Montanhas (Rio Grande do Norte)

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Montanhas
  Município do Brasil  
Igreja de São João Batista
Igreja de São João Batista
Igreja de São João Batista
Símbolos
Brasão de armas de Montanhas
Brasão de armas
Hino
Gentílico montanhense
Localização
Localização de Montanhas no Rio Grande do Norte
Localização de Montanhas no Rio Grande do Norte
Localização de Montanhas no Rio Grande do Norte
Montanhas está localizado em: Brasil
Montanhas
Localização de Montanhas no Brasil
Mapa
Mapa de Montanhas
Coordenadas 6° 29' 09" S 35° 17' 16" O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Norte
Municípios limítrofes Ao norte: Pedro Velho; Ao sul: Jacaraú (PB); Ao Leste: Pedro Velho; Ao oeste: Nova Cruz.
Distância até a capital 96 km
História
Fundação 8 de janeiro de 1962 (62 anos)
Administração
Prefeito(a) Manuel Gustavo de Araújo Moreira (PSB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 82,214 km²
População total (estimativas IBGE/2020[1]) 11 208 hab.
Densidade 136,3 hab./km²
Clima Tropical (Aw)
Altitude 87 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[2]) 0,557 baixo
PIB (IBGE/2018[3]) R$ 92 113,5 mil
PIB per capita (IBGE/2018[3]) R$ 8 155,25
Sítio montanhas.rn.gov.br (Prefeitura)

Montanhas é um município no estado do Rio Grande do Norte, no Brasil.

História[editar | editar código-fonte]

Em 4 de dezembro de 1754, o padre José Vieira Afonso recebeu uma sesmaria na Lagoa das Queimadas, às margens do Rio Curimataú, iniciando a povoação da área. O nome Queimada referia-se à queima inicial dos aceiros para a fundação de plantios. A Lagoa de Queimadas mudou de nome no século XIX, passando a se chamar Montanhas, numa referência direta à sua localização. A Lagoa de Montanhas sempre teve um clima agradável e ameno, a ponto de ser considerada a Suíça do Agreste.

A povoação de Lagoa de Montanhas alcançou progresso a partir da fertilidade de suas terras, que sempre garantiu grande produção de cereais. A chegada da estrada de ferro, interligando a região à capital do Estado, no ano de 1882, foi um acontecimento que veio garantir o crescimento do povoado. Lagoa de Montanhas foi considerado distrito do município de Pedro Velho, em outubro de 1938. No dia 8 de janeiro de 1962, de acordo com a Lei nº 2.727, o distrito foi desmembrado de Pedro Velho e se tornou município. Mas somente em 20 de julho de 1963, o município passou a se chamar definitivamente Montanhas.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Na atual divisão territorial do Brasil feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vigente a partir de 2017, Montanhas pertence à região geográfica imediata de Canguaretama e à região geográfica intermediária de Natal.[4] Antes, na divisão em mesorregiões e microrregiões que vigorava desde 1989, fazia parte da microrregião do Litoral Sul, que fazia parte da mesorregião do Leste Potiguar.[5] Montanhas cobre uma área de 82,214 km²,[1] equivalente a 0,1557% da superfície estadual, dos quais 2,363 km² constituem a área urbana.[6] Está a 96 km de Natal[7] e a 2 353 km de Brasília,[8] as capitais estadual e federal, respectivamente. Limita-se com Pedro Velho a norte e a leste, Nova Cruz a oeste e Jacaraú, na Paraíba, a sul.[9]

O relevo de Montanhas está incluído na depressão sublitorânea, uma área de transição entre os tabuleiros costeiros e o Planalto da Borborema, apresentando altitudes abaixo de cem metros. As áreas de menor altitude se caracterizam pela existência de rochas granito-gnáissicas do embasamento cristalino, além de sedimentos de anfibolito, migmatito e xistos, formados há cerca de 1,1 bilhão de anos, durante a idade Pré-Cambriana média. Por outro lado, nas áreas de maior altitude estão as rochas do Grupo Barreiras, cujo intemperismo deu origem às coberturas colúvio-eluviais ou paleocascalheiras, originárias do período Quaternário, formadas principalmente de areia e cascalho.[9]

