficou neutra no conflito com os Habsburgos e Sigismundo II se casou com Isabel de Habsburgo, filha de Fernando I.
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Como soberano da Áustria, Boêmia e Hungria, Fernando I tentou centralizar e construir uma monarquia absoluta moderna. Em [[1527]], editou uma constituição para seus domínios hereditários (''Hofstaatsordnung'') e estabeleceu instituições à moda austríaca em [[Bratislava]] para a Hungria, em [[Praga]] para a Boémia e em Wrocław ([[Breslau]]) para a [[Silésia]]. Uma forte oposição dos nobres forçou-o em 1559 a declarar tais instituições livres de supervisão pelo governo central em [[Viena]].
Como soberano da Áustria, Boêmia e Hungria, Fernando I tentou centralizar e construir uma monarquia absoluta moderna. Em [[1527]], editou uma constituição para seus domínios hereditários (''Hofstaatsordnung'') e estabeleceu instituições à moda austríaca em [[Bratislava]] para a Hungria, em [[Praga]] para a Boémia e em Wrocław ([[Breslau]]) para a [[Silésia]]. Uma forte oposição dos nobres forçou-o em 1559 a declarar tais instituições livres de supervisão pelo governo central em [[Viena]].


Em [[1551]] chamou os jesuítas a Viena e em [[1556]] a Praga, reativando o arcebispado desta última. Príncipe católico, apoiou a [[Contra-Reforma]].
Em [[1551]] chamou os jesuítas a Viena e em [[1556]] a Praga, reativando o arcebispado desta última. Príncipe católico, apoiou a [[Contrarreforma]].


== Sacro Imperador Romano ==
== Imperador Romano-Germânico ==
Em janeiro de [[1531]], Fernando fora eleito [[rei dos Romanos]] em [[Colônia (Alemanha)|Colônia]], o que era um passo rumo à coroa imperial. Reconhecido herdeiro de Carlos V ao trono imperial em [[1551]], a abdicação deste último em [[1556]] fez com que Fernando fosse coroado [[Sacro Imperador Romano-Germânico]] em [[1558]], em [[Aachen]].
Em janeiro de [[1531]], Fernando fora eleito [[rei dos Romanos]] em [[Colônia (Alemanha)|Colônia]], o que era um passo rumo à coroa imperial. Reconhecido herdeiro de Carlos V ao trono imperial em [[1551]], a abdicação deste último em [[1556]] fez com que Fernando fosse coroado [[Imperador Romano-Germânico]] em [[1558]], em [[Aachen]].


Continuou a enfrentar a ameaça externa da política expansionista do sultão [[Solimão, o Magnífico]]. Carlos V havia defendido Viena em [[1529]], mas as terras foram ameaçadas de novo em [[1532]] e [[1541]]. Enfrentou ainda, como o irmão, a ameaça interna das divisões entre [[catolicismo|católicos]] e [[luteranismo|luteranos]]: em [[1534]], [[Filipe de Hesse]], chefe político dos luteranos, arrancou Vurtemberga do controle dos Habsburgos e Fernando I apoiou o imperador seu irmão na sua campanha de 1546-7 para destruir a [[Liga de Esmalcalda]], formada por protestantes.
Continuou a enfrentar a ameaça externa da política expansionista do sultão [[Solimão, o Magnífico]]. Carlos V havia defendido Viena em [[1529]], mas as terras foram ameaçadas de novo em [[1532]] e [[1541]]. Enfrentou ainda, como o irmão, a ameaça interna das divisões entre [[catolicismo|católicos]] e [[luteranismo|luteranos]]: em [[1534]], [[Filipe de Hesse]], chefe político dos luteranos, arrancou Vurtemberga do controle dos Habsburgos e Fernando I apoiou o imperador seu irmão na sua campanha de 1546-7 para destruir a [[Liga de Esmalcalda]], formada por protestantes.
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Talvez mais realista do que Carlos, deve-se a Fernando a [[Paz de Augsburgo]], de [[1555]].
Talvez mais realista do que Carlos, deve-se a Fernando a [[Paz de Augsburgo]], de [[1555]].


