SENAI Rio de Janeiro
Novo logo da Firjan SENAI, desde julho de 2018. | |
Tipo | Organização sem fins lucrativos |
Fundação | 1943 (81 anos) |
Sede | Centro e Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Línguas oficiais | Português |
Filiação | Firjan |
Pres. da Firjan | Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira |
Sítio oficial | firjan.com.br/senai/ |
Firjan SENAI é a entidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) que serve à região fluminense. A organização atua com educação profissional (qualificação e especialização dos trabalhadores da indústria) e inovação tecnológica na indústria (via assessoria técnica), no estado do Rio de Janeiro. Promove a formação tecnológica dos profissionais da indústria com foco na prática profissional, buscando suprir a demanda por colaboradores com maior nível de capacitação e com habilidades para inovar em processos e produtos.[1]
Estrutura atual
[editar | editar código-fonte]Com uma estrutura composta por 42 unidades operacionais trabalhando em forma de rede em 22 municípios, a Firjan SENAI visa atender às necessidades das empresas e da população dos municípios do estado, capacitando profissionais que buscam transformar informações em novas ideias e novos projetos. Dessa forma, torna-se viável fomentar uma maior competitividade industrial fluminense com base na redução de custos de produção e otimização de resultados das empresas.
Áreas de ensino profissional
[editar | editar código-fonte]A entidade atua em diversas frentes educacionais, dentre elas: cursos, centros de tecnologia, faculdade e unidades móveis.
Os cursos trabalham princípios, conteúdos e metodologias com a finalidade de valorizar aprendizado técnico, iniciativa, tomada de decisões, espírito cooperativo e senso de autonomia, tornando o aluno apto a usar a criatividade em suas atividades na indústria: um novo produto, um sistema mais prático ou um processo de trabalho mais simples e eficiente. Uma forma de colocar essa criatividade em prática é por meio de cursos de profissionalizantes, estudo aprofundado da própria profissão e até mesmo do simples relacionamento com colegas.
As áreas que dizem respeito à chamada “indústria criativa” são abordadas nos cursos de duas unidades do Rio de Janeiro: Firjan SENAI Maracanã[2] (audiovisual, animação digital, gráfica, design, web e tecnologia da informação) e Firjan SENAI Laranjeiras[3] (audiovisual, animação digital e tecnologia da informação). Dentre os exemplos de produtos da indústria criativa estão: Informática / criação do iPad; Literatura / livros de Paulo Coelho; Arquitetura / obras de Oscar Niemeyer.
Institutos SENAI de Tecnologia (IST)[4]
Prestam serviços de consultoria, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura laboratorial, capacitação técnica e equipamentos. Tecnologia é a base para a educação profissional direcionada (cursos de formação e atualização) e para as consultorias que visam ao aumento da produtividade e ao desenvolvimento da indústria do Estado do Rio de Janeiro. Especificamente, os IST's estão voltados para as seguintes áreas: Automação/Simulação, Solda, Alimentos/Bebidas e Meio ambiente.
Faculdade Firjan SENAI[5]
Instituição de ensino superior que alia conteúdo teórico a projetos práticos nos cursos de graduação tecnológica, pós-graduação[nota 1] e extensão (todos credenciados pelo Ministério da Educação). Esses cursos, em especial os de graduação tecnológica, dão ao aluno uma visão sobre o mercado de trabalho, o que inclui uma compreensão econômica sobre a indústria e o segmento no qual ele pretende atuar com a formação de Tecnólogo. Seus laboratórios e oficinas buscam reproduzir o ambiente industrial.
Unidades móveis[6]
Levam cursos e soluções tecnológicas aos locais do Estado do Rio que não contam com infraestrutura da Firjan SENAI, além de realizar cursos in company sob demanda. O objetivo é prestar educação profissional nessas regiões e atender a indústria de forma especializada ao levar a infraestrutura da entidade para dentro das empresas para capacitar funcionários.
Programas e serviços
[editar | editar código-fonte]A Firjan SENAI dispõe de programas e serviços para o aprimoramento profissional,[nota 2] dentre eles o de certificação profissional: o trabalhador que conquista a certificação segundo a norma ISO 17024 (critérios de credenciamento de organismos de certificação de pessoas)[7] tem o potencial de ampliar suas chances de acesso ao mercado de trabalho - a certificação comprova que ele possui as competências necessárias e domina as tecnologias exigidas. Já para as empresas, contar com trabalhadores certificados pode reduzir falhas e melhorar os negócios.