Os solos de Montanhas, em sua maior parte, são arenosos, profundos e bastante drenados, porém pobres em nutrientes e, portanto, pouco férteis, caracterizando as areias quartzosas ou neossolos, altamente permeáveis e lixiviados. Na porção sudoeste existem os solos podzólicos vermelho-amarelo equivalentes eutróficos (chamados de luvissolos na nova classificação), mais férteis que os neossolos, mas menos profundos e menos drenados.[9] Na parte oeste do município existem os planossolos,[10] mais argilosos, razoavelmente profundos, menos permeáveis e mal drenados.[11] Totalmente inserido na bacia hidrográfica do rio Curimataú,[9] Montanhas se situa em uma área de transição entre os biomas da caatinga e da Mata Atlântica, estando 92% da área do município no primeiro e os 8% restantes no segundo.[12]

O clima é tropical Aw, com chuvas concentradas entre março e julho. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), desde abril de 2004 o maior acumulado de chuva em 24 horas registrado em Montanhas alcançou 180 mm em 13 de junho de 2007. Outros acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram: 125,3 mm em 18 de junho de 2007, 110,3 mm em 31 de janeiro de 2014, 107 mm em 13 de abril de 2011, 106 mm em 6 de julho de 2020 e 104 mm em 30 de abril de 2017. Junho de 2007 é o mês mais chuvoso da série histórica, com 506,1 mm.[13]

Dados climatológicos para Montanhas (2004-2020)[13]
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Precipitação (mm) 71 72,9 119,7 128,8 138,6 177,6 119,6 60,6 36,5 11,3 12,2 18,7 967,5

Demografia[editar | editar código-fonte]

Crescimento populacional
Censo Pop.
19706 527
19807 79819,5%
19919 62423,4%
200011 94824,1%
201011 413−4,5%
Est. 202011 208[1]
Fonte: IBGE/CNM[14]

No último censo demográfico, realizado em 2010, a população de Montanhas era de 11 413 habitantes, ocupando a 52ª posição no estado e a 2 693ª no Brasil,[15] com uma densidade demográfica de 138,82 hab/km², a nona maior do Rio Grande do Norte,[16] e 77,72% vivendo na zona urbana.[17] Com 50,36% dos residentes do sexo feminino e 49,64% do sexo masculino,[17] a razão de sexo era de 98,56 homens por cem mulheres.[18] Quanto à faixa etária, 61,02% tinham entre 15 e 64 anos, 29,26% menos de quinze anos e 9,73% 65 anos ou mais.[19]

Na pesquisa de autodeclaração do censo, 55,89% dos moradores eram pardos, 38,45% brancos, 4,6% pretos, 1,04% amarelos e 0,03% indígenas.[20] Todos os habitantes eram brasileiros natos,[21] dos quais 65,04% naturais do município (dos 88,42% nascidos no estado).[22] Dentre os naturais de outras unidades da federação, os estados com o maior percentual de residentes eram a Paraíba (7,18%), o Rio de Janeiro (1,84%) e São Paulo (0,97%), havendo também nascidos em outros onze estados e no Distrito Federal.[23]

Igreja Matriz de São João Batista (2010), na época da Paróquia de Pedro Velho

Ainda segundo o mesmo censo, 82,35% dos residentes eram católicos apostólicos romanos, 9,54% declararam não seguir nenhuma religião e 7,04% eram evangélicos; 0,28% não sabiam sua preferência religiosa e outras denominações somavam 0,79%.[24] Na Igreja Católica, o padroeiro de Montanhas é São João Batista, cuja paróquia foi criada em 29 de agosto de 2014.[25] Dentre os credos protestantes ou reformados existentes no município, estão: Assembleia de Deus, Congregação Cristã, Deus é Amor, Igreja Batista, Igreja Maranata e Igreja Universal do Reino de Deus.[24]

