Agricultura orgânica: diferenças entre revisões
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Na prática, essas correntes têm pontos em comum, e suas práticas diárias não diferem significativamente. Fazem, todas elas, parte da [[mudança de paradigma]] que está em processo:{{Carece de fontes|data=dezembro de 2012}} o modelo [[cartesiano]] de causa-efeito sendo substituído nas [[ciências da vida]] pelo [[paradigma sistêmico|modelo sistêmico]]. |
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Estudos encontraram que a toxicidade e impacto ambiental de pesticidas e agrotóxicos de origem orgânica pode superar àquela de produtos sintéticos devido à necessidade de aplicação de uma quantidade maior para obter resultados semelhantes<ref>{{Citar periódico|ultimo=Biondi|primeiro=Antonio|coautores=Nicolas|data=2012-05-01|titulo=Using organic-certified rather than synthetic pesticides may not be safer for biological control agents: Selectivity and side effects of 14 pesticides on the predator Orius laevigatus|jornal=Chemosphere|volume=87|numero=7|paginas=803–812|doi=10.1016/j.chemosphere.2011.12.082|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0045653512000276}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Bahlai|primeiro=Christine A.|coautores=Yingen|titulo=Choosing Organic Pesticides over Synthetic Pesticides May Not Effectively Mitigate Environmental Risk in Soybeans|jornal=PLoS ONE|volume=5|numero=6|pmid=20582315|doi=10.1371/journal.pone.0011250|url=http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0011250}}</ref>. |
Estudos encontraram que a toxicidade e impacto ambiental de pesticidas e agrotóxicos de origem orgânica pode superar àquela de produtos sintéticos devido à necessidade de aplicação de uma quantidade maior para obter resultados semelhantes<ref>{{Citar periódico|ultimo=Biondi|primeiro=Antonio|coautores=Nicolas|data=2012-05-01|titulo=Using organic-certified rather than synthetic pesticides may not be safer for biological control agents: Selectivity and side effects of 14 pesticides on the predator Orius laevigatus|jornal=Chemosphere|volume=87|numero=7|paginas=803–812|doi=10.1016/j.chemosphere.2011.12.082|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0045653512000276}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Bahlai|primeiro=Christine A.|coautores=Yingen|titulo=Choosing Organic Pesticides over Synthetic Pesticides May Not Effectively Mitigate Environmental Risk in Soybeans|jornal=PLoS ONE|volume=5|numero=6|pmid=20582315|doi=10.1371/journal.pone.0011250|url=http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0011250}}</ref>. |
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=== Certificação dos orgânicos === |
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O mercado de alimentos orgânicos já é responsável por uma fatia considerável do mercado de alimentos, tendo em 2000 superado a marca dos 10% de área cultivada em relação ao total cultivado em alguns países como a Áustria e a Suécia enquanto a estimativa do mesmo ano nos EUA, feita pelo [[Departamento de Agricultura dos Estados Unidos|USDA]] é de crescimento de 12% ao ano no número de produtores de orgânicos <ref>{{Citar periódico|ultimo=Rigby|primeiro=D.|coautores=Cáceres, D.|data=2001|titulo=Organic farming and the sustainability of agricultural systems|jornal=Agricultural Systems|volume=68|paginas=21–40|doi=10.1016/j.jclepro.2015.04.035|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S095965265003960#bib5}}</ref>. Com um crescimento cada vez maior do seu mercado e, devido ao fato de geralmente ter um custo mais alto de produção e preços de venda mais altos, a venda de alimentos orgânicos está sujeita à fraudes<ref name="capuano">{{Citar periódico|ultimo=Capuano|primeiro=Edoardo|coautores=Rita Boerrigter-Eenling; Grishja van der Veer; Saskia M van Ruth|data=15-10-2012|titulo=Analytical authentication of organic products: an overview of markers|jornal=Sci Food |
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A qualidade do produto está relacionada não somente com seu aspecto visual, mas com a reputação do produtor e da certificação<ref name="hoppe"></ref>. |
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'''Métodos analíticos''' |
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Existe urgência por técnicas analíticas confiáveis de diagnóstico para verificação de fraudes e estratégias baseadas em [[espectrometria de massa]] têm se mostrado muito importantes na análise de alimentos<ref name="aceto">{{Citar periódico|ultimo=Aceto|primeiro=Maurizio|data=2015|titulo=Chapter 9 - Food Forensics|jornal=Comprehensive Analytical Chemistry|volume=68|numero=1|paginas=441–514|doi=10.1016/B978-0-444-63340-8.00009-1|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780444633408000091}}</ref>. |
