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Jasminum

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 Nota: Se procura outras plantas conhecidas por «jasmim», veja Jasmim (desambiguação).
Como ler uma infocaixa de taxonomiaJasminum
jasmim
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Oleaceae
Género: Jasminum
L., 1753
Espécie-tipo
Jasminum officinale
L.
Espécies
Mais de 200 espécies, ver texto.[1][2][3]
Sinónimos[4]
Jasmim Flor
Hábito de Jasminum officinale, o jasmim-comum ou jasmim-verdadeiro.
Jasminum officinale (folhagem e flores).
Jasminum simplicifolium com bagas maduras.

Jasminum L. é um género de plantas com flor da família Oleaceae que agrupa cerca de 200 espécies com distribuição natural nas regiões tropicais e subtropicais da Eurásia, Australásia e Oceania. A maior parte das espécies são arbustos ou lianas, com folhas simples ou compostas, que produzem flores tubulares, quase sempre muito perfumadas, raramente com mais de 2,5 cm de diâmetro e com pétalas patentes. Embora a maioria das espécies produza flores brancas, há algumas com flores amarelas ou rosadas. Embora algumas espécies conhecidas por «jasmim» pertencem a outros géneros, Jasminum agrupa a maioria das espécies conhecidas pelo nome comum de jasmim[5] (do persa através do árabe ياسمين ; yassemine).[6] Algumas espécies são extensamente cultivadas pela característica fragrância das suas flores.

Morfologia e genómica

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As espécies do género Jasmine são maioritariamente arbustos ou lianas plantas perenes, embora se conheçam algumas espécies caducifólias. Predominam os microfanerófitos, raramente mesofanerófitos, de hábito erecto, embora ocorram numerosos caméfitos largamente escandentes, lianas e trepadeiras, em geral crescendo apoiadas na vegetação ou pendentes em taludes ou rochedos.

As folhas, de coloração verde intenso, podem ser simples trifoliadas ou pinadas, com filotaxia que produz arranjos opostos ou alternados. Os folíolos são em geral lanceolados e com pecíolo curto.

As flores são tubulares, tipicamente com menos de 2,5 cm de diâmetro. As flores aglomeram-se em inflorescências do tipo cimoso com um mínimo de três flores, embora também existem espécies com flores solitárias nas extremidades de ramos secundários. As brácteas são lineares ou ovais. O cálice é em forma de sino. Cada flor tem de 4-9 pétalas de cor branca ou amarela, embora em raros casos possam ser ligeiramente avermelhadas ou rosadas, e dois lóculos, cada um com de 1-4 óvulos. Apresentam dois estames com filamentos muito curtos. As flores são geralmente muito perfumadas, com uma fragrância característica, apresentando numerosos osmóforos que formam permanentemente vacuolos com óleos essenciais muito voláteis nas células da epiderme e mesófilo das pétalas.

Os frutos de jasmim são bagas ligeiramente carnudas que ficam de púrpura a roxo-escuro, ou mesmo negras, quando maduras. As sementes são 1-4 por baga, escuras, com tegumento irregular, de difícil germinação.

O número cromossómico básico do género é n = 13, mas a maioria das espécies é diplóide (2n = 26). A poliploidia natural é frequente, sendo característica de espécies como Jasminum sambac (2n = 39), Jasminum flexile (2n = 52), Jasminum mesnyi (2n = 39) e Jasminum angustifolium (2n = 52).[7]

Ver artigo principal: Jasmonato

Os jasmonatos são um conjunto de compostos assim designados por terem sido inicialmente isolados a partir do óleo de Jasminum grandiflorum. O composto então isolado, o metil-jasmonato, conduziu à descoberta da estrutura molecular de um conjunto de compostos que têm funções de regulação nas plantas, funcionando como hormonas vegetais.[8]

Os jasmonatos têm ocorrência ubíqua em todo o reino vegetal, assumindo funções chave na resposta a estímulos ambientais, entre os quais o stress induzido pelo calor e o frio, fazendo parte dos mecanismo de transdução de sinal de muitas plantas.[9]

