Liga dos Comunistas
Comunismo |
---|
![]() |
Variantes Marxismo · Leninismo · Marxismo-leninismo · Marxismo clássico · Revisionismo · Antirrevisionismo (Stalinismo, Maoismo, Hoxhaísmo, Marxismo-Leninismo-Maoismo) · Trotskismo · Titoísmo · Luxemburguismo · Castrismo · Guevarismo · Juche · Brejnevismo · Sandinismo · Comunismo gulash · Esquerda comunista · Comunismo de conselhos · Eurocomunismo · Anarcocomunismo · Comunismo cristão · Comunismo primitivo · Comunismo científico · De Leonismo |
Personalidades |
Tópicos relacionados Anticapitalismo · Anticomunismo · Guerra Fria · Comunitarismo · Economia planificada · Esquerda política · Nova Esquerda · Socialismo (economia) · Terminologia soviética · Simbologia comunista (Foice e martelo · Trabalhadores do mundo, uni-vos!) · Comunismo no Brasil · Comunismo na China · Comunismo nos Estados Unidos |
![]() |
A Liga dos Comunistas foi a primeira organização internacional marxista.[1] Seu embrião foi a "Liga dos Justos" fundada em 1836 por revolucionários alemães emigrados para Paris. Inicialmente a orientação ideológica era para o "socialismo utópico" de um grupo comunista cristão orientado pelas ideias de Gracchus Babeuf. Mais tarde a Liga se tornou uma organização internacional quando Karl Marx, Friedrich Engels e Johann Eccarius se juntaram a ela.
Liga dos Justos[editar | editar código-fonte]
A Liga dos Justos era um grupo dissidente da "Liga dos Outlaws", criada em Paris em 1834 por Theodore Schuster e outros imigrantes alemães.
Schuster era inspirado na obra de Philippe Buonarroti.
O lema da "Liga dos Justos" era "todos os homens são irmãos" e seus objetivos eram "o estabelecimento do Reino de Deus na Terra, com base nos ideais de amor ao próximo, igualdade e justiça".[2] A Liga dos Justos, nos últimos tempos, tinha uma estrutura piramidal, inspirada na sociedade secreta Carbonária, e suas ideias eram compartilhadas com o "socialismo utópico" de Saint-Simon e Charles Fourier. Seu objetivo era estabelecer uma "República Social" na Prússia que teria como princípios a "liberdade", a "igualdade" e a "virtude cívica".
A Liga dos Justos participou da revolta blanquista de maio de 1839 em Paris.[3] Depois da revolta seus integrantes foram expulsos da França e a Liga dos Justos passou a ter sua sede em Londres, onde fundaram um grupo militante, a "Sociedade Educacional para Trabalhadores Alemães" em 1840. Wilhelm Weitling, um importante membro da liga, se mudou para a Suíça, onde foi preso e posteriormente extraditado para a Prússia.
O livro de Weitling "Garantias da Harmonia e Liberdade" de 1842 criticava a propriedade privada e a sociedade burguesa na mesma época em que Proudhon e Karl Marx, e foi uma das bases da teoria social da Liga dos Justos que deu origem a Liga dos Comunistas.
Atuação da Liga na Prússia[editar | editar código-fonte]
Várias forças políticas atuaram nas revoltas que eclodiram na Prússia alem da Liga dos Comunistas em 1848, Marx denominou as principais forças de "democratas burgueses" e "pequenos-burgueses" os trabalhadores rurais também tinham alguma força.[4] Apesar de Marx e Engels colocarem todas as suas esperanças na revolução, inclusive ambos foram de Bruxelas para Colônia, a Liga dos Comunistas não foi capaz de atingir seus objetivos durante a revolução.
Um grupo denominado "Clube dos Trabalhadores" foi criado na Prússia por membros da Liga, e se tornou numeroso e a mais importante organização revolucionária na Prússia. Essa organização lutou contra os prussianos na Revolução de 1848.