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* ''Isótopos de [[nitrogênio]]''<ref name="capuano"></ref>: Em geral, nos fertilizantes sintéticos a razão entre os isótopos <sup>15</sup>N/<sup>14</sup>N é muito menor do que a razão nos fertilizantes orgânicos. Isso ocorre porque os sintéticos são produzidos a partir do nitrogênio atmosférico, que é bem menos rico em <sup>15</sup>N do que os compostos orgânicos. Esse é um teste com taxa de acerto boa na maior parte dos casos estudados, mas serve exclusivamente para plantas que não sejam fixadoras de nitrogênio (não serve para [[leguminosas]], por exemplo) e preferencialmente para plantas de crescimento rápido. É um teste cujo potencial varia muito de acordo com a planta analisada e com as condições do procedimento agrícola aplicado. Para esse teste é necessário um espectrômetro de massa sensível a ponto de ter resolução para distinguir isótopos. |
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* ''Composição de elementos químicos''<ref name="capuano"></ref>: a análise de diversos elementos químicos que compõem a amostra se mostra bastante eficaz, apesar de ser necessária a análise de dezenas de elementos químicos. Devido à grande quantidade de elementos químicos analisados, para poder comparar uma amostra com as demais é necessária a realização de uma abordagem [[Análise multivariada|multivariada]] como [[Análise de componentes principais|PCA]] ou [[Rede bayesiana]] de forma a verificar quais elementos são realmente importantes para a distinção entre os orgânicos e os convencionais. A variação de proporção entre os elementos não tem consistência entre espécies e nem mesmo entre variedades de uma planta, isto é, os resultados obtidos para distinção de uma variedade não serve para outra e, além disso, deve-se levar em consideração o clima e o solo do plantio. Apesar disso, existem evidências crescentes de diferença sistemática na concentração de elementos como [[cobre|Cu]], [[manganês|Mn]], [[cálcio|Ca]], e [[Zinco|Zn]]. Há indícios de que essa diferença seja resultante da presença de [[Micorriza arbuscular]] em "solos orgânicos". |
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Exemplos de análises que exibem a composição de elementos químicos são, novamente a espectrometria de massa e a análise do [[espectro de emissão]] de raios-X. |
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* ''Análise de [[Metabólito|metabólitos]] e de [[proteínas]]''<ref name="capuano"></ref>: é a análise da quantidade de açúcares, nucleotídeos, álcoois, vitaminas, etc. Ela também exige uma análise estatística multivariada. Apesar disso, os estudos realizados com cereais não fizeram essa estatística e encontraram variações em somente 8 dos 52 metabólitos analisados. A contagem dessas substâncias é feita usando espectrometria de massa e a separação das substâncias feita por [[cromatografia]] como a [[cromatografia gasosa]]. |
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* ''Compostos fenólicos''<ref name="capuano"></ref>: a análise consiste na comparação entre a presença de [[Metabolito secundário|metabolitos secundários]], como os flavonóides e antioxidantes. A explicação apresentada para os maiores níveis de metabólitos secundários nos alimentos orgânicos se dá através da observação de que as plantas orgânicas são expostas a maiores situações de estresse como a presença de animais e larvas, portanto são resultados de mecanismos de defesa. Outra justificativa para a exibição desses compostos é que os alimentos orgânicos geralmente possuem um tempo de amadurecimento e crescimento mais longo e é nesses períodos que a planta produz tais substâncias. |
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Outras análises para as quais existem menos estudos mas têm exibido grande potencial para a distinção de alimentos orgânicos e convencionais são<ref name="capuano"></ref> a análise de compostos voláteis (os compostos que evaporam, como os gases dos sucos de frutas), análise do [[transcritoma]] (o funcionamento dos genes das plantas) e a comparação entre as cristalizações do [[cloreto de cobre]] em contato com as plantas. |
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Revisão das 19h59min de 23 de maio de 2016
Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Dezembro de 2009) |
Agricultura orgânica e agricultura biológica são expressões frequentemente usadas para designar sistemas sustentáveis de agricultura que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente, tais como certos fertilizantes e agrotóxicos sintéticos,[1][2] nem de organismos geneticamente modificados.
