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Plano Inclinado Gonçalves

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Plano Inclinado Gonçalves

Os trilhos do Plano.
Informações
Proprietário Município de Salvador
Local Salvador
Tipo de transporte Ascensor
Número de linhas 1
Número de estações 2 (Praça Ramos de Queiroz e Rua Francisco Gonçalves)
Tráfego 196.584 passageiros/mês[1]
Funcionamento
Início de funcionamento 1889 (135 anos)[2]
Operadora(s) Transalvador

O Plano Inclinado Gonçalves (PIG) localiza-se no Centro Histórico de Salvador, no estado brasileiro da Bahia. Constitui-se em um plano inclinado, um dos mais antigos da cidade, atrás da Catedral Basílica da e que liga o bairro do Comércio ao Pelourinho. O seu acesso dá-se, na Cidade Alta, pela praça Ramos de Queiroz e, na Cidade Baixa, pela rua Francisco Gonçalves.

Possui duas cabines com as dimensões de um bonde regular, cada uma com capacidade para transportar 36 passageiros ou 2,7 toneladas[1].

História

Antecedentes

Remonta a uma rampa aberta na encosta pelos Jesuítas no século XVII, razão pela qual ficou conhecido como o "Guindastes dos Padres"[2].

De 1874 a 1889

Cabine pronta para embarque na Cidade Alta, Praça Ramos de Queiroz.

Acredita-se que foi inaugurado em 1874, quando teria trilhos e dois vagões. Em 1888 uma empresa inglesa, sem experiência no ramo, recebeu uma encomenda para um tipo de funicular, com carros constituídos por uma simples plataforma plana que possívelmente em algum momento transportou bondes a cavalo incluindo os animais. Posteriormente, recebeu uma cabina fechada, passando a transportar passageiros. A linha, denominada de "Chariot", conheceu vários acidentes, vindo a ser encerrada.[3]

Outras informações dão conta de que a construção do Plano no lugar do Guindaste dos Padres deu-se antes da do Elevador do Taboão, entre 1887 e 1889, por iniciativa da Companhia Linha Circular de Carris da Bahia. O Plano Inclinado Isabel, como seria inicialmente chamado, foi inaugurado em 25 de dezembro de 1889, quando a Proclamação da República Brasileira já havia ocorrido; por isso, a homenagem à até então futura herdeira da coroa brasileira, princesa Isabel do Brasil, foi transferida para o comendador Manuel Francisco Gonçalves, diretor da Companhia construtora do Plano.[2]

De 1889 a 1931

Vista da Cidade Baixa de Salvador a partir da plataforma de embarque na Cidade Alta.

Em 1889, a empresa alemã Maschinenfabrik Esslingen, próxima a Stuttgart, fornecia um sistema completo convencional de funicular, incluindo trilhos, cremalheira, carros, propulsão a vapor e cabos de tração. Para a sua operação, foram construídas estações com escadarias no parte exterior dos trilhos. Ainda no mesmo ano, Niklaus Riggenbach, natural de Olten, na Suíça, com experiência no setor de trens a cremalheira e funiculares com cremalheira, recebeu uma encomenda para planificar uma nova linha, mais perfeita e segura do que o da empresa Esslingen.[3]

Em 1909 a linha foi eletrificada, recebendo ainda novos carros de tipo europeu, com compartimentos em diferentes degraus. No mesmo período, a estação inferior foi reconstruída. A reinauguração deu-se a 10 de junho de 1910.[3]

Na passagem da década de 1920 para a década de 1930, a Companhia Linha Circular de Carris da Bahia contratou uma empresa da Dinamarca, a Christiani-Nielsen, para a modernização tecnológica e estética no Elevador Lacerda e no PIG, o que incluiu a alteração da inclinação da rampa (de 32º10' para 35º45'[1]) e a adoção de linhas retas e elementos geométricos da art déco nas fachadas. Foi finalizada em agosto de 1931[2]. Essa nova reforma, em 1931, trouxe também novos carros, do tipo plataforma, fabricados pela empresa estadunidense "Brill", sediada na Filadélfia. Estes caracterizavam-se pelo emprego de polos de trole com linha elétrica. A nova inclinação era necessária para a adaptação das plataformas das estações aos novos carros, agora também planas e com escadarias cobertas. Novos trilhos de gabarito padrão (1435 mm) foram instalados, e a cremalheira foi removida.[3]

De 1931 aos nossos dias

O prefeito Hélio Ferreira Machado, por meio do Decreto nº 1.503 de outubro de 1955, encampou o patrimônio da Companhia Linha Circular de Carris da Bahia. A empresa detinha o monopólio dos serviços municipais de transportes, luz e telefone, o que incluía os quatro ascensores e planos inclinados existentes; então, eles passam para a administração do então Serviço Municipal de Transportes Coletivos.[2]

Ao longo dos anos conheceu períodos de fechamento, até que veio a ser novamente reinaugurado em 11 de março de 1998[1].

Em março de 2010, o serviço encontrava-se suspenso por motivos técnicos.[4] Em fevereiro de 2011 os seus serviços encontravam-se novamente suspensos.[5] Finalmente em 5 de fevereiro de 2014, o Plano Gonçalves voltou a funcionar e gratuitamente durante o primeiro mês após a reforma, cujo investimento foi de 2,6 milhões para deslocar 10 mil pessoas por dia.[6]


Referências

  1. a b c d TRANSALVADOR. «Histórico». Consultado em 17 de fevereiro de 2013 
  2. a b c d e ANDRADE JUNIOR, Nivaldo Vieira de. «A REDE DE ASCENSORES URBANOS DE SALVADOR: DO GUINDASTE DOS PADRES AOS DIAS DE HOJE». Consultado em 16 de fevereiro de 2013 
  3. a b c d Friends of Latin American Railways. «Brasilien». Consultado em 17 de fevereiro de 2013 
  4. Plano Inclinado Gonçalves ficará fechado por cerca de 15 dias in atarde.com.br 5 mar 2010. Consultado em 4 dez 2011.
  5. Plano Inclinado está sem funcionar desde fevereiro em Salvador in Globo.com 12 mai 2011 Consultado em 4 dez 2011.
  6. AGECOM - ASSESSORIA GERAL DE COMUNICAÇÃO (5 de fevereiro de 2014). «Plano Gonçalves funcionará gratuitamente por um mês». Consultado em 14 de fevereiro de 2014 

Ver também

Ligações externas

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