Durante a revolução Engels foi para Baden lutar contra os prussianos, Marx ficou em Colônia onde tinha fundado o jornal "Nova Gazeta Renana".
A revolução comunista de 1848-49 na Prússia, travada por integrantes da Liga dos Comunistas liderada por Marx e Engels, fracassou quanto as suas intenções de tomada do poder pelos comunistas, Marx foi expulso indo para Paris.[5]
Fim da Liga dos Comunistas[editar | editar código-fonte]
Em 1850, o espião prussiano Wilhelm Stieber fez amizade com Marx e conseguiu localizar o registro dos membros da Liga que estava na casa de Marx e o roubou. Muitos membros da Liga foram presos por toda Europa.[6]
Em 1852, sobretudo após o Julgamento de Comunistas em Colônia, a Liga foi formalmente encerrada. De fato, de acordo com Engels, três décadas depois, já na primeira frase de seu "Para a História da Liga dos Comunistas" (1885):
- "Com a condenação dos comunistas de Colônia em 1852, cai o pano sobre o primeiro período do movimento operário autônomo alemão. [...]"[7]
Engels, no final daquele mesmo ano de 1852, no texto "O Recente Julgamento em Colônia" (assinado por Marx), publicado no New-York Daily Tribune, fornece detalhes:
- "[...] O governo podia suportar poucas das revelações tão escaldantes como as que vieram à luz durante o julgamento. E, no entanto, tinha um tribunal como a província renana ainda não tinha visto. Seis nobres, da mais pura água reacionária, quatro senhores da finança, dois funcionários governamentais. Não eram homens para olhar de perto para a massa confusa de provas amontoadas diante deles durante seis semanas, quando continuamente ouviam repetir aos seus ouvidos que os acusados eram chefes de uma terrível conspiração comunista, erguida a fim de subverter tudo o que é sagrado — a propriedade, a família, a religião, a ordem, o governo e a lei! E, contudo, se ao mesmo tempo, o governo não tivesse dado a conhecer às classes privilegiadas que uma absolvição neste julgamento seria o sinal para a supressão do tribunal e que seria tomada como uma demonstração política direta — como uma prova de que a oposição liberal da classe média estava pronta a unir-se mesmo aos mais extremos revolucionários — o veredito teria sido uma absolvição. Tal como foi, a aplicação retroativa do novo código prussiano permitiu ao governo ter sete prisioneiros condenados enquanto apenas quatro foram absolvidos, e os que foram condenados foram sentenciados de prisão variando entre três e seis anos, como, sem dúvida, já terão verificado na altura em que a notícia vos chegou."[8]
Principais membros da Liga[editar | editar código-fonte]
- Karl Marx
- Friedrich Engels
- Bruno Bauer
- Wilhelm Weitling
- Wilhelm Liebknecht
- Heinrich Bauer
- Johann Eccarius
- Joseph Moll
- Karl Pfänder
- Karl Schapper
- Joseph Weydemeyer
- August Willich
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Address of the Central Committee to the Communist League
- ↑ The Basics of Marxist-Leninist Theory, G.N. Volkov, 1979.
- ↑ Marx and the Permanent Revolution in France: Background to the Communist Manifesto escrito por Bernard Moss, pg.10, 1998
- ↑ Ver "Mensagem da Direção Central da Liga Comunista"
- ↑ Primitive Rebels', Eric Hobsbawm, 1965; editado por Norton Library
- ↑ Wilhelm Stieber, "The Chancellor's Spy," pgs. 25-38.
- ↑ Friedrich Engels, "Para a História da Liga dos Comunistas" (1885). Marxists.org. Obras Escolhidas em três tomos, Editorial Avante!. José Barata Moura, Eduardo CHITAS, Francisco MELO e Álvaro PINA, tomo III, pág: 192-212.
- ↑ MARX-ENGELS, Obras Escolhidas em três tomos. Editorial Avante!.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «The Communist League» (em inglês)
- «Revelations Concerning the Communist Trial in Cologne» (em inglês). , Karl Marx.