Carlos excluiu seu filho o infante Filipe, futuro [[Filipe II de Espanha]], da sucessão imperial germânica, que foi transmitida ao primogênito de Fernando, [[Maximiliano II, Sacro Imperador Romano-Germânico|Maximiliano]] (1527–1576).
Carlos excluiu seu filho o infante Filipe, futuro [[Filipe II de Espanha]], da sucessão imperial germânica, que foi transmitida ao primogênito de Fernando, [[Maximiliano II do Sacro Império Romano-Germânico|Maximiliano]] (1527–1576).


== Casamento ==
== Casamento ==
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Filhos de Fernando e Ana:
Filhos de Fernando e Ana:
* [[Isabel de Habsburgo (1526)|Isabel de Habsburgo]] (1526-1545) - em Maio de 1543 casou com o rei [[Sigismundo II da Polônia]], filho de Sigismundo I, que ao enviuvar casou com a irmã de Isabel, Catarina.
* [[Isabel de Habsburgo (1526)|Isabel de Habsburgo]] (1526-1545) - em maio de 1543 casou com o rei [[Sigismundo II da Polônia]], filho de Sigismundo I, que ao enviuvar casou com a irmã de Isabel, Catarina.
* [[Maximiliano II da Germânia|Maximiliano II do Sacro-Império Romano-Germânico]] (1527-1576) - Casou-se a [[13 de Setembro]] de [[1548]] com sua prima, a [[Maria de Espanha, Imperatriz da Alemanha|infanta Maria de Espanha]] (1528-1603), filha de [[Carlos I de Espanha]] e de [[Isabel de Portugal, imperatriz da Alemanha|Isabel de Portugal]]. Tiveram 16 filhos, dos quais 10 varões e seis filhas.
* [[Maximiliano II do Sacro Império Romano-Germânico]] (1527-1576) - Casou-se a 13 de setembro de 1548 com sua prima, a [[Maria de Espanha, Imperatriz da Alemanha|infanta Maria de Espanha]] (1528-1603), filha de [[Carlos I de Espanha]] e de [[Isabel de Portugal, imperatriz da Alemanha|Isabel de Portugal]]. Tiveram 16 filhos, dos quais 10 varões e seis filhas.
* [[Ana de Habsburgo-Jagelão|Ana de Habsburgo]] (1528-1590) - em 1546 casou-se com [[Alberto V, Duque de Baviera]], chamado O Magnânimo. Deste casamento nasceram 7 filhos.
* [[Ana de Habsburgo-Jagelão|Ana de Habsburgo]] (1528-1590) - em 1546 casou-se com [[Alberto V, Duque de Baviera]], chamado O Magnânimo. Deste casamento nasceram 7 filhos.
* [[Fernando II da Áustria]] (1529-1595) - [[casamento morganático|casou morganaticamente]] em 1557 com Filipa Welser (1527-1580), filha de Francisco A. Welser; tiveram cinco filhos. Enviuvando, Fernando II casou, em 1582 com Ana Catarina de Gonzaga-Mântua (1566-1621), filha de Guilherme Gonzaga, Duque de Mântua; tiveram três filhos.
* [[Fernando II da Áustria]] (1529-1595) - [[casamento morganático|casou morganaticamente]] em 1557 com Filipa Welser (1527-1580), filha de Francisco A. Welser; tiveram cinco filhos. Enviuvando, Fernando II casou, em 1582 com Ana Catarina de Gonzaga-Mântua (1566-1621), filha de Guilherme Gonzaga, Duque de Mântua; tiveram três filhos.