O profissional de hoje
[editar | editar código-fonte]Muito já se falou sobre como seria o profissional do futuro: sempre atualizado, capaz de interagir com diversas plataformas simultaneamente e de buscar informação em tempo real, adaptável a ambientes diversos e a mercados globalizados, ágil, dinâmico, ético, versátil, resiliente, empreendedor, apto a acompanhar as constantes mudanças do ambiente, comprometido, etc. Pois bem, esse já é o profissional de hoje, principalmente aquele que atua nas áreas de inovação e tecnologia.[8]
Não raro surgem notícias afirmando que as empresas têm oportunidades de trabalho, mas não encontram profissionais qualificados no mercado[9] – especialmente nas áreas de infraestrutura e petróleo e gás.[10] Por conta dessa falta de mão de obra capacitada, cerca de 60% das empresas estão diminuindo as exigências na hora de contratar.[11] O diferencial está em cursos técnicos[12] e na formação profissional, em especial as de curta duração e que unem teoria e prática.
Olimpíada do Conhecimento
[editar | editar código-fonte]Estudantes de cursos técnicos e de formação profissional do Senai e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) podem testar suas habilidades na Olimpíada do Conhecimento. Essa competição bienal, que consiste em quatro dias de provas, desafia os participantes a realizar tarefas que são cotidianas em empresas, com prazos e padrões de qualidade determinados. Os que se saem melhor participam também de uma competição internacional.[13]
História do Senai
[editar | editar código-fonte]Pode-se dizer que a ideia de se criar uma escola voltada para a indústria no Brasil surgiu em 1865, quando “a Sain preconizou o surgimento da primeira Escola Industrial do Brasil, que funcionaria às expensas da Sociedade, e que, implantada na década de 1870, foi precursora do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que se instalaria quase um século mais tarde.”[14]
Em 1939 foi montada uma comissão para estudar a viabilidade de um sistema de ensino profissional. O estudo gerou um relatório, motivo de debate entre governo e empresários da época. Em 1941, Euvaldo Lodi e Roberto Simonsen conseguiram que o então presidente Getúlio Vargas concedesse às empresas a responsabilidade de criar uma entidade de ensino industrial: “Logo depois, em janeiro de 1942, Getulio Vargas baixava o decreto criando o Senai”.[nota 3]
Foi estabelecido que o Senai, nascido sob o nome de Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários, seria mantido via contribuição dos empregadores da indústria.[nota 4] Sua abrangência se ampliou para os “setores de transportes, das comunicações e da pesca, com o que, conservando a sigla, passou a se chamar de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, pelo Decreto-lei no 4.936, de 7 de novembro de 1942.”[15]
Nas décadas que se seguiram, essa entidade de direito privado instalou mais de cem unidades de formação profissional em todo o país, a fim de incutir nos operários três conceitos que, para os industriais, são fundamentais para a ética de trabalho: ordem, dedicação e empenho.[nota 5]
História da Firjan SENAI
[editar | editar código-fonte]Assim como o Senai Nacional tem uma Diretoria Nacional, em cada estado existe uma Diretoria Regional, a quem cabe “planejar, estabelecer metas, desenvolver técnicas e métodos, fazer cumprir e avaliar.” A Firjan SENAI nasceu em 1943, mas foi só em março de 1975 que o presidente do Conselho Nacional criou o Departamento Regional do Estado do Rio de Janeiro com seu respectivo Conselho. Foi uma fusão dos departamentos regionais do Senai do Estado do Rio de Janeiro e da Guanabara.[16]
A Firjan SENAI possui, portanto, autonomia administrativa, o que significa que ele não é obrigado a seguir todas as diretrizes do Sistema Senai, podendo escolher as que têm mais a ver com a realidade da economia fluminense.