Os seus proponentes acreditam que, num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes químicos sintéticos e agrotóxicos não-orgânicos, os alimentos têm qualidade superior à de alimentos convencionais. Diversos países, incluindo os Estados Unidos (NOP - National Organic Program), o Japão (JAS - Japan Agricultural Standard), a Suíça (BioSuisse), a União Europeia (CEE 2092/91), a Austrália (AOS - Australian Organic Standard / ACO - Australia Certified Organic) e o Brasil (ProOrgânico - Programa de Desenvolvimento da Agricultura[3]), já adotaram programas padrões para a regulação e desenvolvimento desta atividade.
Este sistema de produção, que exclui o uso de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos não-orgânicos e produtos reguladores de crescimento, tem, como base: o uso de fertilizantes naturais; a manutenção do solo protegido dos raios solares e das gotas de chuva; a rotação de culturas; o aumento da biodiversidade; consorciação de culturas; adubação verde; compostagem; e controle biológico de insetos e doenças. Pressupõe, ainda, a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos químicos sintéticos.
Princípios
- O solo é um organismo vivo, e deve ser tratado com o máximo de cuidado possível para manter toda a vida nele existente;
- Uso de adubos orgânicos de baixa solubilidade;
- Controle de insetos e doenças com medidas preventivas e produtos naturais;
- O mato (ervas daninhas) faz parte do sistema. Deve ser usado como cobertura de solo e abrigo de insetos.
Características
O princípio da produção orgânica é o estabelecimento do equilíbrio da natureza utilizando métodos naturais de adubação e de controle de pragas.[carece de fontes]
O conceito de alimentos orgânicos não se limita à produção agrícola, estendendo-se também à pecuária (em que o gado deve ser criado sem remédios alopáticos ou hormônios), bem como ao processamento de todos os seus produtos: alimentos orgânicos industrializados também devem ser produzidos sem produtos químicos artificiais, como os corantes e aromatizantes artificiais.
Pode-se resumir a sua essência filosófica em desprezo absoluto por tudo que tenha origem na indústria química.[carece de fontes] Todas as demais indústrias (mecânica, energética, logística) são admissíveis, desde que não muito salientes.
A cultura de produtos orgânicos não se limita a alimentos. Há uma tendência de crescimento no mercado de produtos orgânicos não alimentares,[carece de fontes] como fibras orgânicas de algodão (para serem usadas na produção de vestes). Os proponentes das fibras orgânicas dizem que a utilização de pesticidas em níveis excepcionalmente altos, além de outras substâncias sintéticas, na produção convencional de fibras, representa abuso ambiental por parte da agricultura convencional.[carece de fontes]
A pedologia limitou-se durante décadas ao estudo da estrutura físico-química do solo. Hoje, a agronomia se ressente de seu desconhecimento da microfauna e microflora do solo e sua ecologia. Estima-se que 95% dos micro-organismos que vivem no solo sejam desconhecidos pela ciência.[carece de fontes]
Muitos estados dos Estados Unidos agora oferecem certificação orgânica para seus fazendeiros.[carece de fontes] Para um sistema de produção ser certificado como orgânico, a terra deve ter sido usada somente com métodos de produção orgânica durante um certo período de anos antes da certificação.