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* [[Margarida de Habsburgo (1536-1567)|Margarida de Habsburgo]] (1536-1567) - juntamente com as suas irmãs [[Madalena da Áustria (1532-1590)|Madalena]] e [[Helena da Áustria (1543-1574)|Helena]] fundou o [[Convento de Hall]], construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
* [[Margarida de Habsburgo (1536-1567)|Margarida de Habsburgo]] (1536-1567) - juntamente com as suas irmãs [[Madalena da Áustria (1532-1590)|Madalena]] e [[Helena da Áustria (1543-1574)|Helena]] fundou o [[Convento de Hall]], construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
* João de Habsburgo (1538-1539) - morreu na infância.
* João de Habsburgo (1538-1539) - morreu na infância.
* [[Bárbara de Habsburgo|Bárbara de Habsburgo]] (1539-1572) - casou, em [[1565]], com [[Afonso II d´Este]].
* [[Bárbara de Habsburgo|Bárbara de Habsburgo]] (1539-1572) - casou, em 1565, com [[Afonso II d´Este]].
* [[Carlos II de Áustria|Carlos de Habsburgo]] (1540-1590) - casado com [[Maria Ana de Baviera (1551-1608)|Maria Ana de Baviera]]. Pais do [[Fernando II da Germânia|imperador Fernando II]].
* [[Carlos II de Áustria|Carlos de Habsburgo]] (1540-1590) - casado com [[Maria Ana de Baviera (1551-1608)|Maria Ana de Baviera]]. Pais do imperador [[Fernando II do Sacro Império Romano-Germânico||Fernando II]].
* Úrsula de Habsburgo (1541-1543) - morreu na infância.
* Úrsula de Habsburgo (1541-1543) - morreu na infância.
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* [[Helena de Habsburgo (1543-1574)|Helena de Habsburgo]] (1543-1574) - juntamente com as suas irmãs [[Margarida da Áustria (1536-1567)|Margarida]] e [[Madalena da Áustria (1532-1590)|Madalena]] fundou o [[Convento de Hall]], construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
* [[Joana de Áustria, Grã-Duquesa da Toscana|Joana de Habsburgo]] - casou com [[Francisco I de Médici]], [[Grão-Duque]] da [[Toscana]]. Pais de [[Maria de Médicis]], rainha de França por se ter casado com o rei [[Henrique IV de França|Henrique IV]] de Bourbon.
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== Ancestrais ==
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|6= 6. [[Fernando II de Aragão]]
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|7= 7. [[Isabel I de Castela]]
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|10= 10. [[Carlos, Duque da Borgonha|Carlos I da Borgonha]]
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== {{Ver também}} ==
== Ver também ==
* [[Sacro Império Romano-Germânico]]
* [[Sacro Império Romano-Germânico]]
* [[História da Alemanha]]
* [[História da Alemanha]]
* [[História da Hungria]]
* [[História da Hungria]]
* [[Anexo:Lista de reis da Boêmia|Lista de reis da Boémia]]
* [[Lista de reis da Boémia]]


