Eleições estaduais em Alagoas em 1974

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1970 Brasil 1978
Eleições estaduais em  Alagoas em 1974
3 de outubro de 1974
(Eleição indireta)
15 de novembro de 1974
(Eleição direta)


Candidato Divaldo Suruagy


Partido ARENA


Natural de São Luís do Quitunde, AL


Vice Antônio de Barros
Votos 11
Porcentagem 100%

As eleições estaduais em Alagoas em 1974 ocorreram em duas etapas conforme a legislação vigente: a indireta aconteceu em 3 de outubro e a ARENA escolheu o governador Divaldo Suruagy e o vice-governador Antônio de Barros e em 15 de novembro o partido elegeu o senador Teotônio Vilela e obteve quase todas as vagas entre os seis deputados federais e dezoito estaduais escolhidos por voto direto num ritual válido para os 22 estados brasileiros.[1][2][3][nota 1][nota 2][nota 3]

Economista formado na Universidade Federal de Alagoas em 1959, Divaldo Suruagy nasceu em São Luís do Quitunde. Servidor público da prefeitura de Maceió, foi secretário de Fazenda do governo Luís Cavalcanti. Eleito prefeito da capital alagoana via PSD em 1965, ingressou na ARENA e em 1970 foi eleito deputado estadual e por escolha do Governo Ernesto Geisel foi eleito indiretamente governador de Alagoas em 1974.[4][5][6][7]

Originário da UDN, o agrônomo Antônio de Barros elegeu-se prefeito de União dos Palmares em 1952 e deputado estadual em 1954, 1958, 1962 e 1966. Presidente do diretório estadual da ARENA, foi eleito vice-governador de Alagoas pelo voto indireto em 1974, entretanto faleceu vítima de enfarte à 12 de setembro de 1976 horas depois de um jogo entre CRB e Botafogo da Paraíba válido pelo Brasileirão daquele ano no Estádio Rei Pelé.[8]

Para senador o vitorioso foi Teotônio Vilela, político originário da UDN e natural de Viçosa que elegeu-se deputado estadual em 1954 e vice-governador de Alagoas em 1960 na chapa de Luís Cavalcanti antes de vencer as eleições para o Senado Federal pela ARENA em 1966, sendo reeleito em 1974.[9]

Resultado das eleições para governador[editar | editar código-fonte]

Eleição indireta de 1974[editar | editar código-fonte]

A eleição foi realizada pelos quinze membros da Assembleia Legislativa de Alagoas em escrutínio nominal com a ausência dos deputados do MDB.[10]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Divaldo Suruagy
ARENA
Antônio de Barros
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
11
100%
  Eleito

O mandato-tampão[editar | editar código-fonte]

Divaldo Suruagy renunciou em 14 de agosto de 1978 para concorrer a deputado federal[11] e como já havia falecido o vice-governador Antônio de Barros, o poder foi entregue ao desembargador Ernandes Dorvillé e após um mês foram eleitos Geraldo Melo e Antônio Amaral para comandar Alagoas num mandato-tampão de seis meses, sendo que o novo governador foi membro do PSD e após migrar para a ARENA foi eleito prefeito de Capela em 1966 e deputado estadual em 1974 e 1974.

Resultado das eleições para senador[editar | editar código-fonte]

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral foram apurados 236.202 votos nominais (80,80%), 30.037 votos em branco (10,28%) e 26.086 votos nulos (8,92%) resultando no comparecimento de 292.325 eleitores.[1]

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Teotônio Vilela
ARENA
Noê Simplicio do Nascimento
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
140.989
59,69%
Pedro Muniz Falcão
MDB
Ademar Medeiros
MDB
-
MDB (sem coligação)
95.213
40,31%
  Eleito

Deputados federais eleitos[editar | editar código-fonte]

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[12][13]

Representação eleita

  ARENA: 4
  MDB: 2
Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
José Costa MDB 40.278 15,62% Palmeira dos Índios  Alagoas
Teobaldo Barbosa ARENA 33.355 12,93% São José da Laje  Alagoas
Vinicius Cansanção MDB 29.421 11,41% Pilar  Alagoas
Geraldo Bulhões ARENA 25.312 9,82% Santana do Ipanema  Alagoas
José Alves ARENA 22.308 8,65% Delmiro Gouveia  Alagoas
Antônio Ferreira ARENA 21.496 8,34% Desterro  Paraíba