No Reino Unido, a certificação orgânica é realizada por algumas organizações, das quais as maiores são a Soil Association e a Organic Farmers & Growers. Todos os organismos certificadores estão sujeitos aos regulamentos da Penitente King dom Registes of Organic Food Standards, ligado à legislação da União Europeia. Na Suécia, a certificação orgânica é realizada pela Krav. Na Suíça, o controle é feito pelo Instituto Biodinâmico.[carece de fontes]
O movimento orgânico e suas subdivisões
A expressão "agricultura orgânica" não é visto com unanimidade, nem parece ter um significado etimologicamente correto, mas tornou-se reconhecido como sinônimo de "agricultura mais perto da natureza".[carece de fontes] Não se refere, porém, a um único método de agricultura. Há quem diga que se trata mais de uma ideologia do que de um conjunto de técnicas agrícolas.[carece de fontes]
Entre as correntes que se contrapõem à monocultura convencional e que são, por isto, chamadas de alternativas, estão:[carece de fontes]
- Agriculturas orgânica e biológica: baseadas nas observações que sir Albert Howard fez, no começo do século XX, dos métodos de agricultores indianos. O princípio de sua teoria é que a sanidade vegetal depende do húmus do solo, que se produz na presença dos micro-organismos.
- Agricultura biodinâmica: nascida das palestras proferidas por Rudolf Steiner em 1920. Toda a sua teoria baseia-se no princípio de que a sanidade vegetal depende de sua inserção na "matriz energética universal".
- Agricultura natural: proposta por Mokiti Okada em 1935. Vê, na reciclagem, que imita os processos da natureza, a base da sanidade vegetal e animal que, de acordo com Okada, é a base da sanidade humana.
- Permacultura: desenvolvida em 1975 na Austrália por Bill Mollison. Reúne técnicas tradicionais de vários povos indígenas já extintos, e une-as à integração com a ecologia local, e a ecologia humana.
- Agricultura Nasseriana:[4] é uma corrente da agricultura ecológica que tem, como base, a experiência de Nasser Youssef Nasr no Espírito Santo, no Brasil. Também chamada de "biotecnologia tropical", defende o estímulo e manejo de ervas nativas e exóticas, a diversidade de insetos e plantas, a aplicação direta de estercos e resíduos orgânicos na base das plantas, adubações orgânicas e minerais pesadas. Nasser diz que a agricultura de clima tropical do Brasil não precisa de compostagem, pois o clima quente e as reações fisiológicas e bioquímicas intensas garantem a transformação no solo da matéria orgânica. No Brasil, defende Nasser, o esterco deve ser colocado diretamente na planta, pois esta sabe o momento apropriado de lançar suas radículas na matéria orgânica que está em decomposição, e os micro-organismos do solo buscam no esterno os nutrientes necessários para a planta e os levam para baixo da terra. Outro ponto interessante é o uso de ervas nativas e exóticas junto com a cultura para que haja diversidade de inços. Desta forma, é preciso manejar as ervas nativas de maneira que elas mantenham o solo protegido e façam adubação verde. Não temos uma agricultura de solo, mas de sol.
Na prática, essas correntes têm pontos em comum, e suas práticas diárias não diferem significativamente. Fazem, todas elas, parte da mudança de paradigma que está em processo:[carece de fontes] o modelo cartesiano de causa-efeito sendo substituído nas ciências da vida pelo modelo sistêmico.
Problemas e desafios
Estudos encontraram que a toxicidade e impacto ambiental de pesticidas e agrotóxicos de origem orgânica pode superar àquela de produtos sintéticos devido à necessidade de aplicação de uma quantidade maior para obter resultados semelhantes[5][6].