Distribuição e habitat

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As espécies do género Jasminum são nativas das regiões tropicais e subtropicais da Eurásia, Australásia e Oceania, mas apenas uma das cerca de 200 espécies é nativa da Europa.[10][11] O centro de diversidade do género está localizado no sul e sueste da Ásia.[12]

Algumas espécies de Jasminum estão naturalizadas nas regiões mediterrânicas da Europa, entre elas Jasminum grandiflorum, oriundo da Ásia Ocidental e do subcontinente indiano, agora naturalizada na Península Ibérica e incorrectamente conhecida na Europa por «jasmim-espanhol».[7]

Jasminum fluminense (que é por vezes conhecido pelo erróneo nome de «jasmim-brasileiro») e Jasminum dichotomum são espécies invasoras no Hawaii e na Flórida.[13][14] Jasminum polyanthum, também conhecida por «jasmim-branco», é uma erva daninha na Austrália.[15]

As espécies que integram o género Jasminum são consideradas como fazendo parte da tribo Jasmineae da família Oleaceae (a mesma que integra a oliveira).[7] O género Jasminum está na sua presente circunscrição taxonómica dividido em cinco secções: Alternifolia, Jasminum, Primulina, Trifoliolata e Unifoliolata.[4]

O nome genérico tem como etimologia a palavra persa yasameen ("dádiva de Deus"), chegada através da língua árabe (ياسمين ; yassemine) e do latim.[16][6][17]

Ver artigo principal: Lista de espécies de Jasminum
Jasminum sambac var. "Grand Duke of Tuscany", um cultivar de flor dobrada.
Botões florais de Jasminum
Ciclo de vida da flor do jasmim-árabe.
Flores de jasmim

Entre muitas outras, o género Jasminum inclui as seguintes espécies:[18]

Cultivo e usos

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Amplamente cultivadas pelas suas flores, para além dos usos industriais em perfumaria e na produção de chás e tisanas, as espécies de Jasminum são frequentemente usadas na construção de jardins, como plantas de interior e para a produção de flores de corte.

O aroma das flores de Jasminum é adocicado, constituindo, conjuntamente com o aroma das rosas, um dos aromas pilares da perfumaria.

Para além dos usos em perfumaria, na China misturam-se flores de jasmim com folhas de chá (Camellia sinensis), produzindo tisanas cuja resultante combinação de sabores e aromas é muito apreciada.

As «bodas de jasmim» simbolizam os 66 anos de casamento no folclore francês.

Desde há muitos séculos que o jasmim é considerado no Médio Oriente como o símbolo da beleza e da tentação das mulheres. Cleópatra teria ido ao encontro de Marco António velejando num barco cujas velas foram perfumadas com essência de jasmim.

No sul e sudeste da Ásia, as flores são muito usadas pelas mulheres para enfeitar os cabelos.

Na Índia, Kama, o deus do amor, chegava até às suas vítimas por setas acompanhadas de flores de jasmim. Vendedores de flores de jasmim vendem grinaldas de jasmim, ou no caso das variedades mais espessas (conhecidas por "motiyaa" em hindi ou "mograa" em marathi) é comum a venda em cachos ou ramos. Estes vendedores concentram-se frequentemente em torno de entradas para os templos, nas principais vias públicas e nas principais áreas de negócios.

O «jasmim-indiano» (Jasminum auriculatum) é cultivado principalmente em Uttar Pradesh, Bengala Ocidental, Ghats Ocidentais e sul da Índia. É conhecido como juhi (hindi), jui (bengali), usimalligai (tamil) e yuthika (sânscrito), tendo grande significado na cultura indiana.

Madurai, uma cidade em Tamil Nadu, é famosa por sua produção de jasmim. Na Índia, o jasmim é cultivado para uso em lares, culto e enfeites de cabelo. O jasmim é cultivado comercialmente, para uso doméstico e industrial, como a indústria de perfumes. É usado em rituais como casamentos, cerimónias religiosas e festivais.