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do município é considerado baixo, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo dados do relatório de 2010, divulgados em 2013, seu valor era 0,557, estando na 161ª posição a nível estadual (de 167 municípios) e na 5 098ª colocação a nível nacional (dentre 5 570). Considerando-se apenas o índice de longevidade, seu valor é 0,700, o valor do índice de renda é 0,553 e o de educação 0,447. No mesmo ano, 53,86% da população viviam acima da linha de pobreza, 27,92% abaixo da linha de indigência e 18,22% entre as linhas de indigência e de pobreza. No mesmo ano, os 20% mais ricos detinham 56,26% do rendimento total municipal, enquanto os 20% mais pobres apenas 1,99%, sendo o índice de Gini, que mede a desigualdade social, igual a 0,547.[26][27]

Política e administração[editar | editar código-fonte]

A administração municipal se dá por dois poderes, o executivo e legislativo, independentes entre si. O primeiro é exercido pelo prefeito, auxiliado pelo seu gabinete de secretários, e o segundo pela câmara municipal, constituída por nove vereadores. Dentre as atribuições do legislativo estão a elaboração e a votação de leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente a lei de diretrizes orçamentárias. Tanto o prefeito quanto os vereadores são todos eleitos pelo voto direto para mandatos de quatro anos.[28][29] A lei orgânica de Montanhas, que rege o município, foi promulgada em 1990.[30]

Existem também alguns conselhos municipais em atividade, sendo alguns deles: Alimentação Escolar, Assistência Social, Cultura, Desenvolvimento Rural, Direitos da Criança e do Adolescente, Educação, FUNDEB, Habitação, Meio Ambiente, Saúde e Tutelar.[31][32][33] Montanhas é termo judiciário da comarca de Nova Cruz, de entrância intermediária,[34] e pertence à décima-segunda zona eleitoral do Rio Grande do Norte, possuindo, em dezembro de 2020, 8 559 eleitores, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), equivalente a 0,351% do eleitorado potiguar.[35]

Prefeitos[editar | editar código-fonte]

  • 1962–1962 — Fase de emancipação política
  • 1963–1964 — José Galvão Tavares "Zé Galvão"
  • 1965–1970 — Cícero Firmino de Lima
  • 1971–1971 — Manuel Ferreira de Farias "Neco Ferreira" (Renunciou em março de 1971, após três meses de mandato)
  • 1971–1972 — José Inácio Coutinho (Assumiu após a renúncia do Prefeito Manuel Ferreira de Farias)
  • 1973–1974 — João Soares de Melo
  • 1975–1978 — Cícero Firmino de Lima
  • 1979–1982 — João Soares de Melo
  • 1983–1988 — José Firmino de Lima e Silva
  • 1989–1992 — José Balduino Bispo "Dedé Balduino"
  • 1993–1996 — Otêmia Maria de Lima e Silva
  • 1997–2000 — José Balduino Bispo "Dedé Balduino"
  • 2001–2004 — Otêmia Maria de Lima e Silva
  • 2005–2008 — Otêmia Maria de Lima e Silva
  • 2009–2012 — Maria Eliete Coutinho Bispo "Letinha"
  • 2013–2016 — Algacir Antônio de Lima Januário