Deputados estaduais eleitos[editar | editar código-fonte]

Das dezoito cadeiras em disputa a ARENA conquistou doze ante seis do MDB.[1]

Representação eleita

  ARENA: 12
  MDB: 6
Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Antônio Saturnino de Mendonça MDB 15.171 5,18% Matriz de Camaragibe  Alagoas
Tarcísio de Jesus ARENA 14.844 5,07% Maceió  Alagoas
José Tavares ARENA 12.016 4,11% Junqueiro  Alagoas
Guilherme Palmeira ARENA 11.551 3,95% Maceió  Alagoas
Narciso Lúcio da Silva ARENA 8.394 2,87% Arapiraca  Alagoas
Manoel Afonso MDB 8.235 2,81% Maceió  Alagoas
Alcides Falcão MDB 7.922 2,70% Ouricuri  Pernambuco
Geraldo Melo ARENA 7.807 2,67% Capela  Alagoas
José Bandeira de Medeiros ARENA 7.440 2,54% Delmiro Gouveia  Alagoas
Nelson Costa ARENA 7.421 2,53% Piaçabuçu  Alagoas
Luiza Evangelista da Silva MDB 7.044 2,40% Palmeira dos Índios  Alagoas
Jorge Duarte Quintella Cavalcanti ARENA 7.040 2,40% Penedo  Alagoas
Alexandre Milito Filho ARENA 7.021 2,40% Campo Alegre  Alagoas
Walter Dória de Figueiredo MDB 6.874 2,35% Rio Largo  Alagoas
Rubens Vilar ARENA 6.852 2,34% Maceió  Alagoas
Francisco José Galindo Pimentel MDB 6.749 2,30% Marechal Deodoro  Alagoas
Humberto Melo Souza ARENA 6.741 2,30% Pilar  Alagoas
Edson Tenório de Almeida Lins ARENA 6.538 2,23% São José da Tapera  Alagoas

Notas

  1. Os eleitores dos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima votariam apenas para deputado federal enquanto em Fernando de Noronha não houve eleições. Já os acrianos residentes no Distrito Federal escolheram seus representantes no Congresso Nacional graças à Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974.
  2. A fusão entre a Guanabara e o Rio de Janeiro a partir de 15 de março de 1975 não impediu que cada estado elegesse suas próprias bancadas ao Congresso Nacional, mas por conta disso seu governador não foi escolhido diretamente e sim nomeado pelo Governo Federal.
  3. Originalmente a Lei n.º 6.091 não previa a eleição para deputados estaduais, algo que ocorreria anos depois.

Referências

  1. a b c BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 4 de julho de 2021 
  2. BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três». Consultado em 2 de junho de 2018 
  3. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 6.091 de 15/08/1974». Consultado em 2 de junho 2018 
  4. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Divaldo Suruagy». Consultado em 30 de janeiro de 2020 
  5. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Divaldo Suruagy». Consultado em 24 de maio de 2018 
  6. Missão de Petrônio termina e prefere políticos (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 17/06/1974. Primeiro caderno, p. 07. Página visitada em 26 de maio de 2018.
  7. «Morre aos 78 anos o ex-governador de Alagoas Divaldo Suruagy (g1.globo.com)». Consultado em 24 de maio de 2018 
  8. Vice-governador de Alagoas morre depois de empate do CRB (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 13/09/1976. Primeiro caderno, p. 18. Página visitada em 2 de junho de 2018.
  9. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Teotônio Vilela». Consultado em 24 de maio de 2018 
  10. De Norte a Sul, espetáculo igual (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 04/10/1974. Geral, p. 05. Página visitada em 25 de maio de 2018.
  11. Cinco governadores deixam cargos para disputar eleições (online). Folha de S.Paulo, 14/08/1978. Página visitada em 9 de junho de 2013.
  12. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 24 de maio de 2018. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  13. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 24 de maio de 2018