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Revisão das 13h08min de 30 de julho de 2016

Fernando I
Imperador Romano-Germânico

Fernando I
Reinado 1531 - 1556
Consorte Ana da Boêmia e Hungria
Antecessor(a) Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico
Sucessor(a) Maximiliano II do Sacro Império Romano-Germânico
Nascimento 10 de março de 1503
  Alcalá de Henares,
Morte 25 de julho de 1564 (61 anos)
  Viena
Dinastia Casa de Habsburgo
Pai Filipe I de Castela
Mãe Joana I de Castela
Título(s) Arquiduque e duque da Áustria, duque da Carníola, duque da Caríntia, duque da Estíria e conde do Tirol a partir de 1520. Rei da Hungria e da Boêmia a partir de 1526; rei da Croácia em 1540.

Fernando I (em alemão Ferdinand, em tcheco; Ferdinánd, em húngaro) (*Alcalá de Henares, 10 de março de 1503 — †Viena, 25 de julho de 1564) foi Imperador Romano-Germânico de 1556 até a sua morte.

Seus pais foram o arquiduque da Áustria Filipe I de Castela (também conhecido como Filipe I de Espanha, apelidado "o Belo") e a rainha Joana I de Castela, apelidada "a Louca". Seu irmão mais velho era Carlos I de Espanha (e Imperador Romano-Germânico como Carlos V).

Dados biográficos

Em 1531, foi eleito Rei dos Romanos, o que fez dele herdeiro do imperador Carlos V, seu irmão; Fernando governava o império nas ausências do irmão. Assumiu a dignidade de Imperador em 1556 (coroado em 1558).

Educado na Espanha, foi o neto favorito do rei Fernando II de Aragão, que previa para ele uma regência espanhola nas ausências do irmão. Mas seu outro avô, Maximiliano, obteve para ele a sucessão dupla na Boêmia e Hungria.

Carlos V reconhecera ao irmão pelo Tratado de Worms (1521) a posse e soberania plena dos cinco Estados hereditários dos Habsburgos: os arquiducados e ducados da Alta e Baixa Áustria, Caríntia, Estíria, Carníola, logo depois o condado do Tirol e possessões hereditárias de sua Casa no sul da Alemanha. Esta partilha constituiu o patrimônio de Fernando. Foi nomeado para governar o ducado de Vurtemberga e integrar o conselho de regência que governava a Alemanha nas ausências do Imperador.

Pelas convenções de Bruxelas em 1522, recebeu o título de governador das regiões da Alemanha do Sul, do Tirol e da Alta Alsácia.

A época era de expansão otomana, desde a queda de Constantinopla em 1453. Em 1529, Viena esteve sob assédio turco. Até o século XVII, a Europa teria que conviver com o avanço das forças turcas, ameaçando a Sicília, Malta e os territórios de Veneza.

Rei da Boêmia e da Hungria

Em 29 de agosto de 1526, morreu seu cunhado Luís II, rei da Boémia e da Hungria, derrotado pelas tropas otomanas do sultão Solimão, o Magnífico, na batalha de Mohács.

Fernando foi escolhido rei da Boêmia e rei da Hungria. Coroado rei da Boêmia em Praga, em fevereiro de 1527, não pôde assegurar a coroa da Hungria, pois ali João Zápolya, príncipe da Transilvânia, apoiado por parte da nobreza e depois pelos turcos, mantinha a resistência, embora compromisso posterior assegurasse a integridade das possessões dos Habsburgos. O reino da Hungria tornou-se objeto de uma disputa dinástica entre Habsburgos e Zápolyas, cada partido sendo apoiado por uma parcela da nobreza húngara. Fernando contava ademais com o apoio de seu irmão Carlos V.

Em 1527, Fernando venceu a Batalha de Tokaj, porém não foi o suficiente para ganhar o controle de toda Hungria. Em todo caso, fez-se coroar rei da Hungria em novembro de 1527, sem tomar posse do país.

Em 1529, suas tropas repeliram com sucesso o ataque de Solimão à capital, Viena (Cerco de Viena), mesmo com Fernando já tendo se retirado para Boêmia. Finalmente, em 1533 Fernando assinou tratado de paz com o Império Otomano, dividindo o reino da Hungria entre os Habsburgos no oeste e João Zápolya no leste. Em 1527 os Habsburgos deram início a um processo histórico que levaria à incorporação das terras das coroas da Boêmia e da Hungria às suas possessões hereditárias.

Em 1538, pelo tratado de Nagyvárad, Fernando tornou-se o sucessor de Zápolya, sendo entretanto incapaz de impor o acordo.