Referências

  1. a b c d IBGE. «Brasil / Rio Grande do Norte / Montanhas». Consultado em 16 de julho de 2021 
  2. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). «IDHM Municípios 2010». Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil. Consultado em 4 de setembro de 2013 
  3. a b IBGE. «Produto Interno Bruto dos Municípios». Consultado em 16 de julho de 2021 
  4. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_DTB_2017
  5. IBGE (1990). «Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas» (PDF). Biblioteca IBGE. 1: 44–45. Consultado em 16 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 25 de setembro de 2017 
  6. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (2015). «Áreas Urbanas no Brasil em 2015». Consultado em 16 de julho de 2021 
  7. «Distância de Montanhas a Natal». Consultado em 16 de julho de 2021 
  8. «Distância de Montanhas a Brasília». Consultado em 16 de julho de 2021 
  9. a b c d Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA-RN) (2008). «Montanhas» (PDF). Consultado em 16 de julho de 2021 
  10. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (1971). «Mapa Exploratório-Reconhecimento de solos do município de Montanhas, RN» (PDF). Consultado em 16 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 17 de julho de 2021 
  11. DOS SANTOS et al, 2018, p. 101.[1]
  12. «Montanhas, RN». Consultado em 16 de julho de 2021. Cópia arquivada em 17 de julho de 2021 
  13. a b Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). «Relatório pluviométrico». Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  14. IBGE. «Demografia - População Total». Confederação Nacional de Municípios (CNM). Consultado em 17 de julho de 2021 
  15. IBGE (2010). «Sinopse municipal: População». Consultado em 17 de julho de 2021 
  16. IBGE (2010). «Sinopse municipal: Densidade demográfica». Consultado em 17 de julho de 2021 
  17. a b IBGE (2010). «Tabela 608 - População residente, por situação do domicílio e sexo - Sinopse». Consultado em 17 de julho de 2021 
  18. IBGE (2010). «Razão de sexo, população de homens e mulheres, segundo os municípios – 2010». Consultado em 17 de julho de 2021 
  19. IBGE. «Montanhas, RN». Consultado em 17 de julho de 2021 
  20. IBGE (2010). «Tabela 2093 - População residente por cor ou raça, sexo, situação do domicílio e grupos de idade - Características Gerais da População». Consultado em 17 de julho de 2021 
  21. IBGE (2010). «Tabela 1497: População residente, por nacionalidade». Consultado em 17 de julho de 2021 
  22. IBGE (2010). «Tabela 1505 - População residente, por naturalidade em relação ao município e à unidade da federação». Consultado em 17 de julho de 2021 
  23. IBGE (2010). «Tabela 631 - População residente, por sexo e lugar de nascimento». Consultado em 17 de julho de 2021 
  24. a b IBGE (2010). «Tabela 2094 - População residente por cor ou raça e religião». Consultado em 17 de julho de 2021 
  25. «Paróquia de São João Batista, Montanhas/RN». Consultado em 17 de julho de 2021 
  26. «ODS 01 Erradicação da pobreza». Consultado em 17 de julho de 2021 
  27. «ODS 10 Redução de desigualdades». Consultado em 17 de julho de 2021 
  28. «Como funcionam os poderes». Consultado em 17 de julho de 2021. Cópia arquivada em 2 de janeiro de 2017 
  29. «Prefeito e vereadores de Montanhas tomam posse». G1. 1 de janeiro de 2021. Consultado em 17 de julho de 2021 
  30. IBGE. «MUNIC - Perfil dos Municípios Brasileiros 2005». Consultado em 17 de julho de 2021 
  31. IBGE. «MUNIC - Perfil dos Municípios Brasileiros 2017». Consultado em 17 de julho de 2021 
  32. IBGE. «MUNIC - Perfil dos Municípios Brasileiros 2018». Consultado em 17 de julho de 2021 
  33. IBGE. «MUNIC - Perfil dos Municípios Brasileiros 2019». Consultado em 17 de julho de 2021 
  34. «LEI COMPLEMENTAR Nº 643, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018». Consultado em 17 de julho de 2021 
  35. Tribunal Superior Eleitoral (TSE). «Estatísticas do eleitorado – Consulta por município/zona eleitoral». Consultado em 17 de julho de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

DOS SANTOS, Humberto Gonçalves et al. Sistema brasileiro de classificação de solos. 5 ed. Brasília, DF: Embrapa, 2018, 356 p.
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