É muito popular na região norte do Brasil; além de comercializada na maior feira da América Latina,

[19][20][21] na banca de cheiro das erveiras do Mercado do Ver-o-peso (na cidade de Belém do Pará), é o principal ingrediente do Banho de Cheiro encantado, usado na comemoração da festa junina e do reveion no estado do Pará.[22] Prática ritualística que ocorre desde o século XIX, ao qual se atribui o poder de atrair a felicidade, reatar amores e, abrir as portas da prosperidade ao bebedor.[23]

Também presente no Cheiro de Papel, produzido com a infusão de essências vegetais, comercializado no cesto de palha da Vendedora de cheiro, usados para aromatizar roupas guardadas em gavetas e armários.[23] Uma combinação de raízes e paus aromáticos ralados; os ingredientes mais conhecidos são: arruda, cipó-catinga, patexuli, japana, cumaru, alecrim, baunilha, manjerona, açucena, casca preciosa, louro amarelo, alfazema, priprioca e, jasmim.[23]

Chá de jasmim

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Chá-verde com flores de jasmim

O chá-de-jasmim é frequentemente consumido na China, onde é designado por «chá-de-flor-de-jasmim» (茉莉花茶; pinyin: mò-lì-huā-chá). As flores de Jasminum sambac são também utilizadas para fazer uma tisana conhecida por chá de jasmim, em cuja confecção é comum usar uma base de chá verde ou chá branco, embora por vezes se utilize uma base de oolong.

Na confecção desses chás, as flores de jasmim são colocadas em máquinas que controlam a temperatura e a humidade. Demora cerca de quatro horas para o chá absorver a fragrância e o sabor das flores de jasmim. Para os mais requintados tipos de chá de jasmim, este processo pode ser repetido até sete vezes. Como o chá absorve a humidade das flores de jasmim frescas, deve ser voltado a secar ao calor para evitar a deterioração.

As flores usadas podem ser removidas do produto final, pois as flores após o processo de secagem não contêm mais aroma. Ventoinhas gigantes são usados para soprar gentilmente o produto e separar as pétalas secas das folhas de chá mais densas.

Em Okinawa, Japão, o chá de jasmim é conhecido por sanpin cha.

Vários Estados e regiões usam o jasmim como seu símbolo heráldico ou como «flor nacional». Entre esses contam-se:

A subida ao poder do presidente tunisino Zine El Abidine Ben Ali em 1987[27][28] e a sua deposição pela revolução tunisina de 2011 são ambas conhecidas por «revolução de jasmim», uma referência à flor.

A plantação de jasmim é geralmente feita por reprodução vegetativa usando uma estaca retirada do caule de uma planta existente, ou um com recurso à divisão de raízes. Em raras ocasiões, deixam as flores produzir os frutos roxos escuros com sementes. As sementes germinam quando semeadas e alimentadas adequadamente, mas requerem escarificação do solo e elevada humidade.

Os arbustos floridos são geralmente aparados antes do verão, pois os ramos juvenis crescem melhor e dão flores mais abundantes durante a época de floração.

Os maiores produtores mundiais de jasmins são a Índia e a China. Entre as espécies mais populares de jasmim, destacam-se:

Outras plantas

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Em alguns lugares do Brasil, outras plantas com flores tubulares e cinco pétalas patentes, com forte perfume, são também conhecidas como jasmim.

Outras plantas possuindo flores de cor pálida, aroma adocicado e folhas verde-escuro, não relacionadas com o género Jasminum, também são conhecidas pelo nome comum de «jasmim». Exemplos incluem:

  1. «Jasminum». Index Nominum Genericorum. International Association for Plant Taxonomy. Consultado em 3 de junho de 2008 
  2. «10. Jasminum Linnaeus». Chinese Plant Names. 15: 307. Consultado em 3 de junho de 2008 
  3. UniProt. «Jasminum» (HTML). Consultado em 3 de junho de 2008 
  4. a b USDA, ARS, National Genetic Resources Program. «Jasminum L.». Germplasm Resources Information Network, National Germplasm Resources Laboratory. Consultado em 22 de novembro de 2011 
  5. Sunset Western Garden Book, 1995:606–607.
  6. a b "jasmine." Webster's Third New International Dictionary, Unabridged. Merriam-Webster, 2002.
  7. a b c A.K. Singh (2006). Flower Crops: Cultivation and Management. [S.l.]: New India Publishing. pp. 193–205. ISBN 978-81-89422-35-6 
  8. Demole E; Lederer, E.; Mercier, D. (1962). «Isolement et détermination de la structure du jasmonate de méthyle, constituant odorant caractéristique de l'essence de jasmin». Helv Chim Acta. 45 (2): 675–85. doi:10.1002/hlca.19620450233 
  9. Sharma, M; Laxmi, A (2016). «Jasmonates: Emerging Players in Controlling Temperature Stress Tolerance». Frontiers in Plant Science. 6. 1129 páginas. PMC 4701901Acessível livremente. PMID 26779205. doi:10.3389/fpls.2015.01129 
  10. Ernst Schmidt; Mervyn Lötter; Warren McCleland (2002). Trees and shrubs of Mpumalanga and Kruger National Park. [S.l.]: Jacana Media. p. 530. ISBN 978-1-919777-30-6 
  11. Jasminum @ EFloras.org.
  12. H. Panda (2005). Cultivation and Utilization of Aromatic Plants. [S.l.]: National Institute Of Industrial Research. p. 220. ISBN 978-81-7833-027-3 
  13. «Jasminum fluminense». Bases de dados de PLANTS. Natural Resources Conservation Service 
  14. «Jasminum dichotomum». Bases de dados de PLANTS. Natural Resources Conservation Service 
  15. «Weeds of the Blue Mountains Bushland – Jasminum polyanthum». Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2014 
  16. "jasmine, -in, jessamine, -in", OED
  17. Metcalf, 1999, p. 123.
  18. GRIN. «Jasminum information from NPGS/GRIN». Taxonomy for Plants. National Germplasm Resources Laboratory, Beltsville, Maryland: USDA, ARS, National Genetic Resources Program. Consultado em 19 de outubro de 2012. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015 
  19. «Reforma do Ver-o-Peso é urgente e necessária ao turismo e cultura de Belém». Rede Pará. Consultado em 3 de março de 2021 
  20. Daniel Ribeiro. «Mercado Ver-o-Peso, em Belém, ganha vida de madrugada». UOL Viagem. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  21. Mayara Maciel (3 de junho de 2015). «Plantas Aromáticas do Ver-o-Peso». Museu Goeldi. Consultado em 11 de julho de 2015 
  22. admin (13 de julho de 2017). «Priprioca: tipicamente brasileira, considerada como a raiz que vale ouro». Coisas da Roça. Consultado em 25 de novembro de 2021 
  23. a b c Fernandes, Caroline (2008). Tema Identidade. «História de vendedoras: arte e visualidade no Brasil» (PDF). Encontro da Associação Nacional de História (Anpuh Rio). Revista Brasileira de História da Anpuh-Rio: 7. Consultado em 25 de novembro de 2021 
  24. Anabel Bachour (23 de fevereiro de 2017). «Damascus, the City of Jasmine». Peacock Plume, Student Media, The American University of Paris, France. Consultado em 26 de maio de 2019 
  25. Keputusan Presiden No. 4 Tahun 1993 Arquivado em 2012-04-02 no Wayback Machine
  26. «Symbolic and spiritual meaning of jasmine flowers». Gardening Tips | Flower Wiki (em inglês). 3 de janeiro de 2017. Consultado em 25 de abril de 2019 
  27. Michael, Ayari; Vincent Geisser (2011). «Tunisie : la Révolution des "Nouzouh"* n'a pas l'odeur du jasmin» (em francês). Témoignage chrétien. Consultado em 14 de março de 2011. Arquivado do original em 28 de janeiro de 2011 
  28. «La révolution par le feu et par un clic» (em francês). Le Quotidien d'Oran/moofid.com. 25 de fevereiro de 2011. Consultado em 14 de março de 2011. Arquivado do original em 14 de julho de 2011 

Classificação do lineana do género

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Sistema Classificação Referência
Linné Classe Diandria, ordem Monogynia Species plantarum (1753)

Ligações externas

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