Isso tem se refletido na oferta de cursos e treinamentos em áreas específicas, sem falar na ênfase que a Firjan SENAI tem dedicado à criatividade e à aquisição de tecnologias de ponta.[nota 6] Historicamente, foi em 1978 que a Firjan SENAI decidiu focar ainda mais numa formação técnica mais sofisticada. Daí a introdução de cursos de tecnologia de ponta, que incluem Comando numérico, Robótica, Instrumentação elétrica, hidráulica e eletrônica, Informática e Solda especializada.
O objetivo era contribuir para o desenvolvimento tecnológico do Brasil, promover a modernização industrial que o processo de substituição de produtos importados exigia e fornecer mão de obra capaz de atuar no programa de criação de fontes alternativas de energia.[16]
Os conceitos mais importantes para a indústria também são contemplados em seus cursos de aprendizagem e qualificação, respectivamente para menores e maiores de idade. Os jovens que se enquadram na categoria de Menor Aprendiz[nota 7] passam por uma trajetória de aprendizado que envolve nove etapas:
Fase | Conteúdo | |
---|---|---|
Informação e inscrição | ||
Seleção e matrícula | Testes de português, matemática, psicotécnico e entrevista | |
Disciplinas instrumentais | Estudo de matemática, ciências, desenho e português | |
Estudo da tarefa | Materiais impressos e audiovisuais (o que é a tarefa a ser realizada, como fazê-lo e que tecnologia usar) | |
Demonstração | Professor mostra como realizar a operação, ressaltando os procedimentos | |
Execução da tarefa | Aluno aprende fazendo ele próprio a atividade | |
Avaliação da aprendizagem | Professor avalia todas as fases pelas quais o aluno passou durante o curso | |
Aprimoramento | Foco em qualidade e produtividade, além de informações sobre direitos e deveres trabalhistas | |
Estágio industrial | Na própria indústria, com assistência de supervisor da empresa e acompanhamento do Senai, dura 1.600 horas |
A indústria fluminense
[editar | editar código-fonte]O setor industrial do estado do Rio de Janeiro tem crescido ao longo dos anos. De 2006 a 2009, o número de empregados na indústria fluminense passou de 560.116 para 664.252, desempenho esse mais expressivo na construção civil e nas indústrias automotiva e mecânica, ou seja, nas profissões fundamentais para a cadeia produtiva de petróleo e gás. Mas outros setores também prosperaram, com percentual de crescimento de até 144% no número de trabalhadores empregados.[17] Exemplos:
Região | 2006 | 2009 | Crescimento | Setor | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Baixada Fluminense | 1845 | 2760 | 49,59% | Perfumaria e cosméticos | ||||
Norte | 1315 | 3218 | 144,71% | Manutenção de máquinas | ||||
Sul Fluminense | 618 | 1113 | 80,10% | Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos |
Já no que diz respeito ao triênio 2014-2016, período em que o Rio de Janeiro recebe a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, os investimentos previstos contemplam projetos em diversas regiões do estado. O documento Decisão Rio[18] revela que os investimentos na economia fluminense chegarão a R$ 235,6 bilhões, nesse triênio. A quantia vai ser empregada no setor de petróleo e gás (60,7%) e na indústria de transformação (17,2%), mas também nos preparativos para as Olimpíadas,[nota 8] que abocanham R$ 32,5 bilhões (cerca de 13,8% do investimento total).
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Formação profissional
- Educação
- Aula
- Curso de aperfeiçoamento
- Curso superior de tecnologia
- Instituto Euvaldo Lodi
Notas
- ↑ Mais informações sobre os cursos desse nível podem ser obtidas na página de cursos de pós-graduação do Senai Rio
- ↑ Uma pesquisa realizada em 2013 constatou que 91% das indústrias preferem profissionais formados pelo Senai, conforme noticiou o jornal O Dia, na reportagem Formação para a indústria abre150 mil vagas Arquivado em 2 de maio de 2014, no Wayback Machine.
- ↑ Trata-se do Decreto-lei número 4.048 de 22 de janeiro de 1942 Arquivado em 2 de maio de 2014, no Wayback Machine.