Certificação dos orgânicos
O mercado de alimentos orgânicos já é responsável por uma fatia considerável do mercado de alimentos, tendo em 2000 superado a marca dos 10% de área cultivada em relação ao total cultivado em alguns países como a Áustria e a Suécia enquanto a estimativa do mesmo ano nos EUA, feita pelo USDA é de crescimento de 12% ao ano no número de produtores de orgânicos [7]. Com um crescimento cada vez maior do seu mercado e, devido ao fato de geralmente ter um custo mais alto de produção e preços de venda mais altos, a venda de alimentos orgânicos está sujeita à fraudes[8]. A certificação de orgânicos é um tema novo no Brasil e há indícios de que uma maior transparência no processo de certificação e maiores dados ao consumidor final poderão aumentar o mercado dos orgânicos no país [9]. Atualmente a certificação dos orgânicos no Brasil é controlada pelo Ministério da Agricultura através do SISORG. Para pertencer ao Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, existem três formas de certificação, são elas: Certificação por Auditoria, Sistema Participativo de Garantia e Controle Social na Venda Direta[10]. A qualidade do produto está relacionada não somente com seu aspecto visual, mas com a reputação do produtor e da certificação[9].
Métodos analíticos
Existe urgência por técnicas analíticas confiáveis de diagnóstico para verificação de fraudes e estratégias baseadas em espectrometria de massa têm se mostrado muito importantes na análise de alimentos[11].
- Isótopos de nitrogênio[8]: Em geral, nos fertilizantes sintéticos a razão entre os isótopos 15N/14N é muito menor do que a razão nos fertilizantes orgânicos. Isso ocorre porque os sintéticos são produzidos a partir do nitrogênio atmosférico, que é bem menos rico em 15N do que os compostos orgânicos. Esse é um teste com taxa de acerto boa na maior parte dos casos estudados, mas serve exclusivamente para plantas que não sejam fixadoras de nitrogênio (não serve para leguminosas, por exemplo) e preferencialmente para plantas de crescimento rápido. É um teste cujo potencial varia muito de acordo com a planta analisada e com as condições do procedimento agrícola aplicado. Para esse teste é necessário um espectrômetro de massa sensível a ponto de ter resolução para distinguir isótopos.
- Composição de elementos químicos[8]: a análise de diversos elementos químicos que compõem a amostra se mostra bastante eficaz, apesar de ser necessária a análise de dezenas de elementos químicos. Devido à grande quantidade de elementos químicos analisados, para poder comparar uma amostra com as demais é necessária a realização de uma abordagem multivariada como PCA ou Rede bayesiana de forma a verificar quais elementos são realmente importantes para a distinção entre os orgânicos e os convencionais. A variação de proporção entre os elementos não tem consistência entre espécies e nem mesmo entre variedades de uma planta, isto é, os resultados obtidos para distinção de uma variedade não serve para outra e, além disso, deve-se levar em consideração o clima e o solo do plantio. Apesar disso, existem evidências crescentes de diferença sistemática na concentração de elementos como Cu, Mn, Ca, e Zn. Há indícios de que essa diferença seja resultante da presença de Micorriza arbuscular em "solos orgânicos".
Exemplos de análises que exibem a composição de elementos químicos são, novamente a espectrometria de massa e a análise do espectro de emissão de raios-X.
- Análise de metabólitos e de proteínas[8]: é a análise da quantidade de açúcares, nucleotídeos, álcoois, vitaminas, etc. Ela também exige uma análise estatística multivariada. Apesar disso, os estudos realizados com cereais não fizeram essa estatística e encontraram variações em somente 8 dos 52 metabólitos analisados. A contagem dessas substâncias é feita usando espectrometria de massa e a separação das substâncias feita por cromatografia como a cromatografia gasosa.