A vida de Fernando ficou marcada por uma luta dupla: contra o Islão, no Danúbio, onde, após a morte de seu cunhado Luís II em 1526, foi eleito rei da Boêmia e Hungria, devendo conter o avanço otomano sobre Viena. Não conseguiu tomar Buda em 1541 e teria que assinar uma trégua de oito anos (1562) pagando tributo anual ao sultão e reconhecimento, na Transilvânia, da dinastia rival de João Zápolya. Sua segunda luta foi contra os protestantes, com uma relativa indiferença. Fernando, aluno e amigo dos jesuítas, deixara-se influenciar em sua estada em Flandres pelos humanistas, sobretudo Erasmo de Roterdão. Participara da Assembleia de Ratisbona em 1524, que decidiu a reforma católica na Alemanha, constituiu com os cinco cantões católicos primitivos da Suíça uma União Cristã, em 1529, para combater a heresia protestante, assinou com a Liga de Esmalcalda o Tratado de Kadan e esmagou revolta dos senhores tchecos na Boêmia. Mas desejava sinceramente reformas na Igreja: tentou obter de Roma a comunhão sob duas espécies em 1554 e esforçou-se por atenuar o conflito religioso, negociando a Paz de Augsburgo em 1555.

Em 1540, João Sigismundo Zápolya, filho de João com Isabel Jagelão, foi eleito rei da Hungria, inicialmente apoiado pelo rei seu tio, Sigismundo II da Polônia e Lituânia, irmão de Isabel. Em 1549 um tratado foi assinado entre os Habsburgos e o soberano polonês: a Polónia ficou neutra no conflito com os Habsburgos e Sigismundo II se casou com Isabel de Habsburgo, filha de Fernando I.

Como soberano da Áustria, Boêmia e Hungria, Fernando I tentou centralizar e construir uma monarquia absoluta moderna. Em 1527, editou uma constituição para seus domínios hereditários (Hofstaatsordnung) e estabeleceu instituições à moda austríaca em Bratislava para a Hungria, em Praga para a Boémia e em Wrocław (Breslau) para a Silésia. Uma forte oposição dos nobres forçou-o em 1559 a declarar tais instituições livres de supervisão pelo governo central em Viena.

Em 1551 chamou os jesuítas a Viena e em 1556 a Praga, reativando o arcebispado desta última. Príncipe católico, apoiou a Contrarreforma.

Imperador Romano-Germânico

Em janeiro de 1531, Fernando fora eleito rei dos Romanos em Colônia, o que era um passo rumo à coroa imperial. Reconhecido herdeiro de Carlos V ao trono imperial em 1551, a abdicação deste último em 1556 fez com que Fernando fosse coroado Imperador Romano-Germânico em 1558, em Aachen.

Continuou a enfrentar a ameaça externa da política expansionista do sultão Solimão, o Magnífico. Carlos V havia defendido Viena em 1529, mas as terras foram ameaçadas de novo em 1532 e 1541. Enfrentou ainda, como o irmão, a ameaça interna das divisões entre católicos e luteranos: em 1534, Filipe de Hesse, chefe político dos luteranos, arrancou Vurtemberga do controle dos Habsburgos e Fernando I apoiou o imperador seu irmão na sua campanha de 1546-7 para destruir a Liga de Esmalcalda, formada por protestantes.

Talvez mais realista do que Carlos, deve-se a Fernando a Paz de Augsburgo, de 1555.

Carlos excluiu seu filho o infante Filipe, futuro Filipe II de Espanha, da sucessão imperial germânica, que foi transmitida ao primogênito de Fernando, Maximiliano (1527–1576).

Casamento

Em 25 de maio de 1521, em Linz, Áustria, Fernando casou-se com Ana Jagelão, filha de Vladislau II da Hungria e da Boêmia e de Ana de Foix-Candale.

Descendência

Mesa de Fernando I em 1558.

Filhos de Fernando e Ana:

Ancestrais

Ver também

Precedido por
Carlos V
Imperador Romano-Germânico
15581564
Sucedido por
|Maximiliano II
Precedido por
Luís II
Rei da Hungria
Rei da Boêmia

15261564
Sucedido por
Maximiliano II
Precedido por
Carlos V
Arquiduque da Áustria
15201564
Sucedido por
Maximiliano II