- ↑ No início, o Senai era sustentado com a “arrecadação de 2 mil réis mensais por empregado das empresas filiadas à Confederação Nacional da Indústria. Esse sistema foi alterado em 5 de fevereiro de 1944, quando a arrecadação passou a corresponder a 1% do valor total da folha de pagamento das indústrias” (in “Histórias e percursos - O departamento nacional do Senai (1942-2002)”, Brasília, 2002). Para mais informações a respeito, ler o Decreto-lei no 6.246/1944
- ↑ No período compreendido entre 1980 e 1994, esse crescimento foi de 22 para 42 unidades operacionais só no Estado do Rio de Janeiro
- ↑ O Senai Rio atua na aquisição e transferência de técnicas de processos industriais avançados graças aos convênios de cooperação técnica firmados com países desenvolvidos;
- ↑ Para a Lei da Aprendizagem ou do Aprendiz (número 10.097/2000), menor aprendiz é o adolescente entre 14 e 18 anos cujo empregador contribui para sua formação técnico-profissional de acordo com seu desenvolvimento físico, moral e psicológico - como explica o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em sua página O Programa (aprendiz legal). Acontece que, cinco anos mais tarde, ela foi ampliada com o Decreto número 5.598/2005. Com ele, a idade máxima aumentou para 24 anos. Assim, por determinação legal, empresas de médio e grande porte têm o dever de contratar jovens de 14 a 24 anos a fim de cumprirem quotas que variam de 5% a 15% do número de funcionários efetivos qualificados. As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) têm a opção de escolher contratar aprendizes ou não - conforme descrito no site Aprendiz Legal.
- ↑ Esses preparativos incluem instalações, aeroportos, mobilidade urbana e hotéis.
Referências
- ↑ Senai Rio. «Informação gerando inovação: a chave do sucesso profissional». Consultado em 10 de dezembro de 2013
- ↑ Senai Rio. «Maracanã: conheça melhor esta unidade do Senai Rio». Consultado em 21 de janeiro de 2014
- ↑ Senai Rio. «Laranjeiras: conheça melhor esta unidade do Senai Rio». Consultado em 21 de janeiro de 2014
- ↑ Sistema Firjan. «Soluções tecnológicas». Consultado em 4 de abril de 2014. Arquivado do original em 2 de maio de 2014
- ↑ Sistema Firjan. «Chegou a Faculdade Senai Rio». Consultado em 21 de janeiro de 2014
- ↑ Sistema Firjan. «Unidades Móveis Senai». Consultado em 21 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 2 de maio de 2014
- ↑ Portal da Indústria. «Confira todos os programas e serviços do Senai». Consultado em 21 de janeiro de 2014
- ↑ Instituto Brasileiro de Coaching (José Roberto Marques). «Qual o perfil do profissional do futuro». Consultado em 27 de fevereiro de 2014
- ↑ Jornal do Comércio (20 de janeiro de 2014). «Falta de mão de obra especializada se agrava». Consultado em 24 de abril de 2014
- ↑ Revista Exame, por Beatriz Souza (20 de outubro de 2013). «Por que é difícil encontrar mão de obra qualificada no país». Consultado em 24 de abril de 2014
- ↑ Jornal O Estado de S. Paulo (Renée Pereira) (12 de janeiro de 2014). «Falta de mão de obra especializada se agrava e atinge 91% das empresas». Consultado em 24 de abril de 2014
- ↑ Portal de notícias G1 Goiás (27 de janeiro de 2014). «Empresários reclamam da falta de mão de obra qualificada em indústrias». Consultado em 24 de abril de 2014
- ↑ Portal da Indústria. «Olimpíada do conhecimento - O que é». Consultado em 24 de abril de 2014
- ↑ Coordenação de Beloch I. e Fagundes L. R. (1997), “Sistema Firjan: a história dos 170 anos da representação industrial no Rio de Janeiro, 1827-1997”: Memória Brasil Projetos Culturais Ltda.
- ↑ “Histórias e percursos - O departamento nacional do Senai (1942-2002)”. Brasília, 2002
- ↑ a b Cardoso, Neusa. “Senai Rio - Quem somos e o que fazemos”: Departamento Regional do Senai do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1990
- ↑ Senai Rio. «A economia do Rio e a indústria fluminense». Consultado em 10 de dezembro de 2013
- ↑ Sistema Firjan. «Decisão Rio - Investimentos 2014-2016 - Sumário Executivo (PDF – 21MB)». Consultado em 17 de abril de 2014