- Compostos fenólicos[8]: a análise consiste na comparação entre a presença de metabolitos secundários, como os flavonóides e antioxidantes. A explicação apresentada para os maiores níveis de metabólitos secundários nos alimentos orgânicos se dá através da observação de que as plantas orgânicas são expostas a maiores situações de estresse como a presença de animais e larvas, portanto são resultados de mecanismos de defesa. Outra justificativa para a exibição desses compostos é que os alimentos orgânicos geralmente possuem um tempo de amadurecimento e crescimento mais longo e é nesses períodos que a planta produz tais substâncias.
Outras análises para as quais existem menos estudos mas têm exibido grande potencial para a distinção de alimentos orgânicos e convencionais são[8] a análise de compostos voláteis (os compostos que evaporam, como os gases dos sucos de frutas), análise do transcritoma (o funcionamento dos genes das plantas) e a comparação entre as cristalizações do cloreto de cobre em contato com as plantas.
Ver também
- Pecuária orgânica
- Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica - SISORG
- Agricultura biointensiva
- Agricultura sustentável
- Metabolômica
- Proteômica
Referências
- ↑ Ministério da Agricultura. Disponível em http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/o-que-e-agricultura-organica. Acesso em 17 de setembro de 2015.
- ↑ Associação de Agricultura Orgânica. Disponível em http://aao.org.br/aao/agricultura-organica.php. Acesso em 17 de setembro de 2015.
- ↑ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (2007) "Programa de desenvolvimento da agricultura orgânica" aceso em 5 de março de 2010
- ↑ Sítio Duas Cachoeiras. Disponível em http://www.sitioduascachoeiras.com.br/agricultura/vegetal/agr_alt.html#8. Acesso em 17 de setembro de 2015.
- ↑ Biondi, Antonio; Nicolas (1 de maio de 2012). «Using organic-certified rather than synthetic pesticides may not be safer for biological control agents: Selectivity and side effects of 14 pesticides on the predator Orius laevigatus». Chemosphere. 87 (7): 803–812. doi:10.1016/j.chemosphere.2011.12.082
- ↑ Bahlai, Christine A.; Yingen. «Choosing Organic Pesticides over Synthetic Pesticides May Not Effectively Mitigate Environmental Risk in Soybeans». PLoS ONE. 5 (6). PMID 20582315. doi:10.1371/journal.pone.0011250
- ↑ Rigby, D.; Cáceres, D. (2001). «Organic farming and the sustainability of agricultural systems». Agricultural Systems. 68: 21–40. doi:10.1016/j.jclepro.2015.04.035
- ↑ a b c d e f Capuano, Edoardo; Rita Boerrigter-Eenling; Grishja van der Veer; Saskia M van Ruth (15 de outubro de 2012). «Analytical authentication of organic products: an overview of markers». Sci Food Agric. 93 (1): 12–28. doi:10.1002/jsfa.5914 line feed character character in
|jornal=
at position 9 (ajuda) - ↑ a b Hoppe, Alexia; Luciana Marques Vieira; Marcia Dutra de Barcellos (2013). «Consumer behaviour towards organic food in porto alegre: an application of the theory of planned behaviour». Revista de Economia e Sociologia Rural. 51 (1): 69–90. doi:/10.1590/S0103-20032013000100004 Verifique
|doi=
(ajuda) - ↑ «Orientações Técnicas». Consultado em 23 de maio de 2016
- ↑ Aceto, Maurizio (2015). «Chapter 9 - Food Forensics». Comprehensive Analytical Chemistry. 68 (1): 441–514. doi:10.1016/B978-0-444-63340-8.00009-1
Ligações externas
- Agricultura orgânica
- Organic.Edunet - Base de dados com recursos digitais sobre agricultura ecológica
- Adubação orgânica e adubação verde
- Porto - Produção local para consumo local
- 5 estudos de caso sobre agricultura sustentável
- Portal Orgânico (artigos sobre agricultura orgânica) Acesso